A venda on-line de produtos passou por um avanço expressivo durante a pandemia do coronavírus, já que muitas pessoas tiveram de adaptar seus hábitos de consumo em meio às políticas de isolamento social. Mas os números surpreenderam e o valor das vendas em 2020 superou — e muito — o de 2019.
Segundo dados da Tatix, empresa de Full Commerce que faz gestão de algumas das principais lojas do país, como Pernambucanas, Avon, Payot, Usaflex, Red Bull, Freixenet, Linea, Softys, entre outras gigantes do setor, só em dezembro, o aumento no faturamento pelas vendas online foi de 765%.
Maquiagens, espumantes e smartphones, assim como aconteceu em 2019, se mantiveram no topo da lista de desejos dos consumidores neste ano, além de destaque para dois novos itens mais vendidos: calçados e chocolates.
Entre os principais desejos dos consumidores, maquiagens tiveram um crescimento de 604,77% nas vendas de um ano para o outro. Os smartphones também saltaram no rol de itens mais procurados, com aumento de 597,82% em relação ao ano anterior. Já calçados destacam-se com crescimento de 224,05% na mesma comparação.
De acordo com a empresa, predomina a forma de pagamento por meio de cartão e boleto bancário.
Boom de vendas on-line em 2020
O balanço, que traz dados de vendas referentes ao período de 1 a 25 de dezembro de 2020, aponta que mais de 2 milhões de novos usuários acessaram os sites geridos pela Tatix, se comparado a 2019, um aumento de 150%.
Já o ticket médio teve um aumento de 63% na mesma comparação. Em relação à média de novembro, quando quando ocorre a Black Friday, uma das datas mais importantes para o comércio eletrônico mundial, o avanço foi de 15%
O resultado surpreendeu os gestores da empresa de Full Commerce, conforme explica Giordano Magalhães Afonso, Vice Presidente da Tatix:
“Esperávamos um crescimento frente ao ano passado, levando em consideração o momento atual, mas o resultado foi surpreendente. Aumento de 765% no faturamento é um marco histórico para a nossa empresa, que tem 7 anos de mercado. É um setor que está movimentando e ajudando a segurar a economia, além de gerar empregos e renda para boa parte das famílias brasileiras”, afirma Giordano.
Perfil dos consumidores
O balanço aponta que 70,42% das vendas aconteceram na região Sudeste do Brasil, 14,4% na região Sul, 8,46% no Centro-Oeste, 4,76% no Nordeste e 1,88% foram destinadas ao Norte do país.
Em produtos adquiridos pela internet, as mulheres destacam-se como as que mais compraram no último Natal. Foram 59,36% de pedidos feitos por mulheres versus 40,64% de compras realizadas por homens.
A faixa etária que mais consumiu no e-commerce foi a de 25 a 34 anos, grupo que representa 34,40% das vendas. Em seguida, vem os jovens de 18 a 24 anos, totalizando 22,73% do consumo.
Adultos com idades entre 35 e 44 anos aparecem na sequência, representando 16,18% das vendas. Depois deles, 12,09% do consumo ficou entre os que possuem de 45 a 54 anos, seguidos por 9,03% de consumidores com idades entre 55 e 64 anos.
Consumidores com mais de 65 anos representam 5,58% das vendas on-line no Natal de 2020, de acordo com os dados destacados pela empresa Full Commerce.
Varejo e auxílio emergencial
O e-commerce foi o grande responsável pela alta do faturamento do varejo no período de Natal neste ano, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Nos cálculos da associação, o setor movimentou R$ 38,1 bilhões no fim do ano passado, um avanço de 3,4% frente ao mesmo período de 2019.
Para além das ferramentas que facilitaram o consumo mesmo a distância, porém, o varejo ainda contou com a ajuda do auxílio emergencial, distribuído a mais de 50 milhões de brasileiros durante a pandemia.
“Os pagamentos de R$ 600 impactaram, sim, na surpreendente recuperação do varejo. O PIB ainda não voltou ao patamar pré-pandemia, mas, no comércio, isso já aconteceu”, destaca Fabio Bente, economista da CNC.
Além de incrementar a renda de milhões de brasileiros, o programa social trouxe ainda uma mudança no comportamento do consumidor, que passou a utilizar bancos virtuais e outros meios para realizar suas compras:
“O auxílio emergencial puxou as vendas para cima, mas, no caso específico do e-commerce, o que fez mudar esse cenário foi a mudança de hábito do consumidor em relação a gastos, à viabilização de contas em bancos digitais e ao comportamento”, diz Bente. “Com o benefício, muitos cidadãos correram para abrir uma conta. Era a saída que os consumidores e os varejistas tinham para minimizar as perdas causadas pela pandemia”.
Fonte : cnnbrasil.com.br