Mercado de cosméticos: indústria da beleza aposta na IA para aprimorar a experiência do cliente

A necessidade de produtos apoiados em IA está crescendo na indústria da beleza, principalmente pela facilidade com que é possível ter acesso a recursos baseados em ciência e em realidade aumentada

Mercado de cosméticos: indústria da beleza aposta na IA para aprimorar a experiência do cliente

Se vivemos a era da personalização no consumo, a indústria cosmética já está no caminho da hiperpersonalização. Claro que com a ajuda da IA, ou inteligência artificial, que torna possível esse atendimento exclusivo, mas ao mesmo tempo escalável. 

Imagine, por exemplo, a seguinte situação: uma consumidora quer adquirir uma maquiagem, e ela sabe mais ou menos o seu tom de pele. Mas, quando entra no e-commerce, a marca disponibiliza mais de 63 tonalidades, com tom e subtom. Como decidir?

E a abundância de produtos não se restringe à maquiagem: os dermocosméticos também inundam as prateleiras de farmácias e lojas virtuais, onde a indústria assiste ao incremento nas vendas ano após ano.

De acordo com o Painel de Dados de Mercado da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o setor teve uma alta de 5,7% em vendas no primeiro quadrimestre de 2021, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Sendo assim, diante do anseio por consumo, aliado à oferta de produtos cada vez mais personalizados, a indústria da beleza aposta em um elemento que está mudando o peso da balança a favor da experiência do cliente (e das marcas também, afinal, esses aprimoramentos se convertem em vendas), e esse elemento é a inteligência artificial.

Quando a IA resolve dúvidas e promove vendas

Voltando ao nosso exemplo de maquiagem, a marca global de maquiagem Make-up Art Cosmetics, mais conhecida como M·A·C, criou um novo mecanismo que promete ajudar a decidir a cor perfeita para o tom de pele de seus clientes.

A ferramenta, chamada de Studio Virtual Try-On, além de disponibilizar dicas de como encontrar o melhor tom para a base da marca, acessa a câmera do celular do consumidor, onde verifica a iluminação, olhar e posição do rosto.

Com esses três fatores bem posicionados, a ferramenta encontra o melhor tom para a pele detectada na câmera ao vivo. Além disso, também é possível rolar para a direita ou para a esquerda e checar tons mais claros, escuros, rosados ou dourados. E, por fim, também é possível experimentar as cores de batons e sombras por realidade aumentada, através do celular ou da câmera ao vivo do desktop.

Startups também promovem as mudanças

Apostando na inovação, a startup de beleza norte-americana Proven utiliza a inteligência artificial para oferecer um tratamento de beleza personalizado para seus consumidores.

Para conseguir uma fórmula exclusiva, basta preencher um questionário a respeito da sua pele, o que leva em torno de 5 minutos. São questões relacionadas ao tipo de pele, mas também à rotina, como a quantidade de água que a pessoa ingere, e que tipo de alimento mantém na sua dieta.

Após completar as questões, o algoritmo leva alguns segundos para finalizar a fórmula personalizada. Para isso, os computadores avaliam cuidadosamente as informações da mesma forma que uma pessoa faria, tirando conclusões lógicas e selecionando detalhes relevantes.

Mas, por serem máquinas, podem processar uma quantidade ilimitada de informações em muito pouco tempo. Ao final, o produto é oferecido por US$ 129,99, mas a marca é incisiva ao prometer o fim da perda de tempo e dinheiro experimentando produtos que podem ou não funcionar.

Segundo a própria empresa, a ferramenta da marca, batizada de The Skin Genome Project pode analisar:

  • A eficácia de mais de 20 mil ingredientes de cuidados com a pele;
    ● Mais de 8 milhões de depoimentos de pessoas reais;
    ● Mais de 4 mil publicações científicas;
    ● A dureza da água, nível de umidade e índice de UV onde o cliente mora.

Aqui no Brasil, outra beautytech que aposta na IA é a Beyoung: uma marca online de dermocosméticos e maquiagens que lançou no último mês uma inteligência artificial própria para análise de pele, chamada Skin Id.

Em desenvolvimento há mais de 4 anos com a parceria entre dermatologistas e profissionais de tecnologia, o Skin Id analisa cada ponto da pele do rosto do cliente, identificando suas principais características e perfis de pele para recomendar produtos e rotinas de cuidados específicos.

Disponível apenas na versão mobile, a ferramenta, assim como o algoritmo da Proven, também funciona através de um questionário, que faz perguntas a respeito do tipo de pele, idade, principal queixa, entre outros. Ao final, o aplicativo tira uma foto e faz a análise da pele, que ao final sugere determinados produtos da marca.

Ciência e tecnologia promovem mais confiança

A precisão de produtos recomendados a partir da IA está crescendo na indústria da beleza, e, em conjunto, construindo a confiança dos consumidores nas formulações de produtos apoiadas pela ciência, antecipando a validação de nível médico para seus serviços.

Sendo assim, tudo indica que o uso da tecnologia na indústria da beleza tende a crescer ainda mais, principalmente com a facilidade com que é possível ter acesso a recursos baseados em realidade aumentada e inteligência artificial hoje.

Dados e tendências no mercado de cosméticos no Brasil

    • O faturamento do mercado de beleza no Brasil cresce ano a ano, atingindo a marca de 29,62 bilhões de dólares em 2019, conforme dados da Euromonitor, que também revela que o país é o quarto mercado mundial de cosméticos, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão.
    • Dados da Nielsenmostram que a sustentabilidade já é uma das três maiores preocupações para 32% dos brasileiros na hora de comprar, o que afeta, também, o mercado de beleza no Brasil.
    • Ainda de acordo com o estudo da Nielsen, o segmento de ingredientes naturais é o que registrou o maior crescimento, com uma taxa de 124% e, além da embalagem, foi o critério mais reconhecido pelo consumidor como sendo sustentável.
    • O segmento de crueltyfreerepresenta 11% do mercado de cosméticos, e tem taxa de crescimento 61% maior que produtos classificados como não sustentáveis.
  • Já o grupo de produtos veganos, apesar de representar 3% do faturamento, tem aumentado as vendas no mesmo ritmo de crueltyfree.

Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2021/11/22/mercado-de-cosmeticos-ia-cx/?utm_campaign=news-cm-231121&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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