Mudanças no ranqueamento do Mercado Livre: quais são as razões por trás delas e como contorná-las

Marketplace aumenta em 280% número de pedidos exigido para conceder medalha de MercadoLíder, que traz melhor posicionamento nas buscas.

O início do ano foi deveras movimentado para o mercado de marketplaces, com crises, mudanças e inseguranças para muitos vendedores.

Nesse sentido, já nesta semana serão implementadas as novas modificações no Mercado Livre, o maior marketplace do Brasil e da América Latina, relacionadas às suas políticas de ranqueamento.

Essas novas regras incluem requisitos mais exigentes para os vendedores da plataforma, que devem aprimorar suas práticas para que não afete a sua reputação no Mercado Livre e, como consequência, o seu desempenho de vendas.

Neste texto, iremos abordar esse novo sistema de reputação e o possível por que de o marketplace estar realizando tais mudanças.

Quais são as mudanças do Mercado Livre implantadas no dia 21 de março?
Aqueles que já vendem no marketplace devem saber que a plataforma possui um sistema de ranqueamento baseado nos selos MercadoLíder que contempla igualmente as medalhas gold e platinum.

Essas medalhas representam o quão um vendedor atende a seus pedidos com eficiência, o que inclui fatores como entrega, cancelamentos e devoluções, reclamações etc., e os benefícios de quem possui uma delas incluem:

– Maior visibilidade para seus anúncios com o selo em destaque em seus anúncios;

– Atendimento personalizado da equipe do Mercado Livre;

– O vendedor pode oferecer frete grátis a seus clientes pelo Mercado Envios, o que também garante mais agilidade na entrega, e receber desconto em seu custo de envio;

– Consequentemente, esses fatores dão maiores chances de aumentar as vendas dos vendedores do marketplace. Porém, para adquirir uma das medalhas, é igualmente necessário ter um número de pedidos e faturamento mínimos para conseguir o título de MercadoLíder.

Vamos entender melhor como era antes das mudanças do dia 21:

– MercadoLíder: 60 ou mais vendas e ter faturado R$ 25 mil ou mais;

– MercadoLíder Gold: 150 ou mais vendas e ter faturado R$ 80 mil ou mais;

– MercadoLíder Platinum: 450 ou mais vendas e ter faturado mais de R$ 200 mil.

Já com as novas mudanças no ranqueamento, atualmente, para ter o título, é necessário ter os seguintes atributos:

– MercadoLíder: 230 ou mais vendas e ter faturado R$ 37 mil ou mais;

– MercadoLíder Gold: 575 ou mais vendas e ter faturado R$ 118,4 mil ou mais;

– MercadoLíder Platinum: 1725 ou mais vendas e ter faturado mais de R$ 296 mil.

Lembrando que esses dados são referentes aos últimos 60 dias da loja do vendedor.

As mudanças mais drásticas estão na medalha platinum, na qual o número de pedidos mínimos aumentou 280%, e as relacionadas à experiência do consumidor final.

Um exemplo disso é a taxa de reclamações e cancelamentos. Agora, a loja deve ter, no máximo, 1% de reclamações de vendas – antes, 2,5% – e os cancelamentos realizados pelo vendedor devem ser de no máximo 0,5%.

Ou seja, um lojista que faz 200 vendas por mês, poderá ter, no máximo, dois pedidos cancelados. Caso contrário, ele corre o risco de prejudicar sua reputação e até mesmo de perder a medalha de MercadoLíderes.

Para empreendedores que já mantêm esse padrão, pode ser uma oportunidade a mais para se destacar perante seus concorrentes, mas, da mesma forma, se torna uma pressão adicional. Afinal, todos estão suscetíveis a erros, sejam operacionais ou estratégicos, e será preciso mais aprimoramentos para seu negócio.

Quais são as razões por trás das mudanças no Mercado Livre?

Para se consolidar como o maior marketplace do Brasil e continuar nessa posição nos próximos anos, o Mercado Livre continuamente investe em soluções logísticas, novas tecnologias e serviços. Portanto, não é de se espantar que ele igualmente deseje que seus vendedores tenham um alto padrão de qualidade.

Além disso, há o crescimento de outros marketplaces nos últimos anos, como a Shopee, que contém diversos usuários e acessos via app, e a Amazon logo atrás – a qual se mantém como um dos maiores marketplaces globais.

Ranking e Market Share do E-commerce no Brasil (calculados a partir da audiência em sites e apps)

Mercado Livre – 14,0%
Amazon – 7,5%
Shopee – 6,3%
Magazine Luiza – 5,1%
Americanas – 3,4%
Aliexpress – 3,2%
Shein – 2,8%
Casas Bahia – 2,4%
Ifood – 2,2%
Samsung – 1,7%
Reprodução: Conversion -dados janeiro de 2023

Mesmo com sua alta participação de mercado, o Mercado Livre está se preparando para não perder para players que chegaram agressivamente com cupons de desconto e preço mais baixos, como a já citado Shopee, que em 2022 teve grande alta de acessos via web e app, e mesmo outros participantes asiáticos, como AliExpress e Shein.

Já em uma pesquisa realizada em 2021 pelo BofA (Bank of America Merrill Lynch), organização que traz insights e soluções globais para empreendedores, apontou que em quatro regiões dos Brasil a Shopee era a mais querida perante os consumidores tendo como base o NPS (Net Promote Score), que avalia a experiência e a lealdade dos compradores:

NPS
Shopee – 64
Mercado Livre – 61
Amazon – 58
Magazine Luiza – 48
Americanas – 46
Aliexpress – 35
Casas Bahia – 34
Extra – 29
Carrefour – 26

Em contrapartida, essas mudanças implicam como o Mercado Livre está investindo em melhorar a experiência de compra para seu consumidor final.

Um ponto em que ele está à frente da Shopee é que o marketplace possui uma alta capacidade logística, seja com centros de distribuição ao longo do país ou parcerias com transportadores locais.

Através dessas mudanças, ele irá incentivar os vendedores a fazer entregas mais rápidas que podem ser proporcionadas com seus serviços Mercado Envios Full e Flex, praticando uma das maiores tendências para os próximos meses e anos no e-commerce: os conceitos de Same Hour e Same Day, ou seja, entregas que chegam às mãos do cliente na mesma hora após o fechamento da compra ou no mesmo dia, respectivamente.

Em suma, podemos concluir nesse tópico que as possíveis razões para as mudanças do dia 21 de março são relacionadas a:

– Melhorar a experiência do consumidor;

– Aumentar a participação de mercado de concorrentes como a Shopee;

– Manter-se como maior marketplace do Brasil através de uma marca mais forte e consolidada para o público.

Melhores práticas para vendedores não perderem reputação
Com tais mudanças, os vendedores devem estar mais atentos para se aprimorarem e buscarem conhecimento para que não tenham problemas na plataforma do Mercado Livre e acabem perdendo reputação e vendas.

Para isso, será necessário dar mais atenção a pontos importantes que façam o comprador estar satisfeito, como:

– Agilidade no atendimento e em respostas a perguntas;

– Múltiplos pontos de contato, como redes sociais, o que inclui WhatsApp, caso seja necessário;

– Controle de estoque para não ter furos;

– Rapidez no processo logístico, desde emissão de NFs, mesa de expedição e acompanhamento do pedido até o cliente;

– Oferecer um pós-venda de qualidade.

Todavia, ter controle sobre todas essas questões pode ser exaustivo para o empreendedor, por isso outro ponto importante é que, à medida que seu negócio crescer, será necessário investir em tecnologias que facilitem, organizem e realizem todos os seus processos.

Tecnologia como aliada: a automação e a inteligência artificial como auxiliares
A exemplo de tecnologias que podem auxiliar os vendedores, temos o popular ChatGPT e ferramentas similares que automatizam processos de criação de textos que podem auxiliar vendedores do Mercado Livre em posts para redes sociais, descrições de anúncios, estratégias ou mesmo serem usados como chatbots através de sua API para oferecer atendimentos mais rápidos, Porém, devem ser usados com cautela e necessitam da revisão de quem está utilizando.

Para processos de expedição e emissão de notas fiscais, o uso de softwares como faturadores, ERPs e hubs integradores de marketplaces agiliza o despacho de suas mercadorias e auxilia no controle do estoque de maneira que sejam realizadas ações em uma única tela.

Ou seja, o investimento em automação se torna cada vez mais necessário para empreendedores que desejam minimizar seus erros nos marketplaces, principalmente em mudanças como a do Mercado Livre e possíveis outras modificações que ocorram em outros players do mercado.

Para concluir, devemos ter em mente que o comércio eletrônico está cada vez mais competitivo e com mais concorrentes. Portanto, os empreendedores não devem cair na zona de conforto, e sim continuar a investir em seus negócios para poder crescer.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/mudancas-no-ranqueamento-do-mercado-livre-quais-sao-as-razoes-por-tras-delas-e-como-contorna-las

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Entregas da Via chegam a todas as cidades do Brasil

A Via, dona das marcas Casas Bahia, Ponto e Extra.com.br, investiu ao longo dos anos em tecnologia e infraestrutura para ampliar a entrega de serviços e aumentar a eficiência operacional. Em 2022, a empresa só não entregou no território de Fernando de Noronha. Atualmente, a Via chega no mesmo dia em 65 municípios e em até um dia em mais de 2,5 mil cidades brasileiras.

Para auxiliar nesse processo, a companhia anunciou a implantação do novo Manhattan Active Warehouse Management (WMS) no centro de distribuição de Jundiaí. Segundo a companhia, com a novidade, a Via é a primeira da área de atuação no Brasil a converter um sistema de gerenciamento logístico para o armazenamento de dados na nuvem, permitindo mais produtividade e agilidade no coração logístico do seu negócio.

“Hoje chegamos no Brasil inteiro e de maneira muito rápida. A estratégia omnicanal da Via está cada vez mais forte e, graças a isso, pegamos os ótimos ativos e levamos para fora da Via. Nossa logística é referência e passamos isso para os nossos parceiros”, ressaltou Fernando Gasparini, diretor-executivo de Logística e Abastecimento da Via.

Para a empresa, isso quer dizer que a plataforma de logística serve tanto o ecossistema da Via como para o mar aberto (logística as a service para parceiros que não estão no seu marketplace). Inclusive, o último relatório de resultados (4T22) mostrou que a logística mar aberto da companhia cresceu +837% em receita e +320% em pedidos.

Segundo a Via, o fullfilment e fullcommerce são grandes responsáveis por esses avanços tão significativos. Por exemplo, com fullfilment, a companhia oferece toda a estrutura logística, desde o recebimento, armazenagem e entrega de produtos de terceiros – sejam eles comercializados através do marketplace ou dos concorrentes. Já no fullcommerce, a empresa oferece tudo o que o primeiro serviço tem, mas também realiza toda operação do site, incluindo emissão de notas e sistemas para o contratante. A lista de clientes dessa modalidade inclui empresas como Gradiente, Café Pilão, Café L’Or, Cimed e Lenox.

Fonte : https://mundologistica.com.br/noticias/entregas-da-via-chegam-a-todas-as-cidades-do-pais

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O crescimento do e-commerce no Norte e Nordeste: o olhar que todo empreendedor deve ter

Sul e Sudeste são regiões mais lembradas do que Norte e Nordeste quando o assunto são negócios e grandes polos de comércio. No entanto, é um verdadeiro equívoco não direcionar o olhar para tais regiões, principalmente porque suas participações nas compras online estão crescendo mais do que nas demais há anos, como mostraremos neste texto.

O empreendedor – seja seller, marketplace ou mesmo empresas de logística – que negligencia essa parte do país perde valiosas oportunidades de crescer. Esse olhar deve vir junto de estratégias direcionadas a essas regiões.

Para quem é um empreendedor no comércio eletrônico dessa parte do país, a notícia é ainda melhor, já que conhece melhor os locais, as opções de parceria, a cultura e outras particularidades que impactam os negócios.

Neste artigo, vamos mostrar os índices, o porquê de ambas as regiões estarem crescendo e como utilizar essas informações para aumentar as vendas.

Histórico de crescimento

Faz alguns anos que as regiões Norte e Nordeste se destacam pelo crescimento no e-commerce do país. Foi em 2020 que o Webshoppers, da E-bit/Nielsen, mostrou que as duas regiões apresentaram crescimento significativo para serem consideradas mais relevantes dentro das estratégias dos setores de comércio eletrônico, ficando, respectivamente, em primeiro e em segundo lugares.

De acordo com o relatório mais relevante para o setor, a participação do Nordeste no faturamento nacional foi de 18%, com crescimento de 107% nas vendas. Já no Norte, as compras representaram 7%, com um salto de 93%. Os dados, divulgados em 2020, refletem o cenário de 2019.

Em 2021, em um dos picos da pandemia e onde o e-commerce cresceu consideravelmente, segundo a Synapcom, o Norte bateu recorde, com 672% de aumento nas vendas no primeiro trimestre daquele ano. O Nordeste veio em seguida, no segundo lugar, com 671% de crescimento. Podemos dizer que foi um empate técnico entre essas duas partes do país.

Ambas as regiões continuaram relevantes. O índice MCC-ENET, da Neotrust | Movimento Compre & Confie em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net), mostrou crescimento do Norte de 27,02% e do Nordeste de 22,79%. São as partes do país com crescimento mais relevante no período analisado – primeiro trimestre de 2022.

Por que Norte e Nordeste estão crescendo tanto no e-commerce?

Há uma série de fatores que explicam o porquê de o Norte e o Nordeste estarem puxando o crescimento do e-commerce no país, que incluem:

O impacto do frete grátis

O segundo fator com maior peso na decisão do consumidor, o valor do frete, parecia privilégio de quem mora nas regiões Sul e Sudeste, no entanto, isso está começando a mudar.

Com a oferta de entrega sem onerar o pedido, moradores do Norte e Nordeste começaram a comprar mais pelas lojas online.

A justificativa para a falta do benefício era a distância dos estados nordestinos e nortistas dos grandes centros de distribuição dos e-commerces, além de menor oferta de transportadoras, algo que também está diferente nos últimos anos, como veremos no tópico a seguir.

Segundo a Consumer Insights for the 2021 Holiday Shopping Season Survey, 38% dos consumidores consideram o frete decisivo para fechar uma compra ou abandonar o carrinho. Dessa forma, vantagens competitivas de entrega não podem ser desconsideradas nessas regiões, já que contribuíram para maior movimentação de compras online.

Expansão dos centros de distribuição

Uma das vantagens que faz os olhos do consumidor brilhar, o frete grátis, só foi possível porque grandes centros de distribuição instalaram-se no Norte e Nordeste.

A Amazon, por exemplo, tem três armazéns em cidades nordestinas, dois inaugurados de 2021 em diante. É provável que a decisão tenha acontecido depois que os dados de relevância da região apareceram e, como um grande player, o marketplace necessita manter sua posição e alcançar outras gigantes do país, como o Mercado Livre.

“O Nordeste é uma região de extrema importância para a Amazon, tanto que estamos inaugurando a nossa segunda operação em Pernambuco. Com isso, nosso intuito é aumentar a capacidade logística da empresa no país, aumentando a variedade e aproximando os produtos comercializados, melhorando a experiência dos clientes e reduzindo o tempo de entrega em nível nacional, além de gerar emprego e renda para as comunidades em que atuamos”, disse Ricardo Pagani, diretor de operações da Amazon.

Voltando a falar do Meli, não devemos deixar de citar a expansão de seu serviço fulfillment e a possibilidade de seu Mercado Envios Flex (que entrega pedidos em até 24 horas e está presente apenas em poucas regiões metropolitanas) chegar a ambas as regiões nos próximos anos.

A Americanas também inaugurou dois CDs – um na Bahia e outro no Pará – em 2022, e o Magalu investe igualmente em expandir seu território.

Mais transportadoras em território nacional

Segundo a Fretebras, houve um aumento de 9,6% de transportes de carga circulando no Nordeste de 2020 para 2021. Além de contar com os serviços de entrega dos grandes marketplaces, o seller passou a ter mais opções, o que ajudou a melhorar as condições para os compradores dos estados nordestinos.

A maior presença de CDs e transportadoras no Norte e Nordeste contribui para mais um fator de decisão do cliente: o tempo de entrega.

De acordo com a já citada pesquisa da Consumer Insights for the 2021 Holiday Shopping Season Survey, a velocidade com que as encomendas chegarão às mãos do cliente fica em primeiro lugar na decisão de compra – 52% dos consumidores analisam esse ponto para decidir se vão comprar online e de quem.

Marketplaces como principal canal de venda para consumidores

A popularização dos marketplaces e das vendas online também teve grande impacto no crescimento do e-commerce do Norte e Nordeste. Esses dois fatores levaram à maior diversidade de vendedores e compradores.

Se antes era difícil ter um comércio virtual, os marketplaces tornaram muito mais simples colocar as mercadorias à venda na internet.

Dessa forma, sellers de demais partes do país puderam aproveitar os benefícios do e-commerce. Isso significa mais facilidade na logística, menor impacto no valor do frete e até mais possibilidades de oferecer vantagens no valor da entrega nessas regiões do país.

Maior acesso à internet

As regiões Norte e Nordeste igualmente vêm crescendo em relação à conectividade de internet, seja por acesso a dispositivos móveis ou por domicílio.

Segundo o Pnad TIC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, segmento de Tecnologia da Informação e Comunicação), divulgado pelo IBGE em 2021, o número de casas conectadas no Nordeste aumentou 9,5% em um ano. Já em 2019, a região fechou com aproximadamente 74,3% dos lares com acesso à internet.

Em contrapartida, no Norte, 25% da população ainda têm dificuldade em acessar a internet, mesmo com a mais recente tecnologia 5G, o que afeta a qualidade de navegação. Ou seja, ainda há muito o que melhorar para que todos do país tenham acesso a uma conectividade de qualidade.

Pandemia

Assim como nos outros lugares do Brasil, nordestinos e nortistas foram impactados pelo isolamento social e aderiram fortemente ao comércio eletrônico. O Nordeste chegou a 108% de aumento nas compras online durante a pandemia, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), sendo o maior crescimento, seguida pelo Norte, com 78,4%. Igualmente, a demanda dos Correios cresceu 25% na região.

Os hábitos de consumo também mantiveram-se com a estabilização da pandemia, como outras informações deste artigo mostraram.

Como aproveitar crescimento do Norte e Nordeste no e-commerce

Como os dados estão mostrando, o Norte e o Nordeste estão ganhando fatias cada vez maiores do faturamento no comércio eletrônico.

Para atender a essas demandas, os empreendedores devem dar devida atenção às seguintes ações, por exemplo:

Frete grátis para o Norte e o Nordeste

Um dos grandes obstáculos para a compra no Norte e Nordeste era o valor da entrega. E como mostrado ao longo do artigo, a concessão de frete grátis pelas maiores lojas online do Brasil incentivou o consumidor dessas duas regiões a comprar mais.

Ao conceder esse benefício, o seller deve destacar que é válido para todo país ou fazer promoções específicas para o Norte e o Nordeste. Afinal, por muitos anos, a entrega gratuita para Sul e Sudeste foi destacada nos maiores e-commerces brasileiros.

Aliás, ainda se encontra esse tipo de restrição da condição de compra em algumas lojas online. Pode, sim, haver barreiras para que isso não seja possível, mas o seller deve estar ciente de que pode comprometer as vendas e se planejar para dar cupons de frete grátis ou outras ações benéficas para tal público.

Parcerias logísticas nas regiões

Para conseguir proporcionar frete grátis ou entregas mais rápidas, é preciso ter parcerias logísticas estratégicas. Mesmo sem o benefício, escolhas de transportadoras, serviço próprio ou uso dos Correios ajudam a diminuir o valor da entrega, o que influencia diretamente a decisão de comprar ou não do seller.

Hoje, além da logística própria, é possível aderir ao fulfillment, serviços dos marketplaces para colaborar com essa etapa tão importante para a experiência do consumidor.

Marketing que valoriza o povo nordestino e o do Norte

Diversidade é bem-vinda em todos os espaços, e no e-commerce não é diferente. É preciso se lembrar do povo do Norte e Nordeste nas ações de marketing, não só nas datas comemorativas, como Dia do Nordestino, mas durante todo o ano para mostrar que a marca valoriza pessoas dessa parte do país.

Usar imagens e vídeos de pessoas que sejam da região (mas sem estereótipos), falar da cultura e dos lugares são ações que mostram que a loja também é para quem mora nesses lugares.

Além disso, é importante direcionar anúncios para essas regiões de forma segmentada e personalizada para que a loja fique conhecida e, como outras empresas, ganhe espaço nesses lugares.

Não é apenas um, mas vários pontos que vão resultar em sucesso de vendas no Norte e Nordeste. Então, cabe aos vendedores e à toda cadeia do e-commerce observar o crescimento e como fazer para estar presente nesses locais.

O ponto principal deste texto é deixar todos conscientes de que o consumo no Brasil já não está mais focado em poucas regiões, e a tecnologia e a democratização do acesso a internet beneficiam a todos, de consumidores a empreendedores.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/o-crescimento-do-e-commerce-no-norte-e-nordeste-o-olhar-que-todo-empreendedor-deve-ter

Mandaê entrega 10% a mais de encomendas em 2022

A plataforma logística Mandaê entregou cerca de 4,8 milhões de encomendas em 2022. O valor representa 10% a mais comparado ao ano de 2021, quando entregou 4,4 milhões. A empresa de logística faz parte da Nuvemshop, plataforma para criação de lojas online que é líder na América Latina, com mais de 100 mil lojas.

“O ano passado foi um período desafiador, mas também de oportunidades para o e-commerce. O foco em crescimento nos permitiu ampliar nosso quadro de colaboradores”, comenta Vitor Cunha, diretor comercial da Mandaê. “Nossa meta para 2023 é superar o crescimento do ano passado”.

De acordo com Vitor, para ter sucesso no meio, é preciso estar atento às tendências. Para este ano, o especialista aponta que os consumidores estão optando por entregas cada vez mais rápidas. “Mesmo em um cenário de aumento de custo de combustível e de transporte, os consumidores sempre vão querer opções de entregas mais rápidas e de menor custo, então as grandes tendências sempre são as iniciativas que viabilizam esta equação.”

Soluções logísticas que ampliem o acesso a mais opções de entregas estarão melhor posicionadas para o crescimento. Entre essas opções destaca-se o Quick Commerce: entregas super-rápidas realizadas em horas e não mais em dias. Também estarão em alta as soluções de entrega com maior flexibilidade para coletar encomendas em centros de distribuição, lojas físicas ou qualquer outra origem e realizar entregas na residência, no trabalho ou em pontos de retirada.

Além disso, a integração de soluções de inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina) na roteirização das entregas, gestão de performance e cotação de frete segue como tendência. “O crescimento exponencial da malha logística em conjunto com a pressão por menores custos inviabiliza a gestão por meio das ferramentas tradicionais. A automação vem para solucionar esse problema.”

O levantamento da Mandaê sobre os resultados do último ano ainda aponta que o estado de São Paulo foi o destino de cerca de 50% dos envios realizados pela empresa. Além de São Paulo, a plataforma logística possui um centro de distribuição em Minas Gerais, estado que compõe 15% do volume de pedidos atual.

Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/mandae-encomendas-2022-nuvemshop

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A importância da inovação na entrega: como os hubs logísticos metropolitanos impactam o CX?

Em um comércio eletrônico, em que a competitividade cresce a cada dia, garantir uma boa jornada de compra é essencial para varejistas que buscam crescer e fidelizar clientes.

Nesse processo, existem várias etapas envolvidas. A logística, por exemplo, passa por todos os caminhos e impacta diretamente a entrega final. O transporte é a ponte entre o produto e o cliente, por isso qualquer falha no envio pode gerar insatisfação e quebrar todo o ciclo positivo construído até aquele momento.

Quando uma companhia não percebe a logística como parte essencial do negócio, deixa de investir em soluções para melhorar a área, o que resulta em inúmeras falhas de operações, alto custo e clientes insatisfeitos.

O chamado “last mile” (ou última milha) se tornou fundamental como diferencial competitivo. Outras facilidades, como a logística reversa, os novos modelos de entrega e o uso de recursos de mobilidade urbana, ganharam mais destaque para melhorar a experiência do cliente e garantir a flexibilidade exigida, seja para receber, enviar ou devolver produtos em questão de dias ou até horas.

Com a grande diversidade de ofertas, as marcas precisam encontrar meios para se sobressaírem perante os seus concorrentes. Uma boa experiência de compra é um dos fatores essenciais para assegurar o retorno do consumidor e consolidar uma imagem positiva da empresa.

Nesse cenário, o hub logístico metropolitano é a tendência que vem alavancando as operações de empresas do varejo. Levando os produtos para mais próximo do cliente final os hubs viabilizam entregas no mesmo dia e até em horas. A escolha estratégica da localização é baseada em dados de vendas e geolocalização dos consumidores. Em alguns casos é possível armazenar os produtos mais vendidos numa determinada região antes mesmo da compra ser realizada pelos clientes.

Mas para o perfeito funcionamento desta modalidade é necessário que toda a cadeia logística esteja integrada e digitalizada. O sucesso da modalidade passa pela orquestração da plataforma de e-commerce, TMS e aplicativo de última milha.

Além de viabilizar entregas mais rápidas, a consolidação dos pacotes em hubs aliada a roteirização inteligente e eficiente das entregas reduz consideravelmente o custo do frete e proporciona melhor rentabilidade para vendas online.

*Vinicius Pessin é CEO da logtech Eu Entrego.

Fonte : https://www.consumidormoderno.com.br/2023/02/22/hubs-logisticos-experiencia-consumidor/?utm_campaign=news_cm_220223&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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99Food encerra serviço de entrega para restaurantes parceiros e foca em marketplace

Restaurantes e entregadores parceiros têm sido comunicados e apoiados durante essa transição.

O aplicativo de entrega de comida 99Food anunciou o fim do seu serviço de entrega por meio de profissionais parceiros no Brasil, uma mudança importante na sua operação. Agora, a responsabilidade do frete fica com os restaurantes a partir do dia 28 de fevereiro.

Desde o início de sua operação, no final de 2019, o aplicativo oferecia duas opções. Restaurantes podiam escolher se usavam sua própria estrutura de entrega, usando o aplicativo apenas para acesso aos clientes, ou poderiam pagar pelas entregas da rede oferecida pelo 99Food.

“Em busca de um modelo que entregue mais valor para seus parceiros e a própria companhia, a 99 iniciou, em janeiro de 2022, uma transição da 99Food para uma operação focada em marketplace, sem oferecer o serviço de entrega. Restaurantes e entregadores parceiros têm sido devidamente comunicados e apoiados durante essa transição”, afirma a empresa em comunicado.

Segundo a 99, os restaurantes e entregadores parceiros têm sido comunicados e apoiados durante essa transição. “Hoje, parte da operação da 99Food ainda é realizada por meio de seus entregadores parceiros”.

Operações da 99Food
A plataforma de delivery da 99 atuava em 59 cidades brasileiras de 22 estados, com 114 mil restaurantes cadastrados. A empresa também lançou a 99Moto para contribuir com a mobilidade urbana e gerar mais uma oportunidade de ganho para motociclistas parceiros. Este serviço já está disponível em mais de 3 mil municípios.

Além do Brasil, o serviço de delivery era oferecido na Colômbia, Costa Rica, Japão e México. Até o momento, a empresa não forneceu dados atualizados sobre a cobertura atual da operação de delivery.

A 99Foods não foi a primeira a finalizar suas operações no Brasil. Em março de 2022, a Uber deixou de oferecer o serviço de entregas de refeições prontas dentro do app UberEats, no Brasil. A Uber era a segunda maior empresa de delivery de comida do país, atrás do iFood e seguida pelo Rappi.

Fonte : https://startupi.com.br/99food-encerra-servico-de-entrega/

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Bicicleta de carga a energia solar já está em uso e tem 100 km de alcance

Rede de varejo sueca IKEA já está utilizando a ‘bike solar’ para entregas; modelo chegará a vários mercados.

A Ikea é uma das maiores lojas de móveis e utilidades domésticas da Europa. Assim como qualquer empresa atenta ao consumidor moderno, encara todos os desafios para oferecer entregas com zero emissões. A gigante sueca está buscando formas de gerenciar a sua logística de “última milha” com meios econômicos e amigos do ambiente, mantendo ao mesmo tempo claramente elevada a satisfação do cliente.

Nos últimos dois anos, a empresa comprou muitos caminhões elétricos para entregas na sua frota e trabalhou também na infraestrutura de carregamento e na utilização generalizada de energia proveniente de fontes renováveis. Mas a Ikea tem um objetivo ambicioso, a de se tornar neutra em carbono até 2030. De fato, para encerrar a década com uma pegada de carbono positiva. Para tal, devem ser encontradas soluções inovadoras e inteligentes. Tal como esta bicicleta de carga movida a “energia solar”.

Em breve a nível mundial
Batizada de SunRider, a novidade estreia na loja Ikea em Deft, na Holanda. A bike já vem sendo utilizada há alguns meses para levar produtos de pequenas e médias dimensões aos clientes que moram perto da loja. O projeto, inicialmente de natureza experimental, tem sido um sucesso e agora a Ikea decidiu expandir a adoção deste tipo de bike de carga a todos os locais que a solicitem.

“A SunRider pode transportar cerca de 90% dos produtos que são vendidos dentro dos nossos armazéns e emite 98% menos CO2 do que um veículo de entrega convencional a diesel”, disse Helene Davidsson, Gestora de Sustentabilidade da Ikea.

100 km de autonomia
A SunRider está equipado com uma bateria de íons de lítio de 1,6 kWh que pode ser recarregada através de painéis fotovoltaicos integrados na caixa de carga que geram 545 Wp (watt-pico). A caixa pode conter uma palete UE de tamanho normal e pode transportar pesos de até 150 kg. Tem um alcance de até 100 km.

“Queremos poder servir cada vez mais pessoas e muitos dos nossos futuros clientes viverão em cidades com acesso limitado aos transportes. Esta iniciativa oferece uma grande oportunidade para explorar novas formas de entregar os nossos produtos nas suas casas. A bike de carga movida a energia solar será um valioso reforço ao serviço de última milha, uma vez que oferece uma alternativa silenciosa e sem emissões que também pode contornar o congestionamento do tráfego”, disse Davidsson.

Fonte : https://insideevs.uol.com.br/news/628745/bicicleta-carga-paineis-fotovoltaicos/

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Amaro lança serviço de entrega em até 3 horas para 60% dos clientes

A novidade irá atender 60% dos consumidores e já passou por testes e até projeto-piloto.

De olho na conveniência do cliente, a retailtech Amaro anunciou seu novo movimento operacional para ofertar entregas em até 3 horas. A novidade irá atender 60% dos consumidores e já passou por testes e até projeto-piloto. Ao todo, mais de 5 mil pedidos já foram entregues em até 3 horas durante a fase de testes.
O projeto será um facilitador para as consumidoras que, em algumas partes do Brasil, recebem suas compras com prazo de 2 a 7 dias. De acordo com dados da empresa, em média os pedidos da Amaro estão sendo entregues em 1.6 dia.

Os produtos disponíveis para este tipo de entrega estarão marcados com o selo “Receba Hoje”, tanto no site quanto no app. Para adesão a esse serviço, foram adicionados também novas funcionalidades na jornada do cliente no site e no aplicativo.

“A entrega super rápida em até 3 horas será revolucionária no segmento. Vai permitir que as pessoas recebam quase instantaneamente um novo look para uma festa, um presente para uma amiga, um item de mesa posta para o jantar que darão a algumas horas ou um produto de skincare que esgotou”, destaca Dominique Oliver, fundador e CEO da Amaro.

A entrega em até 3 horas está disponível para as cidades de Campinas, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O frete é grátis para pedidos acima de R$ 249, menos para São Paulo e Campinas, sendo grátis acima de R$ 499.

Retirada em lojas
Além do serviço de entrega, a Amaro também está implementando a retirada no guide shop (espaços físicos da marca) mais próximo em até 30 minutos. A companhia tem investido na expansão física, especialmente com os guide shops, lojas de até 1.500 m², que reforçam o posicionamento da marca como ecossistema.

No ano passado, a Amaro inaugurou sete novos estabelecimentos nas maiores capitais do País. O planejamento até o final desse ano é de que a empresa tenha aberto seis novas lojas. No total, a Amaro chega a 21 guide shops presentes em 14 cidades e dobra sua presença nacional desde 2020.

“Em termos de crescimento, o e-commerce no Brasil tem apenas 14% de participação no varejo e chegará a 20% somente em 2024 ou 2025. Assim, a expansão dos guide shops é fundamental para ganhar novos clientes e aumentar a fidelidade das nossas clientes atuais, além de, por conta do modelo omnicanal, aumentarem a participação do online nas cidades em que temos lojas”, comenta Oliver.

A opção de retirada na loja em 30 minutos está disponível em todas as cidades listadas no serviço de entrega, mais Belo Horizonte e Brasília.

Fonte : https://mercadoeconsumo.com.br/09/12/2022/ecommerce/amaro-lanca-servico-de-entrega-em-ate-3-horas-para-60-dos-clientes/

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Black Friday phygital e a logística pós-pandemia

O e-commerce cresceu como nunca nos últimos anos e, agora, os clientes também podem ir à loja física. Como entregar uma experiência excepcional nesse cenário?

As imensas e inúmeras transformações que aconteceram no mundo em decorrência da pandemia de COVID-19 não são novidade para ninguém. No âmbito do consumo, todos os segmentos foram impactados de alguma forma – alguns, inclusive, cresceram de maneira inimaginável, como o e-commerce. E a Black Friday, uma das datas mais importantes para o varejo, também passou por mudanças sensíveis nesse período.

De acordo com a Ebit | Nielsen, em 2020 o número de consumidores do e-commerce cresceu 29%, totalizando 79,7 milhões de pessoas; em 2021, a empresa calcula que 87,7 milhões de brasileiros fizeram compras pelo e-commerce e, entre eles, 12,9 milhões eram novos compradores. Não por acaso, o setor faturou R$ 150,8 bilhões em 2021, segundo dados da ABComm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico – um recorde histórico. Para este ano, a previsão é de crescimento de cerca de 12%, apontando para um volume de R$ 169,5 bilhões.

EM 2021, 87.7 MILHÕES DE BRASILEIROS FIZERAM COMPRAS PELO E-COMMERCE;
ENTRE ELES, 12,9 MILHÕES ERAM NOVOS COMPRADORES
Fonte: Ebit | Nielsen

Os números tornam indiscutível o fato de que as empresas de e-commerce e os marketplaces precisam, sim, investir no ambiente e na experiência on-line. Entretanto, não se pode esquecer que o crescimento do digital nesse período esteve atrelado ao distanciamento social e ao fechamento de lojas físicas – ou seja, o e-commerce se tornou, em muitos casos, a única alternativa para quem precisava e queria consumir.

Mas qual será a preferência do consumidor nesse cenário? De acordo com um estudo realizado pela plataforma Tiendeo, 42% dos brasileiros consideram que as lojas físicas garantem uma experiência melhor e mais satisfatória do que as lojas on-line. E como as empresas devem reagir, então, nesse cenário? O único caminho possível é a aposta no modelo phygital que, há pouco tempo, era apenas uma utopia.

EM 2021, O E-COMMERCE FATUROU R$ 150.8 BILHÕES
Fonte: ABComm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico

É nesse cenário que, em novembro de 2022, ocorrerá a Black Friday. Até 2019, o e-commerce influenciava, moderadamente, os resultados desse evento; em 2020 e 2021, as vendas on-line foram determinantes. Agora, pela primeira vez, a capacidade de combinar o digital com o físico será testada. Mas os desafios não acabam aí. Uma vez feita a venda e concluído o pagamento, o varejo passa para mais uma etapa que, se não for bem planejada e administrada, pode se transformar em um grande atrito na jornada do cliente: a logística.

O e-commerce ainda enfrenta muitos desafios para garantir uma boa experiência de entrega para os clientes no Brasil. As principais dificuldades estão na chamada last mile, ou última milha, em que o produto é levado até a casa do cliente. Na Era da Conveniência, o consumidor espera receber a mercadoria em perfeito estado, com uma entrega rápida, confiável, com custo reduzido e em data e hora escolhidas por ele.

“Uma logística mal-acertada, com demora na entrega ou prazos surreais, é algo inconcebível no mundo em que vivemos hoje”, afirmou Charles Varani, consultor em Experiência do Cliente e Transformação Digital da Ambidestra. “A experiência da entrega passou a ser uma peça fundamental de diferenciação de marca.”

Nesse sentido, o autor do livro Logística – O Último Rincão do Marketing e ex-presidente da Associação Brasileira de Logística, Carlos Mira, enfatiza que, na Era da Conveniência, a logística passa a ser um diferencial da marca durante todo o ano, não apenas em períodos como a Black Friday. Ele lembra que, no passado, o marketing trabalhava muito com os 4Ps: produto, preço, propaganda e praça. “Hoje já se sabe: vender é fácil, difícil é fazer a logística de forma conveniente. As empresas precisam pensar em soluções criativas, tecnológicas e sérias para fazerem boas entregas”, explica Carlos.

ALTERNATIVAS PARA UMA LOGÍSTICA EFICIENTE

Ainda que seja necessário manter a atenção a questões de logística durante todo o ano, especialistas são categóricos em afirmar: em momentos de aumento de demanda ou de crise, as empresas precisam compreender que as áreas de back office devem assumir esse protagonismo. Portanto, quando se fala de Black Friday, a logística passa a ser o grande diferencial das marcas.

Segundo o professor de Marketing e Mídias Sociais, Inovação e Gestão Comercial da FGV, Roberto Kanter, nos grandes centros esses desafios vêm sendo minimizados. “Uma das soluções que têm aparecido são os PUDOS, ou Pick Up & Drop Off, os quais são sistemas que permitem ao cliente pegar o produto em lugares como lockers e lojas de assuntos variados e fazem esse papel de centro logístico da última milha. Outras soluções têm sido os chamados dark places, ou dark stores, que são locais dentro das cidades onde você, simplesmente, armazena o produto; deixa uma parte do estoque”, detalha.

Mira afirma, entretanto, que mesmo as principais capitais do Brasil foram planejadas apenas pensando no fluxo de pessoas e não de mercadorias. “As cidades são projetadas a partir de um conceito ‘atacadista’ que, hoje, não funciona mais. É preciso repensar essas estruturas – criar centros de triagem de mercadorias nos bairros, por exemplo, para que as empresas deixem seus produtos para serem distribuídos por uma única van para as casas das pessoas”, defende.

O que o especialista explica é que a logística deve ser pensada de forma descentralizada, não dependente de tantos CDs (Centros de Distribuição) gigantescos, mas obedecendo a pequenos pontos que estejam localizados em raios de poucos quilômetros dos clientes. O desafio é muito mais de planejar o sortimento com maior saída nas diferentes áreas da metrópole do que, simplesmente, percorrer trajetos distantes dos CDs para os bairros e municípios adjacentes. Muitos varejistas utilizaram a própria rede de lojas como centros de coleta, de distribuição e, também, de troca.

42% DOS BRASILEIROS CONSIDERAM QUE AS LOJAS FÍSICAS GARANTEM UMA EXPERIÊNCIA MELHOR E MAIS SATISFATÓRIA DO QUE AS LOJAS ON-LINE.
Fonte: Tiendeo

Apesar dos desafios estruturais, os principais players do mercado têm investido no aprendizado e no investimento constante em logística. Já se sabe que o que se coloca para baixo do tapete durante todo o ano, principalmente em períodos de baixa demanda, acaba explodindo na Black Friday. Por isso, planejamento é fundamental.

COMPRE HOJE, RECEBA HOJE
Fala-se bastante – inclusive na Consumidor Moderno – sobre empresas que, por prestarem serviços acima da média, fizeram com que o consumidor se tornasse mais exigente. No
e-commerce, o Mercado Livre é referência nesse sentido. É ele quem faz entregas com mais velocidade no País: em menos de 24 horas, consegue entregar 20% das mercadorias compradas pela plataforma. Isso inclui cem cidades do País – aquelas com maior volume de vendas. Além disso, 75% das entregas são feitas no prazo de um dia, para mais de 2 mil cidades. Em dois dias, 90% das entregas são finalizadas em quase 5 mil cidades pelo Brasil.

De acordo com Julia Rueff, diretora de Marketplace do Mercado Livre, isso é possível porque a empresa entendeu que a logística é um dos principais pilares de competitividade hoje no mercado. Por isso, o Mercado Livre pensa e investe de forma contínua na área. Com uma malha logística própria, a empresa consegue ter total controle da qualidade da entrega e dos prazos. Hoje, a frota do Mercado Livre conta com 4.200 caminhões, 1.250 vans, mais de 2.300 carros Fiorinos, 5 aviões e 18 mil veículos atuando na última milha.

Mesmo sendo referência em entrega, Julia Rueff afirma que o Mercado Livre não se acomoda, se colocando sempre em uma posição de aprendizado e buscando soluções que melhorem a experiência do cliente. Já pensando na Black Friday deste ano, e seguindo o plano de investimento para a ampliação de sua eficiência logística, o Mercado Livre está fazendo a implantação do primeiro Centro de Consolidação (Sortation Center) da América Latina. Localizado em Cajamar, em São Paulo, o novo centro logístico deve ter a capacidade de consolidar cerca de 450 mil pacotes por dia, número que corresponde a cerca de 30% das entregas realizadas no Brasil.

O sistema funciona como uma grande esteira seletora de pacotes, que conecta todas as origens da rede do Mercado Livre com mais de cem destinos em 24 Estados do Brasil, por meio de tecnologia desenvolvida pela companhia. A executiva explica que, além de querer garantir uma melhor experiência de entrega para os clientes, o Mercado Livre está sempre inovando, pois acredita no potencial de crescimento do e-commerce no Brasil.

“Vemos um consumidor cada vez mais exigente, buscando excelência também na Black Friday. Então, estamos trabalhando para garantir ofertas e promoções relevantes. Estamos realizando eventos e treinamentos com os nossos vendedores, para que eles possam oferecer produtos interessantes, a preços imperdíveis, em prazos competitivos”, explica.

6 PASSOS PARA ASSEGURAR A MELHOR EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NA BLACK FRIDAY
▷ INVESTIMENTO EM FORECAST: planejar a Black Friday com antecedência, aprimorando o portfólio de produtos para atender melhor à necessidade dos clientes.

▷ TRANSPARÊNCIA: garantir boas ofertas para o cliente e as informações necessárias para ele tomar a decisão de compra.

▷ ENTREGA RÁPIDA: não é porque o cliente está comprando com desconto que ele vai abrir mão da velocidade, que hoje é um grande diferencial dos principais players do mercado.

▷ CUMPRIMENTO DA PROMESSA: mais do que entregar rápido, é imprescindível que o produto chegue dentro do prazo combinado e nas condições informadas no momento da venda.

▷ PÓS-VENDA: garantir um bom atendimento no pós-venda, mantendo o cliente informado do status do pedido e oferecendo soluções rápidas em caso de “erros”.

▷ APRENDZADO COM OS ERROS: saber ouvir e entender as principais dores dos clientes, para aperfeiçoar a experiência oferecida no próximo ano.

ANTECIPAÇÃO E CUIDADO

Além de ser a primeira sem restrições e distanciamento social, a Black Friday 2022 acontecerá em meio à Copa do Mundo e pouco tempo depois do segundo turno das eleições no Brasil. Quem destaca esses pontos é Eduardo Souza, Digital Business Unit director da Evino. “Em outubro, a atenção do consumidor está mais dispersa”, comenta. “Talvez a Copa fortaleça players de produtos eletrônicos por exemplo, mas, para o nosso mercado, que não se encaixa no perfil da Copa do Mundo, fica difícil saber qual será o impacto desse evento.”

Apesar de tais fatores gerarem alguma imprevisibilidade, a Evino já está se organizando para a próxima Black Friday desde maio. Eduardo Souza, Digital Business Unit director da Evino, conta que o mês de novembro é o maior do ano para a empresa – o faturamento chega a dobrar. Por isso, a Evino trabalha dois pontos-chave para garantir uma Black Friday bem-sucedida: planejamento e plano de contingência.

A empresa começa a analisar o potencial da próxima Black Friday com seis ou sete meses de antecedência – estima o volume de vendas, planeja lançamentos, quantos produtos novos devem ser acrescentados ao portfólio e quanto de suprimento será necessário para isso.

Além disso, as áreas comercial, de compras e de marketing da Evino começam a trabalhar com a mesma antecipação, desenvolvendo as ofertas, organizando a produção de mídia, programando o que é preciso e buscando produtos novos para o portfólio da empresa, que é 99% composto por itens importados.

O dimensionamento da operação é outro ponto ao qual a Evino tem dedicado esforços desde maio. Nesse momento, de acordo com Souza, é avaliada a necessidade de aumentar a capacidade do Centro de Distribuição e de contratar mais pessoas. Também começam a ser planejados os treinamentos das equipes, para conseguir fazer uma entrega rápida e eficaz, sem perda de qualidade.

A Amazon, um dos players mais relevantes quando o assunto é e-commerce, também reforça o time de operações nesse período, recrutando associados temporários. E para entregar uma boa experiência para o cliente, mesmo com a correria exigida em períodos como este, a empresa considera essencial assegurar o bem-estar e a satisfação dos funcionários, como conta Thomas Kampel, líder de Relações Públicas das Operações da Amazon no Brasil.

Nesse sentido, a Amazon oferece a todos o maior conforto possível, que vai desde ar-condicionado central nas instalações, áreas de descanso, serviço fretado de ida e volta ao trabalho para diversas regiões e treinamentos constantes para manter os processos operacionais seguros. Para os entregadores, a Amazon disponibiliza um aplicativo criado pela empresa capaz de determinar a sequência das entregas de forma otimizada pelas rotas.

“Tudo isso nos permite garantir o alto nível de segurança que trabalhamos durante o ano, equilibrando a carga de trabalho dos nossos funcionários, enquanto atendemos nossos clientes com alta qualidade e agilidade. Um dos segredos do nosso sucesso é o fato de priorizarmos a saúde e o bem-estar de nossos associados e associadas antes de tudo o que fazemos. Acreditamos que, se eles estão bem e felizes, a experiência de atendimento certamente será muito melhor”, afirma Thomas Kampel, líder de Relações Públicas das Operações da Amazon no Brasil.

Desde 2020, a empresa inaugurou 11 Centros de Distribuição no Brasil, localizados em São Paulo, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Atualmente, a capacidade de produção da Amazon permite que a empresa atenda 100% dos municípios brasileiros, oferecendo uma variedade de mais de 45 milhões de produtos.

“Um planejamento sólido e com antecedência evita, de fato, muitas questões, assim como o uso mais intensivo de tecnologia, que permite o acompanhamento em tempo real de todas as etapas logísticas, de ponta a ponta. Uma equipe treinada e experiente também faz toda a diferença, pois, por meio dela, é possível se adaptar a eventuais imprevistos que ocorram”, afirma Gabriela Guimarães, VP de Operações de Varejo e E-commerce da DHL Supply Chain.

O QUE APRENDER COM QUEM É REFERÊNCIA?
▷ Pensar a logística como diferencial competitivo na Era da Conveniência
Investir na área durante todo o ano é um diferencial para se sair bem em momentos de alta demanda. Hoje, a logística é considerada um dos principais diferenciais das marcas, porque o consumidor quer receber o produto rapidamente, em perfeito estado, com segurança e custo reduzido.

▷ Planejar com antecedência
▷ Ter planos de contingência
▷ Integrar as áreas
▷ Dispor de tecnologia e inovação

ALÉM DA BLACK FRIDAY
Ainda que o volume de entregas da AMARO não possa ser comparado ao do Mercado Livre e ao da Amazon – até pela diferença entre os modelos de negócio – é preciso destacar que esta retail tech brasileira inovou na formatação da jornada oferecida ao cliente. O grande diferencial da AMARO é a possibilidade de conhecer, experimentar e comprar produtos nas lojas físicas – as chamadas guide shops – e recebê-los em casa, em um prazo curtíssimo.

Essa inovação está na raiz do modelo de negócio, mas a AMARO não parou por aí. Todos os meses, independentemente da Black Friday, a empresa lança novas features, produtos digitais e melhorias de navegação e integração entre o on-line e as lojas físicas, seguindo uma estratégia omnichannel. É um fluxo constante de inovação que tem como consequência menores prazos de entrega, uma experiência fluida e um menor índice de troca de produtos.

“A AMARO já é reconhecida por entregar uma experiência de compra incrível e ter uma entrega muito rápida para todo o País. Na Black Friday, vamos manter essa percepção positiva. Como esses níveis de serviço já são padrão, apenas aumentamos nossos contingentes para que eles sejam mantidos”, explica Wellington José, head of Digital Product da AMARO.

O esforço das empresas corresponde à necessidade de estar disponível e acessível para todos os consumidores, em todo o território brasileiro. Quem deu um grande passo nesse sentido foi a Riachuelo.

A partir de uma parceria iniciada em dezembro de 2021, com a Favela Brasil Xpress – uma startup parceira do G10 Favelas – em São Paulo, a Riachuelo já entregou cerca de 16 mil pacotes nas comunidades de Paraisópolis, Capão Redondo, Heliópolis, Cidade Júlia, Brasilândia e Diadema.

“A estratégia foi bem assertiva, pois, antes, o e-commerce não chegava às favelas por limitações de estrutura, como vielas estreitas, ou por falta de CEP ou numeração, e, assim, as entregas paravam nas agências dos Correios mais próximas. No início deste ano, com a intenção de ir aonde nosso cliente estiver, fechamos também uma parceria com o ‘Na Porta’ no Rio de Janeiro. No detalhe, a startup coleta os itens loja a loja na Riachuelo e, além de fazer middle mile, se responsabiliza pela entrega final”, conta Anaia Bandeira, diretora de Logística da empresa.

Esta é apenas uma entre as muitas inovações nas quais a Riachuelo apostou. A empresa investiu, nos últimos anos, em uma infraestrutura logística 100% integrada entre os canais físicos e digitais, em parcerias colaborativas, e vem implementando o conceito phygital em todas as suas lojas. Para a Black Friday, essa também será uma estratégia da Riachuelo.

“Estamos sempre buscando aprimorar nosso e-commerce e nosso canal direto com os consumidores. O cliente é omnicanal, podendo ter uma jornada que começa no digital, passa para o físico e finaliza no digital. Então, estamos aprimorando nossas ferramentas como o ‘Retire em Loja’, o ‘Retire Rápido’ e nossa operação E-store, plataforma digital de prateleira infinita que permite ao cliente comprar em nosso e-commerce e receber o produto em casa ou, então, retirar na loja”, descreveu Márcia de Bruno, head de E-commerce da Riachuelo.

PARCEIROS DE LOGÍSTICA
Além das inovações aplicadas internamente, as empresas contam com parceiros que atuam em diferentes frentes – no caso da Riachuelo, o apoio está em transporte e tecnologia com projetos integrados. Segundo a empresa, o efeito será percebido em um melhor prazo, menor custo e maior volume de entrega. “Melhoramos nosso tracking, desenvolvemos nossa Torre de Controle e investimos em novas ferramentas que nos permitirão ser mais proativos em caso de alguma dificuldade em alguma região específica”, exemplificou Anaia Bandeira, diretora de Logística da marca.

No caso do Mercado Livre, que é um marketplace, alinhar estratégias com os vendedores parceiros em um momento de aumento de demanda é indispensável. “É feito um planejamento conjunto, robusto, estimando a demanda”, explica Julia Rueff, do Mercado Livre. “Preparamos a nossa logística para o aumento do volume de entregas; fazemos um dimensionamento do time de pós-venda, para manter os níveis dos nossos serviços; e fazemos um investimento contínuo para garantir a satisfação dos nossos clientes – e isso inclui investimentos ao longo de todo o ano em logística.”

“Nossa intenção é sempre que o cliente volte. Não adianta a gente ter um excelente número de vendas, mas com um nível de serviço baixo. Temos meses maiores que a Black Friday. Queremos oferecer uma experiência que faça com que esse cliente que chega fique conosco dali em diante”, complementa a diretora de Marketplace.

Para a Evino, que trabalha com transportadoras terceirizadas, é fundamental investir em integração. “Nós passamos para elas a nossa expectativa de volume de entregas por região, para desenvolvermos juntos estratégias e negociarmos prazos para a operação”, conta o Digital Business Unit director da empresa. Ele explica que essa linha direta com as transportadoras é importante tanto para acompanhar o status detalhado da entrega do produto quanto para saber informar o cliente caso ele entre em contato com o atendimento.

Em relação aos principais desafios logísticos do e-commerce no Brasil em períodos como a Black Friday, Wellington, da AMARO, destaca o tamanho do País e a dependência de modais específicos como o rodoviário. Para driblar essas dificuldades, a AMARO se dedica a fazer um planejamento bem construído e a firmar parcerias sólidas com experts em logística. Além disso, a empresa conta com guide shops em formato de megastore, nas principais capitais do Brasil, que funcionam como minicentros de distribuição.

NÚMEROS, CÁLCULOS E ESTOQUE
O head of Digital Product da AMARO afirma, ainda, que o controle de estoque é um dos pontos centrais do planejamento para a Black Friday. A empresa se prepara meses antes para evitar qualquer tipo de desabastecimento ou rupturas. Isso é feito a partir de estudos das demandas de anos anteriores.

A C&A, por sua vez, além de possuir um Centro de Distribuição inteiramente dedicado ao e-commerce, investiu em tecnologias especializadas em promover agilidade e precisão em todas as etapas de preparação para a entrega de um produto. Uma delas foi o OSR Shuttle, que promove a movimentação de estoque de forma automatizada: robôs localizam e coletam os itens de cada pedido, enviando-os através de esteiras aos responsáveis pelas próximas etapas.

Segundo Marcel Modesto, head de Supply Chain da C&A, por meio desta tecnologia, o processo de separação de pedidos, que antes era feito em 2 horas, passou a ser finalizado em 5 minutos. Essa solução, somada ao Push & Pull por SKU, e a Identificação por Radiofrequência (RFID) são capazes de aumentar a eficiência logística do Centro de Distribuição e das lojas.

Nesse sentido, Kanter, da FGV, destaca que o estoque pode ser o “calcanhar de aquiles” de muitas empresas. “Na época da Black Friday, o principal desafio das empresas é fazer gestão de demanda, de estoque. Se está com muito estoque e não vende, há um problema no capital de giro. Em compensação, se há muita demanda e não há produtos suficientes, é uma perda irreparável”, detalha.

Armazém da DHL
Gabriela Guimarães, VP de Operações de Varejo e E-commerce da DHL Supply Chain, resume os desafios da Black Friday da seguinte forma: o primeiro é gerenciar um grande volume de pedidos em duas ou três semanas; o segundo é a entrega final que, ao mesmo tempo em que precisa ser rápida, não pode onerar muito a operação. Pensando nessas duas questões, as empresas precisam de um planejamento especial tanto na área de armazenagem como na de transportes, com o reforço de equipe, frota e estruturas dedicadas.

Analisando o cenário atual do Brasil, Gabriela também destaca a pressão sobre os custos, que continuam elevados. Fora isso, também devem ser levados em conta o baixo investimento em estradas e vias, a baixa disponibilidade de alternativas de distribuição e a falta de uma maior rede de lockers e pontos intermediários de entregas. A VP também falou dos aspectos de security, que ainda não tinham sido citados, mas que também se configuram como um grande desafio, principalmente, para a entrega de última milha.

Mesmo com todos os problemas que preocupam tanto as empresas como as transportadoras, a logística para o e-commerce cresceu, segundo Gabriela, cinco vezes ou mais em dois anos. O que por um lado é bom, por outro desenha um cenário bastante complexo e de grande competitividade. Para se diferenciar, são necessários investimentos pesados e mão de obra especializada.

“Uma forma de equacionar estas questões é compartilhar infraestruturas, equipe e malhas de entrega via operadores logísticos, que auxiliam também em questões de visibilidade na cadeia, inovação e flexibilidade para picos de demanda”, sugere a executiva. Atualmente, a área de e-commerce da DHL Supply Chain administra cinco fulfillment centers, com cerca de 300 mil m² de área de armazenagem, 6,5 mil colaboradores dedicados, 55 hubs de transporte e 800 veículos diários – a maior infraestrutura especializada de um operador logístico no Brasil, segundo Gabriela. A companhia trabalha tanto com armazenagem e e-fullfilment para e-commerce como com entregas em todo o processo produtivo, a partir de uma malha compartilhada de mais de 5 mil veículos e com visibilidade completa de ponta a ponta.

Seguindo a lógica de aprendizado e investimento constante, recentemente foi lançado o DHL Fulfillment Network, uma rede fulfillment multiclientes que auxilia na execução de toda a logística de e-commerce. A solução é indicada para indústrias e varejistas de médio e grande portes. Para a Black Friday deste ano, a DHL está trabalhando em duas frentes principais: utilizando, cada vez mais, dados para fazer uma previsão de demanda mais precisa e incorporando mais carros elétricos nas entregas, para agregar valor sustentável às soluções. Também está sendo feita uma expansão da equipe, da frota e de infraestrutura para atender ao pico de demanda.

PRINCIPAIS DESAFIOS LOGÍSTICOS DA BLACK FRIDAY NO BRASIL

Δ Dimensão territorial do País
Grande dependência dos modais rodoviários, acompanhada do baixo investimento em rodovias.

Δ Cidades planejadas para o transporte de pessoas, não de mercadorias
Manutenção do modelo atacadista, com grandes Centros de Distribuição nas marginais e baixa disponibilidade de alternativas de distribuição e pontos intermediários de entregas.

Δ Segurança, ou falta dela
Em muitos locais, a violência e os riscos de roubo de carga acabam se configurando como um grande desafio, principalmente para a entrega de última milha.

Δ Pressão dos custos
Altos custos para a manutenção de equipamentos e veículos; preços elevados de peças e combustível, associados à inflação, que dificultam a manutenção dos ativos logísticos; e alta taxa de desemprego no País.

Δ Aumento da demanda em um curto espaço de tempo

A Black Friday faz com que o volume de vendas cresça e se concentre em um período de dois, três dias, o que traz um desafio de gestão de demanda e de estoque.

LOGÍSTICA E ATENDIMENTO
Ainda que as etapas de descoberta, aquisição, transação e entrega sejam fundamentais, é fato que, em muitos casos, a experiência não termina aí. Por isso, as empresas estão olhando também para o pós-venda. É o caso, por exemplo, da Petlove, um dos principais players do mercado pet.

Diante de todos os desafios trazidos pela grande concentração de vendas em um único dia, a empresa vem investindo em melhorias dos algoritmos de estoque e frete, para garantir a melhor combinação para o consumidor. “O diferencial vai estar na disponibilidade, no preço do produto e no melhor frete. Em algumas regiões, iremos usar aplicativos de entrega gerenciados pela Petlove em parceria com agentes de transporte, trazendo um retorno mais rápido do status de entrega para o consumidor final”, contou Michel Gardim, diretor de Operações da Petlove.

Além disso, Heber Santos, diretor de CX da Petlove, afirma que a marca vem preparando o time de atendimento há um bom tempo para lidar com momentos “de crise”. Segundo ele, a equipe de atendimento ao cliente da Petlove é muito flexível, capaz de se ajustar de acordo com a demanda e a necessidade do momento. “Nós também planejamos um crescimento no headcount e um treinamento para essas pessoas pensando na Black Friday”, completa.

A previsão da Petlove é que haja um aumento entre 30% e 40% do volume de vendas na Black Friday em relação aos períodos convencionais. Heber reforça que, em uma época como essa, muitos fatores externos podem impactar o prazo da entrega dos pedidos. Para ele, a forma com que a marca lida com os problemas é o que vai fazer diferença.

“Nós tratamos caso a caso, entendendo a necessidade do cliente, atuando na medida do que for possível. Aqui na Petlove, temos como um princípio básico atender o cliente independentemente de qual seja a queixa ou a situação. Temos esse lema: mesmo durante um período de crise, a gente vai atendê-los da forma mais humana e empática possível”, enfatizou o diretor.

Mesmo diante de todo o planejamento, o Digital Business Unit director da Evino pondera sobre a necessidade dos “planos de contingência”, afinal, é impossível planejar 100% do que vai acontecer, e as equipes precisam estar preparadas para quando algo sair do controle. Por isso, a Evino monitora indicadores, que emitem alertas quando algo sai do planejamento, preparando a equipe do SAC para reagir.

“É importante preparar a equipe do SAC para a Black Friday. Quantas pessoas eu vou ter? Preciso de recurso extra? Nosso foco é manter a satisfação do cliente alta mesmo nesse período de aumento de demanda. Nosso NPS fica sempre em torno de 90% – é altíssimo – e a gente não tolera que ele fique menor nos momentos de pico. Não nos interessa vender mais a qualquer custo”, reforça Souza.

Na C&A, o uso de informações do ano anterior foi fundamental para o planejamento de 2022. Através do SAC e do relacionamento com os clientes, a marca conseguiu identificar as principais dores dos consumidores na última Black Friday: as queixas tinham relação com a agilidade na entrega dos produtos, a variação de preços e a necessidade de construção de um atendimento mais unificado, rápido e humanizado, que estivesse preparado para entender processos e auxiliasse clientes a solucionar seus problemas.

“Desde que identificamos essas questões, buscamos trabalhar para aumentar o acerto e garantir uma maior satisfação aos clientes. No ano passado, focamos muito em deixar o processo operacional mais dinâmico e estratégico. Neste ano, um dos focos será ampliar a efetividade do atendimento por meio dos canais digitais”, diz Modesto, da C&A.

Para a Black Friday, a C&A está ampliando o quadro de funcionários do atendimento visando estender a operação do SAC. A adoção de um bot auxiliará no filtro de demandas, agilizando ainda mais o atendimento nesse período de alta demanda. A empresa também está planejando com os parceiros logísticos, o SAC, o Centro de Distribuição e as lojas medidas para reagir rapidamente caso seja necessário.

“Para nós, a chave está na escuta ativa e na proximidade com o cliente. Entendemos e trabalhamos para que o consumidor realmente se sinta valorizado ao escolher nossa marca e ao comprar em nossas lojas. Além disso, para suprir o aumento da demanda, abrimos, recentemente, mais de cem vagas para atendimento digital e temos buscado trabalhar nosso canal de relacionamento com o cliente de forma unificada e ágil, trazendo uma experiência 100% satisfatória”, detalha Modesto.

Por compreender a importância do atendimento ao cliente e da integração entre os canais, a C&A também adotou o atendimento por WhatsApp em mais de 330 lojas. Hoje, o canal é responsável por quase metade das vendas da rede e é uma das plataformas que ajudam a solidificar a imagem omnicanal da C&A no mercado. Não por acaso, aprimorar esse canal é um dos focos da marca, que pretende usá-lo também para sugestões e reclamações e integrá-lo ao SAC.

BLACK FRIDAY NÃO É OBRIGAÇÃO
Diante de todos esses elementos, fica a questão: E se a marca não quiser ou não puder aproveitar a Black Friday? Os especialistas entrevistados pela Consumidor Moderno ponderam que participar desse evento não é uma obrigação. Varani, da Ambidestra, destaca que a pergunta mais importante antes de mergulhar em uma Black Friday é: “Para quê?”. Ele defende que os responsáveis pelas empresas devem avaliar se a participação está alinhada ao propósito da sua marca, se realmente faz sentido, se vai fazer diferença no fim das contas.

A iniciativa proposta vai gerar mais atritos do que benefícios? Se for gerar mais atritos, é melhor investir em algo diferente – uma promoção fora do calendário, novas estratégias comerciais, ferramentas de relacionamento com o cliente etc. Não dá para mergulhar cegamente em uma Black Friday, porque as consequências serão duras”, destaca.

Varani não nega os benefícios que uma boa Black Friday pode trazer: gera vendas, traz visibilidade para a marca, ajuda a nacionalizar marcas regionais, startups. Mas, é algo que precisa fazer sentido, e a empresa precisa estar preparada para oferecer uma experiência satisfatória para o cliente. Então, reforça: a Black Friday é uma ótima iniciativa se os “para quês” estiverem bem respondidos e alinhados à marca.

Fonte : https://revista.consumidormoderno.com.br/a-black-friday-e-phygital-a-logistica-pos-pandemia/edicao-274/

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Correios lançam serviço de entrega Sedex Hoje no Rio de Janeiro

Os Correios anunciaram na última segunda-feira, 21, a expansão do serviço de entrega Sedex Hoje para a cidade do Rio de Janeiro, cidade que passa a ter entrega no mesmo dia da postagem. Com a novidade, os moradores de todos os bairros da capital fluminense e região metropolitana podem receber seus produtos em poucas horas.

De acordo com a estatal, essa modalidade de envio expresso foi lançada inicialmente na cidade de São Paulo e está sendo levado para mais um importante estado do País. O recebimento no mesmo dia é válido para encomendas e envelopes postados nas agências até às 15h, caso contrário será entregue no dia seguinte (D+1) — as entregas acontecem de segunda a domingo.

O Sedex Hoje vem como um forte aliado para a Black Friday 2022, evento de descontos popularmente conhecido por aquecer o e-commerce brasileiro, movimentando também o setor logístico. Além de São Paulo e Rio, outras duas capitais também contam com essa modalidade de entrega rápida, sendo Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Curitiba, no Paraná.

Embora o foco esteja na chegada do Sedex Hoje para mais um município, os Correios destacam a redução no prazo de entrega em mais de 1,2 mil trechos na modalidade Sedex, possibilitando aos clientes receberem seus produtos no dia útil seguinte a postagem (D+1) para determinadas localidades, totalizando 13 mil rotas compatíveis.

Conforme destaca a empresa, os usuários do serviço podem usar o aplicativo (Android e iOS) para rastrear a localização do produto, consultar valores e mais.

Fonte : https://www.tudocelular.com/mercado/noticias/n198542/correios-lancam-sedex-hoje-no-rio.html

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