Sequoia busca alternativa de capital

Empresa de logística focada no varejo busca capitalização de no mínimo R$ 100 milhões.

A empresa de logística Sequoia busca alternativas para uma capitalização de, no mínimo, R$ 100 milhões, em um momento em que o varejo, seu principal cliente, enfrenta fraca atividade econômica, juros altos e dificuldade de acessar crédito. Itaú BBA e Santander assessoram a companhia nesse processo.

Em paralelo, a empresa tem recebido propostas para compra do controle, disseram fontes. Desde que abriu o capital, em 2020, as ações acumulam queda de 81%, segundo Valor Data. Ontem, fecharam a R$ 2,37, recuo de 2,07%. O balanço de 2022, que seria divulgado ontem, foi adiado para dia 29.

A Sequoia não tem a Americanas como cliente e nem está entre seus credores. Mas não está imune aos efeitos da crise desencadeada pela varejista, que está em recuperação judicial após informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões em janeiro. Os bancos, então, enxugaram a oferta de crédito ao varejo e isso tem acertado em cheio a Sequoia.

Nos últimos meses, a Sequoia bateu à porta de alguns fundos especializados em crédito, segundo fontes, buscando um cheque mínimo de R$ 100 milhões. “Não é que a estrutura financeira da companhia esteja ruim, mas ela precisa de capital de giro e tem encontrado mais dificuldade tendo em vista o preço das ações”, diz uma fonte.

Essa busca de alternativas ocorre depois de bancos terem tentado intermediar conversas para costurar uma fusão com a Total Express, empresa do grupo Abril e que recentemente recebeu aporte da Amazon, que agora é minoritário da empresa. Mas as negociações não avançaram, disseram fontes.

No fim de setembro do ano passado, conforme o último resultado divulgado, a dívida líquida da Sequoia estava em R$ 507 milhões, com uma alavancagem de 1,7 vez. De janeiro a setembro, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), foi a R$ 181 milhões, alta de 45% na relação anual.

A companhia abriu capital em 2020, aproveitando uma farta onda de liquidez nos mercados em todo o mundo, com os bancos centrais injetando dinheiro nas economias, como uma forma imediata de mitigar potenciais efeitos econômicos da pandemia. Na sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que movimentou cerca de R$ 2 bilhões, a promessa da companhia era ao menos uma dezena de aquisições para ganhar mercado. Desde então, seis já foram feitas, movimento pausado no ano passado.

A Sequoia foi uma das empresas que conseguiram ganhar tração de crescimento ao longo da pandemia. As vendas on-line no país cresceram de forma expressiva, levando todo o varejo, em massa, a buscar uma logística capaz de fazer entregas cada vez mais rápidas.

A empresa nasceu focada em atender grandes clientes, como os maiores marketplaces (shopping centers on-line) instalados no país – Amazon, Mercado Livre e Magazine Luiza, entre eles. A Sequoia recebeu recursos do fundo Warburg Pincus, que já zerou sua posição na empresa. Fundada em 2010 pelos empresários Armando Marchesan e Décio Honorato Alves, a companhia foi ganhando espaço nos últimos anos e avançou mais durante a pandemia.

Procurada, a Sequoia informou, por meio de um comunicado, que mantém contratos com Santander e Itaú BBA para atuarem como seus assessores, visando análises de potenciais alternativas estratégicas de negócios. A companhia afirma que não há nenhuma capitalização de recursos em processo formal neste momento. “Mesmo a empresa sendo, com alguma frequência, abordada por interessados de atividades distintas e similares para avaliar possíveis oportunidades de negócios.”

Fonte : https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/03/24/sequoia-busca-alternativa-de-capital.ghtml

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