“Assim como observado no primeiro trimestre de 2023, o mercado de condomínios logísticos de alto padrão segue aquecido”, reforça Ricardo Betancourt, CEO da Colliers. “A taxa de vacância é a menor já registrada desde 2016 e somente três estados registraram taxa de desocupação superior a 15%”, completa o executivo, que se refere aos estados do Pará, Rio de Janeiro e Bahia.
No período, 842 mil metros quadrados de galpões foram ocupados e São Paulo foi responsável por aproximadamente 51% do total. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (8%), Santa Catarina e Minas Gerais (7%) e Bahia (5,89%).
No primeiro semestre de 2023, o segmento registrou 40 operações com mais de 10 mil metros quadrados. No acumulado de 2022, esse número foi de 67.
Conforme aponta a pesquisa, as principais locações foram para empresas de alimentos, veículos, transporte, logística e varejo. O comércio eletrônico, que tem forte participação no setor, perdeu força no último trimestre.
“O e-commerce não está parado, mas está alugando em volumes menores”, pontua Betancourt. “É mais difícil termos locações de 40, 50, 60 mil metros quadrados como tivemos recentemente. Eles estão trabalhando com locações mais pontuais, um ajuste mais fino nas operações”, completa.
As devoluções de espaços tiveram uma queda de 44% no segundo trimestre se comparadas aos números do primeiro trimestre de 2023. 364 mil metros quadrados contra 656 mil metros quadrados, aponta o estudo.
O novo estoque entregue entre abril e junho de 2023 acrescentou 286 mil metros quadrados ao inventário existente. As novas entregas se concentram nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraná.
O preço médio pedido dos condomínios logísticos no Brasil apresentou alta nos últimos meses, encerrando o segundo trimestre em R$ 23,80 por metro quadrado. O Paraná registrou o maior preço médio pedido no país: R$29,70.
Betancourt sinaliza que os números do mercado de galpões logísticos surpreendem e reforçam ainda mais o perfil de resiliência do segmento.
“[Começamos 2023] com governo novo, crise da Americanas, juros altos e varejo sofrendo, ou seja, tinha tudo para ser um semestre mais devagar e não foi”, reflete o CEO da Colliers. “O mercado de logística se mostrou mais resiliente”, finaliza.