Black Friday: Loggi prevê alta de 30% no volume para novembro

Para a MundoLogística, diretor de Transportes da companhia reforçou que quem tiver volume e produtividade, bem como melhor previsão e melhor planejamento em termos de capacidade, terá melhores resultados.

À medida que o mundo se prepara para mais uma edição da Black Friday — que ocorrerá em 24 de novembro —, o setor de transporte está se tornando um protagonista essencial nas preparações para o evento de compras mais esperado do ano.

Em 2022, 8 milhões de pessoas fizeram compras durante a Black Friday no Brasil, resultando em um faturamento de mais de R$ 6 bilhões, de acordo com um levantamento da Confi.Neotrust. Para 2023, a expectativa é bem mais alta: sete em cada dez brasileiros pretendem comprar na temporada, conforme uma pesquisa do Google encomendada pelo Instituto Ipsos.

Um estudo divulgado pela Méliuz para a Black Friday 2023 mostra que os brasileiros devem gastar 62% a mais neste ano se comparado ao que foi visto em 2022, quando o ticket médio foi de aproximadamente R$ 618. Além disso, 95% dos brasileiros querem aproveitar o dia 24 de novembro para comprar alguma coisa.

Outro ponto ressaltado pela pesquisa foi que 98% dos consumidores pretendem realizar suas compras online — um dado que demonstra a importância que as lojas virtuais terão nesse período.

Em um cenário de descontos e ofertas idealizados para atrair multidões, o setor de transporte desempenhará, mais uma vez, um papel crucial no sucesso da Black Friday deste ano, enquanto enfrenta desafios significativos para garantir que os consumidores recebam suas compras de maneira eficiente.

De acordo com o diretor de Transportes da Loggi, Francisco Furtado, em entrevista exclusiva à MundoLogística, o grande aprendizado para toda operação com picos, como no caso da Black Friday, é o desvio na previsão.

“Vai ter desvio no planejamento, então precisa estar bem estruturado com um plano de fullbacks, ter um plano A, B e C para reagir rapidamente. Essa é a diferença, quando tem uma diferença no planejamento, ter um bom plano B para reagir mais rápido”, afirmou.

O executivo acredita que quem conseguir ter volume e produtividade, bem como melhor previsão e melhor planejamento em termos de capacidade, terá melhores resultados.

Para atender a demanda da Black Friday, a Loggi está prevendo um incremento de cerca de 30% no volume atual para o mês de novembro, comparado com o mesmo período do ano passado. “O dia tem um pico de mais de 100%, mas, para o mês de novembro, a gente espera uma alta de pelo menos 30% nos volumes”, explicou.

De acordo com Furtado, a companhia elaborou um plano detalhado com o todas as frentes e pontos de planejamento, incluindo um backup e plano B. “Até um certo percentual de variação a gente consegue absorver com esse plano de backups que preparamos. Contratamos uma frota adicional para backup, negociamos com os transportadores de ter veículos para garantir essa questão de volumes adicionais ou desvios que não estavam previstos”, afirmou.

COLABORAÇÃO ENTRE EMPRESAS DE LOGÍSTICA E VAREJISTAS
Garantir que os produtos sejam entregues pontualmente e em ótimas condições constitui uma tarefa desafiadora, que requer não apenas uma equipe de logística capacitada e experiente, mas também a disposição de uma infraestrutura apropriada para o armazenamento e transporte eficaz de produtos. Essa infraestrutura abrange desde um depósito bem-estruturado até a utilização de veículos de transporte ou mesmo a gestão de uma frota coordenada.

Na visão do diretor de Transportes da Loggi, o planejamento dessa operação demanda explorar não o que será vendido, mas sim a quantidade, em que origens e em quais destinos. A companhia monta um planejamento com varejistas e clientes para poder “setar” a capacidade na malha e conseguir dividir essa capacidade entre eles.

Segundo Francisco Furtado, baseado no histórico e no que os clientes passam de expectativa de volume, é planejada a capacidade para as unidades, dividindo-a entre os clientes. “Normalmente, tem um cliente que passou o histórico de volume e vou reservar aquela capacidade para ele. Se passou daquela capacidade contratada, avaliamos se algum outro cliente veio com a capacidade menor, se ele consegue encaixar”, esclareceu.

No entanto, se todos estão acima da capacidade, é combinado de colocar um dia ou dois dias a mais a entrega para que esse volume seja diluído. “Por mais que a gente planeja e se estrutura para aumentar e absorver esse volume nesse período, se a variação for muito alta, mesmo assim não é suficiente esse planejamento prévio”, ressaltou o executivo.

MUDANÇAS NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
Segundo projeções da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce vai atingir R$ 185,7 bilhões no país em 2023. A entidade não só estima um aumento de 5% nas vendas do ano, como também prevê um crescimento constante da atividade, que deverá chegar a R$ 273 bilhões em 2027.

Relatório publicado em 2022 pela Capterra aponta que 73% dos consumidores entrevistados disseram que a modalidade de entrega no mesmo dia é relevante. Outro dado indica que 49% declararam que a rapidez é o item mais importante na entrega dos pedidos, superando inclusive questões como preço.

A mudança no comportamento do consumidor refletiu política de frete dos varejistas. Na análise do diretor da Loggi, até algum tempo atrás, era possível ver qualquer produto com frete grátis e entrega no mesmo dia — e se a entrega for rápida, com frete grátis, o consumidor vai escolher receber quanto antes.

Entretanto, muitos varejistas e embarcadores alteraram algumas condições de frete. “Se você quiser receber hoje, o valor do frete custa ter um preço, você quer receber amanhã, tem outro preço”, afirmou Francisco Furtado,

Percebe-se que o movimento do consumidor também foi em relação à necessidade. Quando, de fato, tem uma necessidade ou quando o produto tem uma urgência, o cliente aceita pagar a mais pelo frete. Quando é uma compra com programação e consegue esperar, consumidor prefere esperar alguns dias para ter, de fato, um preço menor ou até frete grátis.

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