A maioria das 9 mil demissões anunciadas nesta segunda-feira ocorrerá na unidade de computação em nuvem, na plataforma de streaming de videogames e nas áreas de RH e publicidade.
A Amazon está demitindo mais 9 mil funcionários, que se soam às 18 mil demissões anunciadas em janeiro. A gigante do comércio eletrônico e da computação em nuvem foi forçada a tomar a decisão em razão da queda dos gastos do consumidor.
A maioria dos novos cortes ocorrerá na unidade de computação em nuvem, a Amazon Web Services, na plataforma de streaming de videogames Twitch e em seus departamentos de recursos humanos e publicidade.
A companhia emprega mais de 1,5 milhão de trabalhadores no mundo, principalmente trabalhadores em depósitos e atendimento. Os recentes cortes de empregos da Amazon visaram cargos corporativos, num esforço de reformulação de suas operações de apoio administrativo.
“Diante das incertezas na economia e quanto ao futuro próximo”, optamos por simplificar mais nossos custos e o quadro de funcionários”, disse nesta segunda-feira o presidente-executivo da companhia, Andy Jassy.
A decisão acontece depois que a empresa sediada em Seattle paralisou a construção de uma nova sede na Virgínia, parou de lançar novos supermercados físicos e fechou depósitos no Reino Unido nos últimos meses.
Assim como outros grupos, a Amazon contratou intensivamente nos últimos anos para atender a demanda mais forte por seus serviços, da parte de clientes que permaneceram fechados em casa durante o auge da pandemia de covid-19. Essa expansão “fazia sentido diante do que estava acontecendo em nossos negócios e na economia como um todo”, disse Jassy.
Mas as taxas de juros mais altos e uma redução do poder de compra dos consumidores forçaram as empresas de tecnologia a cortar seus gastos. Assim, quase 140 mil trabalhadores de grupos de tecnologia perderam o emprego em 2023, comparado a 161 mil em todo o ano de 2022, segundo o Layoffs.fyi, um site da internet que monitora as demissões no setor.
Os investidores vêm recompensando os grupos de tecnologia pelas demissões, com os preços das ações da Meta, Alphabet, Amazon e Microsoft subindo desde o começo deste ano.
Mas essas medidas para melhorar a eficiência têm um preço. Esses quatro grandes grupos de tecnologia revelaram que incorreram coletivamente em despesas de mais de US$ 10 bilhões relacionados às demissões em massa e outras medidas de corte de custos.
A Amazon começou a reduzir seu quadro de funcionários em novembro, começando com um programa de “demissões voluntárias”. Em janeiro, ela anunciou que iria demitir 18 mil pessoas. O preço de sua ação acumula uma valorização de 14% no ano, o que elevou seu valor de mercado para mais de US$ 1 trilhão. A ação da Amazon fechou em queda de 1,25% nesta segunda-feira.
Jassy disse que as demissões estão sendo anunciados em etapas, à medida que as equipes concluem análises internas, e as decisões finais serão tomadas até a metade de abril.
A Amazon gastou US$ 640 milhões em indenizações no quarto trimestre de 2022, além de um adicional de US$ 720 milhões relacionados ao abandono de projetos imobiliários.
Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/03/21/amazon-ja-acumula-27-mil-demissoes-desde-janeiro.ghtml