Fim dos caminhões no Japão? O projeto ambicioso para revolucionar a logística do país

País tem investido em soluções ambiciosas de tecnologia e infraestrutura para driblar o choque demográfico.

Até 2030, o Japão tende a perder até 34% de seus motoristas de caminhão, de acordo com o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo japonês (MLIT). O motivo é simples: as pessoas têm se aposentado.

O país tem passado por desafios demográficos motivados pelas baixas taxas de natalidade e pelo envelhecimento populacional crescente — um bom sinal de longevidade, mas um problema para a economia.

Por isso, o Japão tem investido em soluções ambiciosas de tecnologia e infraestrutura capazes de compensar o choque demográfico e modernizar setores estratégicos, como o de transportes.

O país, já conhecido por seus hotéis e carros cápsula, agora quer desenvolver também “cápsulas autônomas” para o transporte de cargas, uma substituição para os caminhões — e, de quebra, para os caminhoneiros.

O projeto consiste em desenvolver uma faixa de rodovia exclusiva para automóveis-cápsula que funcionariam de maneira autônoma no transporte de cargas.

Essas cápsulas, que devem ser capazes de transportar mercadorias de até 1,8 m e altura, devem ter suas faixas dispostas ao longo do acostamento ou dos canteiros centrais das pistas, na superfície ou em construções subterrâneas, como a de um metrô, de forma que não atrapalhem o tráfego de carros comuns.

Também deve ser instalada, para “cobrir” as faixas de trânsito das cápsulas, uma redoma toda feita de vidro, a fim de manter as pistas protegidas e de evitar “interferências externas” que possam resultar em danos (ou em roubos) das cargas.

De acordo com o governo japonês, as cápsulas podem substituir até 17 mil pessoas e tirar 25.000 caminhões de carga das estradas, e o projeto deve começar com a instalação de faixas entre as cidades de Tóquio e Osaka, num perímetro de aproximadamente 500 km.

O início das operações, por sua vez, está previsto para 2027, e o governo agora busca por parcerias com empresas de engenharia e infraestrutura que queiram colaborar no desenvolvimento do projeto.

Economia de recursos

Um dos “efeitos colaterais” desse projeto pode ser a economia de luz.

O movimento dos veículos autônomos poderia, a longo prazo, eliminar a necessidade de iluminação nas ruas, caso os veículos usem LiDAR (tecnologia para detecção e alcance por luz) como mecanismo de visão computacional. Com um sistema de transporte autônomo, portanto, seria possível dispensar a iluminação das estradas.

Além disso, a implementação de veículos autônomos programados para operar à noite pode significar um custo operacional mais baixo.

Fonte: “Fim dos caminhões no Japão? O projeto ambicioso para revolucionar a logística do país | Revista Fórum

 

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