Primeiros resultados da Black Friday 2022 indicam uma sexta-feira ‘morna’ no varejo nacional

Resultdos da Black Friday 2022 – Enquanto as vendas de TV continuam sendo um “clássico das Copas” no varejo. Fator que ganhou um “empurrãozinho” a mais neste ano, com as tradicionais promoções de novembro, em razão da Black Friday, colaborando para um crescimento de 51% nas vendas do item (em unidade) durante o mês passado; o mesmo não se pode dizer do comércio de “móveis, eletrodomésticos e outros itens de departamento” de uma forma geral.

No que indicam os primeiros resultados da Black Friday 2022, a categoria foi a que apresentou a maior retração no faturamento durante a ocasião, com queda de 3,6% frente ao ano anterior, segundo levantamento da Cielo.

A queda das vendas de móveis e eletros na data podem ser tanto justificadas do ponto de vista da antecipação das compras, sobretudo de televisores, durante a primeira metade do mês de novembro, como acredita o superintendente de dados e inovação da Cielo, Vitor Levi; quanto, como sabemos, pela desaceleração na procura por mobiliário neste ano, com o comércio varejista de móveis acumulando queda 9,9% de janeiro até agosto, e de -14,3% no acumulado em 12 meses, também até agosto, último levantamento realizado pelo IEMI – Inteligência de Mercado.

Importante ressaltar, aqui, o impacto da inflação na ponta do setor. Se a carga inflacionária vem pesando no consumidor brasileiro de uma forma geral, no setor de móveis este peso é ainda maior, com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulando um aumento superior a 14% sobre os níveis de preços do mobiliário nacional em 2022.

Alta inflacionária que vem comprometendo não só os preços, mas o acesso ao crédito e às taxas de juros, cada vez mais altas e inacessíveis para o consumidor brasileiro, em especial no grande varejo. Embora a Black Friday 2021 também não tenha alavancado as vendas de móveis em novembro do ano passado.

Com uma sexta-feira considerada “morna” pelos especialistas, o maior acerto por parte dos lojistas na Black Friday 2022, contudo, parece mesmo ter sido a antecipação das promoções ao longo de todo o mês de novembro. Especialmente considerando o início da Copa do Mundo de Futebol. Ou seja, poderia ser pior.

De acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), as vendas do varejo brasileiro de uma forma geral durante a data cresceram 6,9% em faturamento comparando-se aos resultados de 2021. Segundo o mesmo levantamento,o comércio eletrônico registrou alta de 21,1% enquanto o faturamento no universo físico subiu 5,4%.

Resultado superior ao do ano passado, portanto, quando o comércio nacional, sobretudo o físico, começava finalmente a se “livrar” dos impactos mais singulares causados pela pandemia no segmento; mas ainda 2,8% inferior aos da Black Friday de 2019, ano pré-Black Friday Promoções,Coronavírus.

Itens de menor valor agregado e de consumo imediato foram os destaques da edição deste ano. O segmento que mais se destacou em 2022 foi “drogarias e farmácias”, com crescimento de 25,9% nas vendas. Seguido de “turismo e transporte (+25,1%); “cosméticos e higiene pessoal (+22,2%); “alimentação – bares e restaurantes (+18,6); “vestuário (+11,8%); “supermercados e hipermercados (11,7%)”, “varejo alimentício especializado” (+10,3%); “livrarias, papelarias e afins” (9,4%); “veterinárias e pet-shops” (+6,7); “óticas e joalherias” (+4,6%); e “materiais para construção” (4,3%).

E-commerce na Black Friday 2022

Resultados da Black Friday 2022 no comércio eletrônico – Relatório da NielsenIQ | Ebit, em parceria com a Bex Pay, divulgado no sábado (26) — dia imediatamente seguinte à Black Friday —, demonstra cenário um tanto diferente no e-commerce. De acordo com as insitutições, houve uma queda de 23% no faturamento bruto do e-commerce brasileiro neste ano em relação a 2021.

Outros relatórios, como da Neotrust junto a ClearSale, falam num declínio ainda maior: superior a 34,1% na mesma comparação.

Já o faturamento bruto do e-commerce brasileiro na chamada Cyber Monday, segunda-feira pós Black Friday, recuou 12% na comparação com o mesmo período de 2021, dessa vez segundo o relatório da Nielsen da Bex Pay divulgado na terça-feira (29).

Considerando todo o mês de novembro, contudo, e, como já citamos, a antecipação das promoções ao longo de todo mês, esse recuo se mostra muito mais estável: na casa dos 6% (até o último levantamento).

Na busca por compreender tal variação, no entanto, Marcelo Osanai, head de e-commerce da NielsenIQ, relembra que neste ano o comércio físico encontra-se muito mais reajustado e menos influenciado em relação à pandemia do que no ano passado. O que justifica, em parte, o retorno dos investimentos dos consumidores brasileiros ao varejo offline.

“Foi um ano de mudanças no comportamento dos consumidores digitais. O e-commerce competiu de maneira mais decisiva com as lojas físicas, já que o isolamento promovido por conta da pandemia reduziu a quase zero e as pessoas voltaram a circular. O ambiente macroeconômico também está mais desafiador e isso impactou o bolso do brasileiro, assim como as vendas das lojas”, explicou, ressaltando que o e-commerce se mantém vivo e forte no País.

Uma citação importante de se considerar para além da Black Friday. Demonstrando mais do que a resiliência, inegável e — ainda acreditamos — inigualável, do varejo físico, a importância de se pensar no comércio e na sua loja como um espaço cada vez mais figital, integrando ofertas, ações e atendimento no mundo físico e no digital, para sair na frente e alcançar as melhores oportunidades em todas as esferas.

Fonte : https://setormoveleiro.com.br/primeiros-resultados-da-black-friday-2022-indicam-uma-sexta-feira-morna-no-varejo-nacional/

Download

Deixe um comentário