O desafio das lojas em meio a um mundo (e um mercado) cada vez mais digital

Muito se fala na transformação digital, pela qual não só o mercado, como toda a sociedade, tem passado desde o início da pandemia. Com mudanças em ritmo tão acelerado, vejo ser de suma importância discutirmos os impactos disso tudo no e-commerce. Como tem sido o processo de digitalização das empresas nesses últimos tempos? Quais os desafios que os lojistas já enfrentaram e estão enfrentando ainda em relação à omnicanalidade? Aproveito este espaço para trazer algumas reflexões.

Ao final de 2020, primeiro ano com a Covid-19 espalhada pelo planeta, foi registrado um crescimento de aproximadamente 68% do faturamento do comércio digital no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) em parceria com a Neotrust. Já em 2021, a elevação nos ganhos do setor foi de aproximadamente 27%, o que representou um recorde para o e-commerce brasileiro, que faturou R$ 161 bilhões neste último ano.

Observar esses números é importante para entender o fenômeno que é o crescimento das compras online. As empresas que já nasceram com o conceito digital e aquelas que, mesmo concebidas como lojas físicas, conseguiram implantar a cultura da omnicanalidade, saem na frente para colher os frutos que essa transformação tão acelerada tem proporcionado dentro do comércio.

Omnicalidade e casos reais
Dessa forma, penso que é essencial buscar casos reais e ouvir dos próprios lojistas como tem sido esse desafio. Por isso, volto ao final do mês de julho deste ano, no Fórum E-commerce Brasil, que trouxe diversos debates relacionados aos temas digitalização e omnicanalidade. Uma das que mais achei interessante foi o painel apresentado no estúdio Ideas to Move, que recebeu participantes da loja Novo Mundo, um dos maiores nomes do varejo no Centro-Oeste e no Norte do Brasil, além do Magazine Luiza, uma das principais empresas brasileiras do comércio.

A Novo Mundo hoje opera, de fato, no conceito de omnicanalidade, inclusive com um case de sucesso com uma loja piloto no estado de Goiás. Para quem está por trás do negócio, o maior desafio de implementar múltiplos canais para uma empresa que nasceu no físico foi mudar a cultura das pessoas e mostrar que não havia necessidade de criar uma competição entre físico e online. Mostraram, na prática, que a integração dos dois canais era essencial para a companhia ter excelentes resultados.

Já o Magazine Luiza trouxe, entre outras coisas, a digitalização para o pequeno e médio varejo. Por ser um grande marketplace, a empresa tem uma excelente visão do panorama em que os empreendedores menores estão inseridos. Como uma empresa que tem todas as ferramentas e conhecimento para implantar a omnicanalidade, o Magalu trabalha para amplificar a mensagem e capacitar os seus sellers dentro desse universo digital.

Os exemplos dessas duas empresas são excelentes para o debate, mas quero também citar um mercado cuja digitalização, inicialmente, pode ter assustado muita gente, que é o de vendas diretas. No entanto, ao contrário do que se imaginava, muitas companhias têm se adaptado ao modelo, como é o caso da Natura, que, de acordo com dados divulgados pela própria empresa, viu seu quadro de consultores crescer 14% de 2019 para 2020.

Com ações que promoviam desde a capacitação dos vendedores até a criação de uma ferramenta para que eles pudessem divulgar massivamente os produtos e, consequentemente, realizar suas vendas, a Natura conseguiu elevar a participação dos consultores por meio dos canais digitais.

Sabemos que trata-se de um cenário desafiador para muitas lojas, mas, apesar das dificuldades enfrentadas, quem investe na digitalização e consegue integrar seus canais de venda é mais competitivo dentro do mercado.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/o-desafio-das-lojas-em-meio-a-um-mundo-e-um-mercado-cada-vez-mais-digital

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