MCTIC lança consulta pública para a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial

Cidadãos podem contribuir ao responder questões distribuídas em nove eixos de debate, que incluem temas como educação, força de trabalho, legislação e governança.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançou uma consulta pública da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial. O objetivo é submeter a contribuições de qualquer cidadão um conjunto de questões que vão direcionar uma política que potencialize os benefícios da IA no Brasil e a solução de problemas concretos.

Entre as áreas que podem se beneficiar da IA no Brasil estão destacadas na proposta o aumento da competitividade e produtividade, a prestação de serviços públicos, a qualidade de vida da população e a redução das desigualdades sociais. A consulta já está disponível na plataforma Participa.br (participa.br/profile/estrategia-brasileira-de-inteligencia-artificial) e estará aberta até as 23h59 do dia 31 de janeiro de 2020.

O cidadão pode opinar em perguntas abertas e inclusive sugerir tópicos que não estejam presentes na proposta

O documento-base propõe seis eixos verticais (Educação e capacitação; Força de trabalho; Pesquisa, desenvolvimento, inovação e empreendedorismo; Aplicação pelo governo; Aplicação nos setores produtivos; e Segurança pública) e três eixos transversais (Legislação, regulação e uso ético; Aspectos internacionais; Governança de IA). Ao final de cada um, o cidadão pode opinar em perguntas abertas e inclusive sugerir tópicos que não estejam presentes na proposta.

Contexto

A diretora de Serviços de Telecomunicações do MCTIC, Miriam Wimmer, avalia que a IA é uma tecnologia que trará profundas mudanças na economia, governo e sociedade. Dessa forma, a consulta abre espaço para uma discussão que já acontece em outros países e organismos internacionais, como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“No aspecto jurídico, ético, muitas questões são levantadas quanto ao papel que esses sistemas autônomos vão ter na sociedade, considerando a capacidade de tomar decisões com base em inferências que nem sempre são explicáveis. A gente não colocou em consulta um documento fechado. Estamos em um processo de construção e nossa ideia é criar um ambiente para ouvir os interessados e potenciais impactados pela tecnologia”, aponta.

A consulta pública se soma a outra iniciativa em inteligência artificial que deve ser lançada em breve pela Secretaria de Tecnologias Aplicadas do MCTIC: a criação de oito Centros de Pesquisa Aplicada em IA. A ideia é incentivar a união de Instituições de Ciência e Tecnologia, universidades e empresas na criação de soluções para temas prioritários, como agricultura, indústria, cidades inteligentes e saúde.

“Dentro da consulta, um aspecto fundamental são as políticas de pesquisa, desenvolvimento e inovação. No ministério há o esforço de desenvolver Centros de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial. São iniciativas que conversam entre si. Uma é a aplicação concreta para o desenvolvimento da IA no Brasil, a outra é uma discussão ampla de políticas para lidar com o tema”, explica.

Previsões 2020: o que vem por aí em IoT e Transformação Digital

Os dispositivos de IoT enfrentarão um número crescente de regulamentações globais em 2020.

A transformação digital tem sido protagonista em muitas estratégias corporativas, porém, com o aumento da conectividade, a Internet das Coisas também tem se destacado no mundo dos negócios.

A DigiCert, fornecedor de soluções de TLS / SSL e PKI, reuniu Tim Hollebeek, especialista em estratégia da indústria; Mike Nelson, vice-presidente de IoT Security e Dean Coclin, diretor sênior de desenvolvimento de negócios, para preparar um documento com previsões para 2020. Veja abaixo os principais destaques. As previsões são centradas na transformação digital e divididas em três pontos: Internet das Coisas (IoT), números e privacidade.

Mercados como o Japão, o Reino Unido e os Estados Unidos estão progredindo na regulamentação da IoT

IoT/Segurança

O foco nos requisitos de aquisição aumentará e as empresas solicitarão aos fabricantes de dispositivos IoT garantias sobre a segurança dos dispositivos. O rápido crescimento de dispositivos de conectividade, telessaúde e IoT integrados em pacientes levará a um forte impulso para maior segurança em dispositivos médicos.

Mais fabricantes e consórcios de dispositivos aprenderão com os principais setores como a infra-estrutura escalável de chave pública (PKI) pode proteger os dispositivos IoT. A adoção da PKI aumentará para autenticação, criptografia e integridade do dispositivo conectado. Depois que a PKI informal desaponta as empresas, elas recorrem aos principais especialistas externos / CAs para fornecê-lo.

“Os hackers continuarão a encontrar vulnerabilidades nos dispositivos de IoT dos consumidores, pois a segurança não é a coisa mais importante quando esses dispositivos são desenvolvidos. Por outro lado, a segurança industrial da IoT melhorou, especialmente para sistemas críticos como automotivo, SCADA, assistência médica”, disse Dean Coclin, diretor sênior de desenvolvimento de negócios da DigiCert.

Regulação

Os dispositivos de IoT enfrentarão um número crescente de regulamentações globais em 2020. Os consumidores ajudarão a impulsionar isso exigindo proteções de segurança mais rigorosas, como a etiquetagem de dispositivos, algo que já é exigido no Reino Unido. Em um esforço para evitar a regulamentação do governo, as indústrias se unirão em muitos mercados, incluindo Alemanha, Reino Unido, Coréia do Sul, Japão e EUA.

Mercados como o Japão, o Reino Unido e os Estados Unidos estão progredindo na regulamentação da IoT. Veja abaixo como funcionam as atividades regulatórias em cada um desses países:

Japão: Antecipando ameaças à segurança cibernética durante os Jogos Olímpicos de Verão de 2020, o governo japonês aprovou uma lei que permite invadir os dispositivos de IoT dos cidadãos. Em cooperação com os provedores de serviços de Internet (ISPs) do país, o governo tentará invadir milhões de dispositivos usando as credenciais padrão do dispositivo. Os proprietários serão avisados de que não alteraram os valores padrão, que seus dispositivos correm risco de ataques.

Reino Unido: em 2018, o Reino Unido assinou o primeiro código de prática da IoT do mundo, incluindo diretrizes para fabricantes, como senhas padrão. Mais recentemente, anunciou planos para introduzir leis que exigem que os fabricantes incorporem a segurança nos dispositivos IoT.

Estados Unidos: “Embora o governo federal dos EUA esteja menos disposto a regulamentar a IoT tão agressivamente quanto outros, o estado da Califórnia liderou a regulamentação dos dispositivos de IoT vendidos no estado”, de acordo com um artigo da Forbes. A lei da Califórnia exige que os recursos de segurança protejam o dispositivo e as informações que ele contém de várias ameaças. A medida dominou os fabricantes de dispositivos devido ao enorme mercado que a Califórnia representa.

“Veremos mais explorações públicas nos dispositivos da IoT que farão com que os reguladores fortaleçam sua posição sobre a segurança da IoT. Mais governos globais introduzirão a regulamentação de segurança da Internet das Coisas. As indústrias também se reúnem em um esforço para criar padrões para garantir os dispositivos de IoT em sua indústria. Esses esforços serão uma tentativa de evitar a regulamentação”, disse Mike Nelson, vice-presidente de segurança da IoT da DigiCert.

Escalabilidade e segurança baseadas em certificados

Muitas das empresas que tentam executar sua própria PKI privada ou CA pequena (Autoridade de Certificação), que oferecem suporte a implementações globais de IoT, encontrarão problemas de escalabilidade, à medida que enfrentam o desafio da escala. Isso fará com que os fabricantes usem CAs públicas comprovadas na tentativa de resolver o desafio da escalabilidade. As autoridades de certificação públicas responderão criando ou adquirindo soluções de IoT de confiança mais fortes ou privadas para atender à crescente demanda por segurança da IoT.

Quanto ao futuro dos certificados TLS (Transport Layer Security), os períodos de validade mais curtos significam que as organizações começarão a adotar a automação para facilitar o gerenciamento de certificados.

“Os consumidores terão que aumentar sua conscientização de segurança, pois os agentes de ameaças aproveitam os certificados TLS validados pelo domínio gratuito para exibir a trava em seus sites. Já não basta “procurar a fechadura”, é preciso olhar “além da fechadura”, acrescentou Dean Coclin.

Criptorafia e Computação quântica

A computação quântica, que usa bits quânticos (ou qubits) versus bits usados por computadores tradicionais, pode concluir cálculos complexos simultaneamente, em vez de sequencialmente, acelerando os resultados. Ciências médicas, física de partículas e aprendizado de máquina estão entre as possíveis aplicações. Esse poder de computação avançado pode ser irresistível para os cibercriminosos.

Uma pesquisa com tomadores de decisão de TI constatou que 55% acreditam que a computação quântica é hoje uma ameaça “extremamente grande” ou “um tanto grande”. Setenta e um por cento acreditam que será uma ameaça “extremamente grande” ou “um tanto grande” no futuro. Quinze por cento acreditam que 2020 é o ano em que a computação quântica avançará ao ponto em que pode decifrar os algoritmos criptográficos existentes.

A indústria deve fortalecer os algoritmos de criptografia para acompanhar. Os certificados digitais híbridos também serão mais atraentes. Entre 2022 e 2024, o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) padronizará um algoritmo de criptografia pós-quantum (PQC) que pode enfrentar o desafio. A conquista começará um esforço global para implantá-lo. As empresas que inventariaram seus sistemas criptográficos e enfatizaram a agilidade criptográfica terão mais facilidade para implementá-lo; outros, nem tanto.

“Um computador quântico para resolver um problema economicamente importante no próximo ano. Isso iniciará uma nova era de investimentos na aceleração do desenvolvimento da computação quântica com base na demonstração de benefícios práticos. A adoção da criptografia pós-quantum deve ser mantida atualizada”, disse Tim Hollebeek, estrategista do setor DigiCert e estrategista técnico de padrões.

Privacidade

Este ano, a adoção da Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia (CCPA) e o fracasso da Lei de Privacidade de Nova York (NYPA) em votar durante a recente sessão estadual foram conhecidos. A partir de 1º de janeiro de 2020, o CCPA às vezes é chamado de “GDPR-lite” em referência à Lei Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia.

O GDPR foi implementado em maio de 2018 para dar às pessoas “mais controle sobre seus dados pessoais e garantir que as empresas priorizem a privacidade dos dados”. Entre outras coisas, a CCPA concede aos californianos o direito de saber quais dados pessoais são coletados e se são vendidos ou compartilhados com outras pessoas. As empresas devem divulgar essas informações aos consumidores ou enfrentar multas, se não o fizerem.

Existe uma preocupação crescente entre os consumidores em todo o mundo sobre como as empresas lidam com seus dados pessoais. Alguns acreditam que a solução final é uma lei nacional de privacidade, semelhante ao GDPR, mas a probabilidade de sua aprovação é baixa na atual administração. Outros países estão analisando suas próprias leis de privacidade além do RGPD.

Prevemos que um número crescente de estados e países ao redor do mundo preencherá o vazio adotando suas próprias leis de privacidade de dados. Infelizmente, a natureza mosaica da adoção da lei de privacidade em 2020 tornará a conformidade muito difícil para empresas com localizações em mais de um país ou mesmo mais de um estado e para quem vende produtos on-line para consumidores em todo o mundo.

A nova era do varejo

A receita de produtos comprados por meio de comandos de voz deverá quadruplicar dos atuais US$ 2 bilhões para US$ 8 bilhões até 2023.

A inteligência artificial (IA) e a banda larga irão aniquilar muito em breve o varejo tradicional no café da manhã. Neste ano de 2019, já vimos substanciais falências de varejistas e o apocalipse do varejo que conhecemos hoje está apenas começando.

O que vem a seguir é espantoso. Por que dirigir até uma loja física quando você pode falar? A receita de produtos comprados por meio de comandos de voz deverá quadruplicar dos atuais US$ 2 bilhões para US$ 8 bilhões até 2023.

As impressões VR (realidade virtual), AR (realidade aumentada) e 3D convergirão com a IA, assim como os drones, e o 5G transformarão as compras em todas as dimensões. E, como resultado, os processos de compra já estão se tornando desmaterializados, desmonetizados, democratizados e deslocalizados. Ou seja, uma transformação completa do mundo do varejo.

Vamos materializar na prática todas estas novas dinâmicas do mundo moderno. Imagine um belo dia de março de 2029. Você tem um almoço para angariar fundos amanhã, mas não tem nada adequado para vestir para a ocasião especial. E a última coisa que você deseja fazer é perder tempo para ir até alguma loja. Então, como os dados da sua imagem corporal estão atualizados, pois você foi digitalizado há apenas uma semana, você coloca o seu fone de ouvido VR e conversa com sua IA.

“É hora de comprar uma roupa para o evento de amanhã” é tudo o que você tem a dizer. Em segundos, você é teletransportado para uma loja virtual de roupas. Zero tempo de viagem. Não há tráfego nas avenidas, aborrecimentos no estacionamento ou qualquer outra perda de tempo.

Em vez disso, você entrou na sua própria loja de roupas. Tudo está no seu tamanho exato. A loja tem acesso a todos os designers e estilistas do planeta. Peça à sua IA para lhe mostrar o que há de bom em Nova York, Paris, Milão e pronto — desfile instantâneo de moda. Todos os modelos que desfilam pela passarela se parecem exatamente com você, vestindo as últimas novidades destas cidades.

Quando você termina de selecionar uma roupa, sua IA paga a conta. E como suas novas roupas são impressas em 3D — antes de acelerar a entrega por drones — uma versão digital foi adicionada ao seu inventário pessoal para uso em futuros eventos virtuais.

O custo de tudo isso? Graças a uma era sem intermediários por blockchain, menos da metade do que você paga nas lojas hoje. No entanto, este futuro não está tão longe.

Vamos começar com os assistentes digitais. Muitos de nós navegamos em shoppings ou mercados on-line sozinhos, esperando encontrar o item certo. Mas se você contratar um assistente pessoal, pode se dar ao luxo de descrever o que deseja para alguém que o conhece bem o suficiente para comprar exatamente a coisa certa.

No momento, os quatro cavaleiros do apocalipse do varejo estão em guerra por nossas carteiras. Alexa, da Amazon, Now, do Google, Siri, da Apple e Tmall Genie, da Alibaba, estão enfrentando uma batalha para se tornar a plataforma do cotidiano para o comércio assistido por IA e ativado por voz.

Para os baby boomers que cresceram assistindo o Capitão Kirk falar com o computador da Enterprise em Star Trek, os assistentes digitais parecem um pouco com ficção científica. Mas para a geração dos millennials, é apenas o próximo passo. E, à medida que esses millennials entram no auge do consumo, a receita de produtos comprados por comandos acionados por voz deve saltar dos atuais US$ 2 bilhões para US$ 8 bilhões até 2023. Já estamos vendo uma grande mudança nos hábitos de compra. Em média, os consumidores que usam o Amazon Echo gastaram mais do que os clientes padrão do Amazon Prime: US$ 1.700 versus US$ 1.300. E, no que diz respeito a um consultor de moda de IA, eles também estão aqui, cortesia do Alibaba e da Amazon.

Durante o festival anual de compras do Dia do Solteiro (11 de novembro), a loja conceitual FashionAI, da Alibaba, usou aprendizado profundo para fazer sugestões com base em conselhos de especialistas em moda e inventário da loja, gerando uma parcela significativa dos US$ 25 bilhões em vendas. Da mesma forma, o algoritmo de compras da Amazon faz recomendações personalizadas de roupas com base nas preferências do usuário e no seu comportamento nas mídias sociais.

Outra questão operante no novo varejo é o atendimento. De acordo com um estudo recente da Zendesk, o bom atendimento ao cliente aumenta a possibilidade de compra em 42%, enquanto o mau atendimento ao cliente se traduz em uma chance de 52% de perder a venda para sempre. Isso significa que mais da metade de nós deixará de fazer compras em uma loja devido a uma única interação decepcionante com o atendimento ao cliente. Mas esta é uma preocupação que muito em breve os varejistas não terão mais com a aplicação de IA.

Durante a conferência de E/S do Google em 2018, o CEO Sundar Pichai fez uma demonstração do Google Duplex, seu assistente digital de próxima geração. Pichai apresentou ao público uma série de telefonemas pré-gravados feitos pelo Google Duplex. A primeira ligação fez uma reserva em um restaurante, a segunda agendou um horário para o corte de cabelo, divertindo o público com um longo “hmmm” no meio da ligação. Em nenhum dos casos, a pessoa do outro lado do telefone fazia ideia de que estava conversando com uma IA. O sucesso do sistema mostra como a IA pode se misturar perfeitamente em nossas vidas de varejo e quão conveniente ela continuará a torná-las.

A mesma tecnologia que Pichai demonstrou que pode fazer ligações para consumidores, também pode atender ligações para varejistas — um desenvolvimento que pode acontecer de duas maneiras diferentes:

(1) treinadores de atendimento ao cliente:
Para organizações interessadas em manter os seres humanos envolvidos, existe o Beyond Verbal, uma startup baseada em Tel Aviv que construiu um coach de atendimento ao cliente de IA. Simplesmente analisando a entonação por voz do cliente, o sistema pode identificar o ânimo da pessoa. Com base em uma pesquisa com mais de 70.000 indivíduos em mais de 30 idiomas, o aplicativo da Beyond Verbal pode detectar 400 marcadores diferentes de humor, atitudes e traços de personalidade humanos. Já foi inclusive integrado em call centers para ajudar os agentes de vendas humanos a entender e reagir às emoções dos clientes, tornando essas chamadas mais agradáveis e também mais lucrativas.

(2) Substituindo agentes de atendimento ao cliente:
Empresas como a Soul Machines, da Nova Zelândia, estão trabalhando para substituir completamente os agentes humanos de atendimento ao cliente. Desenvolvido pelo Watson da IBM, o Soul Machines cria avatares de atendimento ao cliente realistas projetados para empatia. Com sua tecnologia, 40% de todas as interações de atendimento ao cliente agora são resolvidas com um alto grau de satisfação, sem necessidade de intervenção humana. E como o sistema é construído usando redes neurais, ele está aprendendo continuamente a cada interação — o que significa que a porcentagem continuará melhorando.

Contudo, a IA torna o varejo mais barato, mais rápido e mais eficiente, abrangendo tudo, desde o atendimento ao cliente até a entrega do produto. Também redefine a experiência de compra, tornando-a sem atritos. Mas a pergunta final que fica é… a sua loja/marca está pronta/habilitada para vender seus produtos e serviços para uma “máquina”?

* Juan Pablo D. Boeira é CDO – Chief Digital Officer – Innovation Center, mestre e doutorando em Design Estratégico e Inovação pela UNISINOS e professor de Inovação e Tópicos Avançados de Marketing na UNISINOS, ESPM e PUCRS.

 

 

CPQD apresenta, no Japão, metodologia para avaliação de riscos em IoT

O CPQD desenvolveu uma nova metodologia para avaliação de riscos em sistemas de Internet das Coisas (IoT) e vai apresentá-lo no simpósio internacional TRON – Super & Safe City, que acontece nesta semana (entre os dias 11 e 13) em Tóquio, no Japão. A metodologia abrange uma série de aspectos e aborda os resultados de sua utilização em um projeto realizado pelo CPQD em parceria com outras instituições.

A apresentação será feita por Emilio Nakamura, especialista em segurança da informação do CPQD, durante sessão técnica patrocinada pelo IEEE Consumer Electronics Society que irá abordar as mais recentes pesquisas nas áreas de Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial, open data e sistemas embarcados.

Segundo ele, os sistemas de IoT são formados pela integração de diferentes componentes, conduzindo a uma fusão físico-cibernética que possui riscos associados não apenas às informações mas, também, aos dispositivos físicos, às operações e aos seres humanos.

“A avaliação de riscos é imprescindível não só para a adoção de sistemas IoT como também para o desenvolvimento e definição de elementos específicos, como sensores ou plataformas. Do ponto de vista de quem implementa e utiliza o sistema IoT, a escolha de atuadores e plataformas deve ser feita de acordo com o cumprimento dos requisitos fornecidos pela avaliação de riscos, levando em conta cada contexto de uso”, acrescenta.

Com base nessas premissas, a metodologia para avaliação de riscos em sistemas IoT do CPQD leva em conta o contexto de uso; a identificação de pontos de ataques; o mapeamento de ameaças, privacidade, segurança, proteção, resiliência e confiabilidade; a identificação de vulnerabilidades; as estimativas de probabilidade e de impacto; o cálculo da matriz de riscos, a priorização de controles de segurança e a definição de plano de ação.

O trabalho a ser apresentado no evento no Japão aborda os resultados da utilização dessa metodologia no projeto OCARIoT, que vem sendo desenvolvido pelo CPQD em parceria com outras instituições do Brasil e da Europa, dentro dentro do programa Horizonte 2020 (H2020), da União Europeia.

O objetivo deste projeto, que tem foco na prevenção de casos de obesidade infantil, é desenvolver uma solução de coaching personalizado baseada em IoT que orientará as crianças a adotar uma alimentação saudável e atividades físicas. “Aplicamos a nova metodologia para a escolha dos sensores, responsáveis pela coleta das informações, e também da plataforma IoT para esse projeto”, revela Nakamura.

Como a análise de dados diminuiu o tempo de entrega dos pedidos do iFood

A plataforma de delivery de comida iFood possui uma demanda de mais de 20 milhões de pedidos por mês. Esse número de pedidos gera uma incontável quantidade de dados de comportamento de clientes e usuários. Para lidar com a gestão desse volume de dados, a empresa agora investe em inteligência artificial.

Após receber aporte de US$ 500 milhões no ano passado, o iFood contratou mais de 100 profissionais para o time de inteligência da empresa, afirmou Sandor Caetano, Chief Data Scientist (CDS) do iFood durante o CASE 2019, evento voltado para startups e realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups) que aconteceu na última quinta-feira (28).

De acordo com Caetano, a contratação e a ampliação do time de inteligência têm como principal objetivo a expansão da empresa, além de trabalhar para atingir meta de 50 milhões de pedidos por mês. “Porque o mercado é agressivo e a iFood é uma empresa extremamente agressiva em sua gestão, com metas pesadas e desafiadoras”, destacou o executivo.

Para atingir as metas, a empresa aposta em um projeto de treinamento profissional especializado em inteligência artificial que é oferecido para todos da empresa, até mesmo para os cargos de diretoria, para que toda a equipe, principalmente o time de tecnologia tenha noção dos processos e saiba trabalhar eficientemente os dados da empresa.

Chamado de Projeto 300, uma referência à série de revistas em quadrinhos “Os 300 de Esparta”, o projeto se constitui em cursos de inteligência artificial e dados, no mínimo uma vez por semana. “A meta é treinar todo mundo da equipe até o final do ano que vem”, informou Caetano. Caetano revelou também que logo após os primeiros esforços em trabalhar e organizar os dados, o tempo de entrega dos pedidos foi notoriamente otimizado, sendo o tempo de entrega um dos principais benefícios da análise inteligente dos dados.

O executivo explicou também sobre o “Cerebrão”, a plataforma unificada de dados da empresa. “O Cerebrão, nossa plataforma com todos os dados da empresa, como um business intelligence (BI), a única diferença é que há métodos de integrar machine learning, que podem interagir com os dados da empresa”, explica.

Outra ferramenta desenvolvida para a otimização do serviço mencionado pelo executivo foi o simulador de rotas, um sistema de análise que consegue criar pedidos e entregadores em um ecossistema simulado e com base nos dados do Cerebrão. O sistema consegue realizar testes de otimização, sem que nada seja alterado na plataforma principal.

Dentro dessa plataforma, são realizados testes de estresse com o objetivo de diminuir ainda mais o tempo de entrega dos pedidos. “Usamos o simulador, onde o modelo vai definir quais são os melhores parâmetros”, explicou Caetano.

Caetano comentou também que a empresa tem planos de investir em robôs autônomos. A ideia é que que os robôs operem em lugares onde não é possível ou não é muito acessível para entregadores chegar, como praças de alimentação de shoppings, por exemplo. Os robôs então, pegariam os pedidos do shopping e levariam para um espaço onde os entregadores teriam acesso, diminuindo o tempo de entrega final.

O executivo, entretanto, não revelou quando o iFood planeja lançar tal iniciativa.

80% dos líderes consideram a automação de processos uma forma de melhorar o atendimento ao cliente

Pesquisa da NICE mostra melhora em procedimentos, inclusive do ponto de vista de funcionários.

De acordo com dados de uma pesquisa encomendada pela NICE e conduzida pela Forrester Consulting, 80% dos líderes de negócios consideram que a Automação Robótica de Processos (RPA, na sigla em inglês) é importante para tornar as equipes de atendimento ao cliente mais eficientes.

Atento reforça oferta de automatização de processos corporativos

Segundo a pesquisa, 88% consideram uma estratégia de mitigação de custos, e 72% relataram considerar a RPA um facilitador para o autoatendimento do cliente nos canais emergentes. A pesquisa ouviu cerca de 50 líderes de negócios e 50 trabalhadores que lidam com RPA na América do Norte.

Na visão da NICE, o estudo destaca o rápido crescimento do mercado de RPA e indica que as implantações ainda são a ponta do iceberg. Segundo a pesquisa da Forrester, o crescimento da RPA continuará sendo uma tendência, com os gastos globais em serviços do tipo em 2019 superando US$ 5 bilhões e atingindo US$ 12 bilhões até 2023.

A pesquisa mostra que 78% dos líderes empresariais estão dispostos a aproveitar os funcionários digitais ou robôs para tarefas rotineiras, ao passo que os agentes humanos assumem funções mais estratégicas. Além disso, quase metade (49%) dos funcionários entrevistados afirmou que o RPA eliminou grande parte – ou a totalidade – das tarefas mais maçantes e rotineiras e os ajudou a se concentrar melhor em seu trabalho.

Além disso, o estudo também observou que 47% dos funcionários entrevistados afirmaram que às vezes – ou frequentemente – esquecem alguma etapa do processo. Isso se vincula diretamente a 41% dos gerentes e funcionários que afirmam que a redução de erros manuais é um dos três principais impactos do RPA no trabalho dos funcionários.

Como a Inteligência Aumentada ajuda área de suprimentos a aumentar o “Value for Money”

Que a Inteligência Aumentada (AI) é uma realidade e veio para ficar, nem os mais céticos podem negar. O que resta agora é entender os limites da tecnologia e os benefícios que ela pode trazer para o dia a dia das empresas.

Dentro do setor de suprimentos (compras) de uma empresa, a AI pode ser uma aliada essencial, não só para agilizar a negociação, mas também para otimizar o chamado “value for money”, ou seja, fazer melhor uso dos recursos disponíveis para compra.

Com análise de dados e AI, por exemplo, você pode criar estratégias de negociação baseadas em informações de mercado entendendo todas as possiblidades de fornecimento, ou seja, fornecedores e sua capacidade de entrega, situação financeira, inovação de forma a obter o melhor custo, mas sem gerar o risco ao abastecimento posterior à contração.

Hoje em dia, sem a automação, para uma simples compra o funcionário faz a requisição, encaminha para o setor responsável, que por sua vez faz análise, passa pelo fluxo de aprovações, pelo sistema, ele encaminha aos fornecedores cadastrados incontáveis pedidos de orçamento para comparar os preços e só depois tomar uma decisão.

Com a AI, funciona mais ou menos assim: o funcionário de uma empresa conversa com um cabo para iniciar o processo de compra. Um Robô vai entender o pedido através de processamento de linguagem natural (NLP) e vai iniciar o processo de compras automaticamente. A plataforma de compras envia para os fornecedores homologados anteriormente a descrição exata do requerimento solicitado.

Os fornecedores enviam suas propostas e preços em formato PDF. Mais uma vez, o Robô utiliza a função NLP para extrair dos documentos as informações de atendimento do requerimento e informações, como valores, prazos e as condições de pagamentos. Baseado nesta informação, a AI (Inteligência Aumentada) vai qualificar as melhores opções de fornecimento e comparando entre as propostas recebidas desta cotação e comparando também com cotação de itens similares comprados anteriormente e comprados por outras áreas da empresa.
A negociação será realizada pelo Robô e, quando a recomendação de compra final for escolhida pelo analista de compras, o sistema automaticamente iniciará o processo de contratação e agendamento de gatilhos/condições de pagamentos cobrindo totalmente o processo P2P (procurement to pay).

Similarmente, podemos mencionar várias oportunidades nos demais processos O2C (Order to Cash), processamento automático de fatura, entrada de dados nos diversos sistemas, entre outros casos de uso.
Mas não é apenas através da automatização de processos que a Automação Inteligente trará valor à área de Suprimentos. Com a ciência de dados, podemos analisar, descobrir tendências, prever eventos que são fundamentais para alcançar melhor eficiência no processo de Procurement.

A Inteligência Aumentada permite monitorar indicadores, informações de inteligência competitiva de provedores atuais em relação a análise de risco, mapa de influência, mudança societárias, problemas financeiros, legais ou regulatórios, aparecimento de novas tecnologias, novos entrantes que ajudam a criar estratégia de negociação mais eficientes e diminuem o tempo de busca de parceiros de suprimento.

E a ajuda vai além. Olhando para o lado governança e compliance, encontramos aplicação de técnicas de aprendizado de máquina para encontrar anomalias em transações nos vários processos já mencionados. Estas anomalias podem ser erros, fraudes, ou mesmo uma situação sazonal de negociação. Esse tipo de avaliação permite, inclusive, entender seu fornecedor e ampliar seu poder de negociação.
A AI, a automação do processo em si e a análise de dados bem-feita são ótimos mecanismos para dar mais segurança, eficácia, poder de negociação e valor ao dinheiro para o setor de Suprimentos de uma empresa.

A Inteligência Artificial no Varejo

Com foco no consumidor a inteligência artificial tem ajudado empresas dos mais diferentes segmentos a se relacionar com seus clientes.

Estamos chegando em 2020, e muito antes de entrarmos no “ano do futuro”, a Inteligência Artificial já havia se tornado uma realidade cada vez mais presente no dia a dia das pessoas. Com foco no consumidor, essa tecnologia tem ajudado empresas dos mais diferentes segmentos a entender e antecipar o comportamento e os desejos do cliente. Os carros ainda não estão voando, mas a inovação tecnológica mudou completamente muitos dos nossos hábitos. Afinal, hoje, pouquíssimas pessoas conseguem viver sem um smartphone do lado, não é mesmo?

O mobile tem sido peça-chave no relacionamento das marcas com o consumidor. Posso apostar que depois do WhatsApp você começou a mandar mais mensagens de texto. Esse é um bom exemplo de como o comportamento do consumidor muda de acordo com a evolução da tecnologia. A Inteligência Artificial transformou a jornada de compra do cliente e no varejo, e essas mudanças acabam impactando diretamente as vendas. Em 2018, 70% dos consumidores já estavam utilizando IA na busca por produtos e serviços, segundo especialistas.

Hoje, 95% dos consumidores pesquisam online antes de decidir em qual loja física comprar; 87% deles checam online se a loja física possui o produto que querem adquirir; e 94% do dinheiro ainda é gasto em lojas físicas, segundo dados do Google. Por isso, a presença online é tão importante para as empresas, independente do tamanho. O seu negócio precisa aparecer nas buscas do potencial cliente.

O uso da Inteligência Artificial para direcionar a pesquisa online já se tornou natural na jornada de compra. Ainda segundo o Google, nos últimos anos houve um aumento significativo nas buscas pelo termo “perto de mim” – algo em torno de 70%. Já entre 2015 e 2017, as buscas mobile por “aberto” + “agora” + “perto de mim”, cresceram mais de 200%.

Seja um pequeno comércio de bairro ou uma gigante em seu segmento, todos os negócios do setor precisam se adaptar às transformações digitais para não perder as vendas. Se antes o consumidor já exigia relevância e imediatismo nas buscas, hoje, ele está cada vez menos disposto a esperar e, principalmente, a perder tempo. O uso de algoritmos de Inteligência Artificial pelas empresas está se tornando um ingrediente essencial na receita de um resultado satisfatório. O potencial cliente precisa encontrar o produto que deseja em uma busca rápida no Google e, mais do que isso, encontrá-lo independente de onde ele esteja.

Com essa tecnologia, é possível orientar o neoconsumidor sobre o que comprar e onde comprar. É de extrema importância educar o pequeno varejista sobre a relevância do digital para o negócio para que não fique parado no tempo.

  • Disponibilize seu catálogo de produtos em seu site (mantenha atualizado);
  • Tenha iniciativas de campanhas regionalizadas em redes sociais;
  • Mostre aos consumidores onde comprar os seus produtos (lançamentos);
  • Valorize seus parceiros comerciais, principalmente os distribuidores que atendem o varejo de vizinhança.

Com o uso de um localizador de produtos que utiliza IA, é possível favorecer o varejo nas duas pontas: melhorando a experiência do cliente online-to-offline e ajudando as empresas no lançamento de produtos, engajamento com consumidores, prospecção e análise de mercado, além de direcionar o investimento em campanhas de forma mais assertiva, tornando as ações de lançamento até 30% mais eficientes. Ferramenta como o Google My Business tem esse foco e vem ajudando muito no crescimento online do varejo de vizinhança. Hoje, quem facilita o processo de compra ganha a preferência dos clientes.

 

18% das empresas brasileiras podem ser consideradas “inteligentes”, aponta estudo

De acordo com pesquisa feita pela Zebra Technologies, 18% das empresas brasileiras podem ser consideradas “inteligentes”. O índice aumentou comparado com o registrado em 2018 pela empresa, quando apenas 8% podiam estar neste patamar. Em processo de transformação, estão outras 70%, outro crescimento comparado ao ano anterior, quando 63% das empresas estavam neste estágio.

O investimento médio, em 2019, das empresas em Internet das Coisas (IoT) e em outras plataformas de tecnologia de dados foi de US$ 6,1 milhões, 45% a mais que no ano anterior. Esperam incrementar ainda mais essa cifra nos próximos dois anos, 88% das empresas do país. A pesquisa foi realizada com 950 tomadores de decisão de TI em nove países – entre eles, o Brasil.
O índice da Zebra considera “inteligentes” empresas que alcançaram 75 pontos ou mais, o que vem aumentando ano a ano.

Globalmente, as PMEs se destacam como as que obtiveram maior pontuação: média de 64,5 versus 61,5 registrada pelas grandes empresas. Entre as PMEs, 37% podem ser consideradas “inteligentes”, demonstrando que, muitas vezes, estão à frente de grandes corporações quando o assunto é IoT.

A maior evolução ficou por conta do setor de varejo. Impulsionado pela pressão esmagadora do mercado para melhorar a experiência do cliente, o segmento passou da parte inferior do ranking de 2018 para quase o topo da lista em 2019, depois do setor de saúde.

A pontuação das empresas é calculada com base em 11 critérios diferentes, definidos por importantes tomadores de decisão, incluindo a visão de IoT, adoção, gerenciamento de dados, análise inteligente e muito mais. A pesquisa analisa até que ponto as empresas estão conectando seu mundo físico ao digital para impulsionar a inovação em ambientes de orientação em tempo real, baseados em dados e com fluxos móveis de trabalho colaborativo.

Yandex inicia testes com robôs autônomos de entregas na Rússia

Yandex, empresa russa de tecnologia, anunciou que começou a testar um robô autônomo de entregas para pequenas cargas. Chamado Yandex.Rover, o veículo é equipado com seis rodas e pode navegar a partir de rotas pré definidas nas calçadas na velocidade de um pedestre, segundo descrição da empresa. O projeto faz parte da divisão de tecnologia autônoma da companhia.

No Brasil, o iFood começa a testar o uso de robôs autônomos, a partir de janeiro de 2020, para facilitar e agilizar o trajeto dos entregadores em ambientes controlados, como levar a refeição pronta do restaurante de um shopping a um entregador em um ponto de encontro.

Já na Russia, os robôs da Yandex estão transportando pequenos pacotes nas instalações da sede da empresa, em Moscou, com mais de 7 mil funcionários. Durante os testes, eles estão se circulando sob supervisão remota. Com o uso de sensores LIDAR (Light Detection And Ranging), os robôs são capazes de reconhecer objetos, parar para pedestres e evitar obstáculos.

“Acredito que robôs como esse terão uma variedade de aplicações em um futuro próximo. Eles podem, por exemplo, tornar-se indispensáveis ​​para a entrega da ‘última milha’”, afirmou Dmitry Polishchuk, chefe de direção autônoma da Yandex, em um comunicado.

No futuro, a empresa planeja usar o Yandex.Rover em seu serviço de delivery de restaurantes, o Yandex.Eats, e também na divisão de entregas de supermercados, a Yandex.Lavka. A companhia ainda divulgou que pretende comercializar a solução para outras empresas após o período de testes, beneficiando “milhões de usuários”.