As 6 grandes tendências do e-commerce brasileiro para 2021

Depois de um ano em que vimos um crescimento histórico, o que vem por aí neste 2021?

Para o bem ou para o mal, os últimos 12 meses foram inesquecíveis. A pandemia acelerou a digitalização do varejo de uma forma que seria impossível imaginar: no primeiro semestre de 2020, o e-commerce teve o maior crescimento dos últimos 20 anos, avançando 47%. As empresas precisaram investir em canais digitais para poder continuar em contato com os clientes. Quem tinha um e-commerce atualizou seus sistemas, quem estava off-line correu para abrir um site ou entrar em um marketplace. O WhatsApp se tornou estratégico e as lojas físicas ganharam a função de hub de distribuição.

E o crescimento do e-commerce continuou acelerado no segundo semestre. Uma boa referência é a Black Friday, em que as vendas cresceram 32% na comparação anual, considerando somente a sexta-feira. Em todo o mês de novembro, a expansão foi de 70%. O varejo foi de vez para o on-line, incluindo segmentos como materiais de construção e supermercados, e o consumidor gostou.

Como resultado, o varejo brasileiro nunca mais será o mesmo.

O novo ano começa com a expectativa de tempos melhores, mas ainda com a promessa de turbulências. O fim do apoio emergencial e indefinições a respeito de um cronograma de vacinação (ou mesmo de quais vacinas estarão disponíveis) criam mais tensão, mas todos nós estamos imersos nesse ambiente e vamos precisar lidar com ele. A diferença estará em quem conseguir identificar os caminhos para estar mais próximo dos clientes e digitalizar ainda mais seus negócios.

Por isso, neste 2021 todo varejista deveria estar atento aos seguintes pontos, que farão a diferença entre ser líder e ficar para trás:

1) Integração on-line e off-line

O fechamento das lojas físicas de todo o varejo considerado não essencial (responsável por cerca de dois terços das vendas do setor) teve um efeito benéfico inesperado. Com as lojas fechadas ao público, ficou claro que o PDV poderia – e deveria – ser mais que um lugar para a venda de produtos. No melhor exemplo de “se Maomé não vem à montanha, a montanha vai a Maomé”, a loja passa a estar à disposição do cliente de todas as formas possíveis.

Os varejistas perceberam que suas lojas físicas poderiam funcionar como hubs avançados de distribuição para atender os pedidos on-line dos clientes da vizinhança. Dessa forma, conseguem reduzir significativamente os custos logísticos e os prazos de entrega e ganhar competitividade. O ship from store ganhou um enorme impulso ao longo de 2020: dados da Linx Digital mostram que, na Black Friday, essa modalidade teve um aumento de 142% no número de pedidos e representou 63% de todos os pedidos omnichannel.

Em 2021, mais varejistas irão adotar a entrega a partir das lojas físicas, estimulando a modernização dos sistemas e acelerando a implementação de sistemas OMS. Ao mesmo tempo, o “clique e retire”, a forma mais conhecida de omnichannel, voltará a ganhar força com a vacinação e o aumento do fluxo de clientes nas lojas.

2) Siga as letras: ESG

Os cuidados com práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) ganharam espaço durante a pandemia e, neste ano, serão um fator cada vez mais importante na escolha das marcas e na fidelização dos clientes. Empresas com um posicionamento ESG relevante terão uma melhor imagem e tenderão a crescer mais rápido – desde, é claro, que as ações ESG sejam reais.

Isso é muito positivo para o e-commerce, que pode se beneficiar de várias maneiras: usando embalagens recicláveis ou retornáveis; comunicando melhor suas ações de redução da “pegada de carbono” ou para ajudar comunidades carentes; e se envolvendo em causas sociais e/ou ambientais. Empresas que são referência em ESG mostram aos clientes que têm um propósito mais nobre que a venda de produtos. E isso traz resultados financeiros.

3) Inteligência Artificial que funciona

Inteligência Artificial (IA) foi uma das expressões mais presentes nas conversas, em eventos e nos materiais de marketing. Fornecedores dizem que seus sistemas se baseiam em IA, empresas dizem que usam a tecnologia para conhecer melhor seus clientes, e assim se conquista uma imagem de modernidade. Mas é preciso ir muito além disso.

A IA oferece benefícios reais em qualquer atividade que dependa da coleta e da análise de dados para melhorar o relacionamento com os clientes. Neste ano, mais e mais aplicações de tecnologia terão IA embutida. A chave para o sucesso é entregar valor real ao cliente. A IA que funciona é aquela que antecipa demandas dos consumidores para solucionar problemas do varejo e da indústria, como ruptura, planejamento de demanda e personalização de promoções e ações de comunicação.

4) Live streaming

No meio da pandemia, o varejo descobriu o live streaming como uma forma de levar calor humano para as transações on-line. Uma maneira de tornar o e-commerce mais “com cara de loja física”. Em um primeiro momento, com um jeito bem vintage: apresentar ofertas em vídeo e estimular o cliente a acessar um outro canal para fechar a transação é uma forma de descrever os canais 1406 dos anos 90 (em que o cliente ligava para um número de telefone para fazer o pedido).

O exemplo da China aponta o caminho para o que será o live streaming neste 2021: comprar diretamente do vídeo, sem sair da transmissão e sem direcionar o cliente para outro canal de relacionamento. A integração dos mecanismos de compra às transmissões oferece uma experiência mais imersiva.

Não é à toa que o Interactive Advertising Bureau estima que as vendas geradas pelo live streaming alcancem US$ 120 bilhões em todo o mundo neste ano. Os consumidores querem sentir uma conexão com as marcas, não querem somente comprar produtos. O live streaming consegue oferecer essa conexão, mantendo a segurança do isolamento social. É de se esperar que, passada a crise, os consumidores voltem às lojas, mas o live streaming continue sendo uma força importante para o relacionamento com as marcas.

5) Social commerce, finalmente!

Há anos as vendas pelas redes sociais são uma tendência indicada como “agora vai”. Com a pandemia, mais pessoas passaram a interagir on-line com suas marcas preferidas, encurtando o caminho para as compras on-line. Como Instagram, Facebook e TikTok são sinônimo de internet para boa parte dos seus usuários, as experiências de compra nas redes sociais estão se sofisticando. Projeções indicam um crescimento da ordem de 30% nas vendas globais via social commerce nos próximos cinco anos. Mais poder para as big tech, mais desafios para as marcas de varejo.

6) Uma nova logística

A logística é um aspecto estratégico do e-commerce, já que a velocidade de entrega dos produtos é um enorme fator de diferenciação e um dos principais elementos decisivos de compra, ao lado do valor do frete. Novas soluções de entrega diminuem o prazo e reduzem o custo do delivery de produtos, o que torna o e-commerce ainda mais interessante para os clientes e alavanca vendas.

Além do ship from store, que transforma as lojas físicas em hubs logísticos, outro movimento importante dos varejistas on-line é a busca por novas modalidades de entrega. Os marketplaces estão reforçando suas estruturas de entrega, com investimentos em Centros de Distribuição, carros elétricos, aviões e drones. Startups dedicadas à logística de última milha aumentam as possibilidades do uso de lockers e parceiros de coleta e retirada de entregas. O varejo precisa levar em conta essas novas realidades e desenvolver um mix de entregas que alie velocidade e custos baixos. Essa será uma equação vencedora no e-commerce de 2021.

 

Fonte : ecommercebrasil.com.br

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