No 1º semestre, o PicPay Shop superou R$ 1 bilhão em GMV, o que representa um crescimento de 36% na comparação anual.
A oferta de soluções não financeiras por fintechs, bancos digitais e até “bancões” é uma realidade. No PicPay, super app com mais de 33 milhões de usuários ativos, a estratégia tem ganhado corpo desde o lançamento da então PicPay Store, há quatro anos. Com aproximadamente 115 vendas por segundo, o marketplace vem incrementando o leque de produtos e serviços. Agora quer crescer em categorias de maior recorrência, como mercado, farmácia e pet.
Rebatizado recentemente, o PicPay Shop superou, no primeiro semestre de 2023, R$ 1 bilhão em volume total de vendas (GMV, na sigla em inglês), o que representa um crescimento de 36% na comparação anual, informa o PicPay.. A cifra é significativa se olharmos para o retrovisor — em seu primeiro ano de atuação, em 2021, a antiga “Store” totalizou um GMV de pouco mais de R$ 1 bilhão, volume que saltou para R$ 1,6 bilhão em 2022.
Com mais de 330 lojas parceiras, o negócio registra mais de 2,5 milhões de usuários únicos transacionando mensalmente e adiciona mais 200 mil clientes todos os meses. Segundo Rita Cunha de Lemos, executiva que acaba de assumir a liderança dessa unidade, o objetivo do marketplace é ser um “hub de consumo” que contribui para o engajamento dos clientes. “Isso fortalece a estratégia do PicPay como um todo em ser a conta principal desse cliente”, diz ela, ao Finsiders.
É a primeira entrevista desde que Rita assumiu a posição — ela chegou à fintech em abril. No mercado de e-commerce há cerca de 17 anos, a executiva entende do riscado. Passou os últimos cinco na Mosaico, dona do Buscapé e do Zoom, onde foi diretora de ‘growth’. No PicPay, sua missão é expandir ainda mais a estratégia de marketplace da fintech.
Diversificação
Nos últimos trimestres, o negócio vem agregando novas categorias de produtos e serviços, assim como tem ampliado a relação de lojistas disponíveis. No PicPay Shop, é possível comprar desde gift cards de games até smartphones. A empresa tem parcerias com grandes varejistas como Amazon, Magalu, Casas Bahia, Carrefour, entre outros.
Para Rita, a decisão de entrar em novos segmentos e ampliar categorias é uma combinação entre entender o que as pessoas querem consumir e aquilo que faz sentido do ponto de vista de ‘unit economics’. Uma das apostas do PicPay Shop é viagens. “Temos uma atuação forte já no segmento e queremos ampliar e solidificar essa estratégia”, afirma a executiva.
A empresa também quer ganhar mais espaço em produtos de maior recorrência. “Hoje temos uma atuação forte em gift cards para games e aplicativos de transporte, como Uber e 99. Agora vamos partir para segmentos do comércio eletrônico que geram bastante recorrência de compra, como mercado, farmácia e pet”, conta Rita. Outra área de foco é telecom. “Temos já um relacionamento forte com as operadoras, mas podemos diversificar os produtos.”
“Personalização do cashback”
No PicPay Shop, cashbacks e cupons de desconto são os principais chamarizes. Desde a criação do marketplace, por exemplo, já foram distribuídos mais de R$ 100 milhões em cashback. Para Rita, esse recurso é uma “alavanca poderosa” para o engajamento da base de clientes, mas tem desafio de execução. Isso significa criar uma proposta de valor que faça sentido para o consumidor, o que começa desde a negociação com os parceiros e vai até a comunicação com os usuários na ponta.
Segundo ela, a companhia investe cada vez mais na “personalização” do cashback, com ofertas mais direcionadas para a necessidade do cliente. “Também apostamos em uma conexão cada vez maior com o ecossistema financeiro da companhia, que é muito amplo”, diz a executiva. “Por exemplo, podemos fazer uma campanha de cashback no Magalu, incentivando essa compra com o PicPay Card.”
Entre as novidades mais recentes, o PicPay também lançou uma extensão para Google Chrome que permite comprar no marketplace também pelo navegador. “É mais uma maneira de agregar valor para o nosso usuário.”
Tendência
Muito se fala sobre a movimentação de fintechs, neobanks e mesmo instituições tradicionais, como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil (BB), para avançar na oferta de produtos e serviços não financeiros. O caminho é cada vez mais comum como parte do esforço para ampliar as linhas de receita, engajar os clientes e buscar a tão sonhada principalidade.
A rota inversa também é perseguida pelos principais varejistas e marketplaces no Brasil. O exemplo mais bem-sucedido é do Mercado Livre, cuja operação de serviços financeiros, o Mercado Pago, se tornou um dos players mais relevantes do setor e quer ser um dos três maiores bancos digitais no país até 2025.
A oportunidade no mercado local tem atraído, ainda, gigantes como a norte-americana Amazon, que lançou oficialmente na semana passada seu cartão de crédito para clientes brasileiros. O produto, fruto de um acordo com Bradesco e Mastercard, aposta em benefícios arrojados, como cashback de 5% para os consumidores que fazem parte do Amazon Prime.
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