Associação ressalta capacidades das empresas em manter o transporte e armazenamento de medicamentos e insumos hospitalares.
A chegada do novo Coronavírus obrigou mais de um terço da população mundial a cumprir o isolamento social, permanecendo em suas casas. Com isso, algumas atividades econômicas foram paralisadas, enquanto outras tiveram que se adaptar ao momento para não parar a produção e distribuição de itens essenciais.
Entre os setores mais demandados neste cenário de pandemia estão os alimentícios e de medicamentos. Demandantes de soluções logísticas de alta complexidade devido à perecibilidade e fragilidade a variações de temperatura das cargas envolvidas, as empresas que operam nesses segmentos vêm recebendo apoio incondicional dos operadores logísticos. Eles são responsáveis por gerenciar e planejar a melhor forma de insumos ou produtos finais chegarem ao destino final, trabalho que envolve diversas etapas, como fabricação, armazenagem adequada, picking and packing, transporte específico, entre outros pontos.
Respondendo ao arrefecimento da demanda, os operadores logísticos vêm colocando em prática diversas soluções e serviços. A RV Ímola, por exemplo, identificou um aumento de 50% nos volumes armazenados e transportados, além de ampliação de demanda por transporte e armazenagem de materiais médicos e medicamentos em geral. Houve também procura por armazenagem refrigerada (2°C a 8°C e -20°C), em especial para armazenagem de kits de teste para o Coronavírus e vacinas.
A fim de manter o abastecimento, a DHL Supply Chain Brasil está operando serviços de armazenamento e transporte essenciais, em consonância com as normas locais, e continuará a manter um diálogo constante com funcionários, clientes e autoridades governamentais para minimizar impactos em suas operações. Os reflexos na logística de contratos difere em relação a regiões e setores. Por exemplo, o segmento de varejo de bens de consumo, incluindo alimentos e itens de higiene e limpeza, e o setor de saúde apresentaram um aumento de demanda. A DHL Supply Chain no Brasil tem grande atuação na área de saúde, colaborando inclusive com a distribuição de vacinas e equipamentos médicos e medicamentos.
Gargalos na importação
Um dos desafios enfrentados é o gargalo encontrado na importação de matérias-primas para a produção de medicamentos produzidos no Brasil. Estima-se que a indústria farmacêutica brasileira tem enfrentado dificuldades para importar ao menos 31 toneladas de insumos utilizados na produção de 23 medicamentos, incluindo alguns que estão em fase de teste pelas autoridades científicas nacionais. Os problemas decorrem do aumento da demanda mundial por estes insumos e de barreiras impostas por países produtores. O principal gargalo hoje envolve a Índia, que restringiu a exportação de, pelo menos, 26 insumos farmacêuticos e também reduziu a produção industrial devido às restrições na circulação de pessoas para tentar conter o vírus.
Outro obstáculo encontrado pelos operadores logísticos durante a crise mundial que se instaurou é decorrente do aumento do frete aéreo, devido à redução de voos pelas companhias aéreas operantes. A maioria das cargas passou a ser operada em caráter de embarques emergenciais e estabeleceu-se a prática de suspensão de pagamento de indenizações em caso de descumprimento dos serviços. Esta nova situação vem exigindo dos operadores logísticos agilidade para encontrar, em outros modais de transporte, a opção de deslocamento.
Planejamento
Um bom plano emergencial e de contenção de crises faz parte do planejamento de toda empresa estruturada. A RV Ímola adotou a mesma linha de prevenção, alocando em home office os cargos que possibilitam a função, implantou a medida de turnos alternados, reforçou a distribuição de EPIs e produtos de assepsia, como o álcool em gel, entre outras ações. “Estamos tomando todos os cuidados para preservar a saúde de nossos colaboradores, além das medidas descritas acima, passamos a medir a temperatura de todas as pessoas que entram na RV, mesmo os prestadores de serviço e terceiros, além de restringir as visitas a casos extremos. Elaboramos um Plano de Contingência específico para a pandemia, e nosso Comitê de Crise está centralizando todas as atividades relativas ao tema”, explica a empresa.
No contexto do surto mundial de Covid-19, as operações do Deutsche Post DHL Group estão sendo continuamente adaptadas para mitigar os possíveis impactos. Como uma empresa que opera a nível global, os cenários de risco de epidemia e pandemia são parte integrante do planejamento de risco contínuo do Grupo. O Deutsche Post DHL Group segue um processo de gerenciamento holístico que permite que suas unidades de negócios garantam as melhores operações possíveis para os clientes com a ajuda do chamado planejamento de continuidade de negócios, mesmo em caso de emergência. Para o Grupo, a segurança de funcionários e clientes é fundamental. A força-tarefa do Grupo monitora a situação diariamente, coordenando-se com organizações internacionais (OMS, CDC, ECDC e Robert Koch Institute) e fornecendo as informações necessárias a todos os funcionários e operações.
Expertise
Para o diretor-presidente da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), Cesar Meireles, as empresas que atuam como operadores logísticos podem suportar as demandas emergenciais do mercado porque possuem, por natureza da função, uma grande capacidade de flexibilidade e adaptação, portanto, ele acredita que a expertise das empresas vai contar de forma favorável e decisiva para que continuem as operações de forma assertiva.
“O operador logístico tem as habilidades necessárias para adaptar a movimentação de mercadorias ao cenário atual. O profundo conhecimento nos modais disponíveis, a atualização constante com as novas tecnologias de mercado, a leitura econômica do momento e a expertise da área que, por natureza, é essencial para um bom trabalho, vão colaborar para que a logística exerça seu trabalho com precisão neste momento crítico.”
Fonte : revistamundologistica.com.br