Do bazar ao marketplace: lições históricas e filosóficas para a transformação do varejo moderno

O comércio sempre foi um reflexo da evolução humana. Dos antigos bazares, onde se trocavam bens e histórias, até os modernos marketplaces digitais, o varejo se transformou, mantendo, porém, a essência das relações humanas e dos valores que sustentam qualquer negócio.

Este artigo explora como lições históricas e reflexões filosóficas podem inspirar a transformação do varejo moderno, demonstrando que, mesmo com as inovações, os fundamentos do comércio permanecem os mesmos.

Raízes históricas do comércio

Dos bazares às feiras

Os primeiros centros de comércio surgiram em ambientes simples, onde os bazares e feiras eram palco de encontros entre culturas, mercadorias e saberes. Esses espaços não eram apenas locais de troca econômica, mas também pontos de convergência social e cultural. Nessas trocas, o valor do produto ia além do material, incorporando a confiança, a tradição e o saber local.

Evolução dos modelos comerciais

Com o passar dos séculos, o comércio foi se organizando de maneira mais estruturada, dando origem às primeiras lojas permanentes e, posteriormente, aos grandes centros comerciais. Essa evolução refletia não só o crescimento econômico, mas também o desenvolvimento de novas formas de relacionamento e de gestão dos negócios. A história nos ensina que, independentemente da época, a adaptabilidade e a inovação foram essenciais para a sobrevivência e o sucesso no mercado.

Inovação que transcende o tempo: o exemplo dos fenícios e a revolução digital

Um exemplo emblemático dessa continuidade entre inovação e tradição é o dos fenícios, ancestrais dos libaneses e reconhecidos como grandes comerciantes da antiguidade. Para aprimorar suas relações comerciais, os fenícios desenvolveram o primeiro alfabeto conhecido, uma tecnologia revolucionária que facilitou a comunicação e se tornou a base do alfabeto que utilizamos hoje.

Da mesma forma, a era digital trouxe tecnologias que transformaram o comércio. Hoje, soluções eletrônicas e plataformas digitais aprimoram as relações comerciais, mas os pilares do sucesso permanecem inalterados:

  • Entrega de soluções eficientes: Oferecer produtos e serviços que realmente resolvam os problemas dos clientes.
  • Relação de confiança: Construir vínculos sólidos, baseados na transparência e no compromisso.
  • Atendimento de excelência e experiência do cliente: Proporcionar um serviço personalizado que vá além da simples transação.

Esses fundamentos são tão essenciais hoje quanto eram nos tempos dos fenícios.

A jornada filosófica no mundo dos negócios

Ética e propósito

A filosofia sempre buscou compreender a essência da existência humana e seus valores fundamentais. No contexto dos negócios, conceitos como ética, propósito e valor não são apenas palavras da moda, mas pilares que podem guiar decisões estratégicas e a construção de relações duradouras. O varejo, em sua essência, é feito de pessoas, e entender a importância da ética e do propósito pode transformar uma transação comercial em uma experiência significativa.

Reflexões sobre o valor humano

Filósofos como Aristóteles e Kant discutiram a importância do respeito e da dignidade humana. No varejo moderno, essa visão se traduz na personalização do atendimento, na construção de comunidades em torno das marcas e na valorização de cada cliente como um indivíduo único. Essa abordagem pode ser um diferencial competitivo, especialmente em um mercado onde o digital muitas vezes tende à impessoalidade.

Conectando o passado com o futuro

Lições de resiliência e adaptação

A história dos bazares e das feiras é um exemplo de como a adaptabilidade sempre foi essencial para o sucesso no comércio. Negócios que souberam se reinventar diante de mudanças — sejam elas econômicas, tecnológicas ou culturais — conseguiram não apenas sobreviver, mas prosperar. Essa lição é especialmente relevante no cenário atual, onde a transformação digital exige uma constante reinvenção dos modelos de negócios.

A herança familiar e a modernidade

Minha própria trajetória reflete essa conexão entre tradição e inovação. Cresci observando os valores e a resiliência do comércio familiar, onde meu pai, vindo do Líbano, fundou a Cleutex Comercial em 1966 — que hoje vive sob a marca Intima Store. Essa herança me ensinou que o sucesso não depende apenas das tecnologias disponíveis, mas da capacidade de manter vivas as raízes e os valores que construíram a história de um negócio. Hoje, ao atuar no cenário do e-commerce e do varejo digital, procuro unir essa sabedoria tradicional com as ferramentas e estratégias inovadoras que o mundo moderno exige.

Da loja física ao marketplace digital

A transição do varejo tradicional para o e-commerce não é apenas uma mudança de canal, mas uma revolução na forma de pensar e operar. Enquanto o comércio físico sempre valorizou o contato humano e a experiência sensorial, o digital precisa encontrar maneiras de recriar esses elementos. Os marketplaces, por exemplo, oferecem um ambiente que, embora virtual, possibilita a interação, a confiança e a construção de comunidades em torno de marcas e produtos.

Estratégias inspiradas na história e na filosofia

Valorização do Legado e da Tradição

Incorporar elementos históricos em uma estratégia de marketing pode ser um diferencial poderoso. Contar a história da sua marca, as origens familiares e os desafios superados ao longo do tempo cria uma conexão emocional com o público. Essa narrativa fortalece a identidade do negócio e agrega valor à marca, mostrando que, por trás de cada transação, há uma trajetória de resiliência e inovação.

A aplicação de princípios éticos e humanizados

Adotar uma abordagem ética no comércio moderno não significa apenas cumprir normas, mas também construir relações de confiança com clientes, parceiros e colaboradores. Essa filosofia pode ser traduzida em práticas como atendimento personalizado, políticas de transparência e ações que beneficiem a comunidade. Em um mundo cada vez mais automatizado, o fator humano continua sendo um elemento diferencial.

Inovação com responsabilidade

A transformação digital deve ser guiada por valores que respeitem tanto o legado quanto as novas demandas do mercado. Investir em tecnologia, análise de dados e estratégias digitais é fundamental, mas é igualmente importante que essas iniciativas sejam alinhadas a um propósito maior. A inovação, quando permeada por uma visão ética e humanizada, pode transformar desafios em oportunidades e impulsionar o crescimento sustentável do negócio.

Conclusão

A jornada do bazar ao marketplace é um retrato da evolução do comércio, marcada por desafios, adaptações e grandes lições de resiliência. Ao unir a sabedoria histórica e as reflexões filosóficas com as ferramentas modernas do e-commerce, os profissionais do varejo podem não apenas sobreviver às transformações do mercado, mas se destacar como líderes inovadores e éticos.

Essa integração entre tradição e modernidade é, sem dúvida, um caminho para construir negócios sólidos, que valorizam tanto o passado quanto o futuro. Em um cenário de constantes mudanças, manter vivos os valores fundamentais e aprender com a história é o segredo para transformar desafios em oportunidades e criar experiências significativas para clientes e colaboradores.

Que essa reflexão sirva de inspiração para todos que acreditam no poder do conhecimento e da inovação para transformar o varejo e, consequentemente, o mundo dos negócios.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/do-bazar-ao-marketplace-licoes-historicas-e-filosoficas-para-a-transformacao-do-varejo-moderno”

Por que os lojistas devem migrar para o varejo híbrido?

Nos últimos anos, temos assistido a uma transformação acelerada no comportamento do consumidor, impulsionada pela digitalização e pelas mudanças nas preferências de compra. O varejo híbrido, que combina operações físicas e digitais, não é apenas uma tendência passageira, mas uma evolução natural do mercado. Esse modelo tem se consolidado como essencial para a competitividade das empresas, permitindo que varejistas de todos os portes expandam suas atuações e alcancem novos públicos de maneira mais eficiente.

A adesão crescente aos marketplaces tem sido um dos principais motores dessa mudança. Esses ambientes digitais oferecem infraestrutura, tecnologia e visibilidade para lojistas, permitindo uma expansão de atuação sem a necessidade de grandes investimentos iniciais. Além disso, possibilitam a expansão geográfica, já que, enquanto uma loja física atende regionalmente, o marketplace permite alcançar consumidores em todo o Brasil. O consumidor moderno busca personalização, praticidade e agilidade. Segundo estudos recentes realizados pela Wake, em parceria com o Opinion Box, mais de 79% dos consumidores preferem comprar em plataformas que oferecem uma experiência unificada entre os canais digital e físico, reforçando a necessidade de integração omnichannel.

A força da estratégia omnichannel

Outro fator decisivo é a necessidade de uma estratégia omnichannel bem estruturada. Hoje, os consumidores não fazem mais distinção entre o mundo físico e o digital. Eles querem liberdade para iniciar uma compra online e finalizar na loja física, ou vice-versa. Empresas que entendem e se adaptam a esse comportamento têm uma vantagem competitiva significativa. Os consumidores querem conveniência e fluidez na experiência de compra. O varejo híbrido, aliado à força dos marketplaces, proporciona isso ao integrar estoques, ampliar opções de pagamento e garantir entregas ágeis.

Além disso, a adoção de tecnologias como inteligência artificial e análise de dados tem sido fundamental para personalizar a experiência do cliente e aumentar as taxas de conversão de vendas. Os marketplaces também investem significativamente em tecnologia mobile, visando facilitar a navegação dos usuários. De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), mais de 50% das compras online no Brasil são realizadas por meio de smartphones, evidenciando a importância de plataformas otimizadas para dispositivos móveis.

Como os lojistas podem se destacar

Compreender o perfil do consumidor e oferecer soluções alinhadas às suas preferências fortalece a relação entre marcas e clientes, gerando mais fidelização e recorrência de compras. Essas ferramentas possibilitam desde a recomendação de produtos baseada no histórico de compras até a otimização de estoques, tornando a operação mais eficiente.

Para se destacar nesse cenário, os lojistas podem aproveitar a estrutura já existente dos marketplaces, que oferecem soluções logísticas eficientes, garantindo entregas rápidas e seguras sem a necessidade de investimentos próprios. Além disso, estratégias de fidelização, como programas de cashback, cupons exclusivos para diferentes canais e um atendimento personalizado, são disponibilizadas pelo próprio marketplace, ajudando a manter os consumidores engajados e ampliando as oportunidades de vendas.

Com a expectativa de crescimento contínuo das vendas digitais e a consolidação de novos hábitos de consumo, o varejo híbrido se posiciona como a melhor resposta para os desafios do setor. Investir na integração entre canais, na experiência do cliente e em soluções tecnológicas é um passo fundamental para acompanhar essa tendência. Quem ainda não iniciou essa transição precisa agir agora para não perder relevância no mercado. O futuro do varejo já chegou – e ele é híbrido.

Fonte: “Por que os lojistas devem migrar para o varejo híbrido? – E-Commerce Brasil

Amazon Brasil aponta principais vendas em seção de produtos internacionais

Após expansão em janeiro deste ano, com mais 40 milhões de produtos dos EUA disponíveis, a aba de compras internacionais da Amazon Brasil contabiliza os primeiros resultados. A seção contou com destaque, principalmente, na procura por livros e itens colecionáveis de cultura pop (HQs e cinema).

Em lista enviada ao Tecmundo com os principais itens vendidos desde a expansão em janeiro, estão:

1. Livro de Colorir Cozy Friends, Coco Wyo
2. Marvel Collectibles toys (Blue Spiderman)
3. Livro Bridge to Terabithia: A Newbery Award Winner, Katherine Paterson
4. Livro The House On Mango Street, Sandra Cisneros
5. Livro Very Hungry Caterpillar, Eric Carle
6. Livro Harry Potter And The Sorcerer”s Stone: Volume 1, J. K. Rowling
7. Livro Animal Farm: 75th Anniversary Edition, George Orwell
8. Livro The Gruffalo, Julia Donaldson e Axel Scheffler
9. Livro Things No Seen, Andrew Clements
10. Marvel Legends Series Colossus, Deadpool Legacy Collection Deluxe Collectible

De acordo com levantamento interno, entre os itens de literatura comercializados na seção de compras internacionais, a média de preços fica entre R$ 59 e R$ 70. Vale lembrar que são edições em inglês.

Fora os itens de literatura, outros gêneros como linha e discos de vinil e itens de casa ou cozinha também despontam. Na categoria de produtos de beleza, a preferência é por itens sustentáveis de cuidados capilares e com a pele, como os esfoliantes.

No momento de expansão, 35 segmentos foram incluídos à lista de produtos oferecidos, além de marcas como Adidas, Kipling, Calvin Klein, Puma, Conair, Carter’s, Ninja, entre outras.

Fonte:”https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/amazon-brasil-aponta-principais-vendas-em-secao-de-produtos-internacionais”

 

A evolução do PDV para “pessoas de vendas” e personal shopper

Na evolução das estratégias no digital, temos visto surgir novas oportunidades a partir da assistência que o consumidor pode receber na compra à distância.

Nesse caso, o conceito de PDV (ponto de venda) ganha desdobramentos diferentes, porque entram em cena outros agentes, como as “pessoas de vendas” (protagonistas no segmento das vendas diretas) e o personal shopper virtual (solução de venda assistida).

No último caso, a diferença é que a loja conta com uma solução mais completa, que resulta em mais autonomia para o vendedor, ao mesmo tempo em que assegura uma experiência diferenciada para o cliente e garante o controle da loja em toda a gestão do processo.

Vamos abordar mais detalhadamente as vantagens obtidas na adoção desse tipo de recurso, mas, por ora, importante refletirmos sobre a relevância dessas soluções para elevar os resultados do varejo.

O principal nessa história de deixar de olhar para o PDV não é ter o melhor canal de vendas, e sim desenvolver o melhor relacionamento com o cliente.

Quando focamos nesse objetivo, fortalecendo a conexão com o público, fica em segundo plano a forma como executaremos a venda: na loja física, no site, via WhatsApp, redes sociais ou mesmo marketplace. Ou seja, passamos a focar na experiência do cliente, considerando toda a sua jornada de compra, e ampliamos as oportunidades.

Afinal, “pessoas de vendas”, responsáveis pelas vendas diretas, são hoje aliadas importantes para o crescimento de diversos setores, uma vez que atuam, na maioria das vezes, com produtos de terceiros (incluindo grandes indústrias, como as de cosméticos).

E trata-se de um ciclo virtuoso, uma vez que, à medida que essas operações ganham tração, os empreendedores evoluem para empresários, o que vai demandar o investimento num sistema de vendas mais robusto.

Personal shopper virtual: melhor experiência para o cliente, mais conversão para a loja

Antes de pensar na estrutura, contudo, é importante lembrar que para ter sucesso nessa estratégia é preciso investir no básico: conhecer profundamente as “dores” do cliente, entender o que é preciso fazer para engajá-los.

Nesse sentido, a proposta do personal shopper virtual é justamente apoiar o cliente na hora da compra, oferecendo-lhe um atendimento especializado.

O desenvolvimento desse tipo de solução parte, então, da premissa de que, cada vez mais, as empresas devem conseguir incorporar no digital iniciativas que são valorizadas na loja física.

Começando pela experiência do cliente, o importante é que ele consiga receber, quando precisa, informações que o ajudem a tomar sua decisão.

Por isso, a necessidade de ter uma solução que permita conectar diretamente o vendedor e o comprador, de forma que a “conversa” seja efetiva, assim como acontece pessoalmente.

Digital consultivo para reduzir a fricção

A conveniência do digital é imbatível, e a assistência do personal shopper eleva a experiência de compra.

Com um atendimento consultivo, aumentamos a conversão, reduzimos a dispersão e proporcionamos mais segurança ao cliente em toda a jornada de compra.

Para isso, é preciso primeiro entender a demanda e, a partir daí, fazer as recomendações de produtos aderentes para aquela pessoa e, se for o caso, prestar as devidas orientações.

Além de viabilizar esse canal de comunicação, a funcionalidade precisa garantir a segurança da operação. E isso acontece quando o vendedor tem condições de enviar para o cliente o link para o pagamento, para que a conclusão do processo ocorra num ambiente seguro.

E a vantagem não é apenas para o cliente. A adoção desse tipo de solução garante mais autonomia para o vendedor. Contudo, a loja fica com tudo devidamente registrado, até para fazer uma gestão mais eficiente da sua força de vendas.

Como já citado, na adoção desse tipo de estratégia, não precisamos focar no canal de vendas, e sim na experiência do cliente. Ou seja, deixamos de olhar para o ponto de venda e concentramos esforços no relacionamento com o cliente, como exigem os novos tempos.

Do boca a boca para o clique a clique

Quando refletimos sobre a evolução do e-commerce no Brasil, é importante olharmos também para o setor de vendas diretas, que ganha força no digital – daí a expressão de que o boca a boca se transforma em clique a clique.

A questão aqui é pensarmos que esses negócios podem alcançar outro patamar na medida em que as operações evoluem em termos de faturamento. E, como o digital já prevalece nesse tipo de operação, a consequência “natural” seria o investimento na adoção de um e-commerce próprio, com mais possibilidades.

Vale o registro de que esse segmento está em expansão: as vendas diretas no Brasil aumentaram 4,6%, para US$ 7,962 bilhões em 2023, o que nos coloca na sétima posição no ranking mundial, liderado pelos EUA, que anualmente chegam à cifra de US$ 36,6 bilhões.

Entre as categorias de produtos, a principal é a de cosméticos e cuidados pessoas (42,7% de participação), mas se destacam também roupas e acessórios (18%), saúde e nutrição (10%), produtos para casa e utensílios (8,8%).

Os dados da ABEVD – Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas – confirmam ainda a relevância conquistada pelo digital, uma vez que os canais utilizados se concentram no WhatsApp (79,9%) e nas mídias sociais (79,9%), hoje mais representativos do que as vendas realizadas pessoalmente (46,4%).

Essas informações são referentes à comercialização de produtos e serviços por meio do relacionamento dos empreendedores independentes com seus clientes.

Para entender melhor o perfil de quem está à frente dessas vendas: os jovens somam 49,5% dos empreendedores independentes, e as mulheres continuam mostrando sua força de trabalho nessa área, constituindo 60% da frente de vendas em 2023.

Quem está à frente dessas operações é um nanoempreendedor. Ele geralmente está iniciando um negócio ou exerce outra função e complementa a renda com o empreendedorismo, faturando até R$ 40.500,00 por ano, uma média de no máximo R$ 3.375 por mês.

Podem evoluir e se tornar empresários? Sim, na medida em que consigam garantir mais escala para suas operações. E, mesmo com números menores, podem agregar força ao faturamento das marcas.

E, sem dúvida, o ambiente digital favorece os negócios, uma vez que possibilita, por exemplo, a organização de grupos de revendedores.

E o interessante é percebemos como o varejo e a indústria podem se beneficiar desses novos modelos para consolidar sua expansão.

É isso que acontece quando a empresa emprega a sua força de vendas de forma mais efetiva, não restringindo seu trabalho à loja física.

Essas soluções, que se tornaram imprescindíveis no período do isolamento, hoje estão consolidadas.

Via WhatsApp, o vendedor aciona o cliente, mostra opções e, se o contato for bem-sucedido, fecha a venda, enviando link de pagamento. Nesse caso, então, o conceito de PDV perde relevância, porque o que será decisivo será a “pessoa de venda”, responsável não apenas pelo fechamento do negócio, mas por estreitar o relacionamento com o cliente.

A evolução do varejo no Brasil passa por entender melhor e investir mais nessas possibilidades, justamente pelo fato de elas responderem às demandas do consumidor.

Hoje ele é omnichannel e exige um tratamento mais personalizado, seja comprando de uma loja ou de um nanoempreendor.

Fonte: “A evolução do PDV para “pessoas de vendas” e personal shopper – E-Commerce Brasil

Moda Center Log é lançado para tornar a logística mais eficiente no Polo de Confecções

Nesta segunda-feira (17), o Moda Center, em Santa Cruz do Capibaribe-PE, lançou uma solução inovadora que facilitará a conexão entre comerciantes, clientes, excursões e transportadoras. O Moda Center Log, que surgiu com a implantação do Marketplace do Moda Center, também integrará, em um só lugar, os serviços oferecidos pelos Correios e o Aplicativo Moda Center.

O evento contou com a participação de comerciantes, imprensa, diretoria, gerentes e gestores do centro de compras. Nele, foram detalhados o funcionamento e objetivos do Moda Center Log, mostrando que a plataforma pode ajudar os confeccionistas a ganhar mais tempo com a logística das mercadorias, assim como as excursões podem aumentar sua cartela de clientes e ter mais lucratividade.

O Moda Center Log, apresentado no evento por Kaká Sabocinscki (gerente comercial do Moda Center) e Edson Carneiro (gestor comercial do Moda Center e diretor da ZAX), faz parte das estratégias do centro de compras para facilitar a vida dos comerciantes e aumentar a competitividade do polo atacadista, garantindo que os produtos cheguem aos compradores de todo o Brasil de forma mais rápida e segura. Dentre seus benefícios, estão:

*Envios estratégicos através de excursões, Correios e transportadoras, atendendo todo o país;

*Sistema exclusivo para excursões, facilitando o fluxo de compra e envio direto do Marketplace do Moda Center;

*Prazos e preços mais competitivos, garantindo economia para lojistas e clientes;

*Monitoramento otimizado, trazendo mais segurança e rastreamento em tempo real de todos os envios.

Fonte: “Moda Center Log é lançado para tornar a logística mais eficiente no Polo de Confecções

Sucesso de Ana Castela e Madonna aquece vendas de Moda e Beleza no Mercado Livre

Plataforma lançou ferramenta que permite que os usuários revisitem suas compras e descubram seu perfil de consumo.

Eventos culturais desempenham um forte papel no comportamento de compra dos brasileiros. Em 2024, o sucesso da cantora Ana Castela e o show de Madonna no Brasil geraram uma onda de buscas e compras relacionadas no Mercado Livre, que lançou a primeira edição do Meli Trends Brasil, publicação que mostra como os hábitos de consumo refletem os interesses dos usuários da plataforma.

A ascensão de Ana Castela, especialmente entre os jovens, motivou uma crescente demanda por produtos relacionados à sua imagem, como roupas, acessórios e cosméticos. Durante o ano, itens associados à artista tiveram quase dez buscas por minuto em todo o território nacional e puxaram as vendas da categoria Moda e Beleza.

O show da Madonna na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, estimulou a procura por produtos relacionados à artista, especialmente itens de moda e colecionáveis, incluindo camisetas, acessórios e outros artigos exclusivos.

Já a expectativa das estreias de filmes como Divertida Mente e 2 e Lilo & Stitch estimularam as buscas por brinquedos e itens personalizados.

“A forma como o brasileiro pesquisa e compra está em constante evolução, e é por isso que, no Mercado Livre, nos conectamos com o nosso público e inovamos continuamente para levar sempre a melhor experiência para o usuário”, destaca Roberta Donato, diretora sênior de Marketplace do Mercado Livre.

Outros destaques

Além dessas influências, o relatório destaca a forte procura por produtos nas categorias de Casa e Decoração, Tecnologia e Supermercados. O jogo de Lençol Queen, por exemplo, foi o item mais buscado no Mercado Livre durante o ano.

Outros produtos populares incluíram o Samsung Galaxy S23, o Apple iPhone 13 e a Creatina Monohidratada, mostrando como as tendências de bem-estar e tecnologia dominaram as compras.

Para tornar a experiência ainda mais personalizada, o Mercado Livre lançou a funcionalidade “Meu Unboxing”, que permite que os usuários revisitem suas compras e descubram seu perfil de consumo. A ferramenta ajuda a traçar um panorama mais claro sobre os gostos e preferências de cada cliente, destacando perfis como home lover, beauty e gamer.

A experiência mostra, por exemplo, a primeira compra realizada, o total de pedidos feitos ao longo do tempo, a distância percorrida pelos envios e até mesmo o tempo de entrega mais rápido já registrado.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/19/02/2025/noticias-varejo/sucesso-de-ana-castela-e-madonna-aquece-vendas-de-moda-e-beleza-no-mercado-livre/”

 

Tentativas de golpe no e-commerce crescem 3,5% em 2024 ante 2023, aponta Equifax BoaVista

As tentativas de golpe no e-commerce aumentaram 3,5% em 2024 ante 2023, ano em que houve 7 milhões de registros, mostra uma pesquisa da Equifax BoaVista. Na mesma base de comparação, o ticket médio das compras fraudulentas teve alta de 18,1%, atingindo o valor de R$ 343,90 no ano passado.

Conforme o levantamento, no Brasil, 27,5% ou mais de 2,2 milhões dos golpes ocorreram no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

Por outro lado, com o menor registro, estão o Acre, Amapá e Roraima, representando somente 0,2% dos casos.

Com o maior número de vendas online – 15,9% de um total de 35 milhões -, a sexta-feira também é o período favorito para as fraudes no e-commerce: segundo a pesquisa, 15,1% das ocorrências foram registradas nesse dia.

Em contrapartida, nos fins de semana, especialmente aos domingos, são menores as movimentações de vendas e tentativa de golpes, correspondendo a 11,3%.

Já o horário com mais fraudes no comércio eletrônico em 2024 foi às 14 horas e o período com menos, foi às 4 horas da madrugada.

O vice-presidente de Produtos e Pré-Vendas da Equifax BoaVista, Rogério Signorini, observa que “os dados nos mostram os padrões de comportamento mais frequentes dos fraudadores, que costumam agir durante horários de alta movimentação no e-commerce para se camuflarem entre transações legítimas, dificultando a detecção”

Fonte: “https://diariodocomercio.com.br/legislacao/tentativas-golpe-e-commerce-crescem-2024-ante-2023-equifax-boavista/”

A nova regra do jogo: como a automação inteligente está reduzindo custos e aumentando lucros no e-commerce

Imagine uma equipe de marketing de e-commerce gastando horas preciosas consolidando relatórios de desempenho, ajustando campanhas manualmente e lidando com processos operacionais repetitivos.

Enquanto isso, um concorrente que investiu em automação inteligente está ajustando lances de mídia paga em tempo real, personalizando recomendações para cada cliente e reduzindo custos operacionais.

A diferença? A automação inteligente não é apenas uma conveniência; ela está se tornando a nova regra do jogo.

No cenário atual do e-commerce, a pressão por eficiência e ROI nunca foi tão alta. Gerentes e diretores precisam justificar investimentos, reduzir custos de aquisição de clientes e aumentar a conversão. E a verdade é que estratégias manuais simplesmente não acompanham a velocidade do mercado digital.

Como disse Jeff Bezos: “Se você dobra o número de experimentos que faz por ano, você dobra sua inventividade”. E a automação permite exatamente isso: testar, aprender e escalar rapidamente.

A pergunta é: sua operação está pronta para jogar esse novo jogo? Ou ainda está presa a processos manuais que limitam seu crescimento?

O problema: o custo oculto do trabalho manual

O mercado mudou. O consumidor mudou. E o jeito de vender online também precisa mudar. A automação inteligente deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade para e-commerces que querem crescer sem aumentar custos.

Mas aqui está a questão: muitas empresas ainda operam no modo manual, gastando tempo e dinheiro em tarefas que poderiam ser automatizadas. O resultado? Processos ineficientes, desperdício de recursos e perda de vendas.

Muitos negócios online ainda operam como se estivessem na década passada. Processam pedidos manualmente, enviam e-mails um a um e perdem vendas por não nutrir leads corretamente. Isso custa tempo, gera erros e impacta diretamente o faturamento.

Além disso, a concorrência está mais feroz do que nunca. O consumidor digital espera rapidez, personalização e eficiência. Se sua loja não entrega isso, alguém mais entrega.

A boa notícia? A automação inteligente pode resolver esses problemas e transformar sua operação.

O que é automação inteligente?

Diferentemente da automação tradicional, que apenas executa tarefas repetitivas, a automação inteligente usa inteligência artificial e aprendizado de máquina para tomar decisões e otimizar processos.

Isso significa que seu e-commerce pode:

– Enviar e-mails personalizados com base no comportamento do cliente.

– Ajustar preços dinamicamente conforme a demanda e a concorrência.

– Reabastecer estoques automaticamente quando os níveis estiverem baixos.

– Segmentar clientes e sugerir produtos de forma precisa.

Tudo isso sem intervenção humana, permitindo que você foque no que realmente importa: crescer.

Redução de custos: como a automação corta desperdícios invisíveis

Muitos e-commerces acreditam que seus maiores custos estão nos produtos e na logística. Mas o verdadeiro vilão pode estar escondido em processos ineficientes, erros humanos e tempo desperdiçado.

Aqui estão três formas como a automação inteligente reduz custos:

1. Menos erros, menos prejuízo

Erros humanos em pedidos geram retrabalho, trocas e insatisfação do cliente. Softwares de automação garantem que dados como endereço, pagamento e disponibilidade de estoque sejam processados corretamente, reduzindo falhas e custos operacionais.

2. Atendimento ao cliente mais rápido e barato

Chatbots inteligentes e respostas automáticas resolvem dúvidas comuns sem precisar de um atendente humano. Isso reduz a necessidade de uma grande equipe de suporte e melhora a experiência do cliente.

3. Marketing automatizado: campanhas mais eficientes

Em vez de disparar e-mails e mensagens manualmente, a automação permite segmentação inteligente. Clientes recebem ofertas no momento certo, aumentando as taxas de conversão sem esforço extra.

Automação para aumentar o lucro: mais vendas com menos esforço

A automação inteligente não apenas reduz custos, mas também impulsiona as vendas.

1. Recuperação de carrinhos abandonados

Estudos mostram que cerca de 70% dos carrinhos de compra são abandonados antes da finalização da compra. Com a automação, é possível enviar e-mails ou mensagens personalizadas incentivando o cliente a concluir a compra, recuperando parte dessa receita perdida.

2. Personalização na comunicação

Clientes querem sentir que são únicos. Com inteligência artificial, sua loja pode recomendar produtos com base no comportamento de navegação e compras anteriores, aumentando as chances de conversão.

3. Gestão de estoque eficiente

Nada é pior do que perder uma venda porque o produto esgotou sem aviso. A automação inteligente monitora os estoques em tempo real, evitando excessos ou faltas e garantindo que seu e-commerce esteja sempre preparado para vender.

Casos reais: quem já está ganhando com isso?

Reserva IN

A marca brasileira de moda masculina Reserva implementou um sistema automatizado de e-mails e CRM, aumentando a taxa de conversão e reduzindo o tempo de resposta no atendimento ao cliente.

Wine

A loja online de vinhos Wine.com.br usa automação para recomendar rótulos com base no histórico do consumidor, aumentando a taxa de recompra.

Se grandes players do mercado já estão lucrando com automação, por que seu e-commerce ficaria de fora?

Amazon: logística totalmente automatizada

O segredo da Amazon não é apenas o preço, mas a eficiência. Com robôs em centros de distribuição e algoritmos que preveem compras futuras, a empresa entrega rapidamente e reduz custos operacionais drasticamente.

Passo a passo: como começar a automatizar seu e-commerce

Se você quer aproveitar os benefícios da automação, siga este plano:

1. Identifique tarefas repetitivas – quais atividades tomam tempo da sua equipe? Atendimento, estoque, marketing? Liste os processos que podem ser automatizados.

2. Escolha as ferramentas certas – plataformas como Dinamize, RD Station, HubSpot e Octadesk e várias outras ajudam na automação de marketing e atendimento.

3. Implemente aos poucos – comece pelos processos mais críticos e vá expandindo gradualmente.

4. Monitore os resultados – acompanhe métricas como tempo de resposta, taxa de conversão e redução de custos para medir o impacto da automação.

Minha dica final

A automação inteligente não é um luxo, é uma necessidade para quem quer crescer no e-commerce sem aumentar custos desnecessários.

Se você ainda depende de processos manuais, está deixando dinheiro na mesa. Comece pequeno, implemente aos poucos, mas não ignore essa tendência.

A nova regra do jogo já está em vigor. A pergunta é: seu e-commerce está pronto para jogar?

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/a-nova-regra-do-jogo-como-a-automacao-inteligente-esta-reduzindo-custos-e-aumentando-lucros-no-e-commerce”

 

Mercado Livre traça perfil do consumidor em 2024

Em 2024, o consumidor do Mercado Livre procurou mais por três categorias: Casa & Decoração, Moda & Beleza e Eletrônicos. Estes são alguns dos dados compartilhados pela companhia na primeira edição do Meli Trends Brasil. O estudo trouxe os principais hábitos de consumo dos usuários da plataforma no país.

O tênis foi o produto mais vendido em Moda, com aumento de 40% em relação a 2023. Se enfileirados, os itens que saíram do Centro de Distribuição do Mercado Livre em 2024 poderiam dar 947 voltas na Avenida Paulista

Os perfumes foram os mais vendidos em Beleza, com aumento de 61% sobre 2023. Os itens transacionados empilhados equivaleriam a 505 vezes a altura dos obeliscos do Ibirapuera.

Também foram tendência, os produtos fitness, com média de 30 buscas por segundo pelo termo no Brasil e que teve a Creatina entre um dos cinco itens mais procurados no ano.

A publicação revela ainda a consolidação das categorias Moda, Beleza e Supermercados, que tiveram forte crescimento ao longo do ano, impulsionadas pelo aumento da recorrência de compra.

Entre os produtos mais buscados, estão:

1. Jogo de Lençol Queen
2. Samsung Galaxy S23
3. Kit camisetas básicas masculinas
4. Apple iPhone 13
5. Creatina Monohidratada

Os campeões em vendas na categoria Supermercados foram:

1. Azeite De Oliva Terras De Camões
2. Sabão Em Pó OMO
3. Cerveja Heineken Long Neck

Impacto cultural

Entre os fatos culturais que mais influenciaram o consumo estão o sucesso da cantora Ana Castela, cujos produtos associados tiveram quase dez buscas por minuto no Brasil durante o ano; e o show histórico da rainha do pop Madonna na Praia de Copacabana. Já a expectativa das estreias de filmes como Divertida Mente e 2 e Lilo & Stitch estimularam as buscas por brinquedos e itens personalizados.

De acordo com Roberta Donato, diretora sênior de Marketplace no Mercado Livre, a forma como o brasileiro pesquisa e compra está em constante evolução. Por conta disso, a executivo explica que a conexão com público é uma parte importante público para elevar a experiência do usuário.

“Segundo pesquisa da Kantar, 86% dos brasileiros utilizam a nossa plataforma diretamente para comprar e para buscar ofertas. Isso significa que os interesses de compra que revelamos nesta publicação refletem os hábitos e tendências culturais do país”, afirma.

Regional

A publicação revela ainda qual foi o item mais vendido em cada estado brasileiro. O jogo de lençol queen manteve-se na ponta em mais de um terço dos 27 estados. Os suplementos alimentares foram outro destaque, com itens liderando o ranking de vendas em nove. Já a cerveja liderou em quatro unidades federativas.

Fonte: “Mercado Livre traça perfil do consumidor em 2024 – E-Commerce Brasil

As apostas das empresas para melhorar a jornada do cliente

Hiperconveniência, hiperpersonalização, experiências imersivas, sustentabilidade, economia circular e economia do bem-estar são algumas das tendências para criar conexão com o consumidor.

Reter clientes nunca foi uma tarefa fácil, mas as novas tecnologias, se bem utilizadas, podem ser um caminho para melhorar a experiência do consumidor. Nesse contexto, a revolução da inteligência artificial tem tudo para transformar o varejo, implicando em mudanças nas estratégias das marcas e na forma como elas se relacionam com seu público.

Alessandro Milagres, Chief Metaverse Officer da Cidade Matarazzo, explica como a IA e o uso estratégico de dados estão moldando este cenário. “É preciso entender o papel do metaverso nas experiências do cliente. Se você não sabe o que é IA e dados, você tende a levar a sua empresa a não existir mais nos próximos cinco anos. Sabe por quê? Porque o seu concorrente já está fazendo isso ou pelo menos estudando formas de como fazer.”

Para ele, o metaverso não é uma realidade distante, mas uma extensão da forma como as pessoas interagem com os espaços e produtos no dia a dia. “O metaverso está presente em todas as interações digitais que fazemos hoje, e as empresas que souberem integrar essas duas realidades – a física e a digital – de forma eficaz serão as vencedoras no futuro do varejo.”

No entanto, as novas tecnologias, por si só, não são suficientes para manter uma marca viva.

Cecília Rapassi, sócia diretora da Gouvêa Fashion Business, traz uma abordagem analítica sobre como as emoções dos consumidores influenciam suas decisões de compra e como o varejo precisa se adaptar à crescente demanda por novas práticas na chamada nova jornada dos clientes.

Hiperconveniência, hiperpersonalização, experiências imersivas, economia circular e economia do bem-estar são algumas das tendências para criar essa conexão com o consumidor.

HIPERCONVENIÊNCIA

São diversos os fatores que fazem com que a hiperconveniência do varejo esteja em alta. O principal deles é a falta de tempo. Esse conceito cresceu muito por conta da pandemia.

O consumidor não quer mais um e-commerce cheio de produtos aleatórios que não são de seu interesse. Ele quer que o lojista o conheça, saiba dos seus gostos e histórico de compras e entenda suas necessidades para oferecer produtos ou serviços que ele esteja realmente desejando.

“É como se fosse um corredor cheio de itens aleatórios e ele demorasse a encontrar o que precisa. Se você diz para seu cliente onde está o produto que ele quer, ele não desperdiça tempo. É o que chamamos de hiperconveniência”, conta Cecília.

Segundo a diretora, o Amazon Go – um supermercado inteligente que não tem caixas e funciona sem intervenção humana tanto na loja física quanto no site – é um exemplo. Essa tecnologia chegou ao Brasil, em 2022, pelo Grupo Muffato, com a loja sem funcionários Mgo, em Curitiba, no Paraná.

A tecnologia utilizada é chamada de “Just Walk Out” (Apenas saia). No Amazon Go, o cliente entra usando o aplicativo, escolhe os produtos e sai da loja. O sistema identifica quando o cliente retira um produto da prateleira, adiciona o produto ao carrinho virtual, identifica quando o cliente devolve um produto à prateleira e fatura o valor da compra e envia o recibo para o smartphone via cartão de crédito.

HIPERPERSONALIZAÇÃO

As empresas têm investido para conseguir oferecer serviços mais precisos e eficazes de forma a hiperpersonalizá-los. Isso se inicia com o uso de ferramentas digitais capazes de identificar perfis e, a partir daí, exibir conteúdos mais relevantes para cada um dos clientes. Por exemplo, mostrar ofertas de passagens aéreas apenas para os locais que interessam a um consumidor de uma agência de viagens.

Milagres, da Matarazzo, destaca a importância de entender profundamente o cliente e como isso está intimamente ligado à personalização da experiência. Em um ambiente tão competitivo, não basta oferecer produtos e serviços de qualidade. É essencial criar uma conexão emocional com o consumidor, fazendo com que ele se sinta parte da marca por meio de um produto ou serviço.

“Não importa se a sua empresa é a melhor do mundo, a mais legal. Se o empresário não der a experiência para o cliente, por meio de um profundo conhecimento do seu perfil, de nada importa.”

Este conceito, segundo Milagres, é fundamental para que os clientes estejam dispostos a compartilhar seus dados e, assim, se tornarem leais à marca.

“Temos 40 mil clientes na nossa base de dados. Conseguimos rastrear seus hábitos por meio de dados que eles nos fornecem de forma autorizada. Sei o caminho que ele fez no dia em que foi até a Cidade Matarazzo. No caminho, posso personalizar as ofertas para ele e, certamente, ele ficará feliz em não receber mensagens quando não tiver um interesse específico”, conta.

A Cidade Matarazzo tem autorização de boa parte de seus clientes para fazer rastreamento via aplicativo e realiza mapeamento da sua jornada digital com análise das redes sociais. Também faz pesquisas por meio de entrevista com o próprio cliente, cria comunidades criativas e utiliza dispositivos IoT (smartwatches, óculos inteligentes, rastreadores de saúde etc.), que conectam objetos sem fio para coletar, detectar e transferir dados.

Outro ponto importante nesta nova jornada abordado por Milagres foi a transformação do conceito de “Omnichannel” para “Unichannel”, em que o cliente se conecta com a marca por um único canal, mas de forma integrada e personalizada, seja no ambiente digital ou físico. Ele reforça que a experiência do cliente deve ser única e fluida, sem a frustração de ter que repetir informações em múltiplos pontos de contato.

Cecília, da Gouvêa, cita alguns cases para mostrar como a hiperpersonalização tem funcionado na prática. A loja de tênis nova-iorquina Foot Locker tem uma tecnologia que escaneia o pé do cliente, entende como ele pisa no chão ou se tem joanete. A partir desses dados, indica qual calçado disponível na loja é mais indicado para aquele pé.

Já a loja de brinquedos FAO Scharwz possui uma linha de diversos produtos que o cliente pode personalizar, entre opções de carrinhos, jogos, bonecas e outros itens.

No Brasil, a Criamigos, criada em 2016, permite algo parecido, onde a criança dá vida a uma pelúcia, customizando roupas, acessórios, calçados e, inclusive, cria uma mensagem de voz exclusiva do bichinho. Cada produto é único.

EXPERIÊNCIAS IMERSIVAS

Outra estratégia importante para atrair o novo consumidor são as experiências imersivas, que visam envolver o cliente em uma narrativa ou ambiente por meio da tecnologia e dos sentidos. O objetivo é que o cliente se sinta parte da experiência, e não apenas um espectador.

Esse tipo de abordagem tem conquistado cada vez mais as marcas na busca por melhorar a jornada do consumidor. Trata-se de uma combinação entre o uso avançado da tecnologia e o apelo aos nossos cinco sentidos humanos para que o cliente tenha a sensação de estar imerso em um mundo criado especialmente para ele.

Em dezembro do ano passado, a Hering convidou o chef confeiteiro francês Cédric Grolet para uma ação de Natal. Ele preparou panetones especiais e participou de uma master class na pop-up store da Hering em São Paulo.

O Walmart é outro exemplo. Eles criaram o Walmart Land dentro do jogo Roblox e seus 52 milhões de usuários, de olho em uma parcela de consumidores mais jovens e dispostos a estar presentes e gerando experiências dentro da gamificação.

No Roblox, o Walmart tem suas ilhas, nas quais o jogador consegue viver uma experiência imersiva. Essa é a capacidade de ir mais fundo, conhecer produtos e tirar esse consumidor daquele contexto padrão.

A joalheria Tiffany desenvolveu um NFT (Token não fungível) que podia ser trocado por um pingente real, avaliado em cerca de R$ 47 mil. Um NFT é a representação de um item exclusivo, que pode ser digital – como uma arte gráfica feita no computador – ou física. Isso mostra como até o mercado de luxo precisa se conectar com esse novo comportamento, com o consumidor mais jovem, e precisa reter atenção.

SUSTENTABILIDADE E ECONOMIA CIRCULAR

A questão ambiental também tem sido olhada com cuidado pelas marcas que focam em adotar práticas mais sustentáveis e melhorar a jornada do cliente.

A crescente preocupação com o meio ambiente exige que o varejo se reestruture, principalmente no setor de moda, que tem um papel significativo na poluição global.

Cecília enfatiza que as empresas precisam agir agora para minimizar os efeitos ambientais, independentemente das políticas governamentais.

Um estudo feito no fim de 2024 pela Koin, fintech especializada em “Buy Now, Pay Later” (BNPL), uma modalidade alternativa de pagamentos parcelados, mostra que 87,5% dos consumidores brasileiros preferem comprar roupas de marcas que adotam práticas sustentáveis.

O trabalho mostrou que os principais fatores que influenciam na escolha dos consumidores por uma marca de moda sustentável incluem o tecido (31,1%), a origem dos materiais (18,6%), a forma de produção (12,4%), o apoio a causas sociais e ambientais (11,2%) e práticas de reciclagem e logística reversa (4,3%).

Segundo a pesquisa, 89,1% dos entrevistados disseram doar peças que não usam mais. A prática contribui para a economia circular, promovendo a reutilização e o prolongamento da vida útil dos produtos.

“O Walmart criou recentemente uma polêmica ao ter que tirar de circulação uma bolsa que era muito parecida com uma Birkin, da Hermès. Dias depois, a rede fechou uma parceria nos EUA com a Rebag, uma plataforma de varejo sediada em Nova York desde 2014, especializada na compra, negociação e venda de bolsas de luxo usadas”, conta Cecília.

ECONOMIA DO BEM-ESTAR

A diretora da Gouvêa aponta que hoje a geração mais nova de consumidores está praticando mais esporte e bebendo menos. “O mercado precisa se adaptar a essa realidade.”

Um bom exemplo disso, segundo Cecília, é a ascensão do Strava, um aplicativo que conecta milhões de corredores, ciclistas, exploradores e outras pessoas ativas por meio dos esportes. “O Strava é o novo Tinder. Com isso, as marcas que investem em conforto e oferecem melhor o bem-estar, por exemplo, estão à frente porque enxergam para onde seus clientes estão caminhando.”

Ela também cita a Lululemon, marca canadense de peças esportivas. Os produtos são projetados para atletas. Até aí, nada de diferente de outras marcas. Mas, a diferença é que as peças atendem às necessidades físicas e emocionais dos consumidores, além de promoverem o máximo potencial de desempenho.

Percebendo a falta de roupas apropriadas para a prática de yoga no fim dos anos 1990, o idealizador da Lululemon começou a produzir peças e as entregava para professores de yoga testarem. Em troca, queria deles um feedback sincero sobre como elas poderiam gerar mais conforto. Esses insights se transformaram em uma linha de vestuário completamente alinhada aos desejos dos consumidores.

Hoje, a Lululemon é sinônimo de Esportivo Urbano, a tendência que coloca peças de treino até no escritório e é uma marca global que conversa com consumidores de todas as faixas etárias com um mix de produtos que vai da moda atual ao básico com muita tecnologia.

CLIENTE NO CENTRO

Todas essas tendências levam, segundo os especialistas, a um único objetivo: o cliente no centro do negócio para gerar um relacionamento de longo prazo.

Alexandre Sá, CEO da NK Store, enfatiza a importância de entender profundamente o comportamento do consumidor.

A chave para o sucesso está em colocar o cliente no centro da operação e isso pode ser feito com ações que melhoram essa jornada. Na NK Store, diversas ações fazem parte da estratégia, como o acompanhamento das preferências de compra; envio de presentes exclusivos; criação de eventos, como a exibição antecipada das coleções para clientes especiais; convites para jantares, eventos e desfiles internacionais; e até abrir a loja para uma única pessoa antes ou depois do horário de funcionamento, se for preciso.

Sá revela que 35% da receita da marca é gerada por 3,8% da base de clientes registrados. “Queremos fazer com que o cliente potencialize sua relação com a NK por meio dessas ações. Cerca de 55% das nossas vendas são influenciadas por ações de CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente). Não há como deixar isso em segundo plano”, revela.

Fonte:”As apostas das empresas para melhorar a jornada do cliente – ACICAMPINAS