O impacto das regulamentações locais na logística global de e-commerces

Atuar no mercado global de e-commerce é um desafio que vai muito além da logística tradicional. Como especialista na área, acompanho de perto a adaptação de grandes empresas internacionais que chegam ao Brasil e precisam alinhar suas operações às exigências fiscais e regulatórias locais. Cada país possui suas particularidades e, no Brasil, essa adaptação exige um conhecimento aprofundado das regras nacionais e estaduais, que impactam diretamente o fluxo de mercadorias, a precificação e a experiência do consumidor.

As barreiras regulatórias e fiscais no Brasil

O Brasil é conhecido por ter uma das legislações fiscais mais complexas do mundo. A estrutura tributária envolve tributos federais, estaduais e municipais, o que exige uma gestão fiscal altamente eficiente. Para empresas estrangeiras que entram no mercado brasileiro, os principais desafios incluem:

– Tributação sobre importação: o Imposto de Importação (II), o ICMS e o PIS/Cofins afetam diretamente o custo da mercadoria e o prazo de entrega. Adaptar-se a esses tributos exige integração com sistemas automatizados de cálculo fiscal.

– Emissão de documentos fiscais: no Brasil, cada transação comercial requer notas fiscais eletrônicas (NF-e) e conhecimentos de transporte eletrônico (CT-e). Empresas estrangeiras precisam de sistemas que se integrem à Receita Federal e às Secretarias da Fazenda Estaduais.

– Regras alfandegárias e fiscalização aduaneira: o desembaraço aduaneiro pode atrasar a entrega se a empresa não seguir corretamente os procedimentos e as documentações exigidas pela Receita Federal.

– Regulamentações estaduais: o ICMS varia conforme o estado de destino da mercadoria, sendo necessário um planejamento estratégico para evitar custos desnecessários e garantir eficiência na distribuição.

Como adaptar operações logísticas ao mercado brasileiro

Diante desse cenário desafiador, empresas globais de e-commerce precisam adotar soluções que otimizem sua operação logística e garantam conformidade regulatória. Algumas estratégias fundamentais incluem:

1. Automação fiscal e tributária

A tecnologia é um grande aliado para lidar com as exigências fiscais brasileiras. Softwares de gestão tributária permitem calcular automaticamente os impostos de cada operação, garantindo que a empresa esteja em conformidade e evitando multas ou atrasos no despacho das mercadorias.

2. Parcerias com operadores logísticos locais

Uma das melhores formas de facilitar a adaptação ao mercado brasileiro é contar com operadores logísticos que já conhecem as regras e os processos locais. Muitas empresas optam por centros de distribuição em território nacional para agilizar a entrega e reduzir custos com importação direta para o consumidor.

3. Otimização da cadeia de suprimentos

Planejar bem a cadeia de suprimentos é essencial para minimizar os impactos das regulamentações. Estratégias como o uso de múltiplos hubs logísticos, análise de demanda por região e transporte multimodal ajudam a reduzir custos e melhorar os prazos de entrega.

4. Gestão eficiente da logística reversa

O Brasil possui normas rígidas para devoluções e trocas no e-commerce. Empresas estrangeiras precisam estruturar um processo eficiente de logística reversa, considerando prazos, custos e obrigações fiscais, para manter a satisfação do cliente e evitar problemas regulatórios.

5. Monitoramento em tempo real

Sistemas de rastreamento e integração com transportadoras são essenciais para garantir a transparência da operação e evitar gargalos logísticos. A tecnologia de monitoramento em tempo real permite prever possíveis atrasos e agir rapidamente para solucioná-los.

Ingressar no mercado brasileiro de e-commerce exige mais do que apenas uma estratégia de vendas eficiente. A adaptação às regulamentações locais é um processo fundamental para garantir a operação sem contratempos, evitar sanções e oferecer um serviço de qualidade ao consumidor final. Com planejamento, tecnologia e parceiros estratégicos, é possível transformar os desafios regulatórios em uma vantagem competitiva, consolidando a presença global da empresa de forma sustentável e eficiente.

A logística é um dos pilares do sucesso do e-commerce, e entender as nuances da legislação brasileira é essencial para que empresas internacionais operem de forma eficaz no país. Como profissional da área, sei que a adaptação pode parecer complexa, mas, com as ferramentas certas, torna-se um diferencial estratégico que impulsiona o crescimento no mercado brasileiro.

Fonte: “O impacto das regulamentações locais na logística global de e-commerces – E-Commerce Brasil

Inovação na logística brasileira: menos ficção científica, mais soluções práticas

Quando imaginamos o futuro da logística, é comum imaginarmos drones sobrevoando cidades e robôs humanóides carregando pacotes em grandes centros de distribuição. No entanto, a revolução da logística não está nos cenários dignos de ficção científica, mas sim na implementação de ferramentas tecnológicas acessíveis e altamente eficientes.

O setor de logística no Brasil ainda está amplamente dependente de processos manuais e ferramentas rudimentares, como o uso de planilhas em programas tradicionais. O estudo State of Logistic (2024), realizado pela empresa de roteirização SimpliRoute com profissionais do setor de toda América Latina, mostrou que essa é uma realidade da América Latina, pois 87% das empresas entrevistadas acreditam que precisam ainda otimizar suas operações, para gerenciar as demandas de rotas, rastreamento, tempo de entrega e outros.

Nas entregas de compras on-line, o custo e o prazo de recebimento são as principais percepções negativas dos consumidores, refletindo na taxa de abandono de carrinhos, que chega a 71,3%. Os principais motivos são custos extras, como frete e taxas (45%), e prazos de envio demorados (22%). Esses desafios podem ser superados com sistemas de roteirização e soluções de Inteligência Artificial (IA), que otimizam rotas e utilizam dados em tempo real para decisões precisas, melhorando a operação de transportadoras e e-commerces.

Sistemas de roteirização baseados em Inteligência Artificial são capazes de analisar uma infinidade de variáveis – como condições do tráfego, previsões climáticas e padrões de consumo – para criar as melhores rotas, reduzindo custos operacionais e garantindo entregas mais rápidas. Além disso, a automação desses processos libera equipes humanas para se concentrarem em estratégias que promovam ganhos em eficiência e qualidade de serviço e reduz em até 30% emissões de CO2, segundo o relatório McKinsey & Company (2021), pois otimiza as rotas de transporte.

O State of Logistic (2024) também mostrou que 34% das empresas identificam eficiência do transporte como principal preocupação, seguida de 25% das empresas que apontam a necessidade de implementação de novas tecnologias. O estudo falou com empresas de toda América Latina.

No Brasil, a adesão a essas tecnologias ainda é limitada. Apesar de sua comprovada eficácia, muitos players do setor resistem às mudanças por falta de informação, pelo custo inicial ou até mesmo pela comodidade em se manter em processos já conhecidos. Esse atraso cria um abismo entre as empresas que adotam a inovação e aquelas que permanecem estagnadas.

O futuro da logística está menos relacionado à drones e mais à adequação e inserção de tecnologias. À medida que empresas abandonarem as planilhas e adotarem novas soluções, como as baseadas em IA, estaremos mais próximos de um setor logístico alinhado às demandas do mercado moderno: eficiente, dinâmico e, acima de tudo, competitivo.

Fonte: “https://gironews.com/opinioes/inovacao-na-logistica-brasileira-menos-ficcao-cientifica-mais-solucoes-praticas/”

Creatina, jogo de lençol e furadeira: lista revela os itens mais comprados por brasileiros em 2024

Mudanças nos hábitos de consumo revelam padrões estratégicos no e-commerce brasileiro em 2024, destacando a importância da inteligência de mercado para antecipar tendências e impulsionar decisões de negócios.

Os hábitos de compra dos brasileiros em 2024 trouxeram surpresas e confirmaram tendências no comércio eletrônico, segundo o levantamento Meli Trends 2024, realizado pelo Mercado Livre. Creatina, jogo de lençol e furadeira foram alguns dos destaques. Mas o carrinho de compras é mais extenso. Veja, abaixo, a lista completa.

Janeiro: Samsung Galaxy A04
Fevereiro: Camera Wifi
Março: Apple iPhone 13
Abril: Notebook Samsung Galaxy Book2
Maio: Kit de camisetas básicas
Junho: Jogo de lençol queen
Julho: Parafusadeira e furadeira

Agosto: Creatina monohidratada
Setembro: Conjunto hospital Polly Pocket
Outubro: Hoverboard Super Mario
Novembro: Playstation 5
Dezembro: Short Masculino

O que há por trás dos números?

Em um primeiro momento, essa lista pode parecer apenas uma curiosidade sobre o comportamento dos consumidores. Mas, para quem entende do assunto, ela é uma mina de ouro de informações estratégicas.

O que parece ser apenas um retrato sazonal dos hábitos de compra, na verdade, revela padrões e tendências de consumo que, se bem interpretados, podem orientar estoques, definir estratégias de marketing e antecipar movimentos de mercado.

Em um cenário em que decisões rápidas e precisas se tornaram cruciais para a sobrevivência das empresas, esses dados deixam de ser meras estatísticas e se transformam em ferramentas poderosas. Mas há um detalhe importante: saber extrair valor dessas informações existe uma habilidade chamada de inteligência de mercado.

Essa é a chave para decisões mais inteligentes
Inteligência de mercado é a capacidade de transformar dados aparentemente comuns em insights estratégicos. É o que permite a empresas e profissionais irem além da superfície, enxergando padrões ocultos que indicam tendências, oportunidades de crescimento e até ameaças futuras.

Por exemplo, o aumento nas vendas de creatina em agosto não é apenas sobre o suplemento em si, mas pode indicar um movimento crescente de consumidores em busca de saúde e bem-estar – um dado relevante para academias, nutricionistas, marcas esportivas e até redes de supermercados.

Da mesma forma, o pico nas vendas de brinquedos em setembro sinaliza um comportamento previsível relacionado ao Dia das Crianças, mas também pode sugerir um aumento no consumo de itens educativos ou colecionáveis, caso o dado seja analisado em um contexto maior.

Empresas que sabem interpretar esses sinais conseguem não apenas acompanhar o mercado, mas antecipá-lo. E é justamente isso que separa negócios inovadores daqueles que ficam para trás.

Fonte: “Creatina, jogo de lençol e furadeira: lista revela os itens mais comprados por brasileiros em 2024 | Exame

Impacto da RA na logística: Três tendências para 2025

Tendências emergentes demonstram como a RA está prestes a revolucionar as operações de armazéns e potencializar o trabalho dos profissionais de forma inovadora.

O ano de 2024 foi um ano emocionante para a Realidade Aumentada, com a Apple finalmente dando vida ao seu tão aguardado dispositivo de Realidade Mista, o Apple Vision Pro – que, embora não tenha alcançado o número esperado de vendas entre os consumidores, ainda é considerado “uma maravilha da computação e de engenharia”, sinalizando a evolução da RA de tecnologia emergente para o mainstream. Isso desencadeou uma verdadeira corrida tech para dispositivos ópticos menores e mais nítidos, para incorporar os últimos avanços em IA e conquistar os corações e mentes do consumidor.

Com base nesse movimento, muitas indústrias podem se beneficiar dos avanços significativos em tecnologias vestíveis. À medida que a RA amadurece e ultrapassa a fase de prova de conceito, o setor de Logística segue na dianteira da transformação digital com soluções habilitadas para Realidade Aumentada.

Três tendências emergentes demonstram como a RA está prestes a revolucionar as operações de armazéns e potencializar o trabalho dos profissionais de forma inovadora.

EVOLUÇÃO DA RA NA LOGÍSTICA

O futuro da tecnologia no campo da logística não está em dispositivos portáteis ou operados exclusivamente por voz, mas em wearables de RA desenvolvidos especificamente para se integrar de forma fluida às operações em depósitos. Embora os dispositivos móveis tradicionais tenham impulsionado melhorias significativas no setor, eles ainda exigem que os trabalhadores alternem sua atenção entre dispositivos e tarefas. Dispositivos de RA, como smart glasses, transformarão esse padrão ao garantir operações hands-free e a exibição de informações contextuais diretamente no campo de visão dos trabalhadores.

As soluções de Realidade Aumentada poderão ser as mais variadas possíveis, desde óculos inteligentes para operações complexas de coleta e embalagem até wearables leves de pulso para tarefas rotineiras de logística. Ao fornecer orientação visual e auditiva instantânea, esses dispositivos permitem que os profissionais mantenham a consciência situacional enquanto acessam dados e instruções necessárias para suas tarefas. Para empresas que buscam implementar dispositivos de RA, a chave está na escolha de plataformas robustas e adaptáveis que priorizam o conforto e a preferência das equipes. Além disso, a adoção de uma abordagem flexível que garanta alternativas aos trabalhadores garantirá maiores taxas de aceitação e melhores resultados.

DEMOCRATIZAÇÃO HABILITADA POR RA

2025 trará uma mudança fundamental na forma como as empresas abordam a implantação da tecnologia de Realidade Aumentada. Em vez de implementar soluções baseadas apenas em decisões executivas, as organizações passarão a depender cada vez mais das opiniões e do retorno dos trabalhadores da linha de frente que irão interagir diariamente com a tecnologia de RA. Essa mudança será particularmente impactante nos ambientes de logística, onde a experiência prática das equipes que “põem a mão na massa” geralmente revela insights valiosos que se perdem no tradicional planejamento de ‘cima para baixo’.

Para maximizar os benefícios das implementações de RA, as empresas devem estabelecer um processo formal de feedback que valorize as percepções e perspectivas dos trabalhadores da linha de frente. O sucesso está em identificar quais as soluções de RA que os próprios trabalhadores consideram essenciais para o aprimoramento de suas tarefas diárias, ao contrário daquelas que prometem melhorias que só funcionam na teoria. Essa metodologia colaborativa possibilita que a tecnologia de RA realmente atenda ao propósito pretendido, mantendo altas taxas de adoção e de satisfação.

CONVERGÊNCIA DE RA E IA

O desenvolvimento mais transformador da RA na área da logística está em sua integração com a Inteligência Artificial (IA) para uma operação avançada de distribuição de pedidos e planejamento de rotas.

Enquanto as responsabilidades entre robótica e sistemas de transporte continuam se fundir às operações humanas, os sistemas de RA irão alavancar os dados processados por IA para sobrepor informações em tempo real e instruções e orientação virtual diretamente em equipamentos e nos ambientes dos armazéns. Isso criará um novo padrão operacional onde problemas de manutenção poderão ser previstos e evitados antes de impactarem as operações.

As sobreposições de RA aprimoradas por IA transformarão reparos complexos em procedimentos passo a passo concebidos para serem intuitivos. Os especialistas remotos terão a capacidade de visualizar o problema através dos olhos dos técnicos no local, manipulando anotações de RA em tempo real ao mesmo tempo em que os sistemas de IA analisam as intercorrências e sugerem soluções. Essa combinação de conhecimento humano, visualização de RA e análise alimentada por IA reduzirá drasticamente o tempo de inatividade e simplificará os processos de resolução de problemas.

As organizações que pretendem capitalizar essa tendência deverão se concentrar na criação de bases de dados robustas e se assegurar que a infraestrutura de nuvem seja capaz de suportar implementações sofisticadas de RA e IA. Enquanto esses recursos amadurecem, a separação entre experiências físicas e virtuais nas operações logísticas se tornará cada vez menos nítida, criando novas oportunidades de eficiência e inovação.

E O FUTURO DA RA NA LOGÍSTICA?

Com a convergência de wearables de RA desenvolvidos para esse fim, a tomada de decisão orientada pela linha de frente e a integração de IA, 2025 promete ser um ano emocionante para a Realidade Aumentada na logística. As empresas que adotarem essas mudanças, mantendo o foco na implementação prática e nas preferências dos trabalhadores, estarão melhor posicionadas para alavancar o potencial transformador da RA.

Ao manter os profissionais no centro das decisões de tecnologia de RA enquanto se preparam para o futuro, as empresas podem criar operações de logística mais eficientes, satisfatórias e produtivas que beneficiam tanto os negócios quanto seus funcionários.

Fonte: “Impacto da RA na logística: Tendências para 2025

Efeito Temu: visitas a e-commerces de importados passam de 300 mi em 12 meses

Shopee (2º), Temu (4º), Samsung (6º), Shein (8º) e AliExpress (10º) ocupam metade do ranking dos 10 sites de comércio eletrônico mais visitados.

O varejo eletrônico brasileiro tem passado por transformações coma a ascensão dos e-commerces asiáticos. De acordo com o mais recente Relatório Setores do E-commerce no Brasil, o segmento registrou um aumento de 68% nos acessos no último ano, saltando de 197 milhões para 331 milhões de visitas mensais na comparação entre janeiro de 2024 e o mesmo mês deste ano.

 

Essa tendência, no entanto, não é recente. O domínio dos e-commerces asiáticos no Brasil está cada vez mais consolidado. Desde novembro do ano passado, Shopee (2º), Temu (4º), Samsung (6º), Shein (8º) e AliExpress (10º) ocupam metade do ranking dos 10 sites de comércio eletrônico mais visitados do país.

Juntas, essas plataformas somaram mais de 639 milhões de acessos em janeiro, o que representa cerca de 40% do tráfego total do top 10 do e-commerce brasileiro. Entre as gigantes, a Temu segue como protagonista, com um crescimento de 38,5% em apenas um mês — um acréscimo de 39,5 milhões de visitas em comparação com dezembro de 2024.

Volta às aulas impulsiona o setor de Educação, Livros & Papelaria

Com a volta às aulas, o segmento de Educação, Livros & Papelaria cresceu 30,3% em janeiro. Essa costuma ser a melhor época do ano para o setor, que agora tem um novo líder.

O Gran Cursos Online subiu uma posição no top 10 e alcançou o 1º lugar, sendo o principal responsável pelo crescimento nominal do setor no mês. Já o maior crescimento percentual foi o da Descomplica, que registrou alta de 86,8% na comparação mensal e chegou à 7ª posição no top 10.

Os segmentos de Presentes & Flores e Pet também tiveram um ótimo desempenho em janeiro, alcançando os melhores resultados dos últimos 13 meses. No setor de Presentes & Flores, a Gocase foi uma das principais responsáveis pelo crescimento, com 1,9 milhão de acessos a mais do que em dezembro — um aumento mensal de 49%.

Fonte: “https://www.infomoney.com.br/consumo/efeito-temu-visitas-a-e-commerces-de-importados-passam-de-300-mi-em-12-meses/#:~:text=Um%20dos%20destaques%20%C3%A9%20a,milh%C3%B5es%20em%20janeiro%20de%202025.”

 

Tendências de consumo até 2027: como o varejo online deve se preparar?

Dois anos parecem muito tempo? Quem trabalha com e-commerce sabe que, nesse intervalo, tudo pode mudar.

Pense no que era tendência há dois anos. Algumas estratégias ficaram ultrapassadas, enquanto novas tecnologias tomaram conta do mercado.

A transformação não para.

Segundo a SELIA Fullcommerce, o varejo brasileiro deve movimentar R$ 3,8 trilhões em 2027. Esse é um número impressionante, mas hoje a conversa vai além do faturamento. Vamos falar sobre as mudanças que já estão acontecendo e o que vem por aí.

2027 está logo ali – e quem entender essas tendências agora sai na frente. Vamos nessa?

Quais as principais tendências de consumo até 2027?

Neste texto, vou trazer alguns dados e insights levantados por Cassandra Napoli, Head de Marketing e Eventos da WGSN.

Durante sua palestra no NRF 2025: Retail’s Big Show, um dos maiores eventos de varejo do mundo, a especialista destacou alguns pontos importantes:

1. Mais conexão e menos isolamento

A necessidade de conexão nunca foi tão forte entre os consumidores, e isso já reflete no comportamento de compra.

Um levantamento recente da Pion mostrou que 66% dos pré-adolescentes (chamados de geração “zalpha”) nos EUA e no Reino Unido dizem que seu maior objetivo na vida é passar tempo com os amigos.

Cada vez mais, o consumo deixa de ser algo individual para se tornar uma experiência compartilhada. O que isso significa para o e-commerce? Meramente vender um bom produto não é o suficiente.

As pessoas querem se conectar com marcas que falam a mesma língua que elas, que criam espaços para troca e interação.

Existem várias formas de fazer isso acontecer:

– Um grupo exclusivo no WhatsApp;

– Conteúdos que incentivam a participação nas redes sociais;

– Comunidades de clientes;

– E até eventos presenciais.

O que não dá mais é para ter uma comunicação distante e impessoal com seus clientes.

2. Inteligência artificial e transparência

Sim, o assunto inteligência artificial está em todo lugar e isso não é à toa.

A IA já mudou muita coisa no varejo e vai impactar ainda mais a forma como as pessoas compram e interagem com as marcas nos próximos anos.

Mas, ao contrário do que muita gente imagina, ela não veio para substituir o contato humano – o que os consumidores querem mesmo é equilíbrio entre tecnologia e transparência.

Uma pesquisa recente mostrou que 82% das pessoas querem entender melhor como a IA funciona antes de confiar nela. Nesse cenário, marcas que souberem usar essa tecnologia de forma clara e responsável vão largar a corrida com vantagem.

No atendimento, a IA pode agilizar respostas e prever dúvidas, mas sem deixar de lado a personalização. Já nas vendas, ela ajuda a entender melhor o comportamento do cliente, sugerindo produtos de forma mais certeira.

3. Comunicação minimalista

O tempo todo há uma notificação nova, uma oferta chamativa ou um feed infinito de alguma rede social para acompanhar.

Você também tem essa impressão? Se sim, não está sozinho.

Nos últimos anos, muita gente começou a buscar um jeito mais simples e intencional de consumir. Esse movimento tem nome: ping minimalism, ou minimalismo de notificações, em tradução livre.

Essa mudança no comportamento do consumidor traz desafios reais para quem vende. Se antes a frequência e o volume de comunicações eram o que norteava muitas campanhas e garantiam resultados, agora isso pode ter o efeito oposto: afastar e irritar o público.

Alguns dos principais desafios para e-commerces nesse sentido vão ser:

– Menos abertura para e-mails e notificações;

– Redução da dependência de anúncios pagos;

– Conteúdo precisa ser mais certeiro;

– Fidelização se torna mais desafiadora.

Nesse cenário, quem souber tornar a jornada mais simples, com ofertas certeiras e comunicação objetiva, vai ver os resultados.

4. Clientes exigem rapidez e um atendimento mais humano

Atender bem o cliente sempre foi um dos maiores desafios do e-commerce. Hoje, isso ficou ainda mais evidente porque as expectativas estão mais altas do que nunca.

As pessoas querem respostas rápidas, atendimento sem enrolação e soluções diretas.

Só para você ter uma ideia, um levantamento de 2023 da Zendesk revelou que:

– 72% dos clientes esperam atendimento imediato;

– 71% querem interações mais naturais e menos robotizadas;

– 70% acham essencial que qualquer atendente já tenha todo o contexto da conversa;

– 66% preferem que o atendimento não atrapalhe o que estão fazendo.

Ou seja, ninguém tem tempo (ou paciência) para esperar horas por uma resposta ou repetir a mesma história várias vezes.

Isso tem gerado um aumento da frustração, a ponto de muitos especialistas falarem sobre a “cultura da raiva”, um fenômeno que vem mudando a forma como os consumidores se relacionam com marcas e serviços.

Um estudo da Hyken mostrou que 34% das pessoas já gritaram com um atendente, e 21% chegaram a xingar.

Isso não acontece porque o cliente quer brigar, mas porque, muitas vezes, ele já chega ao atendimento irritado por não conseguir resolver seu problema antes.

Para os lojistas, oferecer um atendimento rápido e bem estruturado nunca foi tão importante.
O cliente quer ser ouvido e, acima de tudo, quer sentir que seu tempo está sendo respeitado.

5. Diversão e interatividade vão atrair mais consumidores

Se o estresse e a frustração dos consumidores aumentaram nos últimos anos, faz sentido que eles busquem o oposto disso na relação com as marcas.

E é aí que entra um movimento forte até 2027: a diversão como parte da experiência de compra.

As pessoas não querem só um produto – elas querem se envolver, interagir e até se divertir no processo.

No e-commerce, essa lógica pode ser aplicada de várias formas: programas de fidelidade com desafios, recompensas-surpresa e experiências interativas no site.

Vender também pode ser um momento de conexão e entretenimento. Empresas que entenderem isso vão atrair mais clientes e, mais importante, fidelizar os que já compram.

O que seu e-commerce precisa para crescer até 2027?

Até aqui, falei sobre mudanças no comportamento do consumidor e o impacto delas no varejo. Mas agora vem a pergunta mais importante: o que você pode fazer para que seu e-commerce cresça nos próximos anos?

Se tem uma coisa que ficou clara, é que as pessoas estão mais exigentes, seletivas e conectadas.
Elas não compram só pelo preço ou pelo produto, mas pela experiência completa.

Então, se você quer estar à frente até 2027, precisa olhar para três pontos principais:

1. Cada vez mais, fazer anúncios em massa, sem personalização, não vai trazer resultados;

2. O cliente quer rapidez e praticidade, mas sem perder o contato humano;

3. Até 2027, vender não vai ser só sobre vender. As pessoas querem se sentir parte de algo, e empresas que constroem uma comunidade em torno da marca conseguem mais lealdade e engajamento.

Algo que vai ficar cada vez mais claro nos próximos anos é que vender online não é só sobre produto e preço. É sobre equilíbrio.

A tecnologia convive com humanização, personalização com privacidade e venda com experiência. Tudo para construir algo muito mais forte do que uma loja virtual – uma marca que as pessoas realmente querem ter por perto.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/tendencias-de-consumo-ate-2027-como-o-varejo-online-deve-se-preparar”

Correios lançará marketplace e negocia com grandes varejistas, diz presidente da estatal

Segundo o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, a estatal deve colocar no ar seu marketplace ainda no primeiro semestre de 2025. A marca e o nome do site ainda não foram definidos, todavia o presidente da companhia sinaliza que o projeto está bem avançado.

Segundo Fabiano, há ‘diálogos avançados’ com grandes empresas do varejo, que poderão poderão colocar seus produtos à venda na plataforma de comércio eletrônico dos Correios.

“O objetivo do nosso marketplace, do nosso site de vendas, é possibilitarmos um maior acesso à população brasileira. Hoje no Brasil, acho que temos cerca de 25% do nosso comércio em via eletrônica. Então a ideia é que aproveitamos a capilaridade que os Correios tem, essa grande penetração que temos na sociedade”, disse à IstoÉ Dinheiro o presidente da estatal.

O presidente da companhia não adiantou nenhum nome, mas explicou que o marketplace dos Correios deve ter um endereço digital totalmente novo – ‘um site novo, com nome novo’, e que os produtos anunciados na plataforma terá entregas feitas exclusivamente pela estatal. Com isso, os Correios serão remunerados não com uma comissão nas vendas como também pela entrega.

No comércio eletrônico, os marketplaces são as plataformas virtuais onde diferentes vendedores, incluindo terceiros, oferecem seus produtos. O modelo hoje é adotado inclusive pelas gigantes do setor como Mercado Livre e Magazine Luiza.

“Os grandes players [empresas do varejo] também são clientes nossos, então entramos no mercado de uma forma muito respeitosa. Sabemos que tem espaço no mercado para todas as empresas, e certamente entramos sendo competitivos. Vamos entrar com uma marca que é muito importante: a dos Correios. Os Correios do Brasil.”

A ideia é oferecer também uma vitrine para pequenos varejistas e empreendedores. “Estamos com o trabalho bem avançado, e queremos colocar também o pequeno empreendedor. As pessoas que estão empreendendo no país vão poder anunciar no site dos Correios e vão poder ter essa grande janela de visibilidade que é os Correios”, completa.

Correios busca novas fontes de receita

A empresa tem investido na diversificação, segundo Fabiano, deixando de ser uma empresa limitada somente a entregas e serviços postais. Essas duas verticais devem seguir sendo as maiores fontes de receita, todavia a empresa mira levantar recursos com outras operações, como operações logísticas – que tem multiplicado de tamanho nos últimos meses, segundo relata o executivo.

O presidente da estatal admite que o ano de 2024 foi difícil e relata que a empresa quer ‘promover a transformação’.

Dados divulgados pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI) no fim de janeiro mostram que no acumulado de 2024 o prejuízo dos Correios foi de R$ 2,13 bilhões, que somado aos mais de R$ 830 milhões de investimentos, acarretou em um déficit de R$ 3,2 bilhões. A cifra representa praticamente metade do déficit das estatais, que foi de R$ 6,3 bilhões em 2024.

Fonte: “Correios lançará marketplace e negocia com grandes varejistas, diz presidente da estatal

Cimed quer ser para o pequeno farmacêutico o que a Uber foi para a mobilidade

Com meta de faturamento de R$ 10 bilhões até 2030, Cimed lança 80 novos produtos e investe no programa “Foguete Amarelo”.

Com um plano que prevê alcançar um faturamento de R$ 5 bilhões em 2025 e R$ 10 bilhões até 2030, a Cimed tem expandido suas categorias e voltado seus investimentos aos pequenos varejistas. A companhia está lançando 80 novos produtos em todas as marcas, com destaque para Milimetric, Carmed, João e Maria – nova linha infantil – e Lavitan. Atualmente, a variedade de produtos forma um portfólio de mais de 600 opções.

“Somos o terceiro maior fabricante em volume no Brasil no setor farmacêutico, e entendemos bem essa cadeia próxima a nós”, comenta Karla Marques Felmanas, vice-presidente da Cimed. “Agora, conseguimos mostrar em primeira mão o que os desenvolvedores fazem, como melhorar e como as oscilações de preços fazem a diferença. Isso nos permite agilizar negociações com o tempo de compras”.

Capital de giro para o pequeno farmacêutico

A companhia conta ainda com linhas de crédito governamentais, especialmente voltadas para tecnologia e pesquisa no setor farmacêutico.

“Nosso propósito é produzir e distribuir tudo que tem dentro de um ambiente de farmácia. Queremos a possibilidade de criar linhas ou ter parceiros, por via de M&A, onde conseguimos contar com eles ao nosso lado”, frisa João Adibe, CEO da Cimed. “Consequentemente, há um grande desafio. Como a Cimed cresce muito rápido, porque somos autossuficientes nas distribuições, oferecemos capital de giro para o pequeno farmacêutico poder alavancar o negócio dele”.

Com um modelo diferente de negócio, a empresa produz e distribui seus produtos, sem intermediários. Além disso, foi criada uma solução tecnológica que possibilita a oferta de um mix de produtos personalizado para cada cliente. Quando um pequeno varejista vende um item, paga pelo produto por meio de uma ordem de pagamento automaticamente.

A configuração acontece por meio de um sistema que monitora as vendas em tempo real. Quando o pedido mínimo é atendido, a logística é acionada automaticamente. Isso reduz o capital de giro necessário, já que, em vez de esperar 45 a 60 dias pelo pagamento, acabou recebendo quase que instantaneamente. “A maior dificuldade do pequeno varejista é ter a confiança e a coragem para investir em estoque, porque é um peso para eles”, explica Karla.

O Foguete Amarelo da Cimed

Com o objetivo de levar oportunidades para o varejo farmacêutico, a Cimed lançou o programa Foguete Amarelo. A iniciativa é voltada para um grupo selecionado de farmácias, que solicita um estoque inicial de produtos com alta demanda em sua região e só pagará pela mercadoria quando estiver à venda.

“Não é só vender produto e dar prazo, e sim ajudar a prosperar. O papel do empresário brasileiro hoje é contribuir com esse ecossistema para prosperar através da maior dificuldade que ele tem, que é o capital de giro”, reforça João Adibe.

A iniciativa busca alcançar empreendedores que não têm conhecimento profundo sobre fluxo de caixa, trade marketing e organização de loja. Nesse cenário, a inovação surge como uma ferramenta para gerar valor e resolver problemas relacionados a essa falta de expertise.

“O Foguete Amarelo é uma inovação disruptiva em modelo de negócio. Hoje, no mundo, existem mais de 50 modelos, e o do Foguete Amarelo é um dos mais inovadores”, explica Luís Gustavo Lima, diretor de Estratégia e Integração de Negócios na Cimed. “Nossa visão é ser para o varejo farmacêutico independente o que o Uber foi para a mobilidade e a Netflix para filmes e séries. Queremos criar um valor exponencial para essa cadeia”.

Parcerias

O Brasil tem pouco mais de 90 mil farmácias, e entre 50 e 55 mil se encaixam no perfil do Foguete Amarelo. E por que “Foguete”? Porque representa uma oportunidade de crescimento acelerado.

A iniciativa conta ainda com o apoio do Banco Safra. “Desde o começo, apresentei ao banco a ideia de não ser apenas fabricante, distribuidor ou entregador, mas ter os melhores ao meu lado. A partir disso, surgiu uma parceria com a plataforma Safra Pay, que trouxe uma solução inovadora para nós. Assim, começamos essa jornada”, comenta João Adibe. “Em 1990, fomos pioneiros ao comprar nossa cadeia de distribuição e sermos a única empresa verticalizada do Brasil. Agora, queremos ser pioneiros de novo, levando inovação ao pequeno empreendedor”.

Hoje, mais de 100 lojas já operam com o projeto. Até junho, a meta é chegar a mil; até o final do ano, 5 mil. “Aumentando o mix da farmácia, expandimos o faturamento do cliente e, consequentemente, vamos entregar mais produtos, com uma logística mais eficiente”, pontua Adibe.

O Foguete Amarelo contempla as três grandes categorias da Nova Era: Tecnologia, Supermarcas e Empreendedorismo. E os resultados já apareceram:

  • Farmácias que faturavam R$ 30.000 por mês passaram a faturar R$ 50.000;
  • As que faturavam R$ 60.000 ou R$ 70.000 já chegaram a R$ 90.000;
  • As que estavam em R$ 80.000 ultrapassaram os R$ 100.000, R$ 110.000 e até R$ 120.000.

Impulsionador do pequeno varejista

O Foguete Amarelo, de acordo com João Adibe, esse será um passo maior que a distribuição atual. “Eu não vendo diretamente ao consumidor final, mas organizo as ações de vendas, comunico de maneira eficiente e faço a execução nos pontos de venda, o que é um dos maiores desafios das empresas atualmente. Esse movimento cria um ciclo de prosperidade: eu vendo, o varejo vende e todos ganham com as promoções”, pontua o CEO.

Ainda segundo o CEO, os pequenos varejistas serão os maiores clientes. Ele ressalta que a empresa, que tem 48 anos, só chegou onde está hoje por causa dos pequenos negócios.

“Vender para os grandes é fácil, mas apoiar o pequeno, oferecer crédito e ensinar a vender, é um diferencial nosso. Hoje, são cerca de 50 mil farmácias, faturando menos de R$ 50 mil reais por mês, que representa uma fatia relevante do nosso negócio”, comenta. “Queremos manter o ritmo de crescimento que já temos, através da construção da prateleira. Queremos criar categorias dentro desse ambiente; essa é alavanca que a empresa tem, através das experiências das supermarcas”.

Por dentro do ecossistema

A atuação no mercado vai além do simples ato de vender. É necessário promover o produto, garantir que o consumidor compreenda sua disponibilidade e treinar a equipe de vendas. Diversos fatores, quando alinhados ao entendimento do ecossistema do setor, contribuem para o domínio de mercado. Isso ocorre porque a atuação abrange todas as etapas do processo, do início ao fim. “Acredito que, dependendo da categoria, podemos crescer ainda mais do que o projetado”, pontua Adibe.

Ainda de acordo com o executivo, o canal de distribuição deve ser o protagonista, com uma logística qualificada e atenta às dores do setor. Primeiro, existe a necessidade de atender o cliente do canal principal antes de expandir. “Nosso desafio é oferecer produtos acessíveis no Brasil, mantendo a qualidade e a inovação como prioridades”, finaliza.

Fonte: “https://consumidormoderno.com.br/cimed-varejo-farmaceutico/”

Do bazar ao marketplace: lições históricas e filosóficas para a transformação do varejo moderno

O comércio sempre foi um reflexo da evolução humana. Dos antigos bazares, onde se trocavam bens e histórias, até os modernos marketplaces digitais, o varejo se transformou, mantendo, porém, a essência das relações humanas e dos valores que sustentam qualquer negócio.

Este artigo explora como lições históricas e reflexões filosóficas podem inspirar a transformação do varejo moderno, demonstrando que, mesmo com as inovações, os fundamentos do comércio permanecem os mesmos.

Raízes históricas do comércio

Dos bazares às feiras

Os primeiros centros de comércio surgiram em ambientes simples, onde os bazares e feiras eram palco de encontros entre culturas, mercadorias e saberes. Esses espaços não eram apenas locais de troca econômica, mas também pontos de convergência social e cultural. Nessas trocas, o valor do produto ia além do material, incorporando a confiança, a tradição e o saber local.

Evolução dos modelos comerciais

Com o passar dos séculos, o comércio foi se organizando de maneira mais estruturada, dando origem às primeiras lojas permanentes e, posteriormente, aos grandes centros comerciais. Essa evolução refletia não só o crescimento econômico, mas também o desenvolvimento de novas formas de relacionamento e de gestão dos negócios. A história nos ensina que, independentemente da época, a adaptabilidade e a inovação foram essenciais para a sobrevivência e o sucesso no mercado.

Inovação que transcende o tempo: o exemplo dos fenícios e a revolução digital

Um exemplo emblemático dessa continuidade entre inovação e tradição é o dos fenícios, ancestrais dos libaneses e reconhecidos como grandes comerciantes da antiguidade. Para aprimorar suas relações comerciais, os fenícios desenvolveram o primeiro alfabeto conhecido, uma tecnologia revolucionária que facilitou a comunicação e se tornou a base do alfabeto que utilizamos hoje.

Da mesma forma, a era digital trouxe tecnologias que transformaram o comércio. Hoje, soluções eletrônicas e plataformas digitais aprimoram as relações comerciais, mas os pilares do sucesso permanecem inalterados:

  • Entrega de soluções eficientes: Oferecer produtos e serviços que realmente resolvam os problemas dos clientes.
  • Relação de confiança: Construir vínculos sólidos, baseados na transparência e no compromisso.
  • Atendimento de excelência e experiência do cliente: Proporcionar um serviço personalizado que vá além da simples transação.

Esses fundamentos são tão essenciais hoje quanto eram nos tempos dos fenícios.

A jornada filosófica no mundo dos negócios

Ética e propósito

A filosofia sempre buscou compreender a essência da existência humana e seus valores fundamentais. No contexto dos negócios, conceitos como ética, propósito e valor não são apenas palavras da moda, mas pilares que podem guiar decisões estratégicas e a construção de relações duradouras. O varejo, em sua essência, é feito de pessoas, e entender a importância da ética e do propósito pode transformar uma transação comercial em uma experiência significativa.

Reflexões sobre o valor humano

Filósofos como Aristóteles e Kant discutiram a importância do respeito e da dignidade humana. No varejo moderno, essa visão se traduz na personalização do atendimento, na construção de comunidades em torno das marcas e na valorização de cada cliente como um indivíduo único. Essa abordagem pode ser um diferencial competitivo, especialmente em um mercado onde o digital muitas vezes tende à impessoalidade.

Conectando o passado com o futuro

Lições de resiliência e adaptação

A história dos bazares e das feiras é um exemplo de como a adaptabilidade sempre foi essencial para o sucesso no comércio. Negócios que souberam se reinventar diante de mudanças — sejam elas econômicas, tecnológicas ou culturais — conseguiram não apenas sobreviver, mas prosperar. Essa lição é especialmente relevante no cenário atual, onde a transformação digital exige uma constante reinvenção dos modelos de negócios.

A herança familiar e a modernidade

Minha própria trajetória reflete essa conexão entre tradição e inovação. Cresci observando os valores e a resiliência do comércio familiar, onde meu pai, vindo do Líbano, fundou a Cleutex Comercial em 1966 — que hoje vive sob a marca Intima Store. Essa herança me ensinou que o sucesso não depende apenas das tecnologias disponíveis, mas da capacidade de manter vivas as raízes e os valores que construíram a história de um negócio. Hoje, ao atuar no cenário do e-commerce e do varejo digital, procuro unir essa sabedoria tradicional com as ferramentas e estratégias inovadoras que o mundo moderno exige.

Da loja física ao marketplace digital

A transição do varejo tradicional para o e-commerce não é apenas uma mudança de canal, mas uma revolução na forma de pensar e operar. Enquanto o comércio físico sempre valorizou o contato humano e a experiência sensorial, o digital precisa encontrar maneiras de recriar esses elementos. Os marketplaces, por exemplo, oferecem um ambiente que, embora virtual, possibilita a interação, a confiança e a construção de comunidades em torno de marcas e produtos.

Estratégias inspiradas na história e na filosofia

Valorização do Legado e da Tradição

Incorporar elementos históricos em uma estratégia de marketing pode ser um diferencial poderoso. Contar a história da sua marca, as origens familiares e os desafios superados ao longo do tempo cria uma conexão emocional com o público. Essa narrativa fortalece a identidade do negócio e agrega valor à marca, mostrando que, por trás de cada transação, há uma trajetória de resiliência e inovação.

A aplicação de princípios éticos e humanizados

Adotar uma abordagem ética no comércio moderno não significa apenas cumprir normas, mas também construir relações de confiança com clientes, parceiros e colaboradores. Essa filosofia pode ser traduzida em práticas como atendimento personalizado, políticas de transparência e ações que beneficiem a comunidade. Em um mundo cada vez mais automatizado, o fator humano continua sendo um elemento diferencial.

Inovação com responsabilidade

A transformação digital deve ser guiada por valores que respeitem tanto o legado quanto as novas demandas do mercado. Investir em tecnologia, análise de dados e estratégias digitais é fundamental, mas é igualmente importante que essas iniciativas sejam alinhadas a um propósito maior. A inovação, quando permeada por uma visão ética e humanizada, pode transformar desafios em oportunidades e impulsionar o crescimento sustentável do negócio.

Conclusão

A jornada do bazar ao marketplace é um retrato da evolução do comércio, marcada por desafios, adaptações e grandes lições de resiliência. Ao unir a sabedoria histórica e as reflexões filosóficas com as ferramentas modernas do e-commerce, os profissionais do varejo podem não apenas sobreviver às transformações do mercado, mas se destacar como líderes inovadores e éticos.

Essa integração entre tradição e modernidade é, sem dúvida, um caminho para construir negócios sólidos, que valorizam tanto o passado quanto o futuro. Em um cenário de constantes mudanças, manter vivos os valores fundamentais e aprender com a história é o segredo para transformar desafios em oportunidades e criar experiências significativas para clientes e colaboradores.

Que essa reflexão sirva de inspiração para todos que acreditam no poder do conhecimento e da inovação para transformar o varejo e, consequentemente, o mundo dos negócios.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/do-bazar-ao-marketplace-licoes-historicas-e-filosoficas-para-a-transformacao-do-varejo-moderno”

Loja do futuro Sam’s Club prioriza o digital de olho em agilidade e experiência

Com IA e ominicanalidade, loja-conceito da rede busca simplificar a jornada de compra do cliente.

A loja do futuro aberta pelo Sam’s Club, rede atacadista norte-americana com sistema de membros, é um dos cases inovadores apresentados no “Retail Innovations 2025”, vigésima edição do estudo realizado pelo Grupo Ebeltoft, consórcio de consultorias internacionais, que traz as principais inovações do varejo por todo o planeta.

Localizada em Dallas, no estado do Texas (EUA), a loja-conceito do Sam’s Club, que é uma empresa de propriedade do Walmart, foi projetada para uma compra perfeita e uma experiência eficiente, sem filas nos caixas. Os clientes usam a ferramenta “Scan & Go” no aplicativo da rede para digitalizar itens enquanto eles compram e concluem o pagamento diretamente pelo aplicativo.

Os compradores saem da loja através de arcos azuis que estão equipados com Inteligência Artificial e visão computacional que verificando o recibo e garantindo que todos os itens foram digitalizados apropriadamente. Se algum problema for detectado, membros da equipe Sam’s Club estão ao lado da saída para fornecer assistência rápida.

A loja-conceito conta com um espaço quatro vezes maior dedicado ao atendimento de pedidos online e tem o dobro do número de vagas de estacionamento específicos para retirada, mostrando o foco na omnicanalidade.

“Ao remover as tradicionais filas de checkout e adotar compras baseadas em aplicativos, o Sam’s Club está avançando em uma mudança em direção a tecnologias que evitam atrito no momento das compras e que atendem os consumidores modernos, que demandam velocidade e conveniência. O local também destaca a importância crescente de espaços dedicados para atendimento de pedidos online que serão retirados na loja, refletindo o papel crescente da omnicanalidade nas soluções no varejo. Como uma empresa de propriedade do Walmart, o Sam’s Club se beneficia da tecnologia da gigante varejista para investimentos e ganhos de eficiência”, revela o relatório do Grupo Ebeltoft.

“Ao remover as tradicionais filas de checkout e adotar compras baseadas em aplicativos, o Sam’s Club está avançando em uma mudança em direção a tecnologias que evitam atrito no momento das compras e que atendem os consumidores modernos, que demandam velocidade e conveniência”

Por que é inovador?

Por remover o atrito dos caixas.

Ao abraçar totalmente o modelo “Scan & Go”, o Sam’s Club maximiza o espaço de varejo, proporcionando novas experiências aos consumidores. Eliminando as filas, a loja-conceito consegue reduzir o tempo de espera dos clientes, tornando as experiências mais eficientes.

Café tecnológico

A conveniência digital se estende ao serviço de alimentação, com pedidos somente por aplicativo e máquinas de pizza movidas por robôs, capazes de produzir até 100 pizzas por hora.

Construindo a confiança do cliente com tecnologia

Para familiarizar os clientes com o aplicativo e “Scan & Go”, o Sam’s Club lançou a ferramenta semanas antes da abertura da loja, permitindo que os associados testassem a tecnologia em lavagens de carros e serviços de gás.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/21/02/2025/noticias/loja-do-futuro-sams-club-prioriza-o-digital-de-olho-em-agilidade-e-experiencia/”