Lojas Americanas: o que a varejista ganha com a compra de Imaginarium e Puket

Varejista busca diversificação com novas categorias de produtos; valor da aquisição é estimado em R$ 250 milhões.

Produtos autorais, tíquete médio relevante, ausência de concorrência direta e potencial de crescimento. Foram essas características destacadas por consultores ouvidos pelo Infomoney que fazem do Grupo Uni.co, dona das marcas Imaginarium e Puket, relevante a ponto de ter virado alvo das Lojas Americanas.

O negócio foi anunciado na noite de terça-feira (20). A Lojas Americanas (LAME4) comprou 70% da empresa, que tem uma rede de 445 franquias, sendo que a participação pode chegar a 100% em até três anos. O valor da aquisição não foi revelado, mas a XP Investimentos calcula que a transação ficou em torno de R$ 250 milhões.

A busca por um sócio não surgiu de uma hora para outra dentro do Grupo Uni.co, que ainda tem as marcas MindD e LoveBrands. No final de 2020, a empresa deu início a um processo de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês), mas a operação foi suspensa e foi então que a empresa começou a estudar outras alternativas.

Em entrevista concedida ao InfoMoney antes do anúncio das Lojas Americanas, Wellington Santos, presidente da Uni.co, afirmou que um parceiro estratégico estava nos planos de crescimento não orgânico da rede de franquias. Até então, o plano da rede era abrir 40 novas lojas em 2021, principalmente no segundo semestre, e anunciar a criação de uma nova marca em uma parceria, que seria anunciada ainda nesse semestre.

“A gente vê muita oportunidade para acelerar o nosso crescimento com a aceleração digital e algum M&A”, disse, em entrevista concedida antes do anúncio. Na época, Santos afirmou que a expansão do número de lojas ocorreria independente do caminho que eles tomassem, com parceiro estratégico ou IPO. Segundo relatório da XP, o executivo deve permanecer como CEO.

A Uni.co e a Squadra viram na transação com a Lojas Americanas a chance de acelerar o crescimento das marcas atuais e também de adquirir novas franquias de varejo especializado, segundo o comunicado enviado ao mercado.

A Imaginarium, fundada em 1991, era 100% controlada pela Squadra Investimentos desde 2015. Em 2017, ocorreu a compra da Puket. As duas marcas são o carro chefe do Grupo Uni.co.

Atualmente, a Uni.co tem 172 lojas da marca Puket, que atua no segmento de moda infantil e adulto, e outras 219 da Imaginarium, especializada em itens presenteáveis com apelo criativo, o chamado “fun design”. Outras 39 lojas são da LoveBrands, que reúne diferentes marcas e está presente em cidades menores. Já a MinD opera apenas no comércio eletrônico.

O tíquete médio do grupo Uni.co varia de acordo com a marca. Na MinD é de R$ 230, superior aos R$ 145 e R$ 179 da Imaginarium e Puket, respectivamente.

“Nosso plano para 2021 prevê a expansão da rede no segundo semestre, com a entrada em novas praças e crescimento da operação digital”, afirmou.

A transformação da Uni.co

Por se tratar de um segmento não essencial, as marcas da Uni.co sofreram em 2020 – e 2021 também começou com o recrudescimento da pandemia e novas restrições para os estabelecimentos comerciais.

No acumulado de 2021 até fevereiro, o varejo registra recuo de 2,1%, segundo dados do IBGE. No acumulado de 12 meses, há uma alta de 0,4%. No entanto, segmentos como o de vestuário, são muito mais afetados.

Para driblar esse cenário negativo, a Uni.co acelerou a integração entre os canais digitais e físico. Com isso, 30% das vendas originadas nas plataformas digitais foram entregues pela rede de franquias.

Segundo Santos, a Puket tem um apelo maior ao público em um cenário de distanciamento social, já que os consumidores buscam peças de maior conforto. No caso da Imaginarium, o foco mudou, e a marca passou a vender mais itens para escritórios para atender o público que passou a trabalhar de casa.

A mudança no mix de produtos e o esforço de diversificação de canais fez com que o e-commerce respondesse por 15% das vendas em 2020 – a fatia era de 5% no ano anterior.

“O objetivo é que essa fatia chegue a 25% ou 30% em breve”, disse Santos.

A maior participação do e-commerce também ajudou a suavizar a queda das vendas. A redução das vendas nas lojas físicas em 2020 ficou em torno de 35%. No consolidado, no entanto, a queda foi um pouco menos, de 25%.

A Uni.co ainda não divulgou os dados de 2020, mas em 2019 a receita líquida da empresa foi de R$ 270 milhões.

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, afirma que a Uni.co tem oportunidade de crescimento por atuar em um segmento pulverizado.

“Com caixa, a empresa tem recursos para acelerar um movimento de consolidação”, disse.

No entanto, lembra que os itens vendidos por Puket e Imaginarium, por serem não essenciais e ligados a uma compra de impulso, têm maior demanda em momentos de maior crescimento da economia e do crédito.

Já na avaliação de Alberto Serrentino, presidente da consultoria Varese Retail, o grupo Uni.co se destaca e se torna atrativo por trabalhar em um segmento de produtos autorais, em que há pouca concorrência.

“São dois negócios (Puket e Imaginarium) não rotuláveis. A Imaginarium, principalmente, se destaca por desenvolver produtos com apelo presenteável muito forte. É algo “cross categoria”, o que faz com que a marca não tenha uma competição direta”, explicou.

Aquisições nesse setor, segundo ele, são importantes porque têm a capacidade de melhorar a logística e a retaguarda dessas operações, reduzindo os custos.

Ana Paula Tozzi, presidente da AGR Consultores, considera que a Uni.co tem espaço para crescer, embora o curto prazo seja mais desafiador.

“A pandemia pode afetar o processo de abertura de novas lojas franqueadas, mesmo com a maior quantidade de pontos vagos em shoppings. Mas, no geral, o grupo ainda tem espaço para crescer”, disse.

Na avaliação da AGR, um dos segmentos que o grupo pode crescer é no segmento de itens infantis, que ainda é pouco explorado no Brasil.

Na avaliação da XP Investimentos, a transação é positiva para a Americanas por garantir a entrada em novas categorias (Puket com moda infantil e Imaginarium com presentes). Além disso, os analistas destacaram a experiência da Uni.co em criação, o que “pode alavancar o desenvolvimento das marcas próprias da Americanas”. No entanto, destacam que a operação ficará mais complexa.

Modelo, custo, propósito, reputação e cliente: os 5 fatores de mudança do varejo

Tendências são apontadas por estudo da KPMG

Modelos de negócios e parcerias, custo de fazer negócios, propósito, reputação e o poder do cliente. Esses são os sinais críticos de mudança que, atualmente, influenciam o ambiente global de varejo, segundo a publicação da KPMG “Futuro do varejo: migrando do varejo para o comércio voltado ao consumidor”.

De acordo com o levantamento, essas tendências principais representam o motivo pelo qual o mercado está mudando diante da pandemia da Covid-19, passando do comércio tradicional para um modelo centrado no atendimento do consumidor, sem a necessidade de lojas.

“Com tudo o que vimos nos últimos meses no setor, mudanças radicais nos modelos de operação, acelerada digitalização e quebra de paradigmas, é hora de fazermos uma reflexão sobre o futuro do setor de varejo. Após a disrupção generalizada que o segmento sofreu no ano passado, e as notícias positivas de uma série de vacinas que estão surgindo, os varejistas devem começar a olhar e se preparar para a nova realidade que vai surgir,” analisa o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gambôa.

Veja, a seguir, os sinais de mudança apontados pelo estudo:

  1. Disrupção acelerada
    As escolhas que os varejistas fizerem nos próximos meses influenciarão o sucesso do negócio nos próximos cinco anos ou mais.
  2. Modelos de negócios e parcerias
    O crescimento dos ecossistemas de plataformas ao lado do omnicanal (que atua no on-line e no off-line) está impulsionando a próxima onda de concorrência e a evolução do modelo de negócios.
  3. Cliente
    As expectativas e necessidades do cliente estão mudando rapidamente conforme o varejo passa de um modelo B2C (empresa para consumidor) para um modelo C2B (de consumidor para a empresa).
  4. Redução do custo de fazer negócios
    Com as margens de varejo sob pressão crescente e os custos aumentando em vários aspectos da cadeia de valor, a maioria reconhece que as maneiras convencionais de redução de custos não são mais suficientes para segurar as margens e garantir que o negócio esteja preparado para o futuro.
  5. Propósito
    Os clientes desejam que as empresas representem algo maior do que os produtos que vendem. A pandemia recente apenas mostrou a preferência do consumidor por organizações orientadas pelo propósito.

 Comércio para o consumidor

Sobre o futuro do setor de varejo, a publicação apontou ainda que a palavra varejo deverá ser tornar redundante e será substituída por “comércio voltado ao consumidor”. Além disso, foram enumerados os sete tipos de modelos de negócios que terão sucesso no futuro:

  1. Negócios baseados em plataformas
    Os negócios de plataformas estão cada vez mais dominando os canais de entrada no mercado e adotando uma abordagem mais ampla para direcionar as ofertas B2B (empresa para empresa) e B2C (empresa para consumidor).
  2. Varejistas multinacionais
    Grandes multinacionais de varejo vão se transformar em empresas de plataformas e aumentarão a capacidade por meio de fusões e aquisições, além da entrada em novos mercados.
  3. Heróis nacionais
    Eles têm a vantagem de garantir uma base de clientes fiéis e aproveitar os programas de fidelidade para atender às necessidades dos clientes. Para melhorar o posicionamento, eles também precisarão se concentrar na criação de parcerias para aproveitar as sinergias e gerar escala.
  4. Varejistas baseados em valor
    Os varejistas de desconto têm sido um dos formatos físicos de crescimento mais rápido nos últimos dez anos. No entanto, eles atualmente precisarão estabelecer ou desenvolver uma proposta de valor on-line para sobreviver no futuro.
  5. Direto para o consumidor
    Em alguns casos, as marcas estão construindo as próprias capacidades para entregar essa proposta ou estão comprando-as e, mais frequentemente, estão alavancando negócios de plataforma para contornar os varejistas tradicionais e obter margens adicionais.
  6. Especialistas de categorias
    Oferecem produtos e serviços exclusivos e direcionados a uma categoria de varejo específica ou a um cliente definido.
  7. Varejistas independentes e mútuos
    Têm a capacidade de reunir e responder diretamente às mudanças nas necessidades da comunidade. Os locais independentes também estão ressurgindo como participantes viáveis, utilizando o on-line como base ou um canal adicional para o mercado.

 

 

 

Comércio conversacional cresce e movimenta o e-commerce

O crescimento e a democratização da tecnologia têm transformado as relações entre empresas e clientes, que estão cada vez mais exigentes com sua experiência de compra. A tendência é que a atitude passiva dos consumidores se reduza progressivamente, dando lugar a uma demanda por informações que precisa ser atendida de forma ágil e personalizada. Diante desse cenário, um movimento conhecido como “comércio conversacional” vem ganhando espaço no mercado.

O conceito de comércio conversacional se refere ao uso de aplicativos ou ferramentas de mensagens para interação digital instantânea entre as marcas e os clientes. O mais comum é que a comunicação seja feita através dos apps mais famosos, como WhatsApp, Facebook Messenger e Telegram, onde já está grande parte do público consumidor brasileiro.

Somente no último ano, 84% dos consumidores experimentaram essas interações por meio de novos canais de comunicação com as marcas — o contato por WhatsApp, por exemplo, cresceu 118%, segundo o relatório CX Trends 2021.

“O comércio conversacional permite que certos procedimentos do comércio físico sejam aplicados mesmo em um ambiente digital. Mais do que simplesmente olhar um catálogo e escolher um produto, o consumidor pode realizar uma interação com o vendedor, em uma experiência muito mais pessoal e que acaba também dando mais segurança àqueles que ainda não estão acostumados com as compras on-line”, comenta Guilherme Hernandez, CEO da Kyte, startup que oferece um app de vendas e gestão.

A interação facilitada por esse tipo de comércio permite que o consumidor peça mais fotos e informações sobre os produtos que tem interesse, tire todas as suas dúvidas sobre a compra, escolha o meio de pagamento e de entrega do produto, tenha um atendimento pessoal mesmo à distância e ainda receba promoções em uma pós-venda.

Tudo isso garante uma comunicação mais eficiente e um marketing mais certeiro, impactando positivamente nas vendas do negócio. A fidelidade entre os clientes, que se sentem mais próximos da marca com o atendimento personalizado, também costuma crescer.

Do pequeno ao grande negócio

A popularidade do comércio conversacional se ancora na grande flexibilidade do uso das ferramentas de conversa. No Brasil, 99% dos usuários de internet acessam a rede por um smart­phone e 92% deles a utilizam para enviar mensagens. O destaque fica por conta do WhatsApp, que segue há anos sendo o principal aplicativo do segmento no país.

Segundo pesquisa da consultoria Accenture, 83% dos brasileiros utilizam o WhatsApp para fazer compras — 37% deles consomem produtos de grandes empresas e 64%, de pequenas.

A solução também é abrangente porque não demanda celulares de última geração e nem grandes planos de dados. Além disso, pode ser integrada a ferramentas de chatbots por empresas maiores, que precisam desse auxílio dos robôs autônomos para conversar com seu alto número de consumidores.

“Esse canal de comunicação alcança, hoje, diversas faixas etárias e estratos sociais, sendo uma excelente maneira para os comerciantes chegarem em seus clientes, ainda mais com a pandemia e a consolidação do comércio digital”, aponta Guilherme Hernandez, que decidiu ampliar o serviço da Kyte para atender a essa nova tendência.

Com o lançamento do método de pagamento instantâneo Pix e a recente autorização do Banco Central para transferências via WhatsApp Pay — tecnologia que ainda não está em funcionamento —, a tendência é que o formato do comércio conversacional cresça cada vez mais. Com as novas funcionalidades, espera-se que, em breve, as compras possam ser completamente efetivadas pelos aplicativos de mensagens.

PMEs faturam 225% a mais no e-commerce no 1º trimestre de 2021, diz Nuvemshop

Após um ano do início da pandemia, o e-commerce continua trazendo resultados positivos para a economia do país. Somente no primeiro trimestre de 2021, as PMEs (pequenas e médias empresas) aumentaram em 225% o seu faturamento com as vendas on-line em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a base de dados da Nuvemshop.

De acordo com os dados, ao todo, esses empreendedores movimentaram mais de R$ 462 milhões, contra os R$ 142 milhões calculados até março de 2020.

Com esta segunda onda de pandemia, as vendas pela internet continuam sendo a alternativa mais viável para muitos comerciantes e estão sustentando o varejo há um ano, desde março de 2020. Outro dado que comprova isso é o crescimento de 244% no volume de pedidos registrados no período, que saltou de 620 mil no primeiro trimestre de 2020 para 2 milhões em 2021.

Segundo o levantamento, os segmentos que mais faturaram com o e-commerce entre janeiro e março deste ano foram Moda (R$ 134 milhões), Acessórios (R$ 32 milhões) e Saúde & Beleza (R$ 26 milhões).

“A alta nas vendas do e-commerce registrada no início deste ano mostra uma tendência de crescimento observada desde o segundo trimestre de 2020, um reflexo da necessidade da migração de muitos lojistas para o on-line, ou mesmo por conta daqueles que precisaram empreender para gerar renda extra para suas famílias”, explica Alejandro Vázquez, CCO o co-fundador da Nuvemshop.

“O número de novos lojistas e também de consumidores que passaram a comprar pela internet fez com que a penetração do e-commerce no varejo dobrasse de 5% para 10% em menos de um ano. E esse número irá crescer ainda mais nos próximos meses”, completa o executivo.

Alibaba reduz custos e aumenta suporte para varejistas de marketplaces

Medidas são válidas para comerciantes que atuam nos sites Tmall e Taobao.

O Alibaba Group anunciou um novo conjunto de medidas para beneficiar varejistas que atuam nos seus marketplaces Tmall e Taobao. Entre elas, estão a redução de custos e o fornecimento de um suporte mais abrangente para diminuir as barreiras de entrada para aqueles que desejam ingressar nas plataformas.

O presidente e CEO do Alibaba Group, Daniel Zhang, disse que as melhorias e atualizações tecnológicas em andamento permitiram à empresa expandir seu portfólio de serviços sofisticados, oferecendo-os gratuitamente ou a custos mais baixos do que antes para comerciantes e parceiros.

A Alibaba disse que vai investir mais no treinamento dos comerciantes e otimizar suas estações de trabalho de back-end para melhorar a eficiência operacional. Além disso, a empresa reservou recursos para apoiar os comerciantes nos próximos anos.

Confira, a seguir, uma visão geral das novas medidas promulgadas desde o início do ano até agora pelo Alibaba.

Novos comerciantes

  • A abertura de uma loja leva menos de cinco minutos, ou um clique, no aplicativo Taobao;
  • No início deste mês, a Tmall simplificou o processo de verificação para empresas que desejam lançar suas lojas na plataforma;
  • A partir desta segunda (19), os comerciantes dos setores de cosméticos, cuidados pessoais, suprimentos domésticos e materno-infantil podem abrir lojas Tmall oficiais passando por uma avaliação de capacidade operacional de sete meses.

Redução de custos 

  • O Taobao dispensará as taxas de depósito para novos comerciantes e os vendedores existentes receberão um reembolso de seus depósitos;
  • Pequenos comerciantes com alta pontuação de crédito podem se inscrever para realocar até 50% de seu depósito para uso operacional diário;
  • No início de março, mais de 140 mil comerciantes se inscreveram para movimentar mais de US$ 613,35 milhões para operações de loja;
  • Ambas as plataformas dispensarão o prêmio em uma gama de ferramentas e serviços de marketing projetados para melhorar os recursos de análise de negócios e marketing dos comerciantes;
  • Os custos de logística dos comerciantes, como aqueles relacionados às devoluções dos clientes, também devem ser reduzidos.

Melhora da eficiência

  • Neste mês, a Tmall e a Taobao começaram a oferecer serviço de suporte ao cliente individual para seus comerciantes;
  • Na plataforma de comunicação Qianniu, os novos comerciantes do Taobao podem se conectar com prestadores de serviço designados para treinamento e consultas sob medida;
  • Os comerciantes do Taobao podem visitar os centros de operação de negócios do Taobao para receber suporte local, incluindo aqueles em Guangzhou, Foshan e Chaozhou, na província de Guangdong, e Jinhua, em Zhejiang.
  • Mais centros estão sendo abertos em cinturões industriais em toda a China.

Varejo on-line veio para ficar no Brasil, e Magazine Luiza só tem a se beneficiar com isso

As vendas no varejo on-line não vão diminuir após o fim da pandemia de Covid-19, disse o especialista Henrique Mascarenhas, da consultoria GfK, em reunião com o Safra.

O consultor destacou a boa performance das companhias focadas em ferramentas omnichannel (multicanal) em 2020. Nomes como Magazine Luiza (MGLU3) viram seus negócios prosperarem mais do que empresas totalmente físicas ou digitais no ano passado. Até o terceiro trimestre, companhias omnichannel cresceram 87% na comparação ano a ano, enquanto players digitais e tradicionais apresentaram crescimento de, respectivamente, 21% e 22%.

“A pesquisa da GfK mostra que 53% das vendas foram ‘figitais’, o que significa que os consumidores brasileiros transitam por meio de canais on-line e off-line, independentemente do ambiente final de compra”, comentou Guilherme Assis, analista do Safra e autor do relatório divulgado pela instituição na quinta-feira.

Retomada no segundo semestre

Mascarenhas pontuou que o varejo brasileiro ainda carrega uma demanda reprimida. Com o avanço do cronograma de vacinação da população e a subsequente retomada da criação de empregos, as vendas no varejo devem voltar no segundo semestre do ano.

“Como Mascarenhas pontuou, não esperamos ver uma retração para os níveis de 2015 e 2016 (o que representaria uma retração de 35% ano a ano nas vendas). Vemos um cenário mais positivo, principalmente para players que entregam uma experiência omnichannel”, disse Assis.

Apesar do atual ambiente desafiador, a expectativa de que o Magazine Luiza siga ganhando participação de mercado (50% em 2020 contra 43% em 2019) se mantém, bem como a estimativa de penetração on-line de 40% (ante 25% no período pré-Covid).

“Nossa visão é de que players como Magazine Luiza, que estão acelerando a experiência omnichannel, estão mais adaptadas à jornada do novo consumidor brasileiro”, acrescentou Assis.

O Safra tem recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para a ação do Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 32.

DHL Express: crescimento robusto do comércio eletrônico e ascensão da geração do milênio, significa que as empresas de entrega devem intensificar seu jogo na era pós-COVID-19

A trajetória do comércio eletrônico continuará a crescer, à medida que a maneira como trabalhamos e vivemos continua mudando. Quais são os investimentos necessários na área de logística?

Está claro como o dia que o e-commerce foi impulsionado durante o COVID -19 pela forte demanda por dispositivos médicos, como equipamentos de proteção individual da Ásia para outras regiões, bem como um boom nas compras on-line com lojas fechadas durante as paralisações.

De acordo com um artigo publicado recentemente pela DHL Express intitulado “The Ultimate B2B E-commerce Guide: Tradition out. Digital is in”, a empresa registrou um aumento no e-commerce B2C em 2020 em aproximadamente 40%, em comparação com 2019.

O que se prevê para o futuro do setor B2C, já foi visível no aumento significativo do e-commerce do consumidor nos últimos anos, com altas taxas de crescimento durante as épocas de pico de férias (por exemplo, Páscoa, Natal) e “mega dias comerciais” (por exemplo, Black Sexta-feira, Cyber ​​Monday).

No entanto, não é apenas o e-commerce B2C que floresceu com a digitalização contínua e a mudança no comportamento de compra do consumidor. Em 2019, antes da pandemia, as vendas globais em sites de e-commerce B2B e marketplaces já haviam aumentado 18,2% para chegar a US $ 12,2 trilhões (EUR 10,26 trilhões), ultrapassando o tamanho do mercado do setor B2C.

Ken Lee, CEO da DHL Express Asia Pacific disse: “2020 assistiu a mudanças significativas na forma como trabalhamos e vivemos. Isso se traduziu em uma demanda crescente por capacidade e eficiência em logística, à medida que o mundo migra on-line e se torna mais conectado com o aumento dos fluxos de comércio.

“A DHL Express experimentou um aumento nas remessas de e-commerce na Ásia-Pacífico. E esperamos que os volumes de pico de remessas mantenham uma tendência de aumento.”

O white paper também prevê que até 2025, todas as interações de vendas B2B entre fornecedores e compradores profissionais ocorrerão em canais digitais, e o comércio B2B on-line aumentará em mais de 70% em 2027 para US $ 20,9 trilhões (EUR 17,58 trilhões), em comparação para US $ 12,2 trilhões em 2019 (EUR 10,26 trilhões).

Millennials à frente

Outros fatores a serem considerados são o impacto da pandemia COVID -19 no ritmo da digitalização e o comportamento de compra dos millennials experientes em tecnologia, que agora estão em idade de serem consumidores B2C pessoalmente e tomadores de decisões B2B profissionalmente.

A geração do milênio já responde por 73% de todas as decisões de compra profissional B2B, de acordo com o white paper.

Como nativos digitais, suas experiências em suas compras diárias se traduzem em altas expectativas na hora de fazer transações B2B, levando as empresas a investirem em soluções digitais, como a venda de plataformas, com grande potencial de crescimento.

São necessários maiores investimentos

Isso fez com que os provedores de serviços de entrega expressa observassem mais de perto a trajetória de longo prazo do setor e reforçassem sua infraestrutura para atender ao impulso antecipado.

Para atender às necessidades em constante mudança nesta região, a DHL Express está investindo cerca de 690 milhões de euros em infraestrutura nos principais mercados.

Ela também anunciou pedidos de oito novos cargueiros Boeing 777 adicionais, para atender à demanda dos clientes nos mercados de transporte expresso internacional em rápido crescimento, com as primeiras entregas das novas aeronaves programadas para 2022.

O objetivo? Para ajudar a empresa a gerenciar o crescimento futuro dos volumes de remessa e atender a uma demanda cada vez maior por entregas expressas com prazo definido.

(CTA: Descubra a página ‘Abrir uma conta’) 

Lee acredita que esses planos e investimentos garantirão que a DHL Express permaneça bem posicionada a longo prazo para manter o comércio global funcionando, à medida que o comércio eletrônico e o comércio internacional aumentam.

Ele elaborou: “Entre eles está a expansão de 377 milhões de euros do nosso hub da DHL Central Asia em Hong Kong, que permitirá ao hub lidar com seis vezes o volume de remessas atual.

Também investimos EUR 80 milhões para construir a maior instalação de distribuição em Osaka, Japão e EUR 131 milhões em uma instalação de gateway em Incheon, Coreia do Sul.

Os investimentos na Austrália incluem um novo centro de serviços em Sydney e planos para instalações novas e ampliadas em Brisbane, Melbourne e Adelaide. ”

Mas isso não é tudo.

“Já temos 23 aeronaves dedicadas servindo a região e investimos mais de 60 milhões de euros no aumento da cobertura da rede. Temos planos de introduzir mais rotas de voo e aumentar a frequência das rotas de voo existentes.

A DHL Express continuará a modernizar sua frota aérea regional e intercontinental, para manter uma rede de aviação altamente eficiente e confiável “, disse Lee.

E-commerce brasileiro cresceu 40% após um ano de pandemia, revela Conversion

Com o isolamento social, o comportamento dos consumidores on-line foi significativamente alterado. Relatório E-commerce no Brasil, da agência da Conversion, mostra que o comércio eletrônico registrou no último mês 1,66 bilhão de acessos, resultando em um aumento de 40% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Ao todo, 15 setores foram analisados e 10 tiveram aumento de mais de 30% no Year over Year (YoY), com destaque para o setor de Importados (+91,72%). Sozinha, a Shopee, e-commerce asiático de importados, teve, em março de 2021, a maior taxa de crescimento dentre os maiores players da categoria, atingindo +1954%, em comparação a 2020.

Na sequência, os setores que mais cresceram ao longo dos últimos doze meses foram: Pets: (+88,04%), Casa & Móveis (+86,62%), Farmácia & Saúde (+65,22%), Moda & Acessórios (+63,18%) e Comidas & Bebidas (+57,25%). Já no comparativo mensal, todos os setores apresentaram aumento, exceto o de Turismo, que teve uma queda de -18% em relação a fevereiro e -8,79% considerando o ano anterior.

E-commerce de saúde cresceu 120,67%

O relatório também comparou fevereiro de 2020, período pré-pandemia, com março de 2021, e constatou que o setor de Farmácia & Saúde liderou o ranking de categorias com maior crescimento durante este período, com 120,67%, seguido de Pets (+102,25%) e Comidas & Bebidas (+95,55%).

“Com o isolamento social e o fechamento temporário de lojas físicas, os consumidores têm no e-commerce uma alternativa para manter as compras de itens essenciais e do dia a dia sem precisar sair de casa. Além disso, foi uma grande oportunidade aos lojistas, que viram os acessos dos seus sites aumentarem consideravelmente”, ressalta Diego Ivo, fundador da Conversion.

O Relatório E-commerce no Brasil da Conversion tem frequência mensal e pode ser baixado gratuitamente em: https://lp.conversion.com.br/relatorio-setores-ecommerce.

A força do analytics na experiência do cliente

A transformação digital trouxe um empoderamento para o cliente no que diz respeito à reputação de marca. Se antes as críticas a uma empresa eram feitas de maneira off-line e envolvendo apenas a companhia e o consumidor, hoje, com as redes sociais e a digitalização dos canais de comunicação, uma má experiência de um usuário pode viralizar e trazer sérias consequências para a imagem da marca em questão.

Por isso, focar no relacionamento com o consumidor é fundamental. Usar recursos tecnológicos para melhorar processos e compreender as tendências de mercado visando oferecer uma experiência de atendimento mais agregadora e satisfatória para o cliente é um diferencial que terá um impacto positivo nos resultados e na relação das marcas com seu público.

A fim de analisar com mais detalhes as preferências dos usuários e redesenhar os canais de comunicação com o cliente, com foco na melhoria da experiência, surgem novas tecnologias, como serviços digitais, analytics, omnichannel, URA cognitiva, boots e, sobretudo, a Inteligência Artificial. Por meio dessas ferramentas, é possível entender comportamentos, definir estratégias e gerar insights valiosos que podem transformar completamente a forma de atuação da marca, alavancando seus negócios e aumentando a satisfação dos consumidores.

O uso do machine learning e ciência de dados nas centrais de relacionamento já é uma realidade, juntamente com uma visão consultiva de negócios e comportamentos para aprimorar continuamente essa relação. O objetivo é se atentar ao consumidor e às suas preferências, entendendo o que dizem os dados, para conseguir melhorar a experiência do usuário e atender às suas demandas com eficiência. Proporcionar informações extremamente estratégicas para o negócio é o que realmente as empresas desejam no cenário econômico atual – se diferenciarem estando a frente em seus negócios.

Segundo o Gartner, se os líderes optarem pelo uso de analytics e participarem da definição de metas e estratégias baseadas neles, poderão aumentar a produção de valor de seu negócio em 2,6 vezes. A consultoria prevê que em 75% das organizações, a inteligência artificial sairá da fase piloto, até 2024, para entrar em operação, o que irá quintuplicar as infraestruturas de análise, assim como a transmissão de dados. Isso fará com que 33% das grandes empresas tenham analistas exercendo a inteligência de decisão até 2023, de acordo com a consultoria.

Esses dados apontam que o uso de IA, Analytics, entre outras modelagens digitais estarão cada vez mais inseridas nas estratégias organizacionais, uma vez que ao reestruturar a jornada de relacionamento com os clientes e trazer melhorias em produtividade, na qualidade dos serviços e nos resultados entregues será possível alcançar índices positivos de CX, uma variável que ganha cada vez mais peso, atuando como um elemento de diferenciação que fortalece a conexão dos consumidores com a marca e contribui para todo o sucesso do negócio.

Alexandre Dias, diretor de Novos Negócios e Soluções na Orbitall, empresa do Grupo Stefanini.

 

O que está por trás da compra do site Jovem Nerd pelo Magalu

O que você precisa saber

  • O Magazine Luiza está adquirindo produtores de conteúdo com o objetivo de aumentar o número de clientes da empresa, trazer especialistas em conteúdo e aumentar o valor agregado do aplicativo da empresa.
  • A aquisição da plataforma Jovem Nerd foi anunciada na última quarta (14). Outras empresas que já foram compradas são o Steal the Look e o Canaltech.
  • “Temos que decidir o tempo todo se construímos dentro de casa ou se encontramos parceiros que tenham alinhamento com o Magalu do ponto de vista de valores e tem um feat de negócios”, afirma Eduardo Benjamin Galanternick, vice-presidente de negócios do Magalu.

O Magazine Luiza anunciou na última quarta-feira (14) a aquisição do site Jovem Nerd, especializado em cultura pop. A aquisição não é a primeira incursão da empresa na área de conteúdo. Em março, o Magalu anunciou a compra do Steal the Look, plataforma de conteúdo especializado em moda, beleza, cultura e comportamento. No ano passado, comprou o Canaltech, que fala sobre tecnologia.

Por que o Magalu está investindo em produtores de conteúdo? Existem duas estratégias por trás dessas aquisições. A primeira é que a varejista quer aumentar o tráfego para seu app, estimular o consumo e captar novos clientes dentro dos canais dos produtores de conteúdo.

“Um ponto importante da estratégia é que de um lado você aumenta a audiência do Magalu e, junto com ela, traz especialistas em conteúdo. A gente entende que o Steal the Look, por exemplo, é um veículo para se conectar a uma audiência de moda relevante e que pode passar conteúdos apoiados na venda de produtos dentro da nossa plataforma. A mesma coisa vale para o CanalTech e para o Jovem Nerd”, afirma Eduardo Benjamin Galanternick, vice-presidente de negócios do Magalu.

A segunda é que a empresa quer fortalecer seu app e assim torná-lo um superapp. “Vemos como uma estratégia trazer conteúdo para dentro do aplicativo para fazer com que ele se torne mais relevante. O conteúdo vai gerar para aquele cliente mais motivos para continuar com ele instalado”, afirma Galanternick.

Para a companhia, as aquisições vão possibilitar uma conexão entre anunciantes e uma audiência qualificada, além da produção de conteúdos premium que podem ser feitos pelas empresas adquiridas.

Como fica a produção de conteúdo das empresas adquiridas? Os sites e aplicativos das empresas produtoras de conteúdo vão continuar funcionando normalmente e o aplicativo do Magalu vai ser mais um canal de divulgação. Galanternick garante que todos os veículos têm independência editorial, ou seja, podem falar sobre os temas que quiserem sem interferência da empresa.

“A nossa proposta é manter a liberdade criativa e editorial e potencializar o tempo dos produtores de conteúdo, enquanto o Magazine Luiza vai fazer muito mais parte de uma estrutura de suporte, assumindo as questões burocráticas e conectando a nossa base de sellers”, afirma.

Quais as características das empresas adquiridas pelo Magalu? As principais delas são produção de conteúdo de qualidade, valores e cultura que combinem com o Magalu e possuírem um bom alcance e conexão com a audiência para quem falam.

Quais as próximas aquisições? Ainda não há nomes para divulgação, mas Galanternick diz que existe um interesse por empresas relacionadas às categorias estratégicas do Magalu, que são de bens duráveis, bens de consumo, vestuário, incluindo moda e esportes, beleza e livros.

“As empresas que nós entendermos que fazem sentido, que a aquisição vai ser boa para o Magalu, para as partes interessadas e que possuem uma conexão forte com a audiência, são potenciais negócios”, afirma Galanternick.

Hoje, a empresa tem 1.237 lojas físicas em 18 Estados do país. Além dos produtos do Magalu, o site conta com cinco marcas online: Netshoes, Zattini, Shoestock, Época Cosméticos e Estante Virtual, além de milhares de vendedores no marketplace. O aplicativo da empresa tem 30 milhões de usuários ativos.

Como o Magalu se enxerga hoje? Como um ecossistema que possui várias plataformas envolvidas.

“Hoje, nós somos uma plataforma que tem várias comunidades envolvidas. Temos nossos clientes, nossos sellers (vendedores), nossos parceiros de logística. Para cada frente que trabalhamos, temos que desenvolver funcionalidades para atender às necessidades de negócios. Temos que decidir o tempo todo se construímos dentro de casa ou se encontramos parceiros que tenham alinhamento com o Magalu do ponto de vista de valores e tem um feat de negócios”, afirma Galanternick.

A Lu, assistente virtual da empresa, pode entrar nas produções de conteúdo? Galanternick não descartou a possibilidade. “Em relação a Lu com o Jovem Nerd, começamos uma página em branco agora, temos muita coisa para escrever. Vamos conectar os times, o nosso que cuida da Lu com tanto carinho, e ver como conseguimos fazer mais essa conexão”, afirma.