Empresas internacionais aumentam sua participação nos marketplaces do Brasil

O comércio digital transfronteiriço, ou cross-border, avança no país oferecendo mais opções de marketplaces aos consumidores brasileiros. Com uma ampla infraestrutura digital, o mercado busca maior movimentação, enquanto explora novos negócios na América Latina. É o caso da nocnoc, companhia uruguaia de tecnologia e e-commerce que participou do episódio #220 do Insights, o podcast produzido pelo Bradesco.

Criada em 2018 com o objetivo de conectar vendedores internacionais, marketplaces e o consumidor nas regiões em que opera, a companhia tem pouco mais de mil vendedores e quatro milhões de produtos cadastrados para venda em sua plataforma. É uma organização que tem como clientes empresas da China e dos Estados Unidos, e oferta produtos importados por meio de megalojas em grandes marketplaces no Brasil, como Amazon, Mercado Livre, Magalu, Americanas e Casas Bahia.

Na conversa, o country manager da nocnoc, Rafael Mandia, comentou sobre a aprovação da chamada “taxa das blusinhas” — nome dado popularmente à cobrança prevista de imposto de 20% sobre compras de até US$ 50, que antes eram isentas dessa tributação — pelo Congresso recentemente. A iniciativa faz parte do Projeto de Lei (PL) 914/24, que cria o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), do governo federal. “Só com a mudança implantada é que vamos ver os impactos reais”, analisou o executivo.

Alíquotas e descontos

Mandia lembrou que o projeto de lei traz ainda um desconto para produtos que custam mais de US$ 50. “É uma alteração que foi pouco comentada. Acima de US$ 50, vai haver um desconto bruto de US$ 20 sobre o imposto tributado da carga. Então, os produtos de US$ 50 a US$ 100 devem se tornar bem mais atrativos”. Para produtos acima de US$ 50 e até US$ 3mil, o imposto será de 60%, com desconto de US$ 20.

O convidado do podcast avaliou com otimismo a regulamentação do setor de cross-border, já que ela tende a inspirar mais confiança para o consumidor. “O Remessa Conforme, por exemplo, veio para regulamentar esse mercado. Há um controle de quem compra, quanto compra e a tributação que permite a competitividade. Por outro lado, há mais agilidade aduaneira, que garante que o produto chegue mais rápido ao consumidor”, complementou.

“Para vocês terem uma ideia do que estou falando, no Brasil, só 5% das ofertas online são de fora do país. Isso é praticamente nada”, destacou Mandia, para explicar o reflexo da desconfiança no comércio digital cross-border. “Em outros países, quase metade da publicidade que o consumidor vê é de anúncios estrangeiros.”

A superintendente-executiva do Bradesco Corporate, Gina Montone, perguntou a Mandia, durante o Insights, sobre os desafios de lidar com a alfândega no Brasil. Ele ponderou que não adianta ter um mercado regulamentado se o processo for confuso. “Quando a gente fala de importação de pessoa física, tributação e alfândega, o Brasil é o mais complexo da América Latina, onde a gente atua hoje. É o que tem as regras tributárias mais trabalhosas de entender, de lidar, de conseguir explicar”, ressaltou o executivo.

Fonte: “https://pipelinevalor.globo.com/conteudo-de-marca/bradesco/noticia/empresas-internacionais-aumentam-sua-participacao-nos-marketplaces-do-brasil.ghtml”

 

 

 

 

 

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