Vídeos curtos, influencers, preocupação social e outras tendências de marketing para captar a atenção da Geração Z.
A comunicação entre empresas e os consumidores teve que ser repensada com a pandemia da Covid-19, em 2020. Algumas tendências de marketing confirmadas no ano passado hoje se tornaram prática comum no mercado, como aponta o 2021 Marketer’s Toolkit, da WARC.
De acordo com o estudo, 74% dos profissionais de marketing acreditam que o impacto do coronavírus no comportamento do consumidor abalou significativamente suas estratégias. Entre as mudanças estão o ganho de relevância dos vídeos e a valorização do lado humano.
As tendências de marketing como estratégia em 2021
De acordo com o relatório Confirmações de Marketing 2020, da WGSN, para dialogar com a Geração Z, ou seja, com os nascidos entre 1995 e 2010, as táticas de marketing de sobrevivência e o compartilhamento de códigos abertos marcam uma nova era da comunicação.
Essas novas estratégias já vinham sendo analisadas desde o ano passado, e vêm cada vez mais ganhando força em 2021, com a confirmação dessas tendências apontadas pelo relatório. Algumas delas são:
- Marketing em tempo real: a adoção de vídeos curtos nas campanhas de marketing tem ganhado relevância, e as estratégias precisam estar abertas para interações ao vivo nos novos aplicativos de vídeo. O live commerce, por exemplo, é uma estratégia que usa da interação proporcionada pelo streaming de vídeos ao vivo para alavancar vendas. Por meio desta live exclusivamente voltada para vendas, o vendedor pode promover produtos e serviços, interagindo com os clientes em tempo real;
- Novas formas de colaboração: parcerias com influencers digitais tornaram-se fundamentais e ganharam um novo significado em uma época de orçamentos curtos e crise. Isso porque os influenciadores da mídia social impactam os consumidores em todo o funil de vendas, guiando-os para uma presença omnicanal mais eficiente. Sendo assim, as marcas estão redesenhando suas estratégias para integrar influenciadores, apostando nessa tática de sobrevivência para trafegar no novo normal;
- Valorização do humano: é preciso apostar em campanhas que tragam soluções, com mensagens e impactos positivos, enfatizando mais o lado humano da narrativa do que os produtos em si. O ativismo permite que as marcas se conectem de forma significativa com os consumidores, mas as ações falam muito mais alto que as palavras.
- Mensagens humoradas: a geração Z enxerga o humor com um viés diferente. Por serem praticamente nativos digitais, eles transitam muito bem entre os canais digitais e os tradicionais e para eles o marketing deve incorporar elementos comuns nas mídias sociais, como vídeos engraçados, divertidos e criativos.
Vídeos curtos estão no topo
O crescimento do TikTok em 2020 reflete o comportamento da população jovem, um grupo avesso às propagandas e pouco paciente com mensagens muito longas.
Ainda de acordo com o relatório da WGSN, o número de usuários ativos do TikTok por mês disparou de 500 milhões em janeiro para 850 milhões em setembro de 2020, conquistando um crescimento total de 35.8% entre o fim de 2019 e metade de 2020. A rede social foi considerada o segundo aplicativo mais popular entre a Geração Z.
Por isso, as marcas desenvolveram estratégias específicas para esse canal, surfando na onda do crescimento do aplicativo, enquanto muitas também começaram a focar no monitoramento das suas redes sociais e apostar no marketing em tempo real para entrar no espírito da época, ou seja, da interação imediata.
A norte-americana Guess foi uma das primeiras grandes marcas a lançar um desafio no TikTok, ainda em 2018. A marca de roupas e acessórios, com lojas em praticamente todo o mundo, queria promover a sua nova coleção de jeans junto ao público jovem na volta às aulas. Então, convidou alguns influenciadores digitais a usarem a hashtag #InMyDenim para mostrar uma transformação radical ao vestir seus produtos. Para conversar com o público da rede social, os vídeos deveriam ser divertidos e criativos. Sendo assim, os influenciadores deveriam passar de um visual desleixado para um look maravilhoso em poucos segundos.
Em 6 dias, a campanha alcançou 10.5 milhões de visualizações, 5.5 mil vídeos de usuários, 14.3% de engajamento e 12 mil novos seguidores, além de criar afinidade com um público mais jovem, predominantemente presente no Tik Tok.
De olho nessa tendência, o Instagram aprimorou a sua ferramenta de vídeo para acirrar a disputa com o seu maior rival, o Tik Tok.
Até o ano passado, o Cenas era o recurso de vídeo da rede social, e já permitia a criação de clipes de 15 segundos com edição tipo TikTok, como adição de músicas, sons de memes e outros efeitos. A diferença foi que, em 2020, o então Cenas do Instagram passou a ser chamado de Reels, e agora os usuários podem escolher mais opções na hora de compartilhar a criação, podendo ir para o feed do perfil, nos Stories, ser enviado como mensagem direta no Direct ou focar no Explorar.
A democratização de dados e o código aberto
Os dados da mídia estão sendo usados e compartilhados de forma mais sistemática dentro das organizações, e essa é outra tendência de 2020 que veio para ficar.
Os profissionais de mídia precisam ter acesso a conjuntos de dados mais amplos para a melhor tomada de decisão, enquanto que as plataformas de dados precisam ser de código aberto para oferecer a integração entre outras plataformas.
Com dados mais apurados em mãos, os profissionais de marketing conseguem elaborar as melhores estratégias, personalizando os atendimentos e melhorando a experiência do consumidor.
E, de acordo com o Relatório de Tendências de Experiência do Cliente, conduzido pela empresa norte-americana Acquia, cada vez mais, os desenvolvedores se voltam ao open source para atender as demandas de flexibilidade e oportunidades de integração.
O software de código aberto se destaca sobre plataformas proprietárias inflexíveis pois permite aos usuários escolher softwares que melhorem seu trabalho, sem restrições de compatibilidade, facilitando assim, a coleta e integração de dados e estes, por sua vez, serão utilizados nas estratégias de CX.
Fonte : consumidormoderno.com.br