Em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior; melhores preços e variedade de produtos são os benefícios mais atraentes.
Shein, Aliexpress, Shopee, Amazon, E-bay, Mercado Livre. Se você nunca comprou um produto importado em sites estrangeiros como estes, certamente, conhece alguém que já se aventurou no universo das compras internacionais.
De acordo com o relatório Comércio Sem Fronteiras 2021 (Borderless Commerce Report), realizado pelo PayPal, 57% dos brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior no último ano. Melhores preços e variedade de produtos são os principais motivos que os levam a gastar dinheiro fora do e-commerce brasileiro.
Entenda, a seguir, qual é o perfil desses consumidores, quais são os itens mais buscados por eles e as alternativas para as empresas nacionais se tornarem mais competitivas e direcionarem parte dessa demanda para seus negócios.
Sites estrangeiros X e-commerce nacional: um panorama do consumo brasileiro
O consumo on-line – nacional e internacional – atingiu números recordes no último ano, impulsionado pela pandemia e pelas regras de isolamento social.
Para se ter uma ideia, um levantamento feito em parceria entre o PayPal Brasil e a BigDataCorp., intitulado Perfil do E-commerce Brasileiro 2021, apontou um crescimento de mais de 22% no número de e-commerces no Brasil nos últimos 12 meses. E, antes disso, na edição do ano passado, o crescimento havia batido os 40%. Em números absolutos, isso representa um aumento de 900 mil lojas online em julho de 2019 para quase 1,6 milhão em julho deste ano.
“Os brasileiros sempre foram muito ativos na internet por meio das redes sociais e, nos últimos anos, vimos isso se refletir também nas compras online, que vêm se tornando um hábito. O avanço dos smartphones, a ampliação de formas de pagamento e a popularização dos apps tornam essa experiência cada vez mais simples e rápida”, avalia Leonardo Sertã, head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.
E para quem está espantado com os números referentes ao crescimento nos últimos anos, saiba que o mercado ainda está em fase embrionária e que há bastante espaço para ampliar essa digitalização: o e-commerce, historicamente, costumava ter uma participação pequena, respondendo por cerca de 4% das vendas totais no País.
“O que vimos no decorrer dos últimos 15 meses, desde o começo da pandemia, foi uma explosão do uso de meios de pagamento online no País. Também acompanhamos um crescimento gigantesco no número de lojistas, sejam eles micros, pequenos, médios ou grandes, investindo no ambiente digital. Isso se deveu, basicamente, ao distanciamento social imposto pela pandemia e à restrição do acesso ao comércio físico”, justifica Leonardo Sertã.
As compras em sites estrangeiros também são cada vez mais frequentes entre os brasileiros. Segundo o relatório Borderless Commerce Report 2021 do PayPal, em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior.
E mais: esses consumidores gastaram mais do que aqueles que somente compraram no mercado doméstico, apesar das campanhas nacionais e do desejo de ajudar as pequenas empresas e comprar no comércio local, observado em vários países.
O brasileiro é um entusiasta das compras online no exterior e a pandemia acentuou esse gosto.
Em 2020, 57% dos compradores digitais brasileiros fizeram pelo menos uma compra no exterior, segundo nosso estudo. Deles, 78% usando smartphone.
“Agora vemos que, o que começou como uma alternativa para minimizar riscos de contágio, ganhou ares de atividade permanente, com o fortalecimento do e-commerce nacional e através das fronteiras. É um mercado que vem se tornando acessível”, avalia o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.
“Não tem no Brasil, beninas”
A frase que se popularizou na boca de blogueiras brasileiras e virou meme na internet é um dos principais motivos que levam consumidores brasileiros a recorrer a sites estrangeiros na hora da compra.
Segundo o Borderless Commerce Report 2021 do PayPal, 29% das pessoas que compram em sites estrangeiros buscam acesso a produtos indisponíveis, seguido de 32% que querem descobrir produtos novos e interessantes e 62% que buscam melhores preços.
Esses consumidores, têm idade e perfis variados: 29% têm entre 29 e 34 anos de idade; 22% entre 35 e 44 anos, e 21% entre 18 a 24 anos. Eles procuram, principalmente, itens de vestuário (33%), eletrônicos (22%) e cosméticos (19%).
“Os principais países que venderam para brasileiros foram China (com 56% de respostas dos entrevistados), Estados Unidos (com 26%) e Japão (com 7%). A oferta de valor do comércio eletrônico e a confiança nas ferramentas de segurança e nos pagamentos digitais, com o uso de carteiras digitais, contribuem para essa expansão”, avalia Leonardo Sertã.
O PayPal participa bem de perto desse crescimento digital, trazendo toda a expertise de pagamentos para ajudar empresas de todos os tamanhos a expandirem seus negócios no Brasil e no exterior. E vemos essa aceleração se refletindo do nosso lado também: nossa operação por aqui cresceu mais de 25% em número de contas ativas no decorrer do último ano, chegando a 5,5 milhões de usuários da carteira digital.
Estratégias para tornar o e-commerce brasileiro competitivo
Apesar de ter preços mais competitivos e variedade de produtos, sites estrangeiros precisam lidar com a insegurança do consumidor brasileiro e com problemas de logística. Segundo o Borderless Commerce Report 2021, ainda há um déficit de segurança/confiança por parte dos consumidores para que se tornem compradores regulares cross-border.
Outro ponto importante são os longos prazos de entrega, que são um obstáculo adicional às vendas internacionais. Investir nestes aspectos pode ser uma estratégia interessante para o marketplace brasileiro manter-se competitivo no mercado.
“O marketplace brasileiro vem se atualizando de forma impressionante no decorrer dos anos. Estamos vendo um fortalecimento dos grandes players nacionais, puxados por grandes varejistas, com mais robustez tecnológica, experiência do usuário e agilidade na logística. E nesse ponto da velocidade de entrega, a vantagem histórica sempre esteve ao lado das plataformas nacionais, embora os estrangeiros venham, cada vez mais, ampliando sua presença local”, avalia o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.
Confira, a seguir, 6 estratégias importantes para manter a competitividade dos marketplaces brasileiros.
1 – Invista em pós-venda
Acompanhar a jornada do cliente, buscando conhecer sua satisfação com o item adquirido e fidelizá-lo é um diferencial a ser trabalhado por sites nacionais, que conseguem desenvolver essa relação de proximidade com maior facilidade.
2 – Aposte em variedade de pagamento
“Oferecer diversas opções de pagamento, incluindo as carteiras digitais, que se tornaram essenciais no decorrer do último ano e vieram para ficar, também é importante. No caso do PayPal, nossa plataforma também permite compra online com cartão de débito, o que facilita ainda mais a vida de quem vende e melhora exponencialmente a experiência de compra de quem pagava com boleto, por exemplo”, pontua Leonardo Sertã.
3 – Esteja presente nas redes sociais
Atualmente, mais do que uma forma de passar o tempo, as redes sociais são ferramentas importantes para empresas do mundo todo. Por meio delas é possível – além de vender produtos e serviços – conhecer melhor seus clientes, criar uma relação de proximidade e atender suas dores e desejos.
4 – Sites responsivos
Ter sites responsivos, que proporcionem uma experiência de compra eficiente para diferentes tipos de aparelhos eletrônicos – computadores, tablets e celulares – é fundamental.
“Aliás, a responsividade do site do lojista, ou seja, sua capacidade de se adaptar a qualquer tela, é fundamental em países como o Brasil, em que milhões de potenciais consumidores só acessam a internet via smartphone”, avalia head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.
5 – Entrega rápida
Quem compra de sites estrangeiros sabe que a demora – e até a incerteza – na entrega é, de fato, uma das etapas mais desanimadoras. Por isso, investir em entrega rápida é uma estratégia capaz de tornar sites nacionais ainda mais competitivos.
“Se no quesito “preço”, dependendo do produto, é complicado competir com os marketplaces asiáticos, por outro lado, os players nacionais estão mais bem posicionados e integrados no ecossistema, o que garante entregas mais rápidas. Maior capilaridade nos pontos de distribuição e parcerias para integrar o chamado “last mile” na cadeia também são, hoje, diferenciais para reduzir o tempo de entrega para questão de horas (uma tendência que está se popularizando)”, pontua Leonardo Sertã, que completa: “No mercado brasileiro, isso faz muita diferença, e já estamos vendo o tradicional crediário migrar para o mundo das compras online”.
6 – Conheça seus consumidores
Ninguém entende melhor do Brasil que o brasileiro. Essa frase faz todo sentido quando a intenção é aumentar a competitividade do marketplace nacional em relação ao consumo internacional.
“Os players nacionais saem na frente no conhecimento de seus consumidores, pois têm acesso a mais dados/informações, dada sua integração com varejistas, financeiras, bancos etc. Isso permite segmentar melhor as ofertas e também ajuda as empresas a conceder condições de crédito especiais”, pondera o head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal para a América Latina.
Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2021/08/20/sites-estrangeiros-diferencial/