Essa startup aumenta o faturamento do e-commerce de forma nada convencional

Com o crescimento do comércio eletrônico do ano passado, a empresa cresceu três vezes em relação ao ano anterior.

Quem já passou pela experiência de abandonar o carrinho de compras durante uma compra on-line sabe que, nos próximos dias, será bombardeado de propagandas dos produtos em banners e por e-mail. Esse marketing direcionado pode funcionar em alguns casos, levando o consumidor a finalizar a compra anterior. Mas uma startup desenvolveu uma maneira de aumentar ainda mais essa conversão de vendas. Na era digital, o método parece quase analógico: a Appmax telefona para todos os consumidores que abandonaram o carrinho.

Apesar de pouco convencional, o telefonema funciona e a startup consegue recuperar cerca de um terço das compras abandonadas. Além disso, oferece novas sugestões de produtos para aumentar o tíquete médio. Com isso, consegue aumento de faturamento de até 43% para seus clientes.

A Appmax surgiu em 2018, como uma solução interna para o comércio eletrônico próprio dos fundadores, os irmãos Betina e Marcos Wecker e Gustavo Krüger. O site vendia de produtos de saúde e beleza a itens eletrônicos e para casa.

Atendimento no WhatsApp: Americanas Atinge 3,5 Milhões de Pedidos no App em seis meses

Ainda em março, quando a pandemia do novo coronavírus fez com que o Brasil adotasse o isolamento social, as Lojas Americanas aceleraram a ideia de criação de um canal de vendas via aplicativos de mensageria e, em parceria com a Botmaker, desenvolveu o robô “Na sua Casa”, com inteligência artificial e elementos de machine learning. Atualmente, o bot pode ser acessado via Facebook Messenger, Webchat (chat no site) e WhatsApp e, em setembro, ou seja, seis meses após o início de suas atividades, o novo canal de compras atingiu o volume de 3,5 milhões de pedidos e vendas realizados. Nele, é possível acessar as 1,7 mil Lojas Americanas espalhadas pelo País.

Como funciona

Para acessar o chatbot via WhatsApp, o usuário deve ter o número de celular da loja mais próxima e adicioná-lo nos contatos do seu smartphone. Ao acionar as Lojas Americanas, uma hashtag é inserida automaticamente na primeira mensagem a ser enviada pelo usuário. No lugar do tradicional Oi/Olá, o usuário deve mandar essa mensagem pois indica a localização (bairro) da loja mais próxima. Logo em seguida, o robô envia um PDF com o catálogo específico, com alguns produtos. Neste momento, são itens para o verão, com opções de protetor solar, além de itens de higiene, entre outras opções.

Depois, o robô pede o nome do produto que deseja comprar. Neste caso, o usuário deve digitar um item por vez.

Evolução

Em março, quando a solução começou a funcionar, o robô chegou com algumas limitações, com transbordo para o atendimento humano sendo feito rapidamente. O bot iniciava a conversa com o consumidor pedindo endereço para fazer a geolocalização da loja mais próxima e logo em seguida passava para o atendimento humano.

A Botmaker optou por um formato de URA, de modo a ser possível guiar o usuário, mas permitindo o envio de elementos que possam ajudar na compra, como um áudio ou uma foto. “A gente vai guiando o usuário como uma URA, pedindo informações. Geralmente, quando montamos um robô para os nossos clientes, recomendamos trabalhar com bots que sejam guiados, mas com a possibilidade de o usuário enviar algo para a gente interpretar do lado de cá”, resume Alfredo Bitencourt, head de sales da Botmaker, em conversa com Mobile Time.

Porém, com o tempo, o Na sua Casa foi ganhando novas funcionalidades e, hoje, o usuário pode escrever os produtos que deseja, além de ter um carrinho de compras. “A cada semana temos uma nova feature. Atualmente, o bot identifica o que o usuário escreve, a quantidade e o atendimento humano apenas fecha a compra. Entregamos para ele com a faca e o queijo na mão”, diz Bitencourt.

Depois que o usuário encerra as compras, deve passar na loja mais próxima para pagar e pegar os produtos.

Outras funcionalidades

O uso do robô pelo WhatsApp foi expandido para outras áreas da companhia como Atendimento ao Cliente (SAC) e Gente (RH). De acordo com a Botmaker, apenas no final de 2020, a Americanas recebeu mais de 200 mil inscrições para seus processos seletivos pela ferramenta.

A Botmaker

A Botmaker é capaz de conectar o robô das Lojas Americanas em 19 canais diferentes, mas, no momento, o Na sua Casa está no Facebook Messenger, Webchat do site das lojas e no WhatsApp. “É possível plugar no Instagram Direct Messenger, nas fanpages do Facebook, nas páginas do Twitter, Instagram, Slack, Telegram, além dos assistentes de voz, como Google Assistente e Alexa”, enumerou Bitencourt. De acordo com o executivo, outras funcionalidades devem aparecer no robô, mas por questões estratégicas das Lojas Americanas não informou quais.

Os robôs da Botmaker possuem inteligência artificial proprietária e processamento de linguagem natural (NLP, na sigla em inglês) no qual a máquina entende diferentes formas de dizer a mesma coisa. “A plataforma da nossa IA, junto com os outros projetos da empresa acumulam informações suficientes para que o robô seja capaz de interpretar o que está sendo dito, com sugestões de palavras semelhantes àquelas usadas como gatilho pelo usuário”, explica Bitencourt.

Delivery cresce e já tem penetração de 80% em zonas urbanas

Depois de reduzido o foco nas compras de abastecimento durante o início do confinamento, em março, um dos primeiros impactos da pandemia no comportamento de compras no Brasil foi o aumento do delivery de refeições.

A nova maneira de consumo virou tendência logo em abril e, desde então, vem ganhando cada vez mais espaço e coloca o Brasil ao lado dos mercados asiáticos quanto à popularidade. Por aqui, o serviço tem mais de 80% de penetração nas zonas urbanas entre os consumidores de até 50 anos e demonstra ainda mais oportunidade de crescimento. É o que aponta o levantamento Consumer Insights da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria.

A combinação de novas ocasiões de compra e novos usuários é o que faz o serviço continuar expandindo, especialmente durante os dias da semana. O segundo trimestre de 2020 registrou aumento de 27% nos pedidos de entregas em domicílio de segunda a sexta-feira em relação ao primeiro trimestre. Já no terceiro, a alta foi de mais 15% em relação ao anterior. Ainda no curto prazo, os pedidos de fim de semana tiveram incremento de 20% entre abril e junho versus janeiro a março, e outros 6% de resultado positivo entre o terceiro e o segundo trimestres.

De acordo com o estudo, o grupo que mais usa o serviço é composto de pessoas que já eram compradoras frequentes de refeições fora do lar antes da pandemia. Outra característica é que são homens em sua maioria, com idades entre 25 e 34 anos, que vivem em zonas urbanas e de classes altas.

Além disso, na América Latina, o prazer de aproveitar uma refeição em família ou de experimentar algo novo e o sentimento de merecer este “presente” são as principais motivações. Este ‘enjoyment’ foi o motivo para 86% dos mexicanos e 75% dos brasileiros. Globalmente, esse número cai para 59% e os outros 41% elegem a conveniência como razão. Olhando apenas para o Brasil, vontade de algo diferente e prazer são os principais motivadores em São Paulo e nos estados do Nordeste, enquanto o hábito é o que impulsiona os moradores da região Sul e do Rio de Janeiro a acionarem o serviço de entrega.

Um pouco na contramão dessa imensa popularização do delivery, o e-commerce para compras de FMCG (bens de consumo massivo) ainda enfrenta restrições entre brasileiros, mesmo tendo melhoria lenta. Por aqui, apesar de 350 mil novos lares terem escolhido o canal no terceiro trimestre do ano em relação ao segundo, 51% dos consumidores disseram preferir fazer compras em lojas físicas mesmo durante a pandemia. Entre setembro de 2019 e o mesmo mês de 2020, o canal ganhou apenas 9,4% em penetração e é o WhatsApp a plataforma com maior nível de aceitação, enquanto mídias sociais e sites têm o pior desempenho.

Os principais desafios para o crescimento do canal estão relacionados com segurança e a figura do vendedor. Para 44% dos brasileiros, não ter um funcionário para tirar dúvidas é uma barreira, 33% dizem não confiar em fornecer dados para compras on-line, 19% não encontram o sortimento esperado e 16% se preocupam com o atraso nas entregas e não têm esperanças de que esse aspecto irá melhorar rapidamente.

 

Varejo brasileiro deve perder R$ 15,8 bilhões com os feriados de 2021

O varejo brasileiro deixará de faturar R$ 15,8 bilhões com os 12 feriados nacionais do calendário oficial de 2021, mostra um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O montante representa 0,8% de tudo o que o setor vende ao longo de um ano.

O comércio terá mais perdas financeiras com os feriados e pontes neste ano do que as previstas no início de 2020, antes de a pandemia de Covid-19 chegar ao País: a estimativa atual é 7,1% maior do que a do ano passado, na comparação dos montantes absolutos.

No entendimento da federação, o aumento das perdas se explicará pelas medidas de isolamento social e pelos novos hábitos, como o trabalho remoto – que, no caso do comércio, reduzem as chamadas “compras por impulso” (só possíveis quando as pessoas circulam por entre as lojas na ida e no regresso do trabalho, ou no horário de lazer).

Supermercados serão os mais afetados

Levando estes montantes em conta, os supermercados serão os mais atingidos pelos feriados deste ano: a projeção é de um faturamento de R$ 8 bilhões a menos em comparação à projeção de 2020. Já considerando as variações, a perda mais significativa será do setor de móveis e decoração: 20,9% a menos de faturamento do que o previsto em 2020. Em seguida, estão as lojas de roupas e calçados (-19,6%) e as farmácias e perfumarias (-9%).

No Estado de São Paulo, o prejuízo será da ordem de R$ 6,4 bilhões – 5,2% a mais do que o previsto no início do ano passado. Vale lembrar que o Estado tem um feriado a mais: 9 de julho, data da Revolução Constitucionalista de 1932. Da mesma forma que os dados nacionais, os supermercados terão a maior queda monetária (R$ 3,53 bilhões a menos).

Além do fato de os feriados serem datas importantes para outros setores da economia, como os serviços e o turismo, eles também podem ser produtivos para os comerciantes. A orientação da FecomercioSP é ampliar os canais digitais, melhorando o atendimento on-line e otimizando os espaços de compras pela internet.

A estimativa da entidade é que o comércio eletrônico cresça 6% em 2021, chegando a um faturamento anual de R$ 31,1 bilhões. Para compartilhar uma fatia deste mercado, no entanto, é fundamental ter uma presença on-line mais robusta.

Como aumentar as vendas nos feriados?

Mas há outras práticas que podem melhorar os fluxos nos feriados nacionais: criar promoções – principalmente de produtos parados no estoque – é uma alternativa comum nestas datas e que sempre dá bons resultados. Elas também podem entrar em vigor após uma comparação entre as últimas médias diárias de vendas, com o ano passado, principalmente.

Outra dica interessante é promover parcerias com o setor de serviços nas quais o consumidor tenha a possibilidade de ganhar um benefício em restaurantes ou cinemas, por exemplo, na hora de adquirir determinado produto.

A FecomercioSP orienta que os empresários do setor deem mais atenção ao tipo de demanda em meio à pandemia: famílias que queiram se deslocar, mas cujos membros vão continuar trabalhando em regime home office e procuram por lugares com distanciamento social. Para atraí-las, as estadias devem ser flexíveis e as tarifas precisam ser mais atrativas.

B2W Digital encerra 2020 com rede de 81 lockers

Investindo fortemente em inovação e em soluções O2O (On-line to Off-line), a fim de tornar a experiência de compra de seus clientes cada vez mais completa, a B2W Digital — dona das marcas Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato – encerrou 2020 com uma rede de 81 lockers (armários inteligentes para retirada de compras on-line) instalados nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Este ano, companhia pretende chegar a 300 pontos.

Os lockers fazem parte da estratégia da B2W de oferece aos clientes a possibilidade de resgatar itens de maneira acessível, nos mais diversos horários, e ficam instalados em postos de combustíveis, estações de metrô e lojas físicas.

O cliente que opta pela modalidade de retirada em um dos lockers, recebe um QR code em seu celular para desbloquear a máquina e retirar seu pacote em um processo que dura cerca de 15 segundos. Além de otimizar o tempo de retirada dos produtos pelos consumidores, os equipamentos agilizam o processo de entrega dos pedidos e também podem ser utilizados para logística reversa, no caso de trocas e devoluções, trazendo facilidades tanto para os consumidores quanto para os lojistas parceiros da plataforma de marketplace da B2W.

Primeiro quiosque do Magalu é montado em shopping, em SP

Três novas operações passaram a integrar o mix de quiosques do Central Plaza Shopping, localizado na zona leste de São Paulo. Dentre as novidades, está o Magazine Luiza, maior ecossistema pra compra e venda do Brasil, que montou o primeiro quiosque independente da marca, focado na venda de celulares e localizado próximo ao corredor da Praça de Alimentação.

Além do quiosque, o shopping já tem uma loja-âncora do Magalu, que oferece mix completo de produtos aos consumidores. A unidade está localizada no acesso 10, próximo à entrada da linha Tamanduateí do metrô.

Há ainda as novas operações da Chilli Beans e da Aq Concept. Localizado no corredor central, o quiosque da Chilli Beans oferece variedades de produtos em óculos de sol, armações para óculos de grau, relógios, entre outros acessórios. Já a unidade da Aq Concept está no corredor em frente ao cinema e apresenta uma variedade de marcas e modelos no segmento de acessórios para celulares, como capinhas, películas e suportes diversos, entre outros.

Consumo digital: oportunidades e desafios no ano

Um novo ano se inicia e, apesar da esperança da chegada de uma vacina, 2021 ainda carrega uma aura de incertezas. O contexto de isolamento social e a consequente digitalização trazida pela pandemia da Covid-19 mudaram o comportamento e a jornada de consumo dos usuários ao redor do mundo. No entanto, a maneira como essas transformações vão se comportar nos próximos meses, quais tendências devem se manter e quais ganharão novos contornos são perguntas ainda não respondidas pelo mercado.

Com esse dilema, ao longo do último ano, empresas de pesquisa imergiram nos hábitos e dados dos consumidores para traçar caminhos possíveis para anunciantes e agências. Sabrina Balhes, head de digital media da Nielsen, foi uma das responsáveis por encarar esse desafio na companhia. Ela compilou insights sobre os ensinamentos e futuro do mundo digital em 2021. Em entrevista ao Meio & Mensagem, ela fala sobre os desdobramentos da digitalização trazida pela pandemia e as oportunidades para as marcas no novo mercado que se apresenta.

Meio & Mensagem – Quais são as principais tendências às quais o mercado deve estar atento em 2021?

Sabrina Balhes – O processo de digitalização foi acelerado através da pandemia principalmente ao e-commerce ser adotado por segmentos de clientes que antes eram resistentes a eles. Com isso, muitos negócios que não estavam atuando de forma consistente e estratégica no meio digital se viram em uma situação complicada.  Os touchpoints das marcas com o consumidor estão mais do que nunca migrando do ambiente físico para o digital. O maior desafio é trabalhar a experiência omnichannel de forma fluida e inteligente. Com isso, a inteligência artificial e a personalização ganham corpo em 2021. Quanto a novidades, vamos começar a ver mais aplicações de realidade aumentada, IoT e assistentes de voz nas experiências de marca.

M&M – Quais desafios podem surgir a partir da acelerada digitalização trazida pela pandemia? O que muda quando o assunto é experiência do consumidor, especialmente, nas compras on-line?

 

Sabrina Balhes – O grande desafio além da digitalização, é o gerenciamento estratégico dos dados de acessos e clientes vindos dos canais on e off. Eles devem ser usados principalmente para três frentes. A primeira é a integração. Você deve saber identificar o seu cliente estando ele na loja física ou on-line, para continuar a relação da marca sem interrupções. A segunda é a publicidade, que deve ser feita de forma cada vez mais personalizada, focando nos segmentos mais rentáveis e adaptando as mensagens e produtos oferecidos às preferências individuais de cada pessoa. A terceira é o ambiente receptivo, ou seja, o próprio aplicativo/ site da marca. Neles, é essencial oferecer facilidade de navegação para encontrar os produtos, personalização do que é ofertado de acordo com o seu perfil e dados de navegação anteriores, além de facilidade para fazer o checkout. Esse último pode ser feito ao pedir o mínimo de informações possíveis, por exemplo ao integrar com perfis de meios de pagamento on-line e cadastro automático por login por redes sociais.

M&M – Como essa integração on e off-line deve se desenvolver no próximo ano? Quais são as oportunidades para as marcas?

Sabrina Balhes – A oportunidade está em conhecer o seu cliente e trabalhar isso como diferencial competitivo nos canais on e off. Na prática, quando um cliente entra na sua loja física, você pode identificar os seus últimos produtos acessados e favoritados na loja on-line, últimas buscas e drivers de compra (por exemplo: frete grátis, descontos) e oferecer um push personalizado no seu celular ou fazer uma abordagem mais direcionada através de seus vendedores e pontos de contato da loja. Já estamos vendo exemplos de lojas físicas que usam o reconhecimento facial para identificar clientes e integrar a sua experiência on e off, tendo com isso mais chances de satisfação e conversão.

M&M – O streaming viveu um momento intenso de entrada de novos players e crescimento na audiência. Como fica esse cenário em 2021?

Sabrina Balhes – O ano de 2020 trouxe para o consumidor muitas opções novas de streaming o que faz com que de duas uma: ou ele assine mais serviços para cobrir tudo o que ele quer assistir, ou ele agora tenha que decidir dentro de um leque maior de opções qual serviço mais atende o que ele procura. Fizemos uma pesquisa no começo do ano com esse público e pudemos constatar que a segunda opção é a mais comum para os brasileiros, já que a maioria não está disposto a pagar por mais de um serviço de assinatura de streaming devido a restrições de orçamento. Portanto, 2021 para os serviços de streaming será uma disputa mais acirrada pela primeira posição em preferência. Outro desafio será manter a fidelidade desses serviços já que os consumidores mostraram forte tendência a trocarem com uma certa frequência entre eles de acordo com o que estão interessados em assistir.

M&M – Com o crescimento do streaming, como chega a TV em 2021? Quais oportunidades comerciais podem ser exploradas, pensando na integração com outras telas?

Sabrina Balhes – A TV aberta, mesmo em tendência de queda de audiência, continua com um alcance gigante no Brasil e é essencial para construir alcance rápido em um público amplo. A TV por assinatura por sua vez se vê tendo que competir cada vez mais com os serviços de streaming, que estão mais numerosos e são em sua maioria mais acessíveis. Para ambas, a integração do conteúdo off-line com o conteúdo digital é essencial para se manterem atuais e explorarem as oportunidades comerciais. Programas de TV, por exemplo, estão fazendo parcerias com grandes lojas de departamento de roupas para venderem on-line e nas lojas físicas os “looks” usados pelos participantes. QR codes são disponibilizados para o consumidor acessar no seu smartphone mais conteúdos referentes ao que ele está assistindo, como uma receita ou link de compra. Grandes fluxos de visitas são gerados para e-commerces através de comerciais hardsell com apelo ao grande público… O que vemos é que a estratégia multimídia é chave e a TV continua indispensável para os maiores anunciantes do país.

M&M – Como 2020 e a pandemia alteraram o papel do marketing de influência nas estratégias? O que podemos esperar para 2021?

Sabrina Balhes – O marketing de influência continua crescendo como nunca, principalmente com a integração dos e-commerces e redes sociais. Estamos vendo cada vez mais a estratégia de afiliados ser explorada, marcas apostando em linhas lançadas pelos influenciadores e mensuração da ressonância deles com a marca, como a da nossa solução de Influencer Brand Effect que deslanchou esse ano sendo adotada por grandes clientes. Fora isso, o que mais muda é a relação do público com os influenciadores. No ano de 2020 vimos a cobrança para eles “saírem da bolha” e terem mais responsabilidade com o seu poder de influência. Muitos influenciadores foram duramente criticados por ignorarem a pandemia e fazerem festas mostrando estarem alheios ou indiferentes à realidade da maioria dos brasileiros no momento. O papel social dos influenciadores ficou mais evidente, e eles devem ter os seus valores alinhados com os das marcas que estão promovendo para não serem prejudiciais à elas.

 

Governo digital: a revolução da nuvem no setor público

A Amazon Web Services-AWS, está na dianteira de uma série de projetos de transformação digital em governos de todo o mundo. Com o uso de computação em nuvem e recursos como inteligência artificial, o Brasil é um dos exemplos desse movimento, em áreas como saúde e educação.

A computação em nuvem encurtou o caminho para a transformação digital. Apoiadas nesse modelo, muitas startups resolveram antigas dores de variados setores e desafiaram as empresas tradicionais. Essas, por sua vez, encontraram no conceito uma maneira de reagir rapidamente a essas inovações.

Os avanços proporcionados por essas tecnologias não estão restritos, no entanto, à iniciativa privada. Cada vez mais, elas estão a serviço de governos em todo o globo, como uma ferramenta ágil e avançada de auxílio na implementação de políticas públicas e de resposta a uma série de desafios nessa esfera.

“Estamos vendo muita inovação acontecendo na nuvem, inclusive entre os governos”, afirmou Teresa Carlson, vice-presidente global da Amazon Web Services (AWS) para o setor público e Indústria, no último 16 de dezembro, em painel sobre o tema no re:Invent, um dos principais eventos de inovação e tecnologia do mundo. O debate contou ainda com a participação de Jeffrey Kratz, diretor geral da AWS para o setor público na América Latina, Canadá e Caribe, e do presidente da Colômbia, Iván Duque.

Líder de mercado, a AWS está na dianteira de muitos desses projetos. “Alguns países estão mais rápidos do que outros. Mas a nuvem será um grande diferencial e um equalizador para as economias de todo o mundo”, disse Teresa. “E, com a Covid-19, houve um impulso nesse processo. ”

Segundo a executiva, esse contexto exacerbou a necessidade, que já era latente, de os governos, em todas as suas instâncias, estabelecerem uma comunicação direta, rápida e mais fluida com os cidadãos. Um desafio que ganhou contornos ainda mais críticos com as restrições impostas nesse cenário.

“Criamos muitos call centers virtuais por meio do Amazon Connect”, disse Teresa, em uma referência à plataforma da AWS que permite consolidar estruturas de atendimento remoto. “E o setor público, imediatamente, começou a recorrer a data lakesmachine learning e inteligência artificial, para aplicações como distribuição de testes e controle do número de leitos disponíveis nos hospitais. ”

O governo brasileiro e os demais elos do setor público no País trazem alguns bons exemplos do que foi e do que está sendo feito. Isso inclui projetos que já estavam na agenda antes da pandemia e que foram antecipados por conta dela.

É o caso de uma iniciativa do DATASUS, braço de tecnologia do Sistema Único de Saúde (SUS), vinculado ao Ministério da Saúde. O órgão tinha um programa de coleta de dados em hospitais estaduais previsto para ser implantado no terceiro trimestre deste ano, mas que foi acelerado devido à pandemia.

Já no InovaHC, núcleo de inovação do Hospital das Clínicas, em São Paulo, a AWS doou toda a infraestrutura de nuvem para processar e armazenar imagens da plataforma “RadVid-19”, que centraliza radiografias e tomografias computadorizadas de casos confirmados ou suspeitos de infecção.

A partir dessa base unificada em um banco de imagens, a plataforma cruza dados por meio de inteligência artificial para ampliar as chances de um diagnóstico mais assertivo. Outro componente crítico para o segmento da saúde, a disponibilidade dos serviços também esteve no centro de outros projetos.

A educação também atraiu a atenção do setor. Nessa área, a AWS forneceu, gratuitamente, a infraestrutura de computação em nuvem para assegurar a transmissão das aulas on-line ministradas aos alunos da rede pública estadual de São Paulo. De um volume inicial de 1,5 milhão de alunos do ensino fundamental, a ação foi ampliada, recentemente, para 3,5 milhões de estudantes.

Diante do quadro de desafios da educação, a adoção da nuvem não se esgota nessas ações mais urgentes. Junto ao setor público, a AWS vem trabalhando para reforçar a importância de capacitar as novas gerações, especialmente em regiões como a América Latina, para as habilidades do futuro.

Sob essa visão, durante o re:Invent, a companhia anunciou a meta de treinar, gratuitamente, 29 milhões de pessoas em todo o mundo com conhecimentos de computação em nuvem. Esses números serão perseguidos por meio de programas desenvolvidos pela empresa, como o AWS Educate.

“Temos falado sobre a importância das capacidades digitais e do aprendizado contínuo”, afirmou Teresa. “Como líderes na nuvem, sabemos que nossa responsabilidade é garantir que esses alunos tenham acesso às habilidades corretas. ”

Dentro desse escopo, em novembro, o governo do Estado do Ceará, por meio da ETICE, sua empresa de tecnologia da informação, firmou um acordo de colaboração com a AWS para a criação do primeiro Centro de Competências para a Transformação Digital no País.

O centro será focado em pilares como a empregabilidade e o empreendedorismo. E, a partir dos programas AWS Educate e AWS Academy, os alunos terão acesso à formação gratuita em habilidades de computação em nuvem, além da possibilidade de inscrição em 12 planos de carreira em serviços e aplicativos, com conteúdo focado nas posições em nuvem mais procuradas pelo mercado.

“Vamos seguir investindo na região para ajudar alunos a estarem melhor preparados e criar especialistas como cientistas de dados”, disse Kratz. “E também para que eles criem a próxima Netflix ou Airbnb. ”

É também com essa visão mais ampla e de longo prazo que o governo da Colômbia vem implementando um leque de projetos, sob a liderança do presidente Iván Duque e com o apoio da AWS em muitas dessas ações. Entre elas, um programa que tem como meta treinar 100 mil programadores.

“Há dois anos, quando assumi o governo, estabeleci o plano de tornar o país o Vale do Silício da América Latina”, afirmou Duque, durante o painel. “E minha ambição é conseguir fazer da Colômbia o lugar onde teremos o maior nível de capacitação na quarta revolução industrial. ”

Para isso, além da educação, o governo colombiano vem lançando mão de diversas frentes. Entre elas, a construção de um arcabouço regulatório que estabelece incentivos e contrapartidas para startups, e a elaboração de uma legislação que cubra os limites éticos da inteligência artificial. Sem, no entanto, barrar a inovação trazida por esse conceito.

 

 

 

Vendas omnichannel e social commerce: as tendências de 2021

Consumo via apps e plataformas sociais deve seguir em alta, mas lojas físicas também terão demanda, segundo estudo da Criteo.

Não foram poucos os estudos e pesquisas que mostraram que 2020 foi o ano da aceleração digital. A pandemia acabou obrigando as empresas que ainda não tinham canais digitais de venda a adentrarem na esfera on-line, ao mesmo tempo em que incrementou as ferramentas e atuação das grandes marcas que já contavam com uma plataforma de e-commerce robusta. Simultaneamente, redes sociais como Facebook e WhatsApp acabaram indo além da função de plataformas de comunicação e se tornaram canais de compra e venda.

Esses novos hábitos de consumo que prevaleceram durante os meses de pandemia devem se prolongar ao longo de 2021, de acordo com pesquisa realizada pela Criteo. O estudo da empresa procurou apontar como as novas formas de consumo penetraram no dia a dia de consumidores e de empresas e como esses hábitos devem prevalecer neste novo ano.

Sobre a onda das compras digitais, a Criteo mostra que 56% dos entrevistados afirmaram que compraram em canais de e-commerce pela primeira vez durante o período mais árduo da pandemia (primeiro semestre de 2020). Embora o País tenha visto esse crescimento no e-commerce e nas compras on-line – movimento que criou uma base de clientes fiéis – é importante lembrar que muitos consumidores brasileiros ainda não têm acesso à internet, um dispositivo pelo qual eles podem fazer uma compra on-line ou nem mesmo um cartão de crédito, conforme alerta Tiago Cardoso, diretor-geral da Criteo para a América Latina.

Por esses motivos, o ponto de venda mais prático e acessível, muitas vezes, acaba sendo a loja física. “Esperamos ver um aumento nos níveis de venda em lojas físicas no período pós-pandemia, levando em consideração que os consumidores também sentem falta do contato e das interações humanas. Segundo nossa pesquisa, 69% dos brasileiros sentem falta de fazer compras e lojas físicas”, aponta.

Cardoso lista algumas estratégias que as marcas podem utilizar para atrair os consumidores para os pontos de vendas físicos. Um deles, ainda bem conectado à atmosfera de receio trazida pela pandemia, é investir nas medidas de segurança e higiene para mostrar aos consumidores que eles encontrarão um ambiente propício. Além disso, as empresas também podem priorizar ofertas exclusivas para as lojas físicas e aproveitar as novas experiências de pagamentos digitais sem toque. “Outra estratégia bastante interessante para o varejista é casar as compras digitais com as físicas de maneira eficaz, incorporando e fortalecendo a estratégia de coleta de produtos por drive-thru, fazendo com que os consumidores iniciem o processo de compra no on-line e terminem no off-line”, sugere o diretor-geral da Criteo.

 Empatia e objetividade

Outro recorte da pesquisa da empresa diz respeito à abordagem e relação direta da marca com os consumidores. Segundo a empresa, mais do que nunca será fundamental que as empresas se adaptem de forma adequada para conquistar o engajamento dos clientes, entendendo suas necessidades e atendendo suas demandas com empatia e qualidade de serviço. Segundo a Criteo, um usuário passa, em média, até quatro semanas decidindo sobre a marca certa para suas necessidades e 73% dos entrevistados afirmou que estão dispostos a considerar uma marca totalmente nova nesse processo.

“Para as marcas maiores, que já têm visibilidade e influência, minha sugestão é tripla: seja simples, óbvio e informativo. As marcas também devem estar extremamente cientes do tom de suas mensagens, pois a comunicação em tempos difíceis exige muito mais responsabilidade”, lembra Cardoso. O executivo alerta, também, que as marcas devem ampliar suas estratégias omnichannel, ampliando os investimentos em publicidade on-line. A internet, diz ele, tem sido uma ferramenta incrivelmente eficaz para os profissionais de marketing neste momento e o uso de smartphones está crescendo e demostrando um enorme potencial. “Mesmo que a marca não venda on-line, uma presença on-line é importante para a marca sobreviver. O cliente precisa ver que pode facilmente entrar em contato com a empresa.

 

Social-commerce
O executivo também explica que a digitalização do consumo acabou abrindo caminho para a exploração do social commerce – a criação de canais de vendas dentro de aplicativos de mensagens e redes sociais – e que as marcas devem estar atendas para explorar essa tendência. A opção de catálogo do WhatsApp (oferecida em 2020 pela plataforma) é um exemplo do potencial desse canal, segundo ele.

 

 

Amazon cria serviço de roupas personalizadas feitas com avatar digital

A Amazon lançou nos Estados Unidos um novo serviço de roupas personalizadas chamado Made for You. Com ele, o usuário pode criar um “dublê de corpo virtual” após passar algumas informações específicas, como suas medidas e tipo de corpo.

O primeiro produto disponível é uma camiseta que custa US$ 25. Além de ser feita considerando suas medidas, há uma grande variedade de cores, tecidos, decotes e até tipos de mangas para você escolher.

Para criar seu avatar, é necessário enviar duas fotos de corpo inteiro – mostrando principalmente a região do torso. Depois disso, é só inserir altura, peso, circunferência da cintura e formato do corpo para ter um dublê personalizado.

Amazon no setor de moda

A novidade já tem chamado a atenção de influenciadores do mundo da moda e esse tipo de serviço é um diferencial que deve ajudar a Amazon a competir com grandes lojas de varejo de roupas.

Segundo o site The Verge, a empresa ressalta que as fotos enviadas são excluídas imediatamente após a criação do avatar e que eles estão aprimorando o serviço para oferecer mais opções e peças com diferentes estilos considerando o feedback dos clientes.

O lançamento do Made for You segue a linha do Echo Look, um assistente virtual da Amazon que dá conselhos de moda e ajuda a pessoa se vestir, e do Halo, uma pulseira que vem atrelada a um aplicativo fitness e cria um modelo do seu corpo em 3D.