Tecnologia é apontada como pilar para que pequenas e médias empresas possam continuar crescendo em 2022, mostra estudo da Omie.
O ano passado, apesar de desafiador, mostrou que a atividade econômica das PMEs ganhou fôlego no segundo semestre. Porém, o fraco desempenho dos setores agropecuário e indústria restringiu o resultado consolidado de 2021.
Dentre os principais setores monitorados pelo IODE-PMEs, 2021 foi marcado pelo fraco desempenho da Agropecuária (-10,7% ante 2020), da Indústria (-5,9%) e, em menor medida, da Infraestrutura (-0,3%). Por outro lado, houve crescimento expressivo em Comércio e Serviços (+11,7% e +13,5%, respectivamente), principais setores favorecidos pelo avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil e, consequentemente, pela reabertura da economia.
No setor de Serviços destacaram-se positivamente: Atividades Imobiliárias (+54,3% ante 2020); Transporte, Armazenagem e Correio (+22,6%) e; Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços relacionados (+21,8%).
Já no segmento industrial, apesar do bom desempenho da ‘Indústria extrativa’ (+16,7% ante 2020), o enfraquecimento da ‘Indústria de transformação’ (-6,2%), que vem sofrendo, globalmente, por conta dos efeitos das primeiras ondas da pandemia, condicionou a retração do setor como um todo. A crise sanitária também causou a interrupção de diversas cadeias globais de produção e ocasionou desabastecimento e grande pressão sobre custos de componentes básicos.
“A tecnologia, para as PMEs, quer dizer produtividade e competitividade. Nós percebemos que a curva de crescimento para quando o dono começa a perder o contato visual com o negócio. Ele começa a perceber que tem vazamento de recursos e se se lembra de quando ele era menor e dava tudo certo e decide dar um passo para trás. A tecnologia vem para dar capacidade de visão do negócio para esse pequeno empresário continuar crescendo. Ou seja, a tecnologia de gestão é a fundação necessária para a empresa crescer”, comenta Marcelo Lombardo, cofundador e CEO da Omie.
Perspectivas para 2022
As projeções do estudo apontam um avanço de 1,2% em 2022. “O cenário tem como base a perspectiva de continuidade da retomada que vem sendo observada no mercado de trabalho, viabilizada pela reabertura da economia com o avanço da vacinação contra a covid-19 no país, além da projeção de maior controle da inflação frente ao observado no ano anterior”, afirma Felipe Beraldi, especialista de Indicadores e Assuntos Econômicos da Omie.
A empresa acredita que haja uma retomada da demanda por serviços, considerando as menores restrições observadas na economia, além da continuidade do crescimento do setor de Comércio – ainda que em menor intensidade. A expectativa também é positiva para o setor agropecuário, diante da expectativa de recuperação das safras agrícolas, após os efeitos adversos da crise hídrica em 2021.
Por outro lado, a recente subida da taxa Selic pelo Banco Central – justamente para conter as pressões inflacionárias – tende a atenuar os efeitos positivos esperados sobre as atividades das PMEs neste ano, sobretudo por encarecer o crédito e prejudicar os investimentos na economia de modo geral. Neste contexto, como destaques setoriais negativos para 2022, o índice elenca novamente a Indústria – que deve continuar sofrendo no início do ano com o desbalanceamento das cadeias produtivas globais.
O especialista alerta para a importância de programas de suporte aos microempreendedores e às empresas de pequeno porte, principalmente após as crises econômicas. Nesse sentido, ganham relevância para incentivar o desempenho das PMEs neste ano os debates em torno dos programas de renegociação de dívidas de empresas do Simples Nacional, assim como medidas de incentivo ao crédito.
“Momentos de grandes incertezas na política costumam ser marcados por paralisações de investimentos e perda de ímpeto do consumo, o que pode afetar negativamente o desempenho econômico das PMEs brasileiras”, conclui Felipe.
Fonte : https://itforum.com.br/noticias/comercio-e-servicos-foram-os-segmentos-que-mais-cresceram-entre-pmes-em-2021/
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