Chinesa inaugura loja temporária no Rio e mira crescimento no Brasil

Unidade vai funcionar dos dias 15 a 18 de dezembro com oferta de 11 mil peças de vestuário.

A Shein, gigante asiática de varejo digital, se prepara para inaugurar nesta semana, no Rio de Janeiro, a última loja física temporária de 2023, sem previsão de abrir novas unidades no ano que vem. Com operação 100% digital, a empresa quer se aproximar ainda mais dos clientes brasileiros enquanto o governo discute a taxação de compras internacionais.

Chamadas de “pop-up store”, as lojas funcionam por poucos dias, geralmente dentro de shopping centers, e já aportaram em outras capitais brasileiras, como São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e o próprio Rio de Janeiro.

“Nós somos uma empresa 100% digital, mas essa iniciativa é um momento de conectar a nossa marca aos nossos consumidores”, afirma Raquel Arruda, diretora de marketing da Shein no Brasil.

A nova unidade será inaugurada na sexta-feira (15), no shopping Fashion Mall, zona sul do Rio, e vai funcionar até segunda-feira (18). Apesar de considerar a experiência bem-sucedida, a empresa não garante a abertura de novas unidades temporárias no Brasil em 2024. “É nosso desejo, mas não está definido porque não finalizamos o planejamento para o ano que vem”, explica Arruda.

A entrada na loja é feita mediante a apresentação de ingressos, que serão disponibilizado nesta terça-feira (12), de forma gratuita, pela internet. A expectativa é que as 10 mil entradas esgotem em poucos minutos.

Os clientes poderão comprar, in loco, 11 mil peças de vestuário feminino, masculino e plus size, das quais 5 mil (cerca de 45%) têm produção nacional. A empresa conta com rede de 336 fabricantes parceiros no Brasil e espera realizar 85% das vendas com fabricantes e vendedores locais até 2026 – hoje, o percentual está em 50%.

Mas a maior parte das vendas ainda vem de produtos da China (estima-se em 6 mil as confecções chinesas parceiras). Marketplaces de origem asiática, como Shein, Shopee e AliExpress, têm despertado reações de varejistas tradicionais. Eles alegam que os e-commerces estrangeiros estabelecem uma competição desleal por pagarem menos impostos e não arcarem com encargos trabalhistas.

Pressionado pelo setor de comércio e serviços, o governo sinalizou que pode restabelecer o imposto de importação para essas plataformas. Os sites que aderiram ao programa Remessa Conforme, implementado em agosto pelo governo, estão isentos da tributação em compras de até US$ 50 (cerca de R$ 250). Incide sobre essas compras apenas a cobrança de 17% de ICMS.

Em abril, quando o governo federal começou a discutir a taxação de compras estrangeiras, a Shein se comprometeu a investir R$ 750 milhões no Brasil nos próximos anos, sem estimar o prazo.

A Shein não abre números, mas afirma que houve um crescimento “disruptivo” das operações entre 2022 e 2023. Em outubro, o Valor mostrou que analistas do BTG Pactual estimaram em R$ 7 bilhões o faturamento da asiática com vendas diretas em 2022. O montante é mais que o dobro da Marisa (R$ 3,2 bilhões em receita bruta com vendas).

Nessa disputa, pouco importa se o nome original Shein (pronuncia-se “she in”, de “ela dentro”, da tradução livre em inglês) tenha se tornado “xêin” ou “xâin” no linguajar popular, diz Arruda. “[A pronúncia] é um ponto que a gente discute e já discutiu, mas que não traz nenhuma perda para nós. É uma discussão mínima, no sentido de que o brasileiro já adotou. E o que o brasileiro adotou, a gente não muda”, garante a diretora.

‘https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/12/11/chinesa-inaugura-loja-temporaria-no-rio-e-mira-crescimento-no-brasil.ghtml

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