Mercado Pago lança conta PJ e pagamento integrado para PDVs

O Mercado Pago lançou uma solução de pagamento integrado das máquinas de cartão Point aos PDVs. O modelo permite ao lojista que utiliza software de gestão o pagamento integrado concilie meios de pagamento como débito, crédito, parcelado, Pix e código QR. Esse processo reduz expressivamente a possibilidade de fraudes, erro humano ou de digitação impactarem negativamente no controle e fluxo de caixa das operações processadas pelo estabelecimento.

O banco digital ainda possibilita combinar essa solução com a nova conta para pessoa jurídica. Além de ferramentas de gestão e acompanhamento do negócio com gráficos, a conta PJ traz a partir de agora métricas e relatórios dos pagamentos das vendas. O empreendedor também poderá concentrar a vida financeira da sua empresa e ter acesso a contas e boletos e fornecedores, fazer Pix e transferências para qualquer conta, cartão de crédito, saques, contratar tag de pedágio, oferecer cartão de benefício para seus funcionários, sem nenhum custo adicional.

Segundo a empresa, a Conta PJ do Mercado Pago ainda auxilia o empreendedor no controle do fluxo de caixa e possibilita fácil acesso a linhas de crédito para capital de giro. O uso da conta PJ Mercado Pago também inclui o portfólio de ferramentas omnichannel de vendas (online e offline), incluindo maquininhas, suporte para operações com Pix, vendas via Código QR, link de pagamentos e checkout.

“Ter opções integradas dentro de um ecossistema traz mais visibilidade para uma melhor gestão operacional e comercial do negócio, o que é um dos fatores-chave para o crescimento dos empreendedores. E é nessa direção que sempre caminhamos: desenvolvendo produtos e serviços para resolver os problemas dos nossos vendedores e ajudá-los a crescer”, explica Daniel Davanço, diretor sênior de pagamentos para empresas do Mercado Pago.

Como funciona a solução do Mercado Pago?
No momento da venda, o sistema de gestão utilizado pelo estabelecimento vai gerar uma ordem de cobrança no valor da transação.
Automaticamente, a maquininha do Mercado Pago será acionada para o cliente efetuar o pagamento.
No momento em que o pagamento for aceito, o pedido será fechado e a transação financeira será enviada como aprovada para o sistema de gestão
Ao mesmo tempo, o pagamento vai ser refletido e o cliente já estará com o produto.

Após dois anos atuando na última milha do nordeste, Beelog chega a São Paulo.

Operando nas modalidades same day delivery, q-commerce e last mile, startup fundada em Aracaju (SE) já atendeu shopping centers em todas as capitais, grandes marketplaces e CDs.

Após fortalecer a atuação na região Nordeste, a Beelog anunciou a chegada à cidade de São Paulo. Composta por um sistema de machine learning, a startup fundada em Aracaju (SE) oferece um serviço de q-commerce focado na inteligência da roteirização por meio da geração roteiros de entregas baseados em parâmetros de segurança e prevenção.

O sistema da Beelog opera nas modalidades de entrega same day, q-commerce (entrega rápida) e last mile. Os clientes podem acessar os serviços pelo site ou aplicativo, desenvolvido nas versões para Android e IOS.

“O google tem a compreensão das rotas, mas o nosso sistema faz a análise e diz se é preciso evitar áreas arriscadas, áreas de não curso”, pontou o CEO da empresa, Jhouferbio Rodrigues. “Nossa inteligência dá o melhor percurso e o mais seguro mapeando as zonas de risco.”

A Beelog é uma das startups que fazem parte do Cubo Itaú, maior centro de inovação tecnológica da América Latina. Criado por Banco Itaú e Redpoint, o hub junta no mesmo espaço empresas dos mais diversos segmentos que estão focadas em tecnologia para fazer networking e criar oportunidades comerciais numa rede empreendedora exclusiva.

“Estar no Cubo é extremamente importante, pois nos coloca numa posição de destaque nesse cenário de transformação via tecnologia. Estamos focados em conversar com o mercado de forma transparente, contribuindo no fortalecimento da cultura de inovação e empreendedorismo, algo que Beelog defende.” – Jhouferbio Rodrigues.

A startup atua há mais de dois anos no Nordeste, um dos maiores polos exportadores do Brasil. Nesse período, já atendeu shopping centers em todas as capitais, grandes marketplaces e centros de distribuição.

Segundo Jhouferbio Rodrigues, a experiência no Nordeste confirma a capacidade da Beelog para atender a cidade de São Paulo. ”Nossa machine learning permite um controle de performance e eficiência do fluxo de jornada com mais inteligência para lidar com qualquer realidade logística.”

UELLO, STARTUP DE LOGÍSTICA URBANA, INICIA OPERAÇÕES NO PARANÁ

A Uello, logtech especializada em logística urbana, está expandindo a área de atuação e anunciou nesta segunda-feira (22) a chegada ao Paraná. O estado é o primeiro da região Sul a receber as atividades da startup.

“É com um enorme prazer que anunciamos essa expansão. A expertise da Uello é auxiliar nos processos logísticos dos parceiros e garantir entregas com alto padrão”, declarou o fundador da Uello, Fernando Sartori. “Queremos transformar a experiência de entrega e levar o melhor da logística eficiente para as empresas e aos moradores do estado do Paraná.”

Além do estado do Paraná, a logtech opera nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nos últimos dois anos ampliou o número de clientes e expandiu receitas. Em abril de 2022, foi adquirida pelas Lojas Renner.

Nesse momento, a atuação será concentrada no leste e no litoral do estado. As cidades que serão atendidas nessa expansão da Uello são: Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Colombo, Curitiba, Paranaguá, Pinhais, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Piraquara, Quatro Barras, Rio Branco do Sul, Almirante Tamandaré, Guaratuba, Matinhos, Contenda, Lapa, Adrianópolis, Agudos do Sul, Antonina, Balsa Nova, Bocaiuva do Sul, Campo Magro, Cerro Azul, Mandirituba, Morretes, Pien, Pontal do Paraná, Quitandinha, Rio Negro, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.

A logtech oferta ao mercado soluções tecnológicas (SaaS) e também de transporte associado ao uso de sistema de gestão de logística – desenvolvido pela própria Uello. A startup realiza mais de sete mil entregas por dia para mais de 150 clientes, entre eles MMartan, Petz, Polishop, Dengo e Mobly.

ROUTEASY AUMENTA EM 66% A CAPACIDADE DE ENTREGAS POR DIA DA MAXFORT

Em redes de varejo com muitas lojas, uma das maiores dificuldades logísticas é a distribuição efetiva entre todas. Esse é um dos principais desafios da Maxfort Atacado e Varejo, rede que atua há mais de 20 anos no Rio Grande do Sul, em mais de 106 cidades. A Maxfort buscou soluções capazes de melhorar os resultados de indicadores e alavancar a atuação. Para isso, a empresa buscou o auxílio da RoutEasy, startup que possui soluções 360º de gestão, otimização e orquestração da área.

Após um ano de implementação da ferramenta, houve um aumento de 66% na capacidade de entregas por dia, 15,5% de aumento no número de lojas atendidas em um mês. Outros dados da parceria foram a redução de 10% na quilometragem total percorrida pela frota, queda de 25% para 7% no percentual de entregas com ocorrências, além do aumento de satisfação do cliente para 4,89/5.

“Fazer roteirizações manuais gastava muito tempo da nossa equipe e, como eu já tinha um conhecimento técnico sobre ferramentas de roteirização, resolvi buscar algumas soluções no mercado. Antes da utilização do sistema da RoutEasy, fazíamos seis entregas por dia, agora entregamos 10”, pontuou Marcos Azevedo, Analista de Logística da Maxfort.

FOCO NA OTIMIZAÇÃO DE ENTREGAS
Atualmente, a RoutEasy apoia mais de 320 clientes com gestão, otimização e orquestração de serviços. A empresa foi criada em 2016 a partir das pesquisas feitas pelo fundador e atual CEO Caio Reina, durante o mestrado em Engenharia de Transportes na Poli-USP.

Nomes como Shopee, Royal Canin, Rodonaves, GPA, Magalu, Obramax e DHL estão na cartela de clientes da startup, que conta com equipe direcionada para a satisfação nos primeiros dias de implantação e time de suporte técnico com índice de 99,6% dos chamados solucionados e tempo médio de 6 minutos para a resolução de problemas.

“No mercado, não há solução de logística com atendimento em tempo real e é isso que acreditamos que atribui um NPS de nota 9,3 na pesquisa de avaliação dos nossos serviços”, pontuou Reina.

A Sity queria competir com Uber e 99 e quase faliu. Agora, o alvo é a Fedex e a Jadlog.

Startups
A Sity queria competir com Uber e 99 e quase faliu. Agora, o alvo é a Fedex e a Jadlog

A Sity volta ao mercado como uma empresa de logística de cargas fracionadas, depois de quase ir à bancarrota como um aplicativo de transporte. A ambição, no entanto, não mudou

No meio da pandemia, o aplicativo de transporte Sity lançou um ousado plano para chegar a mais de 100 cidades brasileiras e enfrentar Uber e 99.

No auge, a startup fundada por Fernando Ângelo, um empresário do ramo de logística que havia sido dono da empresa de entregas fracionadas Matter Solutions, chegou a ter 70 mil motoristas usando o seu aplicativo.

Mas o prolongamento da pandemia, que trouxe uma série de restrições aos deslocamentos das pessoas, fez com que a Sity quase fosse à falência.

“Foi um momento muito difícil. Zeramos todos os números, foi um colapso financeiro total”, diz Ângelo, ao NeoFeed. “Precisávamos mudar o modelo de negócios para parar de pé.”

Agora, a Sity está de volta, mas em outra área. Com o nome de Sity Express, a empresa se reinventou como uma companhia de logística. As ambições de Ângelo é que não mudaram e ficaram até mais complicadas: competir com a americana Fedex e a Jadlog, que faz parte da GeoPost, segunda maior rede de entrega de encomendas internacionais da Europa.

A Sity Express começou a operar timidamente no ano passado, quando ficou claro para Ângelo que a sua viagem para competir com Uber e 99 seria curta. Sem capital, ele buscou parceiros de transporte que o ajudaram a passar por aquele momento difícil.

A lógica de negócio é a mesma da Uber e da 99, modelo na qual ele se baseou para criar a Sity. Só que em vez de motoristas que são donos dos carros que transportavam os passageiros, a nova empresa atrai motoristas autônomos com utilitários, VANs e caminhões para transportar itens fracionados, que pesam entre 10 quilos e 100 quilos.

Ângelo também não quis competir numa área que estava congestionada e parecia óbvia: a do comércio eletrônico para pessoas físicas. Em sua “reencarnação”, o foco são os negócios B2B, para atender indústria, distribuidores, confecções, editoras e fábricas de equipamentos de informática.

Atualmente, a Sity Express atende mais de 200 lojas de confecções do Brás, centro popular de comércio de roupas da cidade de São Paulo, e aproximadamente 80 indústrias. A atuação, para a coleta de produtos, restringe-se à grande São Paulo, à região do ABC Paulista e Atibaia.

As entregas, no entanto, são para boa parte do território brasileiro, com prazos que variam de 24 horas a 48 horas. O processo envolve a coleta em cerca de 20 carros, que levam as cargas para um centro de distribuição em São Paulo e outro na região do ABC paulista. Lá, os itens são separados para avançar para os Estados, chegando às bases operacionais da Sity Express.

De acordo com Ângelo, a empresa alcança mais de 4 mil cidades de 20 Estados por meio de 57 filiais, que atuam em parceria com a Sity Express. O foco está no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A empresa não atua ainda na região Norte.

O diferencial, segundo Angelo, é a tecnologia por trás do aplicativo que gerencia as entregas – uma herança da época em que competia com Uber e 99. Tudo é 100% automatizado, do mapeamento dos caminhões até as rotas. “Os clientes podem acompanhar o rastreamento via WhatsApp”, diz o fundador da Sity Express.

Por ser asset light, a Sity Express não tem custo de caminhão, depreciação e estrutura de logística nos Estados. Além disso, todas as filiais são terceirizadas. Com isso, o empreendedor diz que consegue ter uma tarifa “agressiva” e competitiva com seus competidores – ele, no entanto, não diz os valores.

O desafio de Ângelo, mais uma vez, será competir contra gigantes. A americana Fedex vale mais de US$ 58 bilhões na Bolsa de Nova York. A Jadlog tem mais de 500 franquias no Brasil e mais de 3 mil parceiros de pick-up (onde os produtos são deixados) – o Enjoei, por exemplo, usa os serviços da empresa.

Além delas, o mercado de logística é altamente fragmentado. Estima-se que que existam mil empresas de pequeno, médio e grande portes. Trata-se de um segmento bilionário. Segundo a pesquisa Perfil do Operador Logístico no Brasil, realizada pela Associação Brasileira dos Operadores Logísticos em parceria com o Instituto ILOS, o setor movimentou R$ 166 bilhões no ano passado.

O foco de Ângelo é ganhar terreno em São Paulo (ele só fará coletas na cidade e em regiões próximas), em vez de tentar atender diversas regiões, como fez com a Sity. O empreendedor diz que a empresa já é lucrativa e que a meta é faturar R$ 50 milhões neste ano. É um começo para que, dessa vez, a viagem não seja tão curta quanto uma corrida de Uber ou 99.

Com café energético, startup oferece experiência e bem-estar Startup baiana ampliou mercado na pandemia e quer conquistar mais clientes focados no autocuidado

Mais que um café, a busca do entre equilíbrio perfeito entre performance e bem-estar. Essa é a proposta do Caffeine Army, startup que produz uma bebida energética à base de café. O objetivo é conquistar consumidores que querem produtos funcionais e investir em autocuidado.

Aceita um cafezinho? Foco na experiência do cliente
A empresa começou em 2016 com uma pegada digital, para oferecer os ingredientes para o bulletproof coffee – uma combinação de café, manteiga ghee e óleo de coco – elogiada por acelerar o metabolismo e a concentração. Mas a demanda dos clientes era por algo mais que ingredientes encontrados facilmente nos mercados.

Foi então que desenvolveram o energético SuperCoffee 1.0. Segundo Murilo Allan, head de marketing da Caffeine Army, isso só foi possível porque a marca sempre trabalhou a escuta ativa dos clientes. “Sempre fizemos questão de manter um canal aberto com nossa comunidade para entender melhor o que estamos entregando. E foi assim que percebemos que nossos clientes queriam um produto mais prático e com mais funcionalidades”, explica Allan.

Quais são as marcas mais admiradas pelos clientes

Daí para novas formulações e produtos foi um pulo. O Caffeine Army 2.0 foi lançado em 2020, com uma fórmula mais ao gosto dos consumidores e com mais funcionalidade, para agregar mais valor ao produto.

“Foi processo de evolução para estabelecer um produto prático, simples, único, que trouxesse benefícios”, destaca Allan.

Para entender melhor
DNVB são marcas nativas digitais estruturadas verticalmente, o que significa que controlam todos os processos desde a fabricação até a venda dos produtos.

Conteúdo alimenta comunidade

A rápida evolução é atribuída à marca levar a sério o relacionamento com o cliente. Além de ser uma marca nativa digital (DNVB), a Caffeine Army investiu na formação dos atuais e potenciais consumidores. O trabalho de conteúdo é a principal ferramenta de comunicação, com editorias de nutrição, autocuidado, esporte e até espiritualidade.

Isso porque a Caffeine Army nasceu como um blog. “A proposta como marca vai além de produto, mas também de lifestyle. E as redes sociais são onde as pessoas se conectam com a Caffeine”, reflete Allan.

A pandemia ampliou o perfil de cliente da Caffeine Army. Inicialmente focada em atletas e pessoas com uma rotina corrida que buscavam atalhos para garantir performance e bem-estar. Atualmente a base de clientes é majoritariamente feminina, entre 30 e 40 anos.

Leia Mais: E-commerce ou e-marketplace: o caminho do varejo é se tornar plataforma?

Desafios do mercado digital
Como o trabalho da marca sempre foi online, a acelerada digitalização dos hábitos de consumo causada pela pandemia trouxe o desafio de se manter conectado com os clientes, e expandiu o awareness da empresa, principalmente através das redes sociais.

Para garantir que a experiência do consumidor seja fluida e personalizada, a Caffeine Army tem um time dedicado a responder todas as solicitações da maneira mais completa possível, e segundo o diretor de marketing, buscando informações mais profundas sobre o que a comunidade pensa sobre o produto.

“Essa escuta otimiza a análise dos feedbacks e traz oportunidades de personalização. Foi assim que desenvolvemos nosso mais recente lançamento, o Choconilla, ao analisar os comentários de clientes sobre os sabores e pensar em como poderíamos deixar a experiência com o produto ainda mais confortável”, conta Allan.

Conheça o Mundo do CX

O desafio da empresa, totalmente digital, é estar onde o consumidor está. Para isso, desenvolveu uma comunicação em todos os canais. Desde o Instagram, sua principal plataforma de relacionamento, ao email e Youtube. E, claro, passando pelo Whatsapp, o meio de comunicação mais utilizados pelos brasileiros.

“Queremos estar 100% online onde as pessoas estiverem, com conteúdo personalizado de acordo com o perfil de cada rede”, finaliza Allan.

Loggi demite 15% dos funcionários após estagnação do comércio eletrônico

A Loggi é o mais novo ‘unicórnio’ (startup avaliada acima de US$ 1 bilhão) nacional a fazer demissões em massa. A startup especializada em logística desligou 15% dos 3,6 mil funcionários na manhã desta segunda, 8. Toda a companhia foi afetada pelo corte, incluindo as áreas operacional, administrativa e de tecnologia — as informações foram reveladas por Fabien Mendez, CEO e cofundador da companhia.

Essa não é a primeira vez que a Loggi realiza desligamentos em massa. A empresa passou por momentos de incerteza no início da pandemia, o que rendeu até 120 demissões em março de 2020.
“O mundo e o Brasil foram atormentados por grandes forças contrárias em 2022. Tivemos a volta da inflação, que foi amplificada pela guerra na Ucrânia, o colapso das bolsas de valores e o espectro de uma recessão global. Essas forças, que parecem distantes, estão tendo um impacto muito grande em nosso negócio “, diz o executivo francês.

Mendez afirma que a volta da inflação está causando estagnação no comércio eletrônico. E que, consequentemente, isso impacta diretamente os negócios da Loggi, que se especializou na entrega de pacotes de vendas online — a companhia está presente em 4 mil municípios brasileiros. O executivo diz que, até fevereiro deste ano, o setor conseguiu operar com crescimento. Segundo ele, a estagnação se instalou e permaneceu inalterada a partir de abril.

Em novembro do ano passado, a companhia inaugurou um galpão de entregas em Cajamar (SP) de R$ 150 milhões. A previsão, neste caso, é que a instalação processaria 1 milhão de pacotes por dia até 2023. Tais números, porém, foram revistos.

Benefícios aos demitidos
Monica Santos, diretora de recursos humanos da Loggi, diz que os demitidos terão um pacote de benefícios. Isto inclui: três meses do plano de saúde, incluindo dependentes; três meses de Zenklub para apoio psicológico; serviço de recolocação no mercado e flexibilização nas condições de participação de ações da empresa para funcionários que tinham pouco tempo de casa.

Essa não é a primeira vez que a Loggi realiza desligamentos em massa. A empresa passou por momentos de incerteza no início da pandemia, o que rendeu até 120 demissões em março de 2020. Com o desenrolar dos meses, porém, a empresa começou a crescer em ritmo acelerado. Um ano depois, a companhia levantou US$ 212 milhões, maior captação já realizada pela empresa.

Agora, a ideia da companhia é preservar os fundos levantados em sua última rodada de investimentos. Mendez promete que a companhia não terá novos cortes — algumas startups nacionais continuaram demitindo “à conta gotas” depois de grandes rodadas de desligamentos. O executivo também afirmou que, a partir de agora, a companhia será muito rigorosa em eventuais novas contratações.

Loggi troca liderança
Além das demissões, a Loggi anunciou mudanças no comando da companhia. A partir desta terça, 9 de agosto, Thibaud Lecuyer assume a cadeira de CEO — na empresa desde outubro de 2019, o francês era o diretor financeiro da companhia.

Já Fabien Mendez assumirá a presidência do conselho da companhia. “É um movimento que permitirá alavancar as forças de cada um. No meu caso, isso significa espírito empreendedor, pensamento estratégico, visão de longo prazo. E isso nos permite fazer emergir talentos que nutrimos dentro da empresa”, explica o fundador da companhia.

Na chegada, o novo chefe diz à reportagem quais são suas prioridades. “Primeiro, vamos cuidar dos nossos funcionários. Segundo, vamos cuidar de nossos clientes, que confiam bastante na gente. As demandas no comércio eletrônico estão mudando, então precisamos ajudar a eles a se adaptarem. Em terceiro lugar, vamos melhorar nossa eficiência operacional”, diz Lecuyer.

“Thibaud é um executor muito focado e é um veterano do mercado de comércio eletrônico”, diz Mendez de seu sucessor.

Crise é severa entre gigantes
Conhecidas por contratar centenas de funcionários ao mês, as startups têm realizado centenas de demissões pelo mundo — o fenômeno não é exclusivo do Brasil. O período tem sido batizado de “inverno das startups”, após a onda positiva causada pela digitalização da pandemia nos últimos dois anos.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão nos últimos meses, as demissões ocorrem como reajuste de rota em meio à alta global nos preços e à guerra da Ucrânia, que desorganiza a cadeia produtiva mundial. Nesse cenário, investidores viram as costas para investimentos de risco, como startups. Com isso, levantar rodadas tem sido mais difícil do que durante a pandemia, quando a fonte do capital parecia infinita.

O processo tem sido especialmente duro com as startups maiores, que estão no momento conhecido como “late stage”. Nesse estágio de maturidade, as empresas queimam dinheiro velozmente na tentativa de crescer e ganhar mercado. Porém, sem o dinheiro, elas precisam preservar caixa para sobreviver. Entre os unicórnios nacionais que já fizeram demissões em massa em 2022 estão QuintoAndar, Loft, Facily, Vtex, Ebanx, Mercado Bitcoin e Olist. A mexicana Kavak, maior unicórnio da América Latina, também fez cortes severos na operação brasileira.

Reavaliação de investimento das startups
Fundos de investimento alertaram as startups sobre o cenário desafiador nos primeiros meses do ano. O investidor Masayoshi Son, presidente do SoftBank, um dos maiores investidores de startups no Brasil e investidor da Loggi, disse que o conglomerado japonês deve reduzir os investimentos em empresas de tecnologia neste ano.

Além do SoftBank, a aceleradora Y Combinator, uma das mais conhecidas no Vale do Silício, recomendou que as startups reavaliassem suas finanças e que ficassem prontas para cortar gastos. A medida, de acordo com a aceleradora, é uma forma de prever até 24 meses sem investimentos. “Crises econômicas geralmente se tornam grandes oportunidades para os fundadores que mudam rapidamente sua mentalidade, planejam com antecedência e garantem que sua empresa sobreviva”, afirmou a gestora na carta.

Esta startup faturou R$ 1,5 milhão em seis meses com app que “entrega de tudo”

Crescimento do delivery e altas taxas cobradas pelo apps tradicionais motivaram a criação do Papa Delivery.
A pandemia acelerou o crescimento do delivery no Brasil. De acordo com um estudo da GS&NPD em parceria com o Instituto Food Service Brasil, os gastos com delivery somaram R$ 40,5 bilhões em 2021, representando 24% a mais que no ano anterior.

Ciro Thiago Nogueira teve sua primeira experiência empreendedora aos 18 anos. Natural de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, ele abiu uma empresa de modalidade de laço em dupla para crianças. O negócio faliu em sete meses.

“Ali eu senti na pele todas as dificuldade de se empreender e, mesmo com a falência, aquilo me fortaleceu”, conta.

Quatro anos depois, Ciro criou o app CompreGados, que conecta compradores e vendedores de gados. O novo negócio deu certo e impulsionou o empreendedor a buscar novos projetos.

Ciro observou que os estabelecimentos, para fugir de altas taxas, começaram a lançar seus próprios apps. Acompanhando a movimentação do mercado, ele decidiu criar o Papa Delivery.

Criado em janeiro de 2022, o aplicativo Papa Delivery “entrega de tudo” e já faturou R$ 1,5 milhão. A marca faz parte da CG Holding, empresa com mais de 300 franquias e licenças em todo Brasil.

Neto pensou no delivery como um modelo de negócios, que funcionasse por meio de licenciamento. Ele investiu cerca de R$ 1 milhão na ferramenta.

Na prática, o app oferece três opções: licenciado, responsável por oferecer o modelo de negócios; investidor, que comercializa os planos da plataforma; e o lojista, que utiliza o app para seu comércio.

Para lojistas, a mensalidade é de R$ 99,00 no plano anual e R$ 109,90 no plano semestral. Ambos não pagam pelo faturamento dentro do app.

O investimento inicial para licenciados é a partir de R$ 19,9 mil e é cobrado 20% do faturamento.

Outra característica da plataforma é o conceito de comprar e vender de tudo: farmácia, pet shops, casa de material de construção, de eletrônicos, restaurantes.

“Notamos que os outros ramos além da alimentação ainda são pouco explorados no delivery”, explica.

Nesse formato, o CEO destaca que é possível também atender cidades pequenas, que no geral estão fora da cobertura dos grandes apps do segmento. Exemplo disso é a atuação do Papa Delivery em Iguape, município do interior paulista com cerca de 30 mil habitantes.

“Em cidades desse porte, o comércio online é pouco explorado. Além de gerar uma fonte de renda, o app ajuda a movimentar a economia local”, acrescenta.

Segundo Neto, atualmente o app já funciona em São Paulo, Goiás, Santa Catarina e Bahia. A projeção é chegar em todos os estados até o fim do ano. Para isso, uma das estratégias foi contratar o empresário Felipe Titto como embaixador da marca. Dessa forma, o fundador estima faturar R$ 6 milhões ainda em 2022.

DHL otimiza logística com Automni

A DHL Supply Chain, multinacional do ramo de armazenagem e distribuição, contratou a startup de logística robotizada Automni para desenvolver uma paleteira autônoma que carrega mercadorias em processos de separação de pedidos.

Ainda em fase de teste no centro de distribuição de Cabreúva, em São Paulo, o projeto já apresenta redução de até 50% no tempo de picking, como é chamado no jargão da área de logística o recolhimento dos produtos.

Até o momento, são utilizados três equipamentos autônomos alugados. Eles têm velocidade máxima de 12km/h e bateria de aproximadamente 16 horas.

O objetivo é expandir a aplicação no mesmo centro e levá-los para outras instalações da DHL no Brasil ainda em 2022.

A ferramenta é capaz de reconhecer o endereço, posição e número de caixas a serem coletadas. O colaborador responsável vai até o local indicado, retira as caixas do rack de estoque e as registra no sistema para que o robô possa se direcionar para a área de expedição de maneira independente.

Por meio da tecnologia Digital Twin, uma versão virtual do armazém, atualizada em tempo real, a paleteira transita em uma área pré-determinada, identificando pessoas, objetos e outros obstáculos que apareçam no caminho, resultado de três meses de testes prévios.

Segundo Luis Rehder, diretor de operações da DHL, o equipamento surgiu de outros testes realizados com a startup com foco em logística.

“O destaque deste projeto é que ele se mostrou, ao mesmo tempo, economicamente viável e com um impacto significativo nos processos intralogísticos. Trata-se também de uma solução inteligente, alinhada a nossas normas de segurança e que permite a utilização de vários equipamentos ao mesmo tempo”, explica Rehder.

Além disso, a paleteira foi projetada para se integrar totalmente ao sistema de gestão de estoque da DHL. Assim, os inputs são realizados de forma direta, com mais agilidade e menor probabilidade de erros.

Presente em mais de 55 países, a DHL possui 1.400 armazéns e escritórios e aproximadamente 12 milhões de metros quadrados de área de armazenamento ocupados por cerca de 150 mil funcionários de cadeia de suprimentos.

Já a Automni, fundada em 2014 por um grupo de engenheiros da Universidade de São Paulo (USP) na capital paulista, é responsável por auxiliar empresas a aumentarem a produtividade dos empilhadores em ao menos 60%.

Premio BBM: Favela Xpress e Green Mining foram destaque das Startups Em 2021

Anualmente, a Mundo Logística realiza o Prêmio BBM Projeto de Logística, uma iniciativa que visa reconhecer e exaltar ações e projetos disruptivos de empresas e executivos do setor. Nesta 9ª edição, o prêmio está com inscrições abertas até 2 de setembro e premiará projetos nas categorias “Melhoria Operacional”, “Tecnologia”, “Inovação”, “ESG” e “Startup”.

O processo, disponível no site oficial do Prêmio BBM, é composto por duas etapas: o preenchimento do formulário online – para ter acesso à ficha de inscrição – e o detalhamento do projeto no documento recebido, que deve ser enviado via e-mail.

INSCREVA-SE NO PRÊMIO BBM 2022

Mas, antes de finalizar as inscrições e iniciar o processo de avaliação – desempenhado por uma banca formada por 12 profissionais que são referência no segmento –, a Mundo Logística irá fazer uma retrospectiva dos projetos que foram destaque na edição de 2021.

Nesta primeira reportagem, serão abordados os dois primeiros colocados da categoria “Startup”.

FAVELA BRASIL XPRESS
No Prêmio BBM Projeto de Logística 2021, a iniciativa vencedora da categoria “Startup” foi a Favela Brasil Xpress. Assinado por Cristiano Flores e Silva e Givanildo Pereira Basto, o projeto consiste na inclusão de favelas e comunidades na rota do e-commerce brasileiro.

De acordo com os idealizadores, ao levar a entrega de última milha para dentro das comunidades, o objetivo é obter impacto social, promovendo transformação e dignidade para população e economia das favelas.

“O Favela Brasil Xpress nasceu na favela para favela, com o propósito de entregar a transformação das comunidades através de uma logística participativa, social e inclusiva feita para quebrar as barreiras de acesso. [O foco foi oferecer] um mundo de oportunidades que bate à porta de cada cidadão que vive em comunidades e em áreas de difícil acesso.” – Cristiano Flores e Silva.

A solução criada consiste no mapeamento do território, com a ajuda do conhecimento dos entregadores que moram nas favelas. A necessidade de operar dessa maneira se dá pelo fato de que muitas ruas não possuem CEP ou outra forma de identificação, o que dificulta a rastreabilidade de quem não conhece a região.

Em maio deste ano, o projeto já tinha alcançado a marca de 715 mil pacotes entregues – em agosto de 2021, eram 100 mil.

Além das vantagens garantidas à população das comunidades, a Favela Xpress também representa a expansão das oportunidades para as empresas de e-commerce. Em novembro de 2020, a coluna “Capital”, do jornal O Globo, noticiou que a população favelas tem potencial de consumo de R$159 bilhões por ano.

“É um projeto de enorme valor social, permitindo maior inclusão dos moradores das comunidades, seja pelo acesso à entrega de produtos em suas casas ou pela possibilidade de trabalho nesse processo de entrega”, ressaltou o diretor de Operações da Dafiti Group, Alexandre Faria. “Além disso, criou uma solução para as empresas conseguirem vender para esse público, oferecendo um serviço eficiente em termos de qualidade do atendimento e custo.”

“[Trata-se de] um serviço logístico que nasce de baixo para cima, oportunizando negócios com o sorriso, alegria, criatividade do jeito de ser das comunidades de forma simples, com empatia e muita confiança.” – Givanildo Pereira Basto.

GREEN MINING

Em meio ao debate crescente e amplificado sobre sustentabilidade, a logística reversa também foi destaque no Prêmio BBM 2021. A segunda colocada da categoria “Startup” foi a Green Mining, que cria para as empresas a possibilidade de recuperação de materiais, inserindo-os novamente na cadeia de suprimentos.

“Desenvolvemos uma tecnologia de logística reversa inteligente para recuperar embalagens pós-consumo e nosso sistema de rastreabilidade garante que todo o material coletado seja enviado para reciclagem. Trabalhamos com coletores registrados (carteira assinada para pessoas com poucas oportunidades de emprego), e priorizamos coletas com triciclos, para evitar emissões de CO2.” – Rodrigo Oliveira, fundador da Green Mining.

Em atividade desde dezembro de 2018, a Green Mining já foi responsável pela coleta e envio para a reciclagem de aproximadamente 1,8 tonelada de materiais de empresas como Ambev, Natura, Unilever e Braskem.

Segundo a Gerente Comercial de Solventes da Braskem, Fernanda Ribaski, participar da estruturação da startup foi uma experiência única. A executiva também foi mentora da Green Mining no programa Braskem Labs.

“Por meio deste case, podemos ver o resultado prático da importância de unir a cadeia em iniciativas que tornem o futuro mais sustentável e o Braskem Labs é uma dessas oportunidades. Futuramente, esperamos poder contribuir ainda mais com a Green Mining e a indústria nacional no retorno de embalagens para a cadeia produtiva”, enfatizou.