Vendas no varejo têm baixa de 1% em maio e caem mais que o esperado

Instituições financeiras consultadas pelo Valor esperavam recuo mediano de 0,2%, com intervalo das projeções indo de queda de 0,8% a alta de 0,2%

O volume de vendas no varejo teve queda de 1% em maio, em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Em abril, perante o mês antecedente, o comércio restrito cedeu 0,1% – inicialmente, o dado foi divulgado como uma variação positiva de 0,1%, mas o IBGE revisou o dado.

O resultado de maio veio menor que o piso das projeções, segundo levantamento feito pelo Valor Data apurado junto a 25 consultorias e instituições financeiras. A mediana era de um recuo de 0,2% e o intervalo das projeções ia de queda de 0,8% a alta de 0,2%.

Na comparação com maio de 2022, o varejo restrito também caiu 1%. A expectativa mediana do Valor Data era de aumento de 1,6%, com intervalo entre queda de 0,8% e crescimento de 2,8%. O comércio restrito acumula alta de 0,8% nos 12 meses até maio. No ano até maio, houve alta de 1,3%.

A queda de 1% foi a mais intensa para maio desde 2018, quando foi de 1,8%, observou o IBGE. Na comparação com todos os meses da série histórica da pesquisa, o recuo foi o maior desde dezembro de 2022, mês em que registrou perda de 2,7%.

No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, material de construção e atacarejo, o volume de vendas diminuiu 1,1% na passagem entre abril e maio, já descontados os efeitos sazonais.

Os analistas de 21 bancos e consultorias esperavam queda de 0,5%, segundo a mediana. O intervalo das projeções ia de recuo de 2,2% a alta de 0,3% em maio. Em abril, frente a março, o comércio ampliado tinha caído 2,4% (após divulgação inicial de 1,6% de decréscimo).

Na comparação com maio de 2022, o volume de vendas do varejo ampliado subiu 3%. A expectativa mediana, pelo Valor Data, era de aumento de 4,4%. As projeções variavam entre elevação de 1,2% e 6,5%.

O IBGE mostrou ainda que a receita nominal do varejo restrito acumulou queda de 2,1% de abril para maio. Na comparação com maio de 2022, houve avanço de 0,3%.

Já a receita nominal do varejo ampliado – que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção – recuou 0,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2022, houve alta de 5,7%.

Metade das oito atividades pesquisadas no varejo restrito registrou baixa no mês em maio assim como na comparação com mesmo mês de 2022.

Entre os destaques negativos na passagem entre abril e maio, está o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, o de maior peso no comércio, com queda de 3,2%. Também registraram recuo nas vendas tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e móveis e eletrodomésticos (-0,7%).

Por outro lado, registraram crescimento artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), combustíveis e lubrificantes (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

No varejo ampliado, que inclui automóveis e peças, material de construção e atacarejo, houve alta de 2,1% em veículos, motos, partes e peças, e decréscimo de 0,9% em material de construção, na série com ajuste sazonal.

Das 27 unidades da federação, 23 apresentaram queda no volume de vendas entre abril e maio, com destaque para Alagoas (-5,9%), Rondônia (-5,3%) e Paraíba (-4,6%). Por outro lado, foram três altas – Tocantins (1,8%), Maranhão (0,4%) e Minas Gerais (0,4%) – e uma estabilidade (Amazonas).

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/07/14/vendas-no-varejo-tem-baixa-de-1percent-em-maio-e-caem-mais-que-o-esperado.ghtml

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