Com comércio eletrônico em ascensão, consumidores brasileiros trocam varejistas nacionais por estrangeiros para compras online
Com o aumento das compras feitas pela internet, têm crescido também as aquisições feitas em varejistas internacionais. Os números, inclusive, têm mostrado uma preferência dos consumidores por produtos que vêm de fora. Vale lembrar que, recentemente, o Programa Remessa Conforme, da Receita Federal, passou a permitir a isenção de impostos em encomendas de até US$ 50 em marketplaces cadastrados no sistema.
Até agora já se habilitaram no programa Shein, AliExpress, Mercado Livre, Shopee, Sinerlog Store, ebazar.com.br (nas compras feitas via Mercado Livre) e SHPS Tecnologia e Serviços (para compras via Shopee). Antes, a regra para a isenção nas compras com valor que não ultrapassasse US$ 50 valia apenas para pessoas físicas.
Os dados de uma pesquisa elaborada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, mostraram que os consumidores brasileiros têm comprado, em maior parte, produtos em sites internacionais. 74% dos entrevistados afirmaram essa preferência. O percentual representa um crescimento de 29 pontos percentuais quando comparado a 2021. Entre os varejistas internacionais preferidos estão Amazon, Shoppe, Ebay e Aliexpress. Vale lembrar que, entre o público feminino essa preferência se destaca (82,5%).
Por outro lado, o público também demonstrou preferência pelos varejistas nacionais. 71% afirmaram comprar em sites que são do Brasil. Mas isso representa uma queda quando comparados com 2021, visto que, naquele ano, a porcentagem era de 79,2%. Os ouvidos pela pesquisa também têm optado por plataformas de compra e venda de produtos usados. 51,7% do público da pesquisa relatou essa preferência.
Mesmo assim, compras pela internet em sites nacionais ou internacionais tiveram queda
Quando comparadas as compras feitas em sites nacionais ou internacionais nos últimos 12 meses com 2021, a pesquisa mostra que houve um declínio. Enquanto em 2021, 90,6% dos consumidores adquiriram produtos em plataformas online, em 2023 esse número caiu para 76,4%.
O estudo da CNDL com o SPC Brasil estima que, nos últimos 12 meses, 117,25 milhões de pessoas compraram online ao menos uma vez. Porém, 13,8% dos consumidores não utilizaram os meios digitais para suas compras, já outros 9,8% afirmaram nunca ter comprado algo pela internet.
Por que o consumidor é infiel ao comprar online?
Os descontos têm sido o que mais move os consumidores para as compras online, seja em sites nacionais ou internacionais. 88,1% do público do estudo disse comprar dessa forma. Quando segmentadas, percebemos que as promoções das lojas também são atrativas (48,8%), e são seguidas pelos que optam por cupons de descontos (47,1%). Em seguida, os consumidores citaram também que conseguem pagar menos por meio de sites e aplicativos que proporcionam essa redução de valor (25,9%), bem como existem aqueles que preferem pagar menor ao optar pelo pagamento à vista (21,3%).
Ao filtrar por classes sociais, 84,3% dos integrantes dos grupos A e B disseram optar por ofertas que reduzissem o preço dos produtos. Dentro das classes C, D e E esse percentual é de 89,6%.
Além disso, existem outros fatores que influenciam na decisão de compra. Para 51,7%, é o frete grátis que, inclusive, aumenta o número de aquisições feitas pela internet em 64% das vezes. O preço baixo também atrai parte dos consumidores (45,9%), assim como as promoções das lojas e marcas (42%). O consumidor também é atraído por facilidades nas formas de pagamento (34,2%) e por lojas que descrevem detalhadamente os produtos (31,6%).
Vantagens e desvantagens
Se a comodidade de comprar sem sair de casa é apontada como vantagens para alguns consumidores (45,8%), existe também a desvantagem de não poder experimentar o produto antes (47,5%). Os prós e contras das compras online citados pelos clientes do comércio virtual são ainda, por exemplo, a possibilidade de encontrar na internet algo que custe mais barato (40,3%), porém, é um incômodo quando há cobrança de frete (42,6%). Se a flexibilidade de horário para fazer suas compras é benéfica para os clientes (31,9%), não poder ter em mãos o produto assim que é feito o pagamento é uma desvantagem (42,3%).
Quando questionados sobre problemas que tiveram no comércio online, 81% disseram nunca ter enfrentado contratempos. Outros 16,2% tiveram complicações, e as três principais foram: entrega fora do prazo (6,6%); o não recebimento do produto (3,9%); receber algo diferente da foto do anúncio (3,4%); e houve casos em que o que foi comprado chegou ao cliente com danos (2,8%). Importante ressaltar que os consumidores puderam responder mais de uma opção.
Em 59,4% das vezes que os brasileiros enfrentaram problemas em suas compras virtuais, sejam em sites nacionais ou internacionais, houve solução. Nesses casos, a loja trocou o produto (19,8%), devolveu o dinheiro ou ofereceu indenização (16,7%), ou ofereceu um crédito (13,2%). Os clientes que ficaram no prejuízo somam 36,2%. Entre os motivos estão a desistência de procurar resolver (15,9%), o aguardo do retorno do varejista (9,5%) e até mesmo um processo judicial (2,4%).
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