Startups de varejo recebem mais de US$ 3 bilhões em aportes na América Latina

Uma pesquisa da Movile revela que as startups de varejo da região receberam cerca de US$ 3,3 bilhões ao longo dos últimos cinco anos (2017-2021). Conforme o estudo conduzido pelo Distrito — no Brasil, Argentina, México e Colômbia —, o setor recebeu o segundo maior volume de investimento de risco na América Latina, ficando atrás apenas das fintechs.

Imagem de pessoas apontando para gráficos espalhados sobre uma mesa com mais de US$ 17 bilhões investidos ao longo dos últimos 5 anos, o Brasil concentra a maior parte do volume investido dentre os países do estudo.
As chamadas retail techs representam 9,4% (394) do total de deals em todos os países analisados e receberam 11,6% do volume investido neles. Quando olhamos para cada um dos países, vemos que as startups brasileiras lideram esse ranking. Afinal, respondem por 59% dos investimentos na região (embora sejam apenas 11,3% do valor aportado no País).

Investimento no Brasil
Com mais de US$ 17 bilhões investidos ao longo dos últimos 5 anos, o Brasil concentra a maior parte do volume investido dentre os países do estudo. Esse volume vem crescendo de forma quase exponencial, tendo mais do que dobrado entre 2020 e 2021.

Além dos fatores macroeconômicos, um dos motivos pelo qual vemos esse crescimento é o amadurecimento do ecossistema, com cada vez mais startups maduras e unicórnios que acabam captando mega rodadas (acima de USD 100 milhões), fazendo com que o volume investido cresça vertiginosamente.

Investimento em startups por região
Assim como nos outros países, o Brasil também encontra uma grande concentração de investimento em uma região, no caso, em São Paulo. O estado concentra sozinho 81% do valor total investido no país, seguido por Paraná e Rio de Janeiro. Essa discrepância ocorre tanto por uma maior quantidade de startups em São Paulo como também pela quantidade de startups maduras na região que recebem valores astronômicos.

A Argentina vem em segundo lugar, principalmente por conta da Tiendanube, marca da Nuvemshop no país, que recebeu US$ 626 milhões e foi responsável por 96% do valor investido no setor. A empresa faz com que o segmento, embora represente apenas 6,8% dos deals, concentre 31,7% do valor investido no País.

Por sua vez, no México, o setor responde por 8,3% dos deals realizados e 9,1% do volume aportado (cerca de US$ 533 milhões). Já na Colômbia, o varejo representa 12,5% das transações e 5,5% do montante investido (cerca de US$ 177 milhões).

Metodologia da pesquisa
O levantamento analisou o panorama de investimentos de risco em startups na América Latina nos últimos cinco anos com foco em quatro países: Brasil, Argentina, México e Colômbia. As informações foram selecionadas a partir de uma análise do banco de dados proprietário do Distrito, consultas a bancos de dados abertos e informações públicas de fontes especializadas.

Os critérios de seleção de startups considerados foram:

ser definida como empresa que possui a inovação no centro do negócio na base tecnológica, no modelo de negócios ou na proposta de valor;
possuir operação independente;
ter origem e operação no Brasil, México, Colômbia e Argentina;
ter recebido investimento e/ou ter sido adquirida no período analisado (01 de janeiro de 2017 a 02 de dezembro de 2021);
e ter recebido investimento do tipo Anjo, Pré Seed, Seed, Series (todos os tipos) e Private Equity.
O estudo completo pode ser baixado aqui.

Open Delivery: nova linguagem promete acabar com os problemas nas entregas

Tecnologia busca baratear serviço e torná-lo mais eficiente para contratantes e consumidores. Linguagem unificada promete trazer economia e qualidade para o serviços de entrega de comida em todo o Brasil.

Quem usa aplicativos para pedir comida, com certeza, já viveu situações como a da professora Cibele Andrade que, certa vez, solicitou um prato para ela e a família, pagou no cartão de crédito e não recebeu o pedido. “O entregador do restaurante sofreu uma pane na moto e não conseguia terminar as entregas e, como depois do tempo que ficou para encontrar um mecânico, também terminou ficando sem bateria de celular”, conta.

O valor do pedido foi estornado, mas a espera e frustração ficaram. Na verdade, intercorrências como essas estão com os dias contados. Pelo menos é o que propõe a chegada do Open Delivery idealizado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

De acordo com o Conselheiro da Abrasel e Co-criador da primeira versão implantada Célio Salles, o Open Delivery foi desenvolvido com o objetivo de desburocratizar e facilitar a operação de delivery no Brasil. “Ele não se configura como uma plataforma, um aplicativo, um sistema ou qualquer outro tipo de ambiente digital. Trata-se de uma série de padrões que integram os softwares de gestão do restaurante com os aplicativos / marketplaces e operadores logísticos reduzindo as ineficiências na gestão do cardápio, pedidos e logística”, esclarece.

Salles explica que, como a Abrasel é idealizadora e líder, o principal papel é articular e coordenar os esforços entre todos os atores do ecossistema de food delivery com objetivo de criarem juntos e estimularem ampla adesão aos padrões que permitirão a integração de todos. “A consequência disto será uma enorme redução de ineficiências e maior conforto operacional para os restaurantes, e como reduzirá barreiras para aumento de oferta e concorrência, também proporcionará mais equilíbrio nas negociações entre restaurantes e plataformas”, comemora Salles destacando que o fato de que o Open Delivery desburocratiza e qualifica os serviços de entrega.

Código aberto

Especialista em Relações Institucionais e Governamentais para ecossistemas inovadores, presidente da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O), que reúne as maiores plataformas digitais em operação no país, e do Conselho de Economia Digital e Inovação da Fecomercio/SP, Vitor Magnani explica que tudo estará um único sistema de código aberto será responsável por todos os serviços de entrega.

“Quando estiver pronto com as novas tecnologias e ferramentas, o consumidor vai pedir a refeição ou serviço normalmente, a mudança é que o Open Delivery age entre o restaurante e o aplicativo e ou site do pedido, com a padronização de cardápio, recebimento e organização de pedidos, trazendo mais agilidade e reduzindo a chance de atrasados na entrega. Sendo uma vantagem para o restaurante e o cliente”, complementa.

Vitor Magnani defende que o Open Delivery colaborará para o crescimento digital, inclusive de aplicativos e marketplaces.

Magnani assegura que o Open Delivery não comprometerá aplicativos como IFood e outras marketplaces, pois os restaurantes ainda vão poder continuar vendendo por essas plataformas. “O objetivo do Open Delivery é auxiliar no crescimento digital do segmento de bares e restaurantes para atender seus consumidores, reduzindo prejuízos e golpes”, diz o especialista, salientando que, os testes antes da utilização são fundamentais para se ter uma avaliação e continuar a utilização da tecnologia.

Para Priscila Fecchio, uma das fundadoras da Bdoo (primeira startup de tecnologia a conectar serviços logísticos ao Open Delivery), o sistema abrirá mais possibilidades para os restaurantes, principalmente aqueles 22% de bares e restaurantes que não estão em marketplaces. “Com mais opções e fornecedores dentro do protocolo Open Delivery, os restaurantes terão mais opções e poderão trocar mais facilmente seus sistemas, assim como um plug and play, se um fornecedor estiver caro demais ou não estiver atendendo aos prazos combinados, poderá o restaurante trocar mais facilmente, tornando o processo menos custoso e com ofertas de serviços mais adequadas”, defende.

Economia

Salles garante que a integração proporcionada pelo Open Delivery permite que os estabelecimentos economizem ao fazer a gestão por um único lugar, sem que eles precisem implementar diferentes esforços de desenvolvimento para cada novo parceiro integrado. “A economia nos processos de gestão por parte dos bares e restaurantes, por sua vez, impacta diretamente nos preços dos serviços de food delivery que serão adquiridos pelos consumidores finais”, reforça.

Para integrar o Open Delivery é importante que os empresários tenham um software que esteja nos padrões do sistema, possibilitando que o pedido será recebido em um único lugar, independentemente dos canais de venda de que eles vierem. “Além disso, o cardápio estará no software de gestão do restaurante. Qualquer ajuste no cardápio será enviado para os aplicativos que estejam integrados com o software no padrão do Open Delivery”, destaca o representante da Abrasel.

Salles defende que o Open Delivery estimulará um ambiente concorrencial dinâmico ao tornar mais fácil aderir e gerenciar um novo canal de vendas. “Por isso, para manter ou melhorar os resultados em relação aos concorrentes, os fornecedores precisarão investir em melhores condições de taxas e marketing, por exemplo”, diz.

Vale lembrar que o Open Delivery é um projeto da iniciativa privada que contou com 16 empresas patrocinadoras que acreditaram no projeto, inclusive a ABO20. A primeira operação oficial só aconteceu em abril desse ano, utilizando a tecnologia padrão do Open.

Grupo de logística Move3 compra startup para fortalecer última milha no e-commerce

O Grupo MOVE3 anuncia a aquisição da transportadora Rodoê Entregas, especializada em ‘last mile’, a entrega final para o cliente, para e-commerce. O valor da transação não foi divulgado, mas faz parte do recorte de R$ 50 milhões da holding para fusões e aquisições em 2022. O bom momento para o comércio eletrônico, mas os desafios macroeconômicos, incluindo alta dos combustíveis, motivaram a operação, contam os CEOs das companhias ao Broadcast.

“Queremos unir forças e ter mais musculatura para enfrentar as dificuldades atuais com mais poder de distribuição e sinergia “, diz o sócio da Rodoê Entregas, Valdeir Jubertoni. A expectativa é utilizar a malha aérea da holding compradora, assim como a estrutura de franquias e de ponto de retirada, para expansão dos serviços, com planos para oferecer Same Day Delivery e logística reversa.

A Rodoê, focada na entrega de produtos de moda, autopeças, cosméticos e cama, mesa e banho, está presente em 15 Estados no País e tem a atuação em mais de 1800 cidades. A transportadora oferece serviços como entrega expressa, econômica e omnichannel, e prevê um faturamento de R$ 60 milhões em 2022.

Desafios
Apesar da escalada da inflação e do preço dos combustíveis, o CEO do Grupo MOVE3, Guilherme Juliani, enxerga um cenário positivo tanto para o setor de logística quanto para o de e-commerce. “O cenário geral no Brasil não é bom, mas o transporte e o comércio digital operam na contramão”, afirma, destacando a chegada de muitas empresas de marketplace e transportadoras de fora do Brasil ao País.

A holding, responsável por empresas como Flash Courier, Moove+, Moove+ Portugal, a gráfica Jall Card e a fintech M3Bank, tem um faturamento de R$ 1,1 bilhão previsto para esse ano e vem se preparando para abrir capital na Bolsa. A carteira de clientes é composta por companhias que incluem Itaú, Nubank, Arezzo, Havaianas e indústrias farmacêuticas.

Juliani reconhece o momento desafiador também para as startups, com menos dinheiro disponível para o ecossistema de inovação. Para driblar esse desafio, o MOVE3 tem buscado empresas mais maduras que possam utilizar a infraestrutura já existente da holding. “A compra da Rodoê não é a última. Estamos fugindo de startups ‘early stage’, mas temos outras capazes de aproveitar o que já temos para alavancar os negócios”, conta.

A aquisição da transportadora é a segunda operação anunciada pela holding nesse ano com os R$ 50 milhões previstos em aporte para 2022. A primeira foi o investimento na goX Crossborder, pioneira na internacionalização de marcas brasileiras na Europa.

Delivery com drones: Speedbird Aero capta R$35 milhões e prepara serviço de entrega

A empresa SepeedBird Aero é a primeira empresa a ter uma aeronave não tripulada a receber certificação de operação comercial da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Para colocar os seus planos em prática, a startup captou no mercado um aporte série A de R$35 milhões, liderado pelo fundo americano Bela Juju Ventures.

“Pelo caráter disruptivo desse mercado, já sabíamos que levaria um tempo para captar mais recursos”, diz Manoel Coelho, cofundador e CEO da Speedbird Aero, ao NeoFeed. “Mas esse aporte está chegando no timing perfeito, sem pressa e sem atrasos.”

A SpeedBird já possui oito contratos assinados com diversas empresas, dentre elas o Ifood, que também já recebeu autorização da Anac para  uso diário comercial com drones.

“Nossa projeção é ter 40 DLVs em operação nos próximos 12 meses”, observa Coelho. “Já temos três deles operando e, até o fim desse mês, teremos mais dois em ação.”

A linha de produção está prevista para iniciar suas montagens em junho. A ideia é fabricar de três a quatro drones por mês e escalar, gradativamente, esse volume de acordo com os projetos fechados pela empresa. A Speedbird está montando uma fábrica em um espaço de 2 mil metros quadrados em Franca (SP).

Responsável por ‘erguer’ AliExpress no Brasil tem nova aposta: live commerce

Ainda é pouco comum no Brasil o fenômeno do “live commerce”. Nele, influenciadores digitais iniciam transmissões ao vivo (as lives) para vender produtos diretamente ao espectador, com descontos exclusivos e interatividade com o público. Mais conhecido pelo uso na televisão, o formato ainda não “pegou” nas redes sociais brasileiras. Mas há um forte indicador do seu potencial: o mercado chinês. E o Brasil acaba de ganhar uma startup que conhece bem esse território.

A Mobocity nasceu pelos braços de dois chineses conhecidos no mercado brasileiro: Yan Di (ex-AliExpress, responsável por catapultar a varejista chinesa no País, onde permaneceu até abril passado) e Zhang Zhen, fundador da startup Influu, do ramo de influenciadores digitais.

Na China, as live commerces são um sucesso e movimentam bilhões de dólares anualmente, superando outras formas de “publis” nas plataformas digitais. Como tem ocorrido nos últimos anos (como no uso de pagamentos digitais e código QR, por exemplo), as inovações do mercado chinês acabam por demorar alguns anos para invadir a Europa, Estados Unidos e, por fim, a América Latina.

Nascida dos chineses Yan Di (esq.) e Zhang Zhen, startup Mobocity aposta no live commerce como tendência no varejo

Nascida dos chineses Yan Di (esq.) e Zhang Zhen, startup Mobocity aposta no live commerce como tendência no varejo

Foto: Divulgação/Mobocity / Estadão

Para fazer o conceito vingar por aqui, a startup conta com tecnologia própria: algoritmos para oferecer métricas em tempo real aos influenciadores, um hub para transmissões e uma ferramenta de “combinação” entre marcas e micro influenciadores a partir de perfis e um serviço de lives independente das plataformas. Parte da infraestrutura da Mobocity foi herdada da Influu.

Atualmente, a companhia tem 57 funcionários, e a meta é chegar a 100 até o fim do ano. Lançando mão de parte da carteira de clientes da Influu para crescer, a Mobocity quer atingir receita de US$ 15 milhões neste ano.

Recentemente, a startup diz ter vendido cerca de US$ 500 mil em uma hora durante uma promoção de celulares Xiaomi em live da AliExpress. Entre os atuais clientes, estão marcas nacionais e internacionais, como ClickBus, Alice, Kwai, Hyundai, Resso (“irmão do TikTok) e Amazon.

Limitação

O principal desafio da Mobocity é contornar as limitações das redes sociais, como Instagram e TikTok. Atualmente, essas plataformas não oferecem recursos e estrutura adequados para as lives de vendas, permitindo apenas as “lives” tradicionais turbinadas na pandemia.

Para Yan, é prejudicial para o negócio essa falta de estrutura. “No live commerce de verdade, o usuário monta o carrinho enquanto assiste ao vídeo, sem pular para outro aplicativo. Isso aumenta a taxa de conversão. Do contrário, a marca perde o usuário e a experiência de compra”, critica o chinês.

A expectativa de Yan está na chegada do TikTok Shopping ao Brasil, ferramenta ainda em testes na China, Reino Unido e Sudeste Asiático, sem previsão para o Brasil. O recurso do aplicativo chinês permite que varejistas integrem catálogo de produtos à plataforma de vídeos curtos, por onde o usuário realiza as compras enquanto assiste ao conteúdo. Não há informações se o Instagram trabalha em solução similar.

“É uma questão de tempo até esse Tiktok Shopping chegar no Brasil. E, quando chegar, temos de preparar o território”, afirma o CEO.

Logtech mexicana Nowports capta US$ 150 milhões e vira unicórnio

A Nowports, logtech mexicana que busca facilitar o dia a dia de empresas que exportam ou importam produtos na América Latina, acaba de anunciar um investimento de US$ 150 milhões que a torna no mais novo unicórnio da região e também na primeira empresa do setor a alcançar o feito no México.

A rodada série C foi liderada pelo fundo SoftBank e com participação de Tiger Global, Foundation Capital, Monashees, Soma Capital, Broadhaven Ventures, Mouro Capital, Tencent e Base10 Partners. Investidores como Daniel Voguel, da Bitso; Ricardo Amper, da Incode; Alex Bouaziz, da Deel e Roger Laughlin, da também mexicana Kavak, também participaram da rodada.

Segundo a empresa, os recursos vêm para expandir a atuação da Nowports em terras brasileiras. A startup chegou ao Brasil em outubro de 2021, após uma captação de US$ 60 milhões que teve, em essência, o propósito de levar a empresa para fora dos mercados onde já atuava. Hoje, a Nowports está também na Colômbia e no Chile. No Brasil, já são mais de 50 funcionários.

Fundada em 2018 pelos empreendedores Alfonso de los Ríos e Maximiliano Casal, a Nowports procura digitalizar toda a cadeia logística para empresas da América Latina, especialmente dos setores de manufatura e varejo, que transportam seus produtos por navios ou aviões. Ela faz isso a partir de um software de gerenciamento que cria, entre outras coisas, rotas inteligentes, gestão de tarifas de importação e exportação e desenvolve relatórios em tempo real para controle das operações.

“Estamos empolgados em ganhar a confiança de grandes fundos de investimento e nos tornarmos o novo unicórnio na América Latina. Isso reforça nosso compromisso de transformar as cadeias produtivas da região com tecnologia e acesso ágil ao financiamento para empresas que importam ou exportam mercadorias. Faremos da Nowports um dos principais impulsionadores de todas as economias emergentes do mundo, não apenas da América Latina”, comenta, em nota, Alfonso de los Ríos, cofundador e CEO da Nowports.

Segundo los Ríos, o investimento será usado para expandir a presença da Nowports nos mercados onde já atua e também para abrir escritório em novas cidades. Uma das primeiras deve ser a cidade de Itajaí, em Santa Catarina.

Os recursos também servirão para acelerar o lançamento de outros produtos, dessa vez financeiros. A Nowports quer expandir ferramentas de financiamento e seguros para seus clientes.

 

Nomagic consegue US$ 22 bilhões com robôs de coleta do e-commerce

A robótica está desempenhando um papel crescente no mundo da logística e atendimento de e-commerce – onde é vista não apenas como uma maneira de acelerar as operações, mas para reduzir drasticamente os custos de executá-las – e hoje uma startup desenvolvendo software e hardware especificamente em a área de robot picking está a anunciar algum financiamento. Pensando isso, a startup polonesa Nomagic construiu um braço robótico que pode identificar e selecionar um item de uma seleção não ordenada e depois movê-lo ou embalá-lo em outro lugar. A inovação rendeu US$ 22 milhões, valor que será utilizado para a empresa crescer e expandir seus negócios.

Os braços robóticos da Nomagic foram implantados pela primeira vez para trabalhar na coleta e movimentação de pequenos eletrônicos de consumo e itens relacionados – telefones, cabos, pequenos brinquedos – antes de se estenderem a itens como roupas ensacadas. Kacper Nowicki, CEO que cofundou a empresa com Marek Cygan (CTO) e Tristan d’Orgeval (CSO), disse que o plano é adicionar mais categorias como mantimentos ao longo do tempo, refletindo a mudança dos hábitos dos consumidores e o que as pessoas estão comprando. on-line nos dias de hoje. “Esse é o objetivo de longo prazo”, disse ele.

A empresa já tem vários clientes em setores que vão desde moda, comércio eletrônico e fornecedores de logística terceirizados – um dos mais proeminentes é a Brack.ch, uma loja “tudo” com sede na Suíça, semelhante à Amazon em termos de seu físico. Gama de Produtos. E, embora atualmente baseie sua tecnologia em visão computacional para identificar objetos e ler códigos, com o tempo é provável que também incorpore outros tipos de tecnologia, como varredura de ondas de rádio para identificar itens.

A Khosla Ventures e a Almaz Capital de Berlim co-lideraram a rodada com o Banco Europeu de Investimento, com a participação de antigos financiadores Hoxton Ventures, Capnamic Ventures, DN Capital e Manta Ray.

A Nomagic levantou financiamento pela última vez – uma rodada inicial de US$ 8,6 milhões – em fevereiro de 2020; e nesse ínterim, tem sido um passeio selvagem no mundo do comércio eletrônico.

O Covid-19 levou a um enorme aumento nas compras online, mas também a uma reavaliação de como as pessoas poderiam trabalhar em armazéns sob preocupações e restrições de pandemia e, em alguns casos, algumas reavaliações sérias de como as operações eram executadas e uma redução de investimentos para se ajustar a condições de negócios em mudança (e às vezes duramente atingidas). A tecnologia da Nomagic participa de todos esses desenvolvimentos de várias maneiras.

O mais óbvio deles é em torno da transformação digital, onde as empresas estão adotando hardware robótico como parte de uma atualização mais ampla de seus sistemas e trazendo mais automação. A Nomagic cita dados da Research and Markets e Mordor que estimam que o mercado global de automação de armazéns valerá US$ 31 bilhões até 2025, e que o mercado de robôs de coleta de peças especificamente está crescendo a uma taxa de 62,5% e valerá US$ 2,9 bilhões. até 2026.

Nomagic: horizonte

Há uma oportunidade óbvia para os robôs trabalharem em ambientes onde os humanos não podem, seja porque o ambiente é inadequado para eles e para as leis trabalhistas modernas (por exemplo, sem iluminação, espaços pequenos, sem aquecimento ou refrigeração e longas horas) ; ou porque as empresas não podem pagar essa mão de obra. Embora a Nomagic também esteja desenvolvendo alguns componentes de hardware, hoje a empresa concentra a maior parte de sua P&D no desenvolvimento de software, o que Nowicki diz que significa que, em última análise, a tecnologia poderá funcionar em uma ampla variedade de hardware.

Dado que gigantes de comércio eletrônico muito maiores, como Amazon e Ocado, estão investindo em sua própria tecnologia de robótica, a criação de serviços de terceiros que possam ser adotados por players menores será essencial para permitir que continuem a competir. Nowicki argumenta que não se trata de tirar os humanos do trabalho, mas deixá-los se concentrar em tarefas menos repetitivas que os robôs não podem realizar – um fator potencialmente ainda mais importante para organizações menores, com bases e recursos de pessoal menores, a serem considerados. Essa é a oportunidade que os investidores também veem.

“Um número crescente de tarefas mundanas será cada vez mais automatizada por robôs nos próximos anos”, disse Kanu Gulati, sócio da Khosla Ventures, em comunicado. “Chegamos cedo para apoiar as empresas que criam tecnologias promissoras que são ousadas e impactantes como a Nomagic e estão empolgadas com o impulso que demonstraram com os clientes.”

7 startups que inovaram na experiência com o cliente

Há quem diga que a melhor defesa do consumidor é uma empresa preocupada com toda a jornada de relacionamento e, claro, coloca o cliente no centro do negócio. A consultoria Accenture, por exemplo, tem defendido a tese que essas companhias se posicionam como Business of Experience (BX), algo como uma evolução do customer experience.

Empresas de BX ainda são raras no mundo, mas a Consumidor Moderno encontrou algumas delas em mercados mais maduros, tais como EUA e Canadá. Confira a lista.

Canada Goose

A Canada Goose é uma varejista de roupas de inverno com sede no país homônimo. A companhia possui um comércio eletrônico, mas o que realmente chama a atenção é a loja física.

As lojas da rede possuem uma câmara fria onde o cliente pode testar casacos em temperaturas que podem chegar a 27 graus negativos, inclusive com rajadas de vento e neve. Ou seja, você testa o produto na prática.

O público adorou a ideia, o que resultou em um aumento de 15% no faturamento de 2020, justamente no ano em que as lojas físicas foram fechadas. Será que o crescimento teria sido maior?

Imperfect Foods

A Imperfect Foods é uma pequena rede de supermercados que comercializa frutas e legumes considerados  “imperfeitos”, ou seja, com tamanho, cor ou aspectos diferentes.

Normalmente, esses alimentos seriam descartados ou subutilizados, mas não na Imperfect Foods. Lá, o produto é requalificado e vendido a um preço mais baixo. Aliás, no Brasil, existe uma ideia bem similar chamada Fruta Imperfeita.

Honeybee Health

A Honeybee Health é uma farmácia online que tem incomodado as redes tradicionais dos EUA.

Em suma, eles eliminaram os intermediários ou farmácias e passaram a vender medicamentos que podem ser adquiridos diretamente da fábrica. No fim, o produto pode ser adquirido com até 80% de desconto e o consumidor ainda recebe o produto em casa (inclusive com frete grátis).

Tanium

Quem disse que não existe personalização em segurança cibernética?

Um exemplo bem interessante é a Tanium, uma empresa de cibersegurança que mapeia o hardware de uma pessoa ou empresa e, assim, verifica todas as falhas no dispositivo. Após essa análise, ele oferece o programa mais adequado a necessidade de cada cliente.

Journera

A Journera é uma plataforma que mostra toda a jornada de relacionamento do turista, incluindo todos as empresas que prestam todos os serviços: hotel, companhia aérea, aluguel de carros e outro.

Por exemplo: se o voo de turista atrasar, todas as empresas envolvidas na viagem serão avisadas sobre as mudanças no itinerário em tempo real. Além disso, a plataforma oferece um big data valioso para que empresas aprimorem os seus processos e até inovem em seus negócios.

Hoje, estima-se que 40% das empresas de viagens dos EUA já utilizem o aplicativo. Abaixo, veja a entrevista com Jeff Katz, CEO da Journera.

Inspirato

A Inspirato é a primeira companhia a oferecer um serviço de assinatura com foco em viagens. E a ideia é bem interessante.

O consumidor paga uma mensalidade e terá acesso a uma viagem ou experiência completa com base no valor pago à empresa. As sugestões variam conforme o valor pago por mês.

Eusoh

A Eusoh é uma seguradora de animais de estimação peer-to-peer. Ela reúne donos de animais de estimação em uma comunidade e, dessa forma, todos compartilham as despesas de uma enorme variedade de lesões, doenças e condições de animais de estimação.

Os preços transparentes, a liberdade de usar qualquer veterinário e a cobertura estendida tornam esta empresa popular entre os donos de animais de estimação.

Vox Radar: startup mapeia redes sociais e jornais em busca de insights para empresas

Saber o que se passa nas mídias sociais deixou de ser uma questão trivial para qualquer setor do mercado que tenha o mínimo interesse em fazer um produto ou serviço prosperar. Cientes e interessados na ascensão dessa nova forma de comunicação, um grupo de profissionais de diferentes áreas se uniram para criar a Vox Radar, uma startup que monitora as redes e também canais de notícias.

A Vox Radar é, essencialmente, uma plataforma que faz a análise e interpretação de dados provenientes das principais redes sociais (Twitter, Instagram e Facebook) e dos veículos de comunicação do Brasil.

Essa área de atuação já tem um nome: social listening. Trata-se de um setor que usa a ciência de dados para escutar a audiência e levar insights para empresas, organizações e instituições diversas sobre o que elas desejam saber.

“Nós mapeamos a temperatura de uma discussão sobre o assunto que o cliente solicitar. Fazemos a volumetria das conversas, analisamos se o sentimento do público é positivo ou negativo, quem são os principais agentes envolvidos nas conversas. Depois elaboramos um relatório com todas as informações para a tomada de decisão de quem solicitou”, explica João Yamim – CEO da Vox Radar.

A startup surgiu da preocupação de um grupo de pesquisadores brasileiros, a maioria deles atuantes do meio acadêmico, com o rumo e proporções que as redes sociais tomaram nos últimos anos. O desejo deles era conseguir mapear os assuntos de forma precisa, para entender o contexto das discussões.

Criada em março de 2021, os fundadores da Vox Radar ficam no plano de fundo e Yamim, co-fundador, comanda o operacional diário com mais 13 colaboradores de tempo integral.

Algoritmos distribuem e algoritmos acham

Não são pessoas que escolhem o que bomba nas mídias sociais, são os algoritmos – embora sejam pessoas que desenvolvam os algoritmos.

Na Vox Radar o princípio é basicamente o mesmo: não são pessoas que fazem o monitoramento das redes, são algoritmos – mas as pessoas alimentam os robôs para torná-los mais inteligentes em suas buscas.

Mestre em ciência da computação, Yamim conta que o sistema da Vox Radar utiliza modelos de aprendizado de máquina para fazer suas buscas. A ferramenta comanda tudo de modo autônomo. “Os algoritmos são muito eficientes. Quando eles erram, podemos dar um feedback e apontar o erro para que ele corrija internamente. São totalmente inteligentes”, diz.

Com base em um assunto específico, o sistema irá buscar tudo o que tiver nas mídias sociais: cada post, cada comentário, curtida, compartilhamento; quem falou, o que falou, quem curtiu, o que curtiu. E mais: irá analisar se foi um comentário positivo ou negativo.

Segundo Yamin, esse é um diferencial importante da Vox Radar. Os poucos concorrentes inseridos em social listening no Brasil ainda não conseguem aprofundar a análise nesse sentido, explica o co-fundador.

“A concorrência não consegue fazer a leitura da ironia, que é um ponto forte no Brasil. No Twitter, principalmente, muitas pessoas postam falas que, literalmente, podem ser lidas como positivas ou negativas, mas um ser humano sabe que se trata de uma ironia. O nosso algoritmo também, e consegue analisar com mais precisão a temperatura da discussão”, explica o CEO da Vox Radar.

E, para além das mídias sociais, esse trabalho também é feito com os veículos de comunicação. Os principais portais jornalísticos, páginas de pessoas influentes como políticos, economistas, artistas, entre outras personalidades, também podem ser incluídas na pesquisa, a depender do que o cliente deseja.

Em ano de eleições, política fortalece a Vox Radar

Com um presidente tão fortalecido nas redes sociais, como temos no Brasil, não é de se estranhar que os principais clientes da startup sejam do meio político. Segundo Yamin, são feitas muitas solicitações para acompanhamento de repercussão de Projetos de Lei (PLs), de assuntos de interesse público que fazem parte de campanhas, comparativos de candidatos, entre outros.

O sistema da Vox Radar consegue mapear um raio amplo do que se fala sobre o tema. Na parte dos jornais levanta quais publicações falaram, com que frequência, com que alcance e o total de reportagens feitas.

Na parte de mídias sociais é monitorado quais especialistas falaram, quais economistas e cientistas políticos, além de outras personalidades e a temperatura das redes de uma forma geral.

“É uma área nova em que trabalhamos desde 2020, antes do lançamento da plataforma de forma comercial, que foi só em 2021. Percebemos que era um setor muito desassistido, com poucas agências na área e, mesmo assim, longe de uma análise completa como oferecemos”, diz Yamin.

De olho no crescimento com ajuda da AWS

Sem apresentar números, o CEO da Vox Radar conta que o faturamento da startup é crescente, assim como o número de clientes. Segundo ele, já houve casos em que precisou rejeitar contratos para a atender aos que já tinham com o mesmo padrão de qualidade.

Para 2022, o objetivo da startup de social listening é trabalhar o crescimento. Com pouco mais de um ano de atuação, a empresa ainda não participou de nenhuma rodada de investimentos, mas pretende buscar recursos para aumentar a capacidade de atuação neste ano.

Para isso, a Vox Radar conta com a parceria da AWS. Infraestrutura de computação escolhida desde o início para rodar os algoritmos da empresa, Yamin explica que a experiência da Amazon Web Services em assessorar suas startups parceiras é importante para eles.

Familiarizados com o mundo acadêmico e de Tecnologia da Informação (TI), as nuances do gerenciamento e administração de empresas não era tão comum para o co-fundador João Yamin.

“O programa da AWS Activate foi muito importante no início da Vox Radar. A gente descobriu por meio do Hub de startups do Distrito e desde então participamos de treinamentos, conferências e outros eventos importantes para nutrir essa parceria e futuramente, o apoio dos investidores”.

Para a rodada de aportes que pretendem fazer ainda em 2022, a Vox Radar deve buscar empresas que têm o aval da AWS como bons investidores, explica Yamin. Para ele, o filtro e leitura da unidade de computação em nuvem da Amazon (AMZO34) vai ajudar na tomada de decisão pelos fundadores.

Routeasy lança maestro, solução de last mile que vai revolucionar o setor de logística

O Maestro é a nova tecnologia de orquestração da RoutEasy, startup de logística que oferece soluções de otimização e gestão de entregas. O novo módulo foi lançado no dia 27 de abril, num evento para um grupo seleto de profissionais do mercado com apresentações sobre o processo de descoberta, construção do produto e cases de sucesso em parceria com algumas das maiores marcas líderes em entregas rápidas do país, como Grupo Pão de Açúcar, DHL e Mambo.

Buscando promover o acesso a uma tecnologia mais inteligente para o last mile de diversas empresas, o Maestro foi criado para automatizar fluxos de trabalho complexos e repetitivos, algo comum com o crescimento e ganho de escala.

O principal objetivo do Maestro é permitir que as operações logísticas lidem com o planejamento de rotas de forma mais ágil e otimizada sem nenhuma interferência humana, sendo essa, necessária apenas em casos que fogem às regras pré definidas.

Ao definir padrões de acordo com os objetivos da operação, o sistema utiliza inteligência artificial e aprendizado de máquina para criar rotas de entrega otimizadas, com atribuição automática de pedidos para frota própria, terceirizada ou de parceiros crowdshipping em um único ambiente em nuvem.

Assim, toda a análise de custos de frete, veículos dispo-níveis, quilometragem percorrida, taxa de ocupação dos veículos etc. é realizada em poucos segundos e sem a necessidade de trabalho manual. O Maestro coloca as coletas e entregas no piloto automático.

A solução chega ao mercado para revolucionar, principalmente, as operações de e-commerces, marketplaces, food delivery e vendas D2C, aproximando as marcas de seus clientes em um momento em que o mercado vem reagindo rapidamente aos novos hábitos de consumo, que demandam entregas cada vez mais rápidas.

E quanto mais complexas as operações logísticas se tornam, mais difícil fica realizar atividades manuais com a agilidade necessária. Principalmente para aquelas que lidam com diversos pontos de origem e precisam conseguir um certo nível de padronização no atendimento.

Diante disso, ao adotar um fluxo de trabalho totalmente automatizado, as empresas podem viabilizar as entregas para o mesmo dia com a garantia de prazos e satisfação dos clientes, ganhando maior poder de escala, sem deixar de lado a otimização de custos. Isso porque o Maestro é capaz de realizar a gestão, a roteirização e a atribuição de pedidos em um cenário complexo, levando em conta lojas físicas, dark stores e centros de distribuição; escolhendo sempre o melhor frete, e planejando rotas otimizadas de acordo com as restrições da operação e dos clientes.