As conexões entre o mercado da Ásia-Pacífico (APAC) e América Latina possibilitam a ampliação de negócios em diversos setores da economia por meio do comércio eletrônico e as novas tendências em meios de pagamento. Neste cenário, até 2026, empresas asiáticas representarão 28% das importações feitas pela América Latina via comércio eletrônico, acima dos 16% em 2022. É o que aponta o relatório “Insights e Oportunidades para Expansão Regional de Sucesso – Interconectando Ásia-Pacífico e América Latina”, primeiro estudo do tipo encomendado pela Nuvei, plataforma global de pagamentos, à empresa de pesquisas Americas Market Intelligence (AMI).
“A América Latina é um mercado muito relevante para os comerciantes internacionais. O Brasil e o México, em particular, são atraentes por seu tamanho, dinamismo e padrões culturais que refletem os mercados asiáticos. Este estudo é o primeiro de uma série de relatórios que a Nuvei produzirá, explorando potenciais de crescimento em diversas regiões. Acreditamos que dar destaque a esses mercados em rápida ascensão ajuda as empresas a tomarem melhores decisões ao procurarem oportunidades de expansão”, avalia Yuval Ziv, presidente da Nuvei.
Potencial de crescimento do e-commerce
Entre as principais tendências, o relatório projeta que o comércio eletrônico no Brasil crescerá a uma taxa anual de 20% entre 2022 e 2026, saltando de US$ 211 bilhões em 2022, para US$ 432 bilhões em 2026. Já o México terá uma taxa anual de aumento de 32% no mesmo período. “A América Latina tem a oportunidade de fortalecer o B2B por meio de relacionamentos com a Ásia”, comenta Javier Guerrero, Country Manager da Nuvei no México.
Ou seja, um vasto potencial de crescimento que, de acordo com o relatório da Nuvei, foi acelerado pela pandemia e a adoção das compras online que impulsionaram os consumidores a experimentarem novas formas de pagamento. “Cada vez mais as empresas buscam expandir a atuação para além da região de origem, e a América Latina está no topo da lista de preferência, devido ao êxito alcançado pelas várias empresas que já optaram por esse caminho”, diz Rafael Lavezzo, vice-presidente comercial da Nuvei América Latina.
Sinergia entre os mercados Ásia-Pacífico e América Latina
A região Ásia-Pacífico com cerca de dois bilhões de habitantes e mais de 40 países traz semelhanças com a América Latina e sua população de 660 milhões de pessoas. Além dos mercados desenvolvidos como Japão, Cingapura e Hong Kong, a maior parte da APAC é formada por países em desenvolvimento. O que significa dizer que a adoção de internet, celulares e outras tecnologias ocorreu de forma gradual e desigual no decorrer dos últimos anos.
Os países da APAC têm mais de 40 jurisdições. Apenas na Indonésia são mais de 20 métodos de pagamento utilizados. Os métodos de pagamento locais adotados nos mais de 30 mercados da América Latina incluem iniciativas dos bancos centrais como Pix no Brasil e SPEI no México, incluindo boleto bancário e Oxxo Pay, e uma infinidade de carteiras digitais. As regulamentações também são variadas com leis tributárias, estruturas bancárias e padrões culturais diversos.
A alta adoção de celulares e do mobile-first na América Latina é uma realidade nos diversos países da região, com muitos consumidores migrando suas compras e entretenimento diretamente para esse dispositivo. Dessa forma, sites e aplicativos ágeis e responsivos que funcionam em telefones celulares com pouca memória e conectividade instável têm sido fatores-chave para o sucesso nesses mercados.
Diante desse cenário, para as empresas, é importante a disponibilidade de uma tecnologia que permita a venda online para consumidores na América Latina, sem a necessidade de abrir uma operação local, conhecido como modelo merchant of record (MoR), o que é proporcionado pelas empresas de tecnologia de pagamentos, que permite o aceite de pagamentos na moeda local, com diferentes opções. O que beneficia grandes marcas e pequenos e médios negócios em todas as verticais do e-commerce.
“Em essência, na Nuvei, ajudamos nossos clientes a se conectarem com os deles. Somos hoje líderes em cobertura global de pagamentos, com mais de 570 métodos de pagamentos alternativos e adquirência local em cerca de 50 mercados. Também desenvolvemos nossa solução proprietária, que permite aos comerciantes e clientes se conectarem conosco e assim tenham a disposição métodos de pagamentos local”, diz Yuval Ziv, presidente da Nuvei.
Expansão do e-commerce
Nas últimas três décadas o Brasil avançou. Desde o Plano Real em 1994, que buscou estabilizar a economia em meio a uma inflação de mais de 4.000%, a melhora econômica e social impactou a relação da população com o dinheiro e na forma de transacionar os valores. Os reguladores trabalharam para digitalizar dinheiro e pagamentos, disseminar redes de aceitação de cartões de crédito e débito e promover o e-commerce. O incentivo ao banco digital e a criação do sistema de transferência interoperável, o Pix, revolucionou a forma como os brasileiros fazem pagamentos. Tanto que hoje o Pix é utilizado por 72% da população e o cartão de crédito por 37%.
Em agosto de 2022, foram feitas quase 2,2 bilhões de transações por meio do Pix no Brasil. A ascensão meteórica dos usuários do Pix, cerca de 124 milhões de brasileiros, demonstra a prontidão do mercado para um método de pagamento instantâneo, o que fez bancos e comerciantes se adaptarem. O Pix já é aceito por 78% dos lojistas de e-commerce, superando a aceitação de cartão de débito e carteira digital. A tendência é que o Pix aumente sua participação nas compras à medida que o Banco Central lançar novos recursos, como o Pix Garantido que permitirá pagamentos parcelados e permitir também pagamentos internacionais via Pix.
“O Pix revolucionou os negócios no Brasil e subiu vertiginosamente, a ponto de representar 30% ou 40% da receita total dos comerciantes. Também está atraindo novos varejistas para o Brasil, principalmente, da Ásia que procuram uma maneira simples, fácil e de baixo risco no aceite dos pagamentos”, afirma Juan Franco, o vice-presidente sênior da Nuvei Latam e Membro do Conselho de Administração da Câmara de Comércio Singapura-México.
Atualmente, 96% dos adultos relacionam-se com instituições financeiras ou fintechs no Brasil. E as vendas online representam mais de 40% do volume total na América Latina, o que faz do País um dos 10 principais mercados globais para empresas que buscam expansão internacional, como a Shein, AliExpress (que já estabeleceram operações locais no Brasil), Zalora, Shopee, Garena e Rakuten, que se tornaram conhecidas entre os consumidores nos últimos cinco anos. Somente o Shopee registrou um crescimento de 270% ano a ano no segundo trimestre de 2022, de acordo com seu relatório de relações com investidores.
Verticais do e-commerce com alta tendência de crescimento
Apesar do e-commerce transfronteiriço no Brasil ter sido afetado em 2020 pela desvalorização do real e as interrupções nas cadeias de suprimentos, o crescimento já foi retomado e, no geral, é esperado que entre 2022 e 2026, o e-commerce cresça 20% ao ano. Entre as verticais de e-commerce no Brasil, o Varejo é a mais representativa, com 44% (US$ 93 bilhões) e deve continuar a crescer 20% entre 2022 e 2026. Por outro lado, Educação que detêm 2% (US$ 4 bilhões) deve crescer 49% até 2026, percentual igual ao de Jogos Azar. Já o segmento de Viagens com 15% (US$ 32 bilhões) crescerá 23% até 2026.
Em 2021, a América Latina teve um crescimento na indústria de jogos, com Brasil, Argentina e México na liderança. Dos 146 milhões de pagantes por jogos na América Latina, Brasil e México juntos representam 68% do mercado na região. Os brasileiros gastam mais de US$ 1,6 bilhão em jogos por ano e o celular é o mais utilizado para os jogos, o que deve aumentar com a chegada do 5G. Hoje, já são 234 milhões de celulares para cerca de 214 milhões de habitantes no Brasil.
Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/nuvei-empresas-asiaticas-importacoes-feitas-pela-america-latina-comercio-eletronico