As 35 pessoas mais inovadoras abaixo dos 35 anos, segundo o MIT

Homens e mulheres têm avançado em terapias genéticas, inteligência artificial e muitas outras soluções para resolver problemas urbanos, de energia e doenças.

Programar células brancas para atacar o câncer. Construir uma impressora 3D gigante para imprimir um foguete espacial. Treinar um software de inteligência artificial (IA) a jogar pôquer. Essas são algumas das inovações feitas pelas 35 pessoas mais inovadoras abaixo dos 35 anos apontadas pelo MIT Tecnology Review. Homens e mulheres têm avançado em terapias genéticas, IA e muitas outras soluções para resolver problemas urbanos, de energia e doenças.

A lista é divulgada anualmente há 20 anos e destaca pessoas que estão inovando e empreendendo em diversas áreas, criando tendências ou projetos com potencial econômico e humanitário. A lista é dividida em cinco categorias: Inventores, Empreendedores, Humanitários, Visionários e Pioneiros.

Inventores

Jason Buenrostro, 31 anos
Universidade de Harvard
Ele criou uma ferramenta chamada ATAC-seq que consegue identificar os genes ativos dentro de uma célula. O avanço pode ajudar diferenciar uma célula sadia de uma célula cancerígena, por exemplo. É possível ainda usar essa informação para prever e determinar comportamentos de uma célula enquanto ela se desenvolve.

Silvia Caballero, 34 anos
Vedanta Biosciences
Ela está trabalhando para identificar bactérias que podem ajudar a combater três tipos de bactérias resistentes, encontradas especialmente em hospitais e responsáveis por infecções. Caballero criou a maior base de dados de bactérias intestinais. Por meio de testes, ela já conseguiu identificar um coquetel bacteriano derivado da flora intestinal humana que pode controlar todos os três tipos de bactérias resistentes. O objetivo agora é iniciar estudos clínicos com esse possível medicamento em 2021.

Dawei Di, 34 anos
Universidade de Zhejiang e University de Cambridge
Ele co-inventou um novo tipo de LED que consegue gerar luz de forma mais eficiente. Além disso, Di ainda produziu um material mais barato, simples e que demanda menos energia, na comparação com as opções do mercado.

Olga Dudchenko, 34 anos
Faculdade de Medicina Baylor da Universidade de Rice
Por meio de Hi-C, uma técnica originalmente criada para estudar o formato dos cromossomos, ela usa partes do DNA que estão próximas umas das outras para fazer o sequenciamento dos genes. Junto com algoritmos, esse método torna o sequenciamento mais simples e efetivo. Dudchenko já “organizou” o DNA de mais de 50 espécies de animais e tem como objetivo criar um banco de dados de todos os animais do mundo – o que pode, por exemplo, ajudar no combate à extinção de espécies.

Abhinav Kandala, 32 anos
Área de pesquisa da IBM
Ele está usando computadores quânticos para prever propriedades de possíveis novos remédios e materiais. Kandala já conseguiu simular átomos, criando a maior molécula feita por um computador quântico.

Marc Lajoie, 33 anos
Lyell Immunopharma
Ele criou uma forma de programar as células brancas de um paciente para que elas ataquem células cancerígenas. Pelo método do Lajoie, é como se as células recebessem um “chip” que possibilita que os cientistas as controlem para não só atacar um antígeno, mas combinações deles. Assim, esse tratamento pode ser aplicado em vários tipos de câncer, e não apenas em alguns, como anteriormente.

Ritu Raman, 27 anos
MIT
Por meio de impressoras 3D, ela criou robôs minúsculos feitos parcialmente de tecidos biológicos e musculares. Os robôs conseguem medir a temperatura, PH, pressão e outros fatores do ambiente ao seu redor. Segundo Raman, esses robozinhos podem ser usados para limpar água poluída, por exemplo.

Isaac Sesi, 26 anos
Sesi Technologies
Com rádios antigos e outras peças, ele criou um dispositivo para solucionar um problema comum de contaminação entre a maioria dos agricultores da África Subssariana. Sesi alterou o circuito interno de um dispositivo que mede a umidade de grãos após a colheita e criou um aparelho de apenas US$ 80 (os tradicionais custam US$ 400). Ele ainda criou um aplicativo que os ajuda a identificar insumos ideais para o solo.

Brandon Sorbom, 32 anos
Commonwealth Fusion Systems
Os reatores de fusão são caros, mas graças a Sorbom, isso pode mudar. Ele desenvolveu um sistema eletromagnético com condutores em alta temperatura que isolam parte do processo de fusão.

Archana Venkataraman, 33 anos
Universidade de John Hopkins
Ela está usando inteligência artificial para mapear todo o cérebro e assim desenvolver novos diagnósticos e tratamentos menos invasivos. Venkataraman usa os dados de exames de imagem já existentes, como eletroencefalograma, para desenvolver algoritmos que “destravam” funções desconhecidas do cérebro.

Empreendedores

Anurag Bajpayee, 34 anos
Gradiant
Ele criou um sistema de descontaminação de água que reduz a quantidade de produtos químicos necessários no processo. Bajpayee vai lançar, ainda este ano, seu primeiro sistema comercial baseado em uma nova tecnologia que pode ser instalada em usinas de dessalinização de água do mar e promete aumentar a eficiência na geração de água doce para até 85%.

Vivian Chu, 32 anos
Diligent Robotics
Usando inteligência artificial, ela criou um robô que ajuda nas atividades braçais de hospitais. Chamado de Moxi, o robô trabalha 22 horas por dia (demora duas horas para carregar) levando suprimentos, exames e limpando os quartos dos pacientes. Assim, de acordo com Chu, os profissionais do hospital podem passar mais tempo atendendo os pacientes.

Tim Ellis, 29 anos
Relativity Space
Ele criou uma impressora 3D de seis metro de altura para construir satélites e foguetes. A máquina funciona com machine learning, que automatiza o processo, selecionando quais partes imprimir e a melhor forma de fazer isso. O objetivo da empresa é criar um foguete em 60 dias – bem abaixo dos 18 meses da indústria tradicional –, o que reduziria os custos de produção.

Kathy Hannun, 32 anos
Dandelion Energy
Ela criou um sistema mais acessível de captação de energia geotérmica. Hannun criou um sistema de perfuração que não precisa de grandes superfícies para atingir os mesmos resultados. Com esse método, ela conseguiu reduzir o custo pela metade.

Qichao Hu, 33 anos
SolidEnergy Systems
Segundo a publicação, ele é a pessoa que chegou mais perto de comercializar baterias feitas de metal lítio. Esse tipo de bateria promete o dobro de densidade de energia das baterias de íon de lítio, o modelo mais usado pelo mercado na maioria dos aparelhos eletrônicos e elétricos.

Riana Lynn, 33 anos
Journey Foods
A bióloga está usando IA para desenvolver comidas industrializadas mais saudáveis e usando apenas vegetais. Lynn já criou barrinhas de cereais e planeja desenvolver bebidas e massas.

Visionários

Raluca Ada Popa, 32 anos
Universidade de Berkeley
Ela criou um sistema de criptografia de segurança que não precisa de firewall para afastar os hackers. Com seu software, mesmo que os ataques aconteçam, os hackers não conseguem decifrar os dados do sistema.

Noam Brown, 31 anos
Facebook
Ele criou um sistema de IA que joga pôquer. Chamado de Libratus, o software foi treinado primeiro jogando com si mesmo, depois com jogadores humanos. O sistema ganhou de quatro dos melhores jogadores de pôquer do mundo em 2017. Diferente de jogos como xadrez ou Go, o fato de as cartas do oponente estarem escondidas de um jogador e a possibilidade de blefar aumentam a complexidade do jogo para a inteligência artificial. Isso importa porque a maioria das situações reais que envolvem estratégia possuem algum tipo de informação oculta. Brown espera que o software possa ser usado em soluções automatizadas, como organização de trânsito, previsão de desempenho do mercado e negociações de segurança nacional.

Camille Francois, 30 anos
Graphika
Por meio de machine learning, ela mapeia comunidades online para detectar informações erradas e campanhas de assédio na internet. Ela aplica métodos de investigação e ciência de dados nesses mapas para encontrar os padrões dessas campanhas coordenadas.

Guosong Hong, 33 anos
Universidade de Stanford
Ele desenvolveu um eletrodo semelhante a uma malha pequena e flexível que pode ser injetado, por meio de uma agulha, em uma determinada região do cérebro. Esse dispositivo permite aos cientistas analisar as atividades cerebrais sem a necessidade de apelar para métodos mais invasivos, como cirurgia. Esse dispositivo pode ajudar a estudar doenças como Parkinson e Alzheimer.

Patrick Hsu, 27 anos
Instituto de Estudos Biológicos de Salk
Ele expandiu a tecnologia de edição genética CRISPR para também editar o RNA – molécula responsável por traduzir as informações do DNA em proteínas. Hsu está usando a técnica para estudar doenças cerebrais.

Azalia Mirhoseini, 32 anos
Google Brain
Ela está usando IA para desenvolver chips de IA mais eficientes. Normalmente, os cientistas adaptam chips existentes para aplicar em sistemas de IA. Pelo método de Mirhoseini, os chips são mais ágeis e eficazes – o que reduz os custos.

Kimberly Stachenfeld, 28 anos
DeepMind
Ela está usando uma teoria sobre o hipocampo, região do cérebro responsável pela memória espacial e navegação, para aprimorar o desenvolvimento de IA. Pela teoria dela, o hipocampo consegue prever e analisar suas opções de forma rápida antes de tomar decisões. Se conseguir aplicar esse sistema em softwares de IA, Stachenfeld acredita que não será necessário tantos dados.

Liang Xu, 31 anos
Ping An Technology
Ele está desenvolvendo uma plataforma de IA para tornar as cidades mais responsivas aos cidadãos. Seu software aumentou em 95% a eficiência do sistema de saúde e ainda reduziu o tempo de processamento de documentos.

Humanitários

Himabindu Lakkaraju, 29 anos
Universidade de Harvard
Ela desenvolveu um programa de IA para eliminar o viés nas decisões de juízes e médicos. O sistema criado por Lakkaraju usa dados para prever tanto a decisão da máquina como dos humanos.

Ida Pavlichenko, 32 anos
Instituto Wyss da Harvard
Ela desenvolveu aparelhos auditivos menores que os tradicionais para serem usados no tratamento contra infecção de ouvido. O aparelho de Pavlichenko é menor e mais seletivo, assim consegue inserir a medicação, mas sem que água do banho, por exemplo, entre e infeccione a região.

John Porter, 33 anos
Universidade de Washington
Ele criou um sistema para que desenvolvedores de vídeo games desenvolvam programas que levam em conta a acessibilidade desde o começo.

Pioneiros

Rediet Abebe, 28 anos
Universidade de Cornell
Por meio de algoritmos e IA, ela está desenvolvendo formas de diminuir as desigualdades sócio-econômicas. Os softwares criados por Abebe, identificam as regiões que mais precisam de recursos e informações médicas, por exemplo.

César de la Fuente
Universidade da Pennsylvania
Ele desenvolveu algoritmos para criar antibióticos artificiais mais eficientes no tratamento de doenças.

Nicole Gaudelli, 34 anos
Beam Therapeutics
Ela desenvolveu um método que “corrige” mutações de um único gene. Por exemplo, uma adenina de ácido nucleico, chamado de A, fora do lugar, está presente em diversos tipos de câncer e doenças como Parkinson e Alzheimer.

Grace Gu, 30 anos
Universidade de Berkeley
Com IA, ela está desenvolvendo materiais mais leves e resistentes que podem ser usados em armaduras, implantes médicos e painéis solares.

Song Han, 30 anos
MIT
Ele desenvolveu um software e hardware que permitem que programas de IA possam ser implantados em dispositivos móveis de cargas baixas. Essa técnica permite que algoritmos de IA possam ser feitos em smartphones.

Jinxing Li, 32 anos
Universidade de Stanford
Ele criou micro robôs que combatem doenças em animais. Li projetou micromotores que funcionam no meio de fluidos intestinais em um animal vivo. Depois de acabar com a doenças, eles se biodegradam.

Mariana Popescu, 32 anos
ETHZ
Ela desenvolveu um sistema computacional que transforma tecidos de malha em moldes para edifícios de concreto. Essa invenção possibilita a construção de projetos customizados e complexos mais rapidamente, com menos desperdício e emissões de carbono.

Wojciech Zaremba, 30 anos
OpenAI
Por meio de machine learning, ele treinou uma mão robotizada para aprender por conta própria como pegar um brinquedo em diferentes ambientes. O robô foi feito com um programa de computador em forma de rede neural que imita as associações feitas em um cérebro.

Fonte: epocanegocios.globo.com

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