Os aplicativos de entregas estão cada dia mais presentes na rotina dos moradores de centros urbanos. Agora, não apenas restritos a serem usados aos finais de semana, eles são utilizados no almoço, jantar ou até mesmo para pedir um lanche da tarde sozinho ou com amigos. O delivery é parte da jornada de consumo, seja para compra de eletrônicos, itens de moda e serviços. Segundo dados da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), o delivery de alimentos faturou mais de R$10 bilhões em 2018. Dado este cenário, daqui para frente, quais serão os próximos passos?
Como empreendedor do segmento, tenho certeza de que o crescimento das plataformas de entregas se dará por meio da personalização e conhecimento do consumidor, redução da fricção nos meios de pagamento e principalmente com o intuito de garantir um nível de serviço de entrega perfeito. Desmembrando isso: quanto mais próximas as empresas estiverem de seus clientes e os conhecerem, mais irão conseguir pensar em soluções mais práticas de pagamento e aperfeiçoamento da logística. Ou seja, temos anos luz de vida pela frente.
Em alguns anos de aplicação deste serviço, muito já se foi testado e algumas coisas não se provaram muito eficientes. Me recordo das tentativas de misturar a entrega de produtos com a corrida de passageiros. Acho que o setor ainda não está maduro para isso, operacionalmente falando. Acredito que do lado da tecnologia até existam soluções, mas a operação ainda não “parou em pé”.
Outro ponto já ilustrado em projeções de futuro, até mesmo na ficção (como no filme Jogador Nº1), são as entregas à domicílio via drones. Muitos testes têm sido feitos. Até mesmo um grande aplicativo de delivery de comida fez uma entrega, a critério de teste, durante o Carnaval. Mas ainda não está escalável. Muitas regulamentações do espaço aéreo precisam ser seguidas e alteradas, para poder aplicar este modal e garantir a segurança tanto dos usuários como de outros ocupantes do mesmo espaço, tal qual aviões e helicópteros.
Em dez anos, vejo um cenário com a consolidação de grandes aplicativos. Acredito na consolidação do mercado de APPs, com grandes empresas como parceiras e aderindo a esta prática. Neste segmento os Super APPs, que concentram diversas atividades, podem ser uma tendência, mas ainda não está definido se eles que irão comandar o mercado. Acredito também que a entrega autônoma é uma grande tendência, com carros autônomos, robôs e drones. No caso de robôs, já existem inclusive algumas iniciativas embrionárias fora do Brasil.
O importante é compreender as reais necessidades dos consumidores. Todos estes cenários serão possíveis com muita pesquisa, trabalho e entendimento empático do comportamento das pessoas. Antes de sermos extremamente técnicos, precisamos ser mais humanos. Vida longa ao delivery!
Fonte: e-commerce news