Com o maior crescimento em duas décadas, o e-commerce brasileiro acabou impulsionando, também, as empresas que atuam no setor de logística. Para a Log Commercial Properties, 2020 foi um ano de recordes. A empresa viu o lucro líquido crescer 186,8% no terceiro trimestre de 2020, para R$ 66,242 milhões. A taxa de vacância ficou estabilizada em 3,5%, recorde histórico.
“O setor de galpões foi impactado muito positivamente pelo crescimento de e-commerce, que sempre foi uma aposta nossa. Hoje 46% da nossa área locada é para operador total ou parcial de e-commerce. Nossos clientes pediram áreas adicionais e expansões para conseguirem atender ao consumidor exigente, que compra e quer o produto entregue em 24 horas. Hoje, todos os operadores de e-commerce do Brasil estão em algum projeto da Log”, afirma, em entrevista à Mercado&Consumo, o CEO Sergio Fischer.
Atualmente, a área bruta locável de galpões e condomínios logísticos espalhados pelo Brasil chega perto de 160 milhões de metros quadrados. Desse total, apenas 10% são galpões classe A, especialidade da Log. São espaços com pé direito mais alto, o que permite o empilhamento de mais mercadorias, e com piso totalmente nivelado, o que evita perda de mercadorias. Alguns parques logísticos têm, ainda, pátio de manobra amplo e área de dormitórios.
“O parque industrial brasileiro é muito pobre. Os galpões geralmente são ruins, não têm segurança, nem espaço humanizado. Tivemos um cliente da área de bricolagem que trabalhava num local totalmente obsoleto. As empilhadeiras andavam pelo piso e ele era tão ruim que a empresa ia perdendo os azulejos, que iam se quebrando”, exemplifica Fischer.
‘Não existe mercado secundário’
Outro diferencial, segundo ele, é o fato de a empresa erguer galpões classe A além do eixo Rio-São Paulo. “Não existe mercado secundário para um galpão. Ele tem de estar próximo de onde está o consumo. Hoje, além do e-commerce, outro drive importante nosso é a migração das empresas do galpão de rua, obsoleto, para o galpão de qualidade. ”
A Log é controlada pela família Menin, dona também da construtora MRV e do Banco Inter, além do canal de TV CNN Brasil. Criada em 2008, ela fez sua abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) no ano passado na bolsa brasileira, a B3. Está presente, atualmente, em 13 Estados e 31 cidades. Sergio Fischer trabalha no grupo desde os 16 anos de idade, quando começou como estagiário.
Os planos para os próximos anos continuam sendo de expansão. “Estramos no Norte, a única região em que ainda não estávamos, no terceiro trimestre deste ano, a pedido da nossa base de clientes. Estamos com 230 contratos ativos. A gente virou solução nacional para muita gente”, afirma o CEO.
Fonte : mercadoeconsumo.com.br