Antes oferecidos apenas por bancos e fintechs, os serviços financeiros entraram no radar do varejo há anos e, com a digitalização dos hábitos dos consumidores, ganham cada vez mais força nos negócios. De cartões de crédito a carteiras digitais, os serviços visam permitir que o cliente veja o supermercado não apenas como um local para abastecimento da despensa, mas como um espaço de serviços e conveniência. No Barbosa Supermercados, a gestão própria do “Barbosa Card”, antes operado por parceiros, foi vista como uma oportunidade de crescimento financeiro e captação de informações estratégicas dos clientes. “Temos a meta de dobrar o resultado do cartão em cerca de um ano, mas o desempenho já está acima do que esperávamos”, revela Juliano Kerth, CEO da rede.
Carteiras Crescem 3 Dígitos
Além de Ewally, PicPay e, recentemente, Ame Digital, o Carrefour pretende habilitar novos parceiros para pagamentos digitais em suas lojas. As carteiras digitais transformam dispositivos móveis em métodos de pagamento e também fazem parte das estratégias de varejistas como Grupo Mateus, Grupo Muffato e, em breve, GPA. “Em 2020, esse serviço cresceu três dígitos, na comparação com 2019”, destaca Luis Bressan, Diretor Financeiro do Carrefour. O objetivo, segundo o executivo, é potencializar essa frente de atuação com as soluções do Banco Carrefour. Um dos primeiros frutos do leque financeiro próprio da rede é uma conta digital com crédito, lançada no último mês. “Queremos oferecer mais interação na frente de caixa, como permitir que o cliente saque dinheiro.”
Pix Estimula Pagamento Digital
Atualmente, 22% dos consumidores realizam pagamentos via aplicativo e a opção é oferecida por 54% das empresas, segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). Em 2018, os índices eram de 4% e 13%, respectivamente. A modalidade está em constante crescimento, impulsionada por novos meios de pagamento, como o Pix. As funcionalidades que o sistema receberá podem favorecer ainda mais este cenário. No Carrefour, a participação majoritária nos pagamentos é de cartões de crédito e débito, mas, para Bressan, as carteiras digitais e o Pix vão “incomodar” os outros métodos e podem inserir pessoas desbancarizadas nesse mercado. “Com o Pix, ainda é necessário ter o dinheiro para transferir, mas quando o sistema tiver crédito embarcado, esse panorama vai mudar.”
Fonte : https://www.gironews.com/supermercado/a-fintechzacao-do-varejo-65275/