Pagamento por WhatsApp facilita vida do consumidor e intensifica guerra por clientes

O que você precisa saber

  • O pagamento via WhatsApp foi lançado no Brasil e, aos poucos, vai chegar a todos os usuários da plataforma.
  • Para especialistas, a novidade traz ainda mais poder aos consumidores brasileiros e vai acentuar a guerra das empresas financeiras pelos clientes.
  • O serviço funciona com uso de cartões de bancos participantes das bandeiras Visa e Mastercard e os pagamentos são processados pela Cielo.
Com a chegada do Pix, as transações financeiras entre pessoas físicas passaram a ser instantâneas, sem custo e mais fáceis. O pagamento via WhatsApp, recém-lançado no Brasil, segue a mesma lógica, com a diferença de que não é preciso acessar um aplicativo de banco ou ler um QR Code: basta entrar na conversa com a pessoa escolhida e transferir o dinheiro.

Os especialistas ouvidos pelo 6 Minutos avaliam que a novidade traz ainda mais poder aos consumidores brasileiros, que estão em busca de serviços bons e baratos, e vai acentuar a guerra das empresas financeiras pelos clientes.

“A guerra que já existe por taxas mais competitivas no mercado financeiro vai ficar cada vez mais latente com a chegada do WhatsApp Pay”, afirma Peterson dos Santos, fundador da fintech Trio.

O Pix já tinha feito com que os bancos e fintechs promovessem ações de atração de clientes e, com o WhatsApp, o movimento deve ser parecido: todos os players vão querer que os clientes usem seus cartões para pagar com o aplicativo de mensagens.

André Barretto, fundador da Unike Technologies, afirma que, para as bandeiras de cartões e para as adquirentes (por enquanto só a Cielo está na operação), a novidade é ótima para aumentar o volume de transações financeiras. Segundo ele, as pessoas tendem a consumir mais quando têm serviços mais práticos. Se antes uma pessoa pagaria o cafezinho para a outra com uma nota, este tipo de transação pode facilmente ser feita por uma conversa do aplicativo de mensagens.

“A tendência é que as empresas de pagamento mudem a jornada de consumo, oferecendo experiências com menos atrito, mais simples. Hoje as pessoas estão buscando mais conveniência. O Pix já trouxe comodidade perto do que era fazer um DOC ou TED. O WhatsApp eleva esse patamar”, afirma Barretto.

Já os bancos perdem uma parte da receita que acumulam com as contas correntes. Em coletiva de imprensa nesta semana, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse que WhatsApp Pay e o Pix são ferramentas que os clientes querem, mas que impactam nas receitas dos bancos, por serem gratuitas – fazendo com que busquem mais clientes e novas fontes de receita.

O que as bandeiras dizem sobre a novidade? “Com acesso a diferentes possibilidades o consumidor poderá optar por aquela que lhe entrega maior valor agregado, seja pela disponibilização imediata de fundos, pela praticidade ou pela rapidez”, afirma João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard Brasil e Cone Sul.

“Vivemos a era do empoderamento do consumidor. O cliente tem o controle na ponta dos dedos e vai escolher qual a solução que melhor lhe convém”, afirma Percival Jatobá, vice-presidente de Soluções e Inovação da Visa do Brasil.

WhatsApp Pay ou Pix? Para os especialistas, a nova funcionalidade não vai acabar com o Pix, vem para somar – principalmente porque existem diferenças entre elas.

A principal diferença entre os dois serviços é que o Pix precisa ser feito dentro do aplicativo do banco, enquanto no WhatsApp, é concluída diretamente na conversa. Ambas tecnologias são gratuitas e o dinheiro é transferido automaticamente.

Pagamento via WhatsApp Pix
Onde é feito Em uma conversa do WhatsApp Dentro do aplicativo do banco
Valor máximo de transferência R$ 1 mil por transação, com limite de R$ 5 mil por mês Varia de acordo com o banco e horário
Custo Gratuito Gratuito
Quando pode ser feito A qualquer momento A qualquer momento
Quem pode usar Pessoas físicas que já tiveram o serviço habilitado Qualquer pessoa física com conta bancária

A solução vai promover a inclusão financeira? Para os especialistas, sim. Jatobá diz que foi fundamental a inclusão de cartões pré-pagos no sistema para fazer com que mais pessoas consigam fazer transferências pelo WhatsApp – mesmo quem não tem conta em banco.

O serviço está disponível para clientes do Banco do Brasil, Banco Inter, Bradesco, Itaú, Mercado Pago, Next, Nubank, Sicredi e Woop Sicredi, com as bandeiras Visa e Mastercard.

“A solução impulsiona a inclusão digital e financeira, porque além ser uma solução com a experiência do usuário muito simples e fácil, chega ao mercado com uma capilaridade muito alta, já que o WhatsApp é o aplicativo de troca de mensagens mais usado do país”, afirma Paro Neto – segundo o último levantamento do WhatsApp, realizado em 2017, existem 120 milhões de usuários brasileiros cadastrados na plataforma.

É possível que a solução também aumente a procura por bancos digitais – Barretto diz que pessoas que não tinham conta em bancos podem procurar o serviço em busca de cartões que funcionem no sistema de pagamentos do WhatsApp.

Segundo uma pesquisa realizada pela Mastercard no ano passado, 75% dos consumidores brasileiros gostariam de fazer pagamentos em tempo real independentemente do prestador do serviço. Mais da metade (53%) dos entrevistados gostariam de fazer este tipo de transação por aplicativos de mensagens ou redes sociais.

 

KPMG classifica desempenho de 40 setores um ano após início da pandemia

A KPMG realizou um levantamento analisando os quatro padrões de retomada dos 40 principais setores da economia brasileira após um ano de início da pandemia da covid-19. Segmentos como telecomunicação, agronegócio, varejo e seguros encontram-se na categoria de crescimento, indicam o estudo. As outras três classificações de recuperação estipuladas pelo relatório são: retorno ao normal, transformar para emergir e reiniciar.

De acordo com a pesquisa, podem ser consideradas em processo de crescimento, as indústrias e empresas que miram o mercado pós covid-19, com o comportamento do consumidor favoravelmente alterado durante a crise. Nesse caso, os investidores perceberam um potencial de liderança e fornecem capital para crescer agressivamente durante o período de recuperação. A categoria inclui ainda os setores de tecnologia, construção e higiene.

No segundo estágio de retomada, classificado como retorno ao normal, aparecem saúde, bancos, químicos, renováveis, farmacêuticas, prestadoras e operadoras, pagamentos, bens de consumos cíclicos, transporte urbano, utilidade pública, rodovia e private equity.

Para a KPMG, essas organizações são vistas como essenciais. Elas sofreram efeitos da recessão do distanciamento social, mas se recuperarão mais rapidamente à medida que a demanda do cliente retornar em volumes semelhantes.

O terceiro grupo, “transformar para emergir”, abrange as áreas que se recuperarão, mas ao longo de um caminho prolongado, exigindo reservas de capital para resistir e transformar modelos operacionais e de negócio. Entre elas estão os setores de logística, óleo e gás, açúcar e etanol, cursos técnicos, mídia e esporte, varejos (serviços de alimentação), energia elétrica, automotivo, imobiliário, governos federal e estaduais, bens de consumo não cíclico e gerenciamento de ativos, mineração e metais.

Por fim, em reiniciar, estão as organizações que lutam para se recuperar devido à demanda permanentemente reduzida por ofertas, capital insuficiente para evitar recessão prolongada ou má execução da transformação digital. Aviação, ensino superior, aeroportos e indústria compõem essa categoria.

“A análise destaca que líderes de diferentes mercados têm buscado enfrentar esse momento com resiliência, informação e planejamento estratégico. O estudo aponta as especificidades dos setores abordados, incluindo as tendências, as medidas que as empresas têm adotado para mitigar os reflexos do atual cenário, os principais desdobramentos observados neste último ano, as lições aprendidas e os riscos inerentes aos mercados”, analisa o sócio de clientes e mercados da KPMG no Brasil e América do Sul, Jean Paraskevopoulos.

 

 

Jadlog fatura mais de R$ 1 bilhão em 2020 e pode comprar Correios

Com aumento na oferta de serviços e operação híbrida, Jadlog tem faturamento recorde, dobra de tamanho e sinaliza interesse nos Correios.

Jadlog é uma das maiores transportadoras do Brasil. Inicialmente, a empresa familiar fundada em 2005 na cidade de Leme (SP) tinha foco no B2B. Ou seja, de empresas para empresas. Porém, no fim de 2016 ela foi vendida para o DPDgroup. Trata-se da segunda maior rede de entregas da Europa e pertence ao grupo La Poste, o correio francês.

Assim, o B2C (empresa para o consumidor final) passou a ganhar relevância nas operações da Jadlog. Essa expertise em logística fracionada rendeu bons frutos à companhia. Tanto que em 2020 a empresa faturou mais de R$ 1 bilhão. Ou seja, o melhor resultado de sua história.

Mais de 40 milhões de entregas em 2020

Além disso, superou 40 milhões de encomendas entregues. Em entrevista exclusiva ao Estradão, o presidente e CEO da Jadlog, Bruno Tortorello fala sobre essa evolução. Segundo ele, a estratégia do grupo europeu de separar o negócio de encomendas do de correios foi muito acertada.

Aliás, Tortelllo não esconde o interesse pela empresa pública. Isso, evidentemente, se houver mesmo um plano de privatização. Confira a íntegra da entrevista concedida a Andrea Ramos.

Jadlog foi porta de entrada para América Latina
O fato de o DPDgroup entrar na América Latina pelo Brasil tem relação com o potencial do País?
O Brasil é o maior consumidor da América Latina. Por sua vez, o DPD busca mercados com potencial relevante de crescimento. Além de fortalecer as operações cross border (além das fronteiras). Por isso, vem fazendo aquisições em vários países.

Nesse sentido, o potencial de crescimento do comércio eletrônico no Brasil é muito grande. Afinal, na comparação com alguns países europeus ou com os Estados Unidos, o volume de negócios nesse segmento ainda é baixo. Tanto que devemos crescer entre 7% e 8% no varejo pós-pandemia. Ou seja, se o DPD quer avançar na América Latina, tem de começar pelo Brasil.

Aposta em B2B e B2C

E por que o DPD escolheu a Jadlog?
Quando começou a prospectar o mercado, o DPD conversou com várias empresas. Ou seja, tanto do B2B quanto do B2C. Mas, por característica, a empresa é híbrida. Ou seja, atua com frete fracionado nos dois segmentos por meio do e-commerce.

Assim, no Brasil a Jadlog era uma das poucas empresas que operavam da mesma forma. Logo, embora fosse mais forte no B2B, a Jadlog cobria bem o B2C. Além disso, apresentava bom potencial de crescimento. Nesse sentido, em 2016 nosso faturamento já era bastante representativo na comparação com outras companhias que estavam ingressando na área.

Faturamento recorde

Estar sob o guarda-chuva do DPD ajudou a Jadlog a ‘virar a chave’ para o mundo digital?
Sim, sem dúvida. Tanto que de 2017 para cá quadruplicamos nosso volume de operações. Como resultado, o faturamento em 2020, de mais de R$ 1 bilhão, foi recorde.

Ou seja, conseguimos antecipar uma meta prevista para 2023. Nesse sentido, a pandemia trouxe um amadurecimento digital. O mercado mudou drasticamente. Quem já comprava pela internet passou a comprar mais. E quem não comprava teve de se adaptar. O Ebit estima que 13 milhões de novos consumidores passarão a utilizar o comércio eletrônico apenas em 2021.

Transportadora híbrida

O sr. acredita que as empresas tradicionais adotarão o sistema híbrido para crescer?
É muito difícil atuar com B2B e B2C utilizando a mesma estrutura. Seria preciso haver visões diferentes dentro do mesmo negócio. E ao mesmo tempo, fazer essas áreas coexistirem. Portanto, há poucas empresas que conseguem equilibrar isso.

Não acredito que tentar adotar esse sistema seja uma receita para o sucesso. Cada um pode ser notável naquilo que faz. Da mesma forma, a cultura enraizada na empresa tende a limitar tentativas de alçar novos voos.

Carteira com 40 mil clientes no Brasil

Mas a Jadlog conseguiu equilibrar bem as duas operações e crescer…
Sim, é verdade. Nesse sentido, o B2C representa mais de 70% dos negócios. Segundo dados da Abcomm, somos a empresa privada mais utilizada pelas companhias de e-commerce do Brasil. Ou seja, movimentamos mais que o dobro do volume do segundo colocado.

Em síntese, isso é resultado da nossa capilaridade. Em outras palavras, nossos franqueados são mais do que entregadores. São também vendedores de serviços.

Ou seja, temos mais de 40 mil clientes espalhados pelo País. E boa parte deles é atendida por nossos franqueados. Além disso, nossa carteira de clientes inclui empresas como Mercado Livre, Amazon, Via Varejo e Magazine Luiza, entre outros.

Investimento na melhoria dos serviços

O que foi mais determinante para que a Jadlog chegasse a R$ 1 bilhão de faturamento em 2020?
Acima de tudo, vínhamos investindo na melhoria da qualidade dos serviços. Bem como no atendimento de grandes clientes. Ou seja, estávamos bem posicionados quando a pandemia começou. Portanto, conseguimos atender a alta na demanda gerada pelos grandes clientes.

Além disso, a Jadlog conquistou muitos novos clientes regionais por meio dos franqueados. Como resultado, crescemos mais que o dobro da média do mercado.

Ao mesmo tempo, fizemos investimentos em automação e mecanização de hubs. Assim como na infraestrutura e na ampliação da frota. Ou seja, foram aplicados mais de R$ 30 milhões.

Novos hubs em SC e BA

Então a infraestrutura também cresceu?
Sem dúvida. Ou seja, dobramos a capacidade de processamento diário de encomendas na matriz, em São Paulo. Além disso, inauguramos hubs em Joinville (SC) e Salvador (BA).

Ao mesmo tempo, praticamente dobramos a estrutura de nossas 17 filiais espalhadas pelo País. Bem como antecipamos a compra de 20 caminhões trucados.

Aposta na digitalização

Como a digitalização melhorou os processos de entrega?
Todas as nossas entregas na última milha são feitas com o apoio de um aplicativo próprio. Logo, conseguimos fazer um sequenciamento da operação. Assim, o entregador pode até dar a baixa de modo eletrônico.

Com isso, todas as informações são atualizadas em tempo real. Além disso, estamos investindo na melhoria do atendimento para o destinatário.

Ou seja, o cliente pode rastrear a encomenda em tempo real e falar com a empresa por meio de chatbot (robô). Se for preciso, ele será encaminhado a um chat humanizado. Além disso, também oferecemos o método tradicional, por telefone.

Ao mesmo tempo, continuamos investindo na digitalização. Ou seja, estamos colocando inteligência em todos os nossos processos.

Pandemia acelerou mudanças

O que a Jadlog fez para se adaptar às mudanças impostas pela pandemia?
Inicialmente, a pandemia foi traumática. Ou seja, ninguém sabia exatamente o que fazer. Bem como não havia ideia da duração e dos impactos no negócio.

Assim, adotamos todas as medidas de segurança recomendadas. Ou seja, ligadas aos cuidados com a higiene e o distanciamento social.

Ao mesmo tempo, lançamos o Fundo Jadlog Covid-19 que arrecadou mais de R$ 500 mil. Assim, conseguimos beneficiar cerca de 4 mil pessoas ligadas à rede franqueada. Dessa forma, apoiamos os franqueados, que são empresários de pequeno e médio porte.

Black friday gigante

Nesse interim, de abril até o fim de julho aumentamos em 75% as rotas de última milha. Além disso, quase triplicamos nossas linhas de transporte. Ou seja, parecia ser uma enorme black friday.

Nesse sentido, os segmentos mais pujantes foram eletroeletrônicos, itens de esporte, para animais e os básicos. Porém a euforia acabou.

Ou seja, nos três últimos meses de 2020 o consumo começou a cair. Isso foi resultado dos impactos da desaceleração na economia.

Impactos nos investimentos

A longa duração da pandemia poderá atrasar a programação de investimentos?
A Jadlog está vivenciando um nível alto de crescimento. A comparação é com os três primeiros meses de 2020. Ou seja, com o período de pré-pandemia. Seja como for, o mercado está maior, mas não tão pujante como no ano passado. Além disso, o nível de confiança está caindo.

As pessoas estão em casa, mas não vêm consumindo tanto quanto consumiram nesse mesmo período de 2020. Ao mesmo tempo, houve aumentos importantes nos preços de insumos como combustíveis e plástico. Bem como no da cesta básica. Porém, apesar desse cenário, estamos bem porque tivemos um importante ganho de escala em 2020. Assim, vamos crescer neste ano. Porém, menos do que em 2020.

A questão é que essa pressão de alta dos custos vai inviabilizar alguns negócios. O desafio será não repassar esse aumento aos clientes. Dessa forma, pode haver impacto em nosso resultado final. Mas mantemos expectativas ambiciosas. Ou seja, vamos crescer entre 20% e 30% em 2021. Nossa boa capilaridade e a implementação de soluções inovadoras vão garantir esse crescimento.

Evolução nas formas de entrega

Que soluções inovadoras são essas?
Em alguns países da Europa, as entregas out of home (fora de casa, em tradução livre, mas, nesse caso, seria algo como fora do convencional) representam cerca de 35% das operações de e-commerce. Nesse sentido, há duas grandes verticais. Uma é o locker (como armários em estações de metrô) e a outra são pontos de conveniência.

O locker é mais conhecido no Brasil, mas ainda não decolou. No ponto de conveniência o usuário pode retirar uma encomenda, bem como fazer a postagem reversa. Até mesmo um embarcador pode postar um produto diretamente.

Assim, esses locais podem ser os mais diversos. Ou seja, uma cafeteria ou livraria, por exemplo. De todo modo, no Brasil essas soluções representam menos de 5% das operações. Porém, estamos trabalhando para ampliar a oferta desse tipo de entrega.

Custos menores

E como está o andamento desse processo?
Lançamos a opção de entregas em pontos de conveniência em 2018. Logo, somos pioneiros no Brasil. Da lista de mais de 100 clientes fazem parte empresas como Renner, Carrefour e Camicado, por exemplo. É preciso ressaltar que há pessoas que não compram pelo e-commerce justamente porque têm dificuldade para receber encomendas em domicílio. Ou seja, algumas ficam pouco tempo em casa e outras residem em áreas onde os serviços de entrega não operam.

Portanto, enxergamos um grande potencial de crescimento desse serviço. Ou seja, para o cliente há a vantagem do prazo de até sete dias para retirada. Além disso, ele pode ir num horário que seja mais conveniente. Para operador, isso elimina o risco de fazer a viagem, mas não concretizar a entrega. Além disso, esse sistema é de 20% a 30% mais barato que a entrega em domicílio.

Ou seja, será uma alternativa para a oferta do frete grátis. Esse sistema vai ganhar relevância, principalmente no pós-pandemia. Além disso, é uma solução mais sustentável. Ou seja, dá para fazer várias entregas em um único ponto. Assim, deixa de ser preciso passar por vários endereços.

De olho nos Correios

A Jadlog tem interesse nos Correios, caso a estatal seja incluída em um plano de privatização?
O controlador do grupo do qual a Jadlog faz parte é o correio da França. Nesse sentido, sabemos fazer os serviços feitos pelos Correios. Então, seria até irresponsável não avaliar a possibilidade de compra caso haja essa oportunidade.

Seja como for, a gente cresceu muito nos últimos três anos de maneira orgânica. Logo, não está descartada a hipótese de crescermos de maneira inorgânica. Ou seja, comprando outras empresas. Assim, temos alguns estudos visando a expansão. Seja de maneira inorgânica ou por meio de parcerias estratégicas.

Cliente pode usar Waze para fazer compras na Renner durante o trajeto

Mapa de trânsito do app é integrado ao canal da varejista no WhatsApp.

O Waze e a Lojas Renner estão promovendo uma integração entre o mapa de trânsito do aplicativo com o canal de vendas da varejista no WhatsApp. A Renner é a primeira varejista de moda no Brasil a trabalhar com o direcionamento para o aplicativo de mensagem por meio do Waze.

Ao utilizar o aplicativo Waze com o carro parado, o usuário que estiver perto de uma loja Renner é impactado por uma mídia no seu trajeto. Aceitando a sugestão do app, o cliente é redirecionado para a plataforma em que poderá escolher produtos e efetivar a compra on-line. Ele pode aguardar a entrega ou retirar o pedido na loja em até 48 horas.

O objetivo é promover mais acesso a informações e recursos on-line, minimizando o contato físico no processo de compra.

“A parceria com o Waze é mais uma iniciativa em nossa estratégia omnichannel, levando a Renner aonde o cliente está. Por meio dela, ampliamos um dos nossos canais de venda de forma interativa, com uso de inteligência de dados, para oferecer mais uma facilidade e encantar nossos consumidores, pois é possível iniciar, finalizar e retirar uma compra no caminho do seu percurso para casa”, exemplifica Maria Cristina Merçon, diretora de Marketing Corporativo da Lojas Renner.

O recurso está disponível para as lojas Renner na cidade de São Paulo que possuem integração com o WhatsApp. O usuário é direcionado para a unidade mais próxima da sua localização.

“As lojas estão sendo ressignificadas na construção da jornada com a marca. Essa parceria é um passo para a evolução de uma experiência mais completa para o consumidor. No Waze, enxergamos que estamos construindo um legado por meio da omnicanalidade e do acompanhamento da demanda em tempo real com base na inteligência de dados”, afirma o country nanager do Waze no Brasil, Leandro Esposito.

Campanha focada no digital

Para reforçar seu posicionamento enquanto marca digital, a varejista lançou na útlima segunda-feira (10), a campanha “Tá Online. Tá na Renner.” O filme, veiculado no canal da Renner no YouTube e na TV aberta, convida o público a conhecer a conveniência e a praticidade dos canais digitais da marca, que vai premiar cinco clientes com um ano de looks.

No vídeo, seis influenciadores, não identificados, aparecem em planos fechados interagindo com os diferentes canais da varejista, destacando a presença digital da marca e mostrando que as compras podem ser feitas no site, no app, no WhatsApp – e até na loja física.

Na sequência, a varejista convida o público a descobrir quem são os creators que aparecem na campanha e concorrer a um cartão-presente de R$ 12 mil para gastar em um ano nas Lojas Renner. No final do filme, um QR Code direciona os clientes à landing page da campanha, na qual é possível rever o vídeo e arriscar palpites. Os participantes que conseguirem adivinhar receberão um número da sorte para concorrer a um sorteio, que acontecerá no dia 29 de maio. Os vencedores serão divulgados no dia 31 de maio.

O quiz ficará disponível até o dia 20 de maio e, a partir do dia 21, o público irá conhecer a identidade dos seis influenciadores no Instagram da Renner e em uma nova versão do filme da campanha, que revelará os rostos deles. A criação e a produção são assinadas pela Paim Comunicação.

Além do filme Tá Online, a marca prevê outras ações, como o lançamento de uma persona digital e uma ativação voltada ao público gamer.

Novo clube de vantagens da Fast Shop prevê entregas em até 2 horas

A expectativa da marca é triplicar a recorrência de compra.

O novo programa de relacionamento da rede de varejo Fast Shop garante benefícios como frete e instalação grátis, entregas ultrarápidas e serviços diversos, entre outras vantagens. O clube de vantagens é válido para o site, o aplicativo e as mais de 80 lojas da rede em todo País.

O programa é dividido em dois planos. O Prime, no valor de R$ 14,90 por mês, dá direito a ofertas exclusivas, frete grátis, atendimento personalizado no SAC e no televendas e suporte técnico remoto. O Prime Plus, no valor de R$ 39,90, além de todos os benefícios do Prime, também oferece entregas em até duas horas sem custo adicional, duas instalações gratuitas por ano e suporte técnico remoto e presencial.

A empresa já oferecia o modelo de entregas UltraFast para alguns produtos e cidades em parceria com a Uber. Segundo a empresa, entre 1º de dezembro e 18 de janeiro, foram realizadas mais de 2,6 mil entregas com o UltraFast.

Triplicar recorrência de compra

A expectativa da marca com o Fast Prime é triplicar a recorrência de compra. “Queremos estreitar a conexão do público com o conceito de varejo premium da Fast Shop, apresentando um programa baseado na oferta de produtos e serviços diferenciados e atendimento altamente especializado”, afirma o diretor-geral de Operações da Fast Shop, Eduardo Salem.

Programas de relacionamento e fidelização têm se tornado cada vez mais diferenciais na decisão de compra e no estímulo ao consumo. Dados da pesquisa Consumer Scan 2020 Brazil, realizada com mais de 1.500 pessoas em todo País pela Kantar e pela BrandLoyalty, mostram que 68% dos consumidores gastariam mais se existissem programas de fidelidade nos estabelecimentos que frequentam.

A mesma pesquisa mostra a importância da entrega de benefícios que vão além das ofertas: entre os entrevistados, 85% esperam ser recompensados por sua fidelidade com vantagens que vão além de descontos.

Vendas on-line crescem 35,81% em março

Resultado foi impactado pelo aumento de restrições de isolamento social.

Com as medidas de isolamento social mais restritivas para conter o pior momento da pandemia, as vendas feitas pela internet registraram uma evolução de 35,81% em março, em relação a fevereiro. Segundo o índice MCC-ENET, do Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).

Se comparado a 2020, os números são ainda mais significativos, de 72,56%. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação foi de 88,08%.  “A manutenção dos altos índices de crescimento comprova que o comportamento de consumo on-line do brasileiro realmente passou por um processo de transformação permanente”, avalia Felipe Brandão, secretário executivo da camara-e.net.

Ao observar a métrica de vendas regional, na comparação de março com fevereiro, a composição ficou da seguinte forma: Sul (44,43%), Centro-Oeste (44,11%), Sudeste (33,94%), Nordeste (33,23%) e Norte (30,06%). Por sua vez, no acumulado dos últimos 12 meses, os resultados foram: Nordeste (117,74%), Norte (107,08%), Centro-Oeste (106,13%), Sul (101,15%) e Sudeste (78,28%).

O faturamento das lojas virtuais também teve alta na comparação entre março deste ano com o mesmo período de 2020: 86,68%.

Participação no varejo

A participação do e-commerce no varejo restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção) foi de 10,6% em fevereiro, índice feito com a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgado no dia 13 de abril.

Já as categorias com maior volume de compras, em fevereiro, foram as de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (42,6%), móveis e eletrodomésticos (26,7%); e tecidos, vestuário e calçados (10,8%).

Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,4%), outros artigos de usos pessoal e doméstico (6,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%).

Segundo a pesquisa, 17,2% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra on-line no trimestre de janeiro a março de 2021, uma queda de 18,4% em relação ao trimestre anterior. Já na comparação com o mesmo período em 2020, houve crescimento de 12,3%.

Maior ameaça para Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3) é o Mercado Livre, diz XP

O e-commerce deve ter uma competição ainda mais acirrada ao longo de 2021, em meio a um crescente apetite das empresas estrangeiras no mercado brasileiro, segundo relatório da XP Investimentos. Neste cenário, a maior ameaça aos competidores locais, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3), é o Mercado Livre (MELI34).

Na visão dos analistas da XP, o cenário mais competitivo no e-commerce deve gerar um cenário de volatilidade no curto prazo para as ações das empresas do setor na bolsa.

No momento, a fraca performance dos papéis das empresas de e-commerce se explica pela expectativa de retomada econômica e avanço da vacinação, que deve beneficiar as vendas físicas. Por isso, a XP manteve a recomendação neutra para Magazine Luiza (MGLU3), com preço alvo de R$ 27, e para Via Varejo (VVAR3), com preço alvo de R$20.

“Preferimos exposição às empresas de marketplace de nicho – como Enjoei (ENJU3) e Westwing (WEST3) e Mosaico (MOSI3)“, destaca a XP.

Magazine Luiza enfrenta concorrência acirrada
Cobertura ecommerce XP Foto: Divulgação

Mercado Livre se destaca no setor do Magazine Luiza

Dentre as companhias internacionais, a que representa maior ameaça para as companhias locais é o Mercado Livre (MELI4). Isso porque além de ser líder no setor, possui um ecossistema bastante robusto na frente financeira (Mercado Pago) e logística (Mercado Envios).

“Nesse ponto, destacamos que hoje 80% das entregas no Brasil são feitas pela Mercado Envios e 32% dos itens vendidos na plataforma utilizam o fulfillment (serviço de armazenagem e distribuição) do MELI”, disse a XP. Além disso, a companhia possui uma maior diversificação de categorias quando comparada ao Magazine Luiza e à Via Varejo, mas sendo em sua maior parte composta por estoque de terceiros (3P/marketplace).

Além disso, o Mercado Livre continua a investir em diversificação de categorias, aumentando também seu estoque próprio, e em logística, inclusive com uma frota própria de aviões (MELI Air). Outro fator de pressão para a concorrência é o frete grátis para pedidos mínimos de R$ 79, mais agressivo do que o mínimo de R$ 99 antes exigido pela empresa.

Alibaba e Amazon também crescem

Outra forte competidora estrangeira é o Alibaba, que quer se tornar “express” no Brasil e anunciou que irá entregar compras internacionais em até 12 dias. Além disso, o Alibaba incrementou seu atendimento ao consumidor, com atendimento em português, parcelamento sem juros e melhora na logística reversa local.

Hoje, a empresa não compete diretamente com os grandes competidores brasileiros, e enfrenta o obstáculo do frete demorado. No entanto, com a redução do prazo de entrega, parte dos consumidores poderá migrar para a plataforma do Alibaba, segundo os analistas.

Já a Amazon não tem mostrado um forte foco no Brasil, mas segue investindo na operação local. “Acreditamos que é um player que devemos sempre monitorar como um potencial risco, devido à força da marca, expertise no segmento e liderança global”, disse o relatório. A empresa tem apenas oito centros de distribuição no Brasil, enquanto o Mercado Livre tem mais de 20.

Os analistas da XP também avaliaram o Shopee, que teve uma alta considerável no número de downloads desde novembro de 2020, e saltou da 13ª para a 4ª posição no ranking de apps de e-commerce, segundo dados levantados pela Panorama Mobile Time/Opinion Box. Embora seu crescimento seja “impressionante”, a empresa não ameaça as empresas cobertas pela XP pelos seguintes motivos:

  • O Shopee tem um ticket médio menor e portfólio distinto.
  • Tem foco em sellers pequenos e de nicho.
  • A alta do dólar tende a reduzir a atratividade dos produtos.

Por estas razões, o Shopee é uma ameaça maior para Alibaba e Wish, e não para os players locais, como o Magazine Luiza.

IA humanizada vai fazer diferença na batalha do e-commerce

A meta é aperfeiçoar rapidamente a interação virtual com o consumidor, que se mostrou vital durante a pandemia.

NOVAS PRIORIDADES Tendências como realidade estendida e I.A. humanizada vão fazer a diferença nas vendas online no futuro próximo (Foto: Getty Images)

A pandemia de Covid-19 obrigou empresas a aumentar a presença on-line e acelerar a transformação digital sem ter clareza de como se preparar, planejar e conduzir essa jornada. “O brasileiro não é de se antecipar ou planejar, mas costuma reagir bem e se adaptar rápido”, resume Alexandre Thomaz, mestre em transformação digital pelo Ibmec e diretor-geral da Globant no Brasil.

Unicórnio argentino dedicado a inovação, design e engenharia, a Globant tem mais de 16 mil funcionários e cuida da transformação digital de clientes como Disney, Google, Latam, Johnson & Johnson e Santander. Sua equipe, espalhada por 16 países, identificou quatro tendências para o investimento em tecnologia das empresas nos próximos meses (leia abaixo). Segundo Thomaz, os esforços vão se concentrar na interação das empresas com o consumidor — temperados por crescente preocupação com cibersegurança.

(Foto: Divulgação)
  1. Inteligência Artificial mais humanizada

Ferramentas como chatbots, reconhecimento de voz e assistentes digitais nem sempre são eficientes, o que traz frustração. Desenvolvedores de inteligência artificial (IA) precisam adotar pontos de vista externos e, assim como as outras áreas do negócio, manter o cliente no centro das decisões. Só assim chegarão a uma IA humanizada, capaz de reconhecer intenções, interagir de forma mais natural e pedir ajuda a um colega humano quando necessário.

– Conexão emocional com a marca pode elevar receitas em 23%, sugere uma pesquisa do Gallup.

(Foto: Divulgação)
  1. Consumo cresce com realidade estendida

Da manufatura ao varejo, passando por educação, entretenimento e saúde, experiências digitais devem se intensificar com experiências imersivas. No conceito de realidade estendida, empresas usam realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), mas não só — os navegadores do desktop e do celular oferecem muitas possibilidades a explorar. Estudo da Forrester aponta que a pandemia aumentou a disposição do consumidor para essas experiências.

– Imagens 3D de produtos da Houzz permitem experimentar na própria casa antes de comprar (foto).
– A Louis Vuitton lançou objetos virtuais em 3D, e a coleção primavera/verão 2021 em realidade aumentada.

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  1. Uso de dados para criar experiências 

Empresas já usam dados para tomar decisões estratégicas. O próximo passo é distribuir o uso dos dados para o maior número possível de interações no dia a dia — por exemplo, para personalizar experiências e adaptar interfaces ao gosto individual de cada cliente.

– O Instituto Forrester mostra que 85% dos tomadores de decisão priorizam dados para definir suas escolhas.
– Na Amazon, 35% das vendas são fruto das recomendações feitas a partir do histórico de navegação na plataforma.

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  1. Cibersegurança a cada passo

Desde o início da pandemia, cibercrimes aumentaram 300%, segundo o FBI. É necessário incorporar segurança, proteção e criptografia em cada etapa da interação com o cliente. Há várias linhas de atuação: incluir segurança no ciclo de desenvolvimento de software; envolver os responsáveis por segurança nos processos de transformação digital e desenvolver sentinelas tecnológicas para resposta rápida às ameaças, usando machine learning e inteligência artificial.

-O IDC avalia que o gasto global com segurança deve crescer 8% ao ano, para US$ 175 bilhões em 2024.

-Já em 2026 podemos começar a sentir os efeitos da computação quântica como arma cibernética. Empresas como Mastercard se preparam par esse cenário.

B2W faz parceria com plataforma de e-commerce que usa lives para impulsionar vendas

A B2W (BTOW3) firmou acordo com a plataforma de e-commerce OOOOO, que possui escritórios em Xangai e Oxford, na Inglaterra, para o lançamento de uma plataforma de live commerce no Brasil, mostra documento enviado ao mercado na última terça-feira (4).

Segundo o fato relevante, o acordo prevê a exclusividade do uso da tecnologia e da plataforma da OOOOO pela B2W no Brasil, incluindo também a possibilidade da formação de uma joint-venture entre as partes, para desenvolvimento contínuo das operações no país.

O live commerce é uma estratégia que utiliza vídeos ao vivo para vender ou promover produtos.

“A parceria vai permitir a aceleração das verticais de advertising e entretenimento da companhia, incluindo a Americanas ao Vivo, que foi lançada em 2020, trazendo para o Brasil o modelo de live commerce, de comprovado sucesso em outros países (já representando 10% das vendas de e-commerce na China)”, informou a companhia.

Além disso, a nova plataforma terá integração com o ecossistema completo da B2W, oferecendo a experiência da internet brasileira para os usuários, e também um app especializado em social commerce, que será lançado ainda este mês.

Com o conceito de “entertainment first, shopping later” (diversão primeiro, depois as compras, em tradução livre), a plataforma OOOOO é uma alternativa ao modelo tradicional de varejo, conectando marcas, criadores e compradores através de vídeos interativos, informou a empresa.

“Em menos de 1 ano de operação, a Americanas ao Vivo já registrou mais de 200 milhões de visualização e tem se destacado pelos altos níveis de engajamento, com uma conversão muito maior que a média do site”, disse.

Varejo amplia adesão ao Pix e pagamentos para empresas crescem 340%

Os pagamentos com Pix de pessoas físicas para empresas demoraram para decolar. Quando o sistema foi lançado, em novembro passado, o varejo estava no meio da Black Friday, o período mais importante de vendas do setor. Por isso, poucas empresas quiseram adaptar seus sistemas – era mais importante vender e manter o app no ar do que oferecer um meio novo e desconhecido de pagamento.

Aos poucos, é verdade, esse cenário começa a mudar. Números do Banco Central mostram que o total de transações de pessoas físicas para empresas cresceu 340% de dezembro para abril – passando de 7,958 milhões para 35,048 milhões de operações. O valor transacionado subiu 242% no mesmo período, evoluindo de R$ 6,284 bilhões para R$ 21,512 bilhões.

A adesão de grandes varejistas ao Pix é um indicador dessa transformação. Redes como o GPA, dono do Pão de Açúcar, começaram a usar o Pix pelas lojas físicas. Mas a expectativa é que o novo sistema deslanche mesmo por meio do e-commerce.

A primeira a oferecer o Pix em seus canais digitais foi a B2W, controladora da Americanas.com, em dezembro. Em abril, foi a vez do Mercado Livre aderir. Na Via (nome nome da Via Varejo), o sistema entra no ar em maio. No Magalu, o Pix está disponível para usuários da carteira digital e será incorporada em breve ao app da varejista. Nos sites do Pão de Açúcar e Clube Extra, do GPA, a função será oferecida daqui a alguns meses.

Nas lojas físicas da Americanas, o Pix ainda vai ser colocado no ar. “A empresa realiza testes e adequações para que em breve os clientes possam pagar com Pix nas mais de 1.700 unidades da Americanas em todo o país. ”

Será o fim do boleto? A expectativa do e-commerce é substituir o boleto pelo Pix. “Acreditamos que o Pix poderá substituir o boleto como meio de pagamento. O Pix traz mais agilidade e a melhor experiência de compra para aqueles clientes que pagam suas compras à vista. Aqueles que usarem o Pix também poderão ter acesso a campanhas especiais, incluindo cashback”, diz Robson Dantas, diretor de fintech do Magalu.

O Mercado Livre diz que registrou “um crescimento progressivo na adesão do Pix no e-commerce, com avanço de 20% no volume de vendas a cada semana e uma conversão de vendas superior ao do boleto”.

O que o cliente ganha pagando com o Pix? O Pix funciona, por enquanto, como uma venda à vista no débito. Por isso, ele é uma alternativa de pagamento on-line para clientes que não têm cartão de crédito. Hoje, a maioria dos sites e apps aceita apenas pagamentos com cartão de crédito e boleto – o débito praticamente não existe.

Para clientes que fazem compras on-line no fim de semana, a confirmação do pagamento com Pix acontece na mesma hora, o que pode significar redução no prazo de entrega. Com boleto, a confirmação é mais demorada. Por outro lado, o consumidor precisa ter o dinheiro na conta, já que o pagamento é instantâneo: comprou, saiu do banco.

O que o varejista ganha com o Pix? O pagamento com boleto é um transtorno para o e-commerce. É comum que os clientes “comprem” com boleto, mas desistam da compra e não paguem a conta. O varejista só fica sabendo depois de esperar dias pelo pagamento. Isso representa um custo operacional.

“O boleto sempre foi um desafio – além do tempo de processamento e de compensação, que pode levar dias, muitos pedidos acabam não sendo pagos e seguram o nosso estoque – milhões de reais que ficam parados todos os dias”, afirma Dantas, do Magalu.

Com o Pix, a confirmação de pagamento é imediata, eliminando a incerteza do boleto. Com isso, o varejista consegue ser mais eficiente na entrega, reduzindo prazos e melhorando seu índice de satisfação entre a clientela.

“Umas das principais vantagens do Pix para a empresa, assim como para o consumidor, é a rapidez da operação. A empresa recebe o pagamento em segundos, facilitando o controle de caixa e tendo acesso em tempo real às informações de vendas”, diz Frederico Alonso, diretor de tesouraria do GPA.

 

O saque no comércio vai ampliar uso do Pix…

O CEO da Matera, Carlos Netto, disse compara a adesão do Pix no varejo com um carro em movimento. “No e-commerce, o carro já está andando. No varejo físico, vai engatar a segunda marcha agora”, afirma ele que acompanhou de perto a evolução do novo sistema.

Segundo Netto, o Pix é muito mais vantajoso para o e-commerce do que para a loja física, onde compete com o cartão de débito. “Para o e-commerce, é só vantagem: é mais barato, não tem a fraude que tem no cartão, amplia a base de compradores, já que pessoas sem conta em banco conseguem pagar com Pix. ”

Ele diz que o varejo físico vai receber incentivos para aderir ao Pix. “Primeiro, há uma oferta grande de soluções para ela, seja da empresa de maquininha, da fintech que cuida da caixa registradora ou do seu banco. ”

Outro impulsionador vai ser a agenda do Banco Central de expansão do Pix, que prevê a implantação do saque no comércio com o novo sistema. “Imagina que o cara da loja vai poder escoar o dinheiro do caixa, economizando tempo de ir ao banco ou de pagar transportadora de valor, gasto com segurança. E vai atrair cliente para seu negócio”, diz Netto.

Para ele, outras funções do Pix, como pagamento por aproximação sem internet, vão dar o empurrão que falta para aceitação da tecnologia. “O cara que não tem um plano de dados, que não tem conta em banco, vai poder pagar com Pix. Ele só precisará de uma conta em carteira digital. ”

… Participação ainda é pequena hoje

Apesar do aumento do número de pagamentos com Pix encher os olhos à primeira vista, o fato é que ele ainda representa muito pouco do total de operações realizadas com o novo sistema.

“Por enquanto, com pouco mais de seis meses de operação, o Pix ainda tem pouco representatividade no universo de formas de pagamento nas lojas. Mas existe um grande potencial de crescimento nesta modalidade de pagamento. Acreditamos que haverá um aumento da participação e uma grande possibilidade de o Pix substituir boa parte dos pagamentos que hoje são realizados com dinheiro e cartão de débito, afirma Alonso, do GPA.

Em março, por exemplo, foram realizadas 328,269 milhões de transações com Pix, a maioria delas entre pessoas físicas (253,271 milhões, ou seja, 77% do total).

Em valores, a participação é ainda menor. Dos R$ 237,4 bilhões movimentados via Pix, apenas R$ 21,512 milhões (9,06%) foram em transações P2B (pessoas para empresas). O grosso ainda é entre pessoas: R$ 101,849 bilhões, seguido por entre empresas, R$ 85,728 bilhões.