Centros de distribuição investem em novas unidades

Otimização da cadeia de suprimentos demanda maior atenção à tecnologia, produtividade e processos.

Em um ambiente de incerteza na economia, os centros de distribuição (CDs) mantiveram investimentos em tecnologia, inovação, produtividade e processos, em busca de otimização na cadeia de suprimentos. A DHL Supply Chain, uma das líderes em contratos logísticos no país, é uma das que devem liderar o processo nos próximos anos.

A empresa, braço de armazenagem e distribuição da alemã DPDHL, vai desembolsar R$ 800 milhões até 2025 na construção de CDs sustentáveis, na modernização de sua frota de transporte (eletrificação) e na automação e robotização de suas operações. Neste ano, a DHL Supply Chain já colocou em operação um CD em Aparecida de Goiânia (GO), outro em Viana (ES) e mais um em Itapoá (SC), totalizando uma área de 31 mil metros quadrados (m²).

Até dezembro, a empresa vai erguer outros 120 mil m² em Extrema (MG), distribuídos em mais de um armazém. Em 2024, de acordo com Marcos Cerqueira, vice-presidente de saúde da DHL Supply Chain, Minas Gerais deve ganhar outro CD de 100 mil m² e, para 2025, a empresa adquiriu um terreno de 300 mil m² em Jundiaí (SP), onde construirá um armazém de 138 mil m².

Com essas novas unidades, o estoque da empresa deve se aproximar de 1,5 milhão de m² no país, a maior parte concentrada na região Sudeste. Cerqueira ressalta que, em 2022, a DHL inaugurou uma área de armazenagem de 45 mil m² em sua filial de transportes em Jandira/Barueri (SP).
“Nosso objetivo é continuar a atender setores com perspectivas de crescimento, onde ainda há espaço para maior penetração, como é o caso do e-commerce, e onde há demanda reprimida, como o setor de tecnologia. Nosso negócio é resiliente”, diz Cerqueira. Outros segmentos que têm animado a DHL são: varejo, saúde, consumo e automotivo. A companhia atende 200 empresas no país.

A ID Logistics Brasil, que tem 55 operações espalhadas entre São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Espírito Santo, também acaba de colocar em operação o primeiro CD no Brasil em parceria com a Diageo, líder mundial no segmento de bebidas alcoólicas premium. De acordo com Gilberto Lima, CEO da empresa, a operação amplia a parceria internacional entre ambas as companhias. A Diageo é hoje dona das marcas Johnnie Walker, Tanqueray, Smirnoff, Ypióca, Baileys, Don Julio e Guinness, entre outras.

O novo CD da ID Logistics Brasil, subsidiária da multinacional ID Logistics, presente em 18 países, se soma a outros seis que a empresa loca em Extrema (sul de Minas Gerais), cidade considerada estratégica devido à facilidade de acesso às principais regiões do país e aos benefícios fiscais concedidos pelo município, onde a empresa conta com 130 mil m² de armazéns.
Lima informa ainda que, até o fim do ano, a empresa vai iniciar operações em outros quatro CDs que se encontram em construção na mesma cidade mineira. Embora a ID Logistics Brasil não conte com CDs próprios no país, Lima diz que está em estudo a construção de um que será destinado a um cliente que a companhia tem no Brasil e no exterior.

“O estudo de viabilização que vai definir o tamanho e o montante de investimento necessário deve ser concluído até o fim de março”, afirma Lima. Se o projeto vingar, o armazém será construído em Minas. “A decisão para erguer um CD passa por um contrato de pelo menos dez anos com o cliente.”
O grupo ID Logistics, que em 2022 faturou 2,5 bilhões de euros, opera mais de 355 CDs (8 milhões de m²) em 18 países da Europa, América, Ásia e África. A sua subsidiária no Brasil administra quase 900 mil m² de armazenagem, destinados a players de grande porte nos segmentos de varejo, industrial, FMCG (fast moving consumer goods), cosméticos e e-commerce. Entre seus principais clientes estão a Danone, Unilever, Privalia, Carrefour, Nívea, Heineken, Ambev e, agora, a Diageo.

A RaiaDrogasil (RD) é outra que acabou de iniciar operações de um novo centro de distribuição de 17 mil m² em Cuiabá (MT). Trata-se do décimo segundo CD da rede, que, além de atender Mato Grosso, suprirá o Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre. “É um investimento que possibilitará o abastecimento das farmácias dessas regiões com maior agilidade e entregas mais rápidas para os clientes de 200 farmácias da rede”, diz Erivelton Marcos Oliveira, diretor-executivo de supply chain da RD. Segundo ele, o investimento no novo armazém foi de R$ 56 milhões.

Ainda neste ano, a RaiaDrogasil vai abrir mais dois CDs, um no Pará e outro no Amazonas, com os quais serão 14 CDs em todo o Brasil. “O de Manaus (AM) será um modelo novo de tudo o que temos atualmente. Será menor, de 3,5 mil m², mas vai atender cerca de 50 farmácias”, diz Oliveira. Segundo ele, a logística para o Amazonas tem desafios que precisam ser vencidos, como a ausência de rotas rápidas via malha rodoviária, o que obriga o uso de transporte aéreo, que é mais caro. “A instalação dessa nova operação funcionará como um hub para abastecer de forma mais rápida as nossas farmácias do Amazonas.”

Oliveira diz que o vetor de inauguração de novos CDs está diretamente ligado à expansão das farmácias da companhia. Desde a fusão da Raia e da Drogasil, em 2011, foi triplicado o número de farmácias da rede no país. E, desde 2018, a empresa vem investindo na transformação digital, inserindo milhões de consumidores aos canais de e-commerce. “Tudo isso mexeu com a estrutura logística da RD e foi preciso investir em reformas, ampliação e inauguração de novos CDs. A logística é uma peça-chave na estratégia 2025 de ser a empresa que mais promove saúde e bem-estar para a sociedade.” Para Oliveira, a logística está agora em um patamar de destaque na RD.

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/03/30/centros-de-distribuicao-investem-em-novas-unidades.ghtml

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