O Magalu apresentou oficialmente nesta terça-feira, 12, a sua oferta de computação em nuvem.
De acordo com Kiko Reis, head do Magalu Cloud, a empresa quer ser o marketplace dos desenvolvedores que criam soluções para marketplaces. “Essa Cloud permite ao público-alvo habilitar, oferecer e ir para o mercado com novos serviços. Ou seja, construa com o Magalu e leve para um público muito maior que você não conseguiria alcançar sozinho”, completa o head de nuvem.
Inicialmente, o perfil do usuário final da Magalu Cloud são desenvolvedores que usarão a tecnologia para o mercado ou para suas empresas, em especial os revendedores (sellers) de pequeno e médio porte. Para fazer uma aplicação ou escrever um serviço, disse Reis.
Entre exemplos de empresas que começam a usar a nuvem estão a Fastzap, especializada na gestão de atendimento via WhatsApp e Instagram, e a Oiti, uma startup que oferece controle de acesso com biometria em tempo real.
Contudo, André Fatala, vice-presidente de tecnologia da varejista, explicou que a companhia estuda uma forma de levar o serviço de nuvem também para o consumidor final. Um exemplo a ser avaliado é a oferta de armazenamento para os 30 milhões de usuários ativos do aplicativo do Magalu (Android, iOS).
AI Cloud
“É uma AI Cloud no sentido que entendemos como funciona, sabemos rodar modelos (de IA) e temos infraestrutura para isso. Por exemplo, diversas aplicações do Magalu usam GPU para apoiar parte de seus processos.”, relatou Reis.
O executivo explicou que a ideia não é ter “um supercomputador” com milhares de GPUs para fazer o treinamento de IAs, mas ter um espaço para aquilo que os desenvolvedores precisam.
Estrutura
A Magalu Cloud começa com produtos digitais como máquinas virtuais de GPU e CPU, armazenamento, kubernetes e banco de dados. Essas ofertas podem ser acessadas por meio de APIs, portal, CLI ou Terraform. Contudo, o executivo reitera que não construirão todos os produtos dentro de casa: “Vamos trabalhar com outros provedores”, disse Reis.
Para a presidente do conselho do Magalu, Luiza Trajano, a ideia da sua nuvem é baratear o custo e dar oportunidade a seus parceiros (sellers). Ressaltou ainda que estão trabalhando para que PMEs tenham acesso a essas tecnologias com segurança.
Vale dizer que o serviço de nuvem da varejista nasce com uma série de parceiros, mas ainda com soluções internas. É o caso da IBM, que traz o WatsonX com LLM antes de seu lançamento global, que será no primeiro trimestre de 2024.
Oficialmente, a nuvem do Magalu chega ao mercado no começo de 2024 com oferta de storage, mas outras soluções digitais chegarão em seguida. Enquanto não está disponível para todos, a nuvem tem um programa para adesão prévia via seu site por ordem de chegada.
A prova dessa estrutura foi a Black Friday do Magalu em 2023.
Estratégia
Embora a estrutura seja totalmente controlada pelo Magalu em duas regiões (SP e CE), os executivos explicaram que tudo foi feito em colocations, ou seja, o Magalu não construiu uma infraestrutura física, mas preferiu alugar uma infraestrutura para a nuvem. Dito isso, a ideia da empresa é ser um provedor de serviços (SaaS, IaaS, Paas) para PMEs, mas não ser um provedor de infraestrutura.
Por sua vez, Fatala afirmou que o investimento na nuvem está dentro do Capex anual da empresa e custa menos do que a companhia investe por ano em cloud. Afirmou ainda que a Magalu Cloud é um complemento ao mercado, que oferecerá um valor mais baixo, porém, sem concorrer com os grandes líderes desse mercado, como Google, Amazon e Microsoft.
Reis disse ainda que não é um negócio que escalará rápido e que seu desenvolvimento será com prudência, mas de longo prazo: “Estamos chegando mais tarde, mas com o jeito do Magalu de construir: incrementado e passo a passo. Isso mudou o modo como construímos a cloud”, completou.
Fred Trajano, CEO do Magalu, explicou que 80% das aplicações do Magalu rodam em nuvens (própria ou pública), mas isso deu a base para criar essa oferta de prateleira, algo que foi construído ao longo da última década: “Investimos milhões de reais em cloud por ano. Por que não implementar e fazer uma cloud própria brasileira com controle de custos? Por que cloud? Por que Magalu? Por que Brasil? Temos condição para isso? Várias vezes quando fizemos o e-commerce, nós provamos que podemos ser relevantes”, pontuou.
‘https://www.mobiletime.com.br/noticias/12/12/2023/magalu-entra-no-mercado-de-nuvem-para-ser-o-marketplace-do-desenvolvedor/