O trabalho em ritmo industrial é corriqueiro em um dos maiores players de comércio eletrônico do mundo. Agora, imagina o clima de um espaço desses durante a Black Friday? Foi isso que a equipe do E-Commerce Brasil conferiu na sexta-feira (25), em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Um dos quatro maiores CADs (Centros de Armazenamento e Distribuição) do Mercado Livre, com 100 mil m², é a maior unidade em capacidade de operação e volume de e-commerce da América Latina. “É a nossa operação de ouro”, afirma Luiz Augusto Vergueiro, diretor sênior de Operações Logísticas no Mercado Livre.
Inaugurado em julho de 2021, a unidade é comandada por três mulheres: Suelen Bellinassi, gerente de Fulfillment, Fernanda Cacita, gerente de Outbound – Fulfillment, e Mariana Borgo, gerente de Operações Fulfillment. O espaço fullfiment armazena quase 1 milhão de tipos de produtos distintos e pequenos. Isso porque cada um dos 11 CADs da empresa são especializados em categorias de produtos. “Desta forma, todos os produtos que o cliente comprou podem ser entregues na mesma caixa, de botão a cerveja, por exemplo”, explica Vergueiro.
Vale ressaltar que o centro não é a origem dos produtos, mas o destino, segundo Borgo, pois há um hub de recebimento onde os produtos são separados por categorias e tamanhos. Em 2023, a companhia quer inaugurar mais três CADs: um em Araçariguama, no interior de São Paulo, e dois em Barueri, na região metropolitana.
Armazenagem aleatória
Entre centenas de esteiras, empilhadeiras e carrinhos, fica fácil se perder, ainda mais com produtos colocados em prateleiras diversas, com uma lógica difícil de ser entendida à primeira vista. No entanto, devido ao sistema de leitura de códigos, a companhia consegue otimizar espaço armazenando produtos distintos e de diferentes sellers de forma estratégica – com exceção de produtos regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como alimentos, sanitizantes e medicamentos.
O armazenamento é feito de forma aleatória, mas com muita tecnologia por trás. O sistema cruza as informações e traça a melhor rota para a coleta dos itens, feita pelos colaboradores.
Esteiras 24 por 7
Vergueiro revela que cerca de 18 mil pacotes passam por hora pelas esteiras, equipadas com sensores que classificam os produtos por destinos e os separam por rotas. Nesta velocidade, fica fácil algum pacote se perder. Por isso, de tempos em tempos, um funcionário retira “os fugitivos” e os recoloca a caminho do consumidor. “Muitas vezes, os pacotes nem voltam para a esteira e são recolhidos manualmente”, explica o executivo. Já na parte do packing, os colaboradores embalam até 150 pacotes por hora, ou seja, um produto é embalado e etiquetado em menos de 20 segundos.
Para o publico em geral, a Black Friday é na última semana de novembro. No entanto, a alta demanda no centro de armazenamento e distribuição começa em outubro, com o aumento das vendas e das contratações. “A operação dobrou em expedição e armazenamento em comparação com a BF do ano passado”, diz Borgo. Para dar conta da demanda, a empresa contrata colaboradores temporários e, destes, uma parte é efetivada. O CAD funciona em cinco turnos 24 por 7.
As compras feitas até as 12h00 são enviadas antes das 13h00 para chegarem ao destino no mesmo dia. Porém, na Black Friday, o período é extendido em uma hora para dar vazão aos pedidos.
Outro objetivo da companhia é otimizar as embalagens e espaços de armazenamento com caixas de plástico retornáveis e dobráveis. Cada contêiner de plástico suporta cerca de 300 kg e pode ser empilhado [até 3 unidades que, juntas, ultrapassam 2 metros]. Na questão de sustentabilidade, a ideia é substituir aos poucos as caixas de papelão que duram, em média, seis viagens. Já as de plásticos, não possuem limite de tempo de uso. Mas um dos empecilhos para a substituição total – ao menos, por agora – está na altura dos caminhões tipo truck.
Fonte : https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/uma-visita-ao-mercado-livre-durante-a-black-friday-2022