Via Varejo quer reverter prejuízo com maior foco online e novo mix de itens

No quarto trimestre de 2018, controladora das Casas Bahia e Ponto Frio apresentou perdas de R$ 267 milhões; aporte na estabilidade dos sistemas virtuais pode impulsionar vendas neste ano

Após registrar prejuízo líquido de R$ 267 milhões no quarto trimestre de 2018, a Via Varejo – controladora das Casas Bahia e Ponto Frio – terá como foco no primeiro semestre deste ano a busca por maior competitividade com uma reformulação no mix de produtos e redução do nível de ruptura nas plataformas online.

“Para 2019, trabalharemos em quatro pilares principais: crescimento das receitas dos canais online e offline, melhoria na operação de e-commerce, implementação de um processo de redução de despesas que não afete a experiência de compra e, por fim, a continuidade das estratégias omnichannel”, argumentou o diretor financeiro da companhia por meio de teleconferência ao mercado ontem (20), Felipe Negrão.

De acordo com o executivo, a previsão de investimento para este ano está entre R$ 550 milhões e R$ 600 milhões – praticamente em linha com o capex do ano passado. “Uma das nossas alavancas será o desenvolvimento de um mix que favoreça nossa margem e também que compense nosso posicionamento agressivo nas ofertas. Para isso, vamos dar enfoque em duas categorias: móveis e eletrodomésticos”, explica ele.

Nesse sentido, o executivo lembra que esse segmento de produto pode trazer maior competitividade em termos de preço para a companhia tendo em vista que a Via Varejo tem uma fábrica própria da categoria. Já os eletrodomésticos, segundo ele, auxiliam no crescimento da margem.

Segundo o balanço da companhia, o modelo recentemente implementado nomeado de “Retira Rápido” avançou 9,1 pontos percentuais entre 2017 e 2018, atingindo 17% de penetração nas vendas realizadas. Em contrapartida, o Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia sofreu queda de 1,9 p.p. no confronto do quarto trimestre de 2018 com o mesmo período do ano anterior – atingindo R$ 1,2 bilhão.

“O último trimestre é extremamente importante para a nossa operação, ainda mais pelos eventos sazonais, como Black Friday e Natal”, afirmou o presidente do Grupo GPA – controlador da Via Varejo, Peter Estermann, lembrando que as margens obtidas nessas datas ficaram abaixo do esperado, impactando diretamente os resultados trimestrais.

Ainda segundo Estermann, um dos gargalos que devem ser resolvidos neste ano diz respeito à estabilidade no sistema dos aplicativos e e-commerce, uma vez que essas áreas “impactam diretamente na performance dos negócios”.

Na avaliação do líder de renda variável da assessoria de investimentos Monte Bravo, Bruno Madruga, os ajustes que vêm sendo feitos nos sistemas online serão fundamentais para auxiliar na equalização mais assertiva de estoques.

“Já existe uma evolução nas vendas das lojas físicas da companhia, tendo em vista que antes a falta de alinhamento entre as plataformas online e as operações físicas prejudicava o ajuste de estoques”, declarou Madruga.

Além disso, o analista lembra que a aposta da companhia em eletrodomésticos pode estar voltada sobretudo para a linha branca. “Existe um ciclo de cinco em cinco anos no qual as pessoas tendem a trocar os eletrodomésticos de suas casas. Inclusive, o último estímulo para essa categoria de bens foi realizado pelo governo Dilma, há cinco anos. A Via Varejo pode se beneficiar dessa sazonalidade”, complementou Madruga.

Serviços financeiros

Outra frente de atuação da companhia para a recuperação das vendas deve se dar em relação aos serviços financeiros. “Temos revisado também as estratégias de meios de pagamento para todos os produtos, ajustando o parcelamento e concessão de crédito de acordo com cada categoria”, afirmou Negrão.

Segundo o balanço trimestral da companhia, a inadimplência no crediário apresentou recuo de 13,1% no quarto trimestre de 2018 para 10,8% me relação ao mesmo período do ano anterior.

Fonte: clipping.cservice

Conheça a gigante chinesa que vai investir R$ 200 milhões no Nubank

Com investimento da Tencent, fintech se tornou a startup brasileira mais valiosa da América Latina

Em seu primeiro investimento no Brasil, a gigante chinesa Tencent já fez questão de mostrar o seu tamanho. Ao todo, serão R$ 200 milhões investidos na fintech Nubank, segundo o site The Information – e, graças à operação, a startup brasileira se tornou a mais valiosa da América Latina.

Fundado em 1998, o Tencent fornece serviços de internet para diferentes demandas: comunicação, publicidade online, informação, entretenimento e e-commerce, entre outros. A plataforma mais conhecida da empresa é o aplicativo de mensagens WeChat, lançado em 2011 – o mais popular na China e muito parecido com o WhatsApp.

No início do ano, acompanhando a tendência de estabelecimentos sem caixas eletrônicos iniciada pela Amazon com as lojas Amazon Go, a Tencent lançou seu modelo próprio: o WeLife. A ideia, assim como a da Amazon, é expandir a presença nas lojas físicas e apostar em uma nova forma de consumo. Tanto a loja como o aplicativo WeChat são vinculados a uma plataforma de pagamento chamada WeChat Pay, que permite transações rápidas via smartphones.

A Tencent também é dona da Qzone, a maior rede social da China. Criada em 2005, a plataforma, segundo a empresa, registrou um total de 632 milhões de contas de usuários ativos no primeiro trimestre de 2017.

Em comunicado divulgado em agosto, a Tencent informou uma receita total de US$ 22,2 milhões no primeiro semestre de 2018 – aumento de 39% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A gigante chinesa também anunciou um crescimento de 81% na receita de “outros negócios”, impulsionada principalmente por serviços financeiros, de pagamento e de nuvem.

Fonte: clipping.cservice

Mais de 32% das transações de e-commerce no Brasil são realizadas através de dispositivos móveis

Nesta terça-feira (02), durante a XLV Assembleia Geral da Associação Ibero-americana de Câmaras de Comércio (Aico) e da LI Assembleia da Comissão Interamericana de Arbitragem Comercial (Ciac), o presidente da CACB, George Pinheiro, afirmou que mais de 32% das transações de e-commerce no Brasil no primeiro semestre de 2018 são realizadas através de dispositivos móveis. Número 41% maior que no ano passado.

Pinheiro integrou o painel “Desafios, riscos e oportunidades do e-commerce”, quando fez uma análise do mercado brasileiro virtual. Segundo os dados apresentados, 27,4 milhões de pessoas fizeram alguma compra no comércio eletrônico no primeiro semestre deste ano. Destas. 4,5 milhões compraram na internet pela primeira vez. O mercado é liderado pela venda de produtos de saúde, perfumaria e cosméticos. O faturamento do setor no fim do ano deverá ser de US$ 53,4 milhões, 12% a mais que em 2018.

Os dados são conta, ainda, de um leve aumento no número de mulheres que compram na internet. No primeiro semestre de 2017, elas eram 50% deste público. Este ano, detêm 51,5% das comprar do comércio eletrônico. A média de idade dos compradores é de 43 anos.

Desafios do e-commerce no Brasil

Diante do atual quadro de incerteza política, com as eleições presidenciais se aproximando, a alta dívida pública e a ausência da aprovação de reformas estruturantes, o Brasil registra uma pequena recuperação econômica no primeiro semestre do ano, apoiado pela implementação de algumas medidas fiscais. “Porém, de acordo com especialistas do setor, o desempenho ainda está muito abaixo do potencial do País”, disse Pinheiro.

Mesmo diante deste cenário, o Brasil ainda registra avanços no e-commerce, principalmente em cinco áreas que têm impulsionado suas vendas: marketplaces de novos e usados; turismo online; ingressos online; ominichannel – uso de múltiplas plataformas para uma compra; e o comércio por dispositivos móveis.

CACB e o e-commerce

O presidente George também deu destaque às atividades que a CACB mantém no mercado do e-commerce. A entidade é uma das maiores emissores da certificados digitais no Brasil; possui um portal de assinaturas próprio para assinatura de documentos e contratos online; trabalha para viabilizar a criação de um site com estrutura para vendas online pelas empresas afiliadas do Sistema CACB; além de possuir um acordo com a Vtex – multinacional brasileira de tecnologia – para oferecer soluções digitais para a inserção das empresas no comércio eletrônico

“Mesmo com a crise econômica e a incerteza política no Brasil, as cifras têm mostrado que o mercado de comércio eletrônico tem tido um aumento significativo, representando uma curva contínua de crescimento. As oportunidades que apresentamos aqui são capazes de superar os riscos e os desafios presentes no mercado brasileiro”, concluiu Pinheiro.

Além do presidente da CACB, participaram do painel o presidente da Câmara de Comércio de Santiago, Peter Hill, o vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa, Francisco Maria Balsemão, o diretor geral da Câmara de Comércio de Santa Cruz, Daniel Velasco, e o presidente da Fedocâmaras, Claudio Fernándes Martí.

Fonte: clipping.cservice