O embate entre China e Estados Unidos vai muito além de sanções econômicas e trocas de farpas na imprensa. Empresas de equipamentos e gadgets tecnológicos continuam em uma incessante batalha para evitar as possíveis novas taxas que os EUA prometem impor em exportações vindas da China. De acordo com fontes anônimas em depoimento à Fast Company, essas mesmas empresas continuam a buscar novos territórios asiáticos para suas produções.
A mão de obra chinesa é infinitamente mais barata, no entanto, em outros países da Ásia, ela pode ser mais barata ainda. E é por isso que companhias como HP e Dell pretendem mudar 30% de sua produção de laptops para outros países como Taiwan, Vietnam, Indonésia e Filipinas.
Outras grandes companhias da web que estão desenhando planos emergenciais de contingência são Amazon, Google, Microsoft, Nintendo, Sony, Asus e Acer. Segundo o veículo chinês Nikkei, a Apple estuda um movimento de 30% da sua produção para outros países. Novamente, todos esses movimentos são consequências da procura por uma redução de custos e uma fuga das possíveis taxas e sanções implantadas por Donald Trump.
Mão de obra na China e a realidade das fábricas
Segundo o ChinaGate, funcionários regulares do chão de fábrica em Shenzen recebem em torno de 1.500 RMB (moeda local), cerca de US$ 230 dólares americanos. Um cargo de gerência chegaria ao máximo de US$ 1.000 dólares. De qualquer forma, o trabalho por lá não é escravo. As conquistas trabalhistas na China são recentes e os salários ainda são baixos e custam pouco para as empresas. No entanto, todos recebem salários nas fábricas das mais diversas companhias.
Estados Unidos e o turbilhão de taxas
No início deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que trabalharia para aplicar mais de US$ 325 bilhões em taxas para exportações chinesas. A intenção era aumentar a taxa de 10% sobre US$ 200 bilhões para 25% na mesma semana.
Apesar da aplicação das taxas ter sido adiada, no ano passado uma decisão do governo americano já havia afetado as exportações chinesas. Uma taxa de 10% sobre US$ 250 bilhões. O cenário teve melhora devido às constantes conversas entre os governos dos dois países líderes da economia.
A junção das taxas ao aumento de custos para a mão de obra chinesa é a principal razão do desespero das companhias que precisariam investir mais e aumentar o preço de seus produtos no mercado.
Os representantes do governo em Pequim alertaram para uma possível recessão e consequências para ambos os países caso taxas adicionais sejam aplicadas unilateralmente. O Ministro do Comércio da China, Gao Feng, disse que a China tem sido firme contra as taxas e que, o trabalho em cooperação é o melhor para os interesses de ambas economias.
Fonte: portal no varejo