AliExpress quer adaptar modelo chinês de e-commerce para o brasileiro

O AliExpress, empresa que pertence à chinesa Alibaba, quer acelerar o ritmo de expansão no Brasil. O marketplace é a maior plataforma de comércio on-line cross-border do mundo. Atualmente, o país está entre os cinco maiores mercados consumidores da companhia fora da China, segundo Yan Di, country manager do AliExpress no Brasil, em entrevista à Época Negócios.

Com 150 milhões de usuários ativos, espalhados por 220 países, o AliExpress quer adaptar o modelo chinês de e-commerce ao Brasil. Para isso, a empresa aumentou o número de voos fretados de mercadorias da China de modo a reduzir o prazo de entrega dos pedidos — um dos principais obstáculos para os consumidores de produtos chineses no país.

A empresa também criou uma central de atendimento ao cliente em português e vem adotando a política de devolução grátis em compras.

Para Yan Di, no cargo desde abril do ano passado, o investimento vale a pena. Afinal, 90% dos consumidores brasileiros de compras on-line conhecem a marca, segundo dados de uma pesquisa recente feita pela empresa. Além disso, com 60% dos usuários da plataforma com idades até 35 anos, a companhia usa os principais fatores que influenciam a decisão do brasileiro no momento da compra: preço e variedade.

O executivo contou que a variedade de itens do AliExpress é dez vezes superior à registrada em outros serviços de e-commerce no Brasil. “Sabemos que o brasileiro adota como fator decisivo a questão do preço e, durante a pandemia, com o desemprego, esse fator se tornou ainda mais essencial”, disse Yan Di à publicação. “O diferencial do AliExpress é que a gente consegue conectar o consumidor com a maioria dos comerciantes chineses, por isso é possível comprar produtos com preços de fábrica e com muito mais variedade do que aqui no Brasil.”

Crescimento do AliExpress no país

Só na Black Friday de 2020, o faturamento da empresa cresceu 100%, mesmo em meio à pandemia de Covid-19. Com as mudanças trazidas pelo isolamento social, a venda de produtos como câmeras de vigilância e a webcam, item obrigatório para as lives e reuniões remotas durante o home office, cresceram 38%.

No entanto, o executivo ressaltou que, apesar de ser um mercado com grande potencial, o Brasil ainda tem obstáculos a vencer para crescer no comércio eletrônico, cujo volume é 30 vezes menor que a China — país com população sete vezes maior do que a nossa. “Olhando a realidade brasileira, ainda vemos uma infraestrutura física precária, principalmente em rodovias, ferrovias e outras modalidades para a entrega de mercadorias”, disse na entrevista.

Ainda de acordo com a entrevista, Yan Di diz acreditar que o Brasil precisa se adaptar para acompanhar as evoluções no mundo do e-commerce pós-pandemia. Entre elas, ele destaca a tendência de experiências de compra mais otimizadas e personalizadas de acordo com as necessidades de cada consumidor.

Para ele, novas modalidades de vendas on-line, como o live commerce, também devem ganhar impulso com a chegada do 5G. “O AliExpress está investindo no mercado brasileiro e isso mostra a vontade do Alibaba em estudar as demandas locais e adaptar os negócios para ajudar a acelerar o ritmo de crescimento nacional”, concluiu o executivo.

Fonte : ecommercebrasil.com.br

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