A importância das tecnologias e do Lifelong learning no atendimento ao consumidor

O setor de atendimento ao consumidor e o de customer experience vem sendo visto como os mais importantes dentro das empresas nos últimos tempos. De acordo com a consultoria de negócios PwC, o futuro das relações entre marcas e pessoas está focado exatamente nisso, sejam os clientes o consumidor final ou não. Por isso, hoje se fala em empresas completamente voltadas a oferecer uma boa experiência, com todos os colaboradores trabalhando focados nesse objetivo.

Para que isso aconteça, investir no Lifelong Learning dos colaboradores vem sendo a maneira encontrada de prepará-los cada vez mais para o atendimento ao consumidor e todas as tecnologias que envolvem esse setor atualmente.

O que é Lifelong learning nas empresas

O termo Lifelong Learning refere-se à Educação Continuada, ou seja, a promover a capacitação dos colaboradores, mantendo-os atualizados em processos, mudanças e, principalmente, novas tecnologias.

Segundo Juliana Ornellas, que trabalha como gerente de RH do Grupo PLL, é imprescindível que as empresas mantenham um percentual de investimento nos próprios colaboradores. “Afinal, são eles que constroem um grande negócio. A capacitação geralmente é feita para novos ingressantes, mas traz grandes melhorias também para quem já trabalha na empresa”, aponta. Para ela, aumento da produtividade e a motivação são alguns dos benefícios que podem ser notados quando uma empresa investe em ensinar novas habilidades para seus funcionários, pois isso os torna mais capazes e seguros de realizarem suas tarefas da melhor maneira.

Todo tipo de capacitação é bem-vinda quando o assunto é manter os colaboradores atualizados, mas investir na educação continuada tornou-se ainda mais importante com as tecnologias e inovações no mundo dos negócios. É isso que diz Lucas Camargo, CEO da Instabuy. “Nunca houve tanta globalização como agora e nunca houve também tanta digitalização como nos dias atuais”, afirma. Sua empresa, voltada a construção de e-commerce para supermercados e produtores orgânicos, utiliza a capacitação para aprimorar o trabalho de seus parceiros e alavancar seus negócios.

“Com a globalização, novos conceitos, processos e conhecimentos foram universalizados, ampliando o leque de estudos e aprendizagem disponíveis para todos. Paralelo a isso, acompanhamos um processo de digitalização de todas as áreas e isso está em constante evolução. Em meses tudo pode mudar e novas tecnologias necessitam ser aprendidas”, afirma Lucas Camargo.

De acordo com ele, as tecnologias estão presentes em praticamente todos os processos, inclusive no atendimento ao cliente. Por isso, entender como elas funcionam torna-se algo essencial para as empresas e negócios de todos os tamanhos, principalmente os que querem melhorar sua relação com o consumidor e aprimorar seu customer experience. “O endomarketing tem muito a colaborar nesse sentido, pois consegue entender as necessidades do público interno, ou seja, dos colaboradores, estimulando o crescimento profissional através dessa aprendizagem constante”, diz.

As tecnologias no atendimento e no Lifelong Learning

A chegada de novas tecnologias no mercado levou a mudanças tanto de âmbito interno das companhias quanto no externo. Hoje, são muitos os softwares e sistemas utilizados para tornar o atendimento ao cliente mais facilitado, organizado e seguro para todos os envolvidos. Dessa forma, a tecnologia não mudou apenas a maneira de trabalhar, mas também de atender.

Para Carolina Bazzi Morales, CMO da Faros Educacional, empresa especializada em educação corporativa, a importância da capacitação contínua se dá exatamente por isso: “o mundo dos negócios é cada vez mais orgânico, as empresas estão em frequente evolução. Hoje as principais frentes de Lifelong learning estão focadas em novas tecnologias e transformação digital, que é muito mais sobre processos e maneiras de trabalhar do que tecnologia em si”.

Assim, segundo ela, os profissionais precisam estar cada vez mais atualizados sobre processos de atendimento e experiência do cliente, que estão sempre em constante mudança pela maneira como as pessoas interagem com as tecnologias atualmente.

“O Lifelong Learning atende essa necessidade de estar alinhado com novas maneiras de fazer os processos dentro de uma empresa, seja ele de gestão de pessoas, de análise, de atendimento… E, claro, se uma empresa adquire uma nova tecnologia ou passa a oferecer algo novo, os profissionais precisam estar habilitados para isso”, afirma Carolina Bazzi Morales.

O lado bom é que a tecnologia não trouxe apenas a necessidade constante de aprimoração, mas também mostrou as maneiras mais adequadas de fazer isso. “De maneira geral, o aluno da educação corporativa não sente a necessidade de aprender algo novo pessoalmente falando. Ele enxerga aquilo como uma demanda da empresa, então nem sempre tem vontade de fazer, ele faz porque enxerga como uma obrigação do mercado de trabalho. Quando você consegue trazer pra dentro do ambiente uma mistura de abordagens baseados na ‘cultura Netflix’, em episódios, com gamificação, realidade virtual ou aumentada, aulas ao vivo, entre outros, você retém muito mais e evita a evasão”, indica a CMO da Faros Educacional.

O impacto no atendimento ao cliente

Tendo a transformação digital mudado inúmeros processos dentro e fora das empresas, é de se esperar que o atendimento ao cliente também passe por mudanças. De acordo com os profissionais, a maneira como as empresas se relacionam com seus clientes está cada vez mais ligada à tecnologia.

Dessa maneira o Lifelong Learning focado em atendimento ao cliente passa pelo aprendizado de novas tecnologias, mas não para por aí, já que falar sobre experiência do consumidor envolve diferentes pontos. Um deles, segundo Carolina Bazzi Morales, é a multicanalidade. Na visão da profissional, essa é uma das grandes demandas do mercado atual.

“O atendimento multicanal está em destaque atualmente. Fazemos projetos de educação corporativa exatamente para falar disso. Ensinamos a melhor maneira de atender o indivíduo como uma única pessoa independentemente da plataforma, como fazer uma gestão de banco de dados única, como fazer um histórico único de relacionamento desse consumidor com a marca, entre outros pontos que envolvem esse tipo de atendimento. Isso é imprescindível para que as pessoas da empresa saibam fazer isso e construir um atendimento ao cliente cada vez melhor”, aponta.

E os resultados não demoram a aparecer. A CMO explica que quando um treinamento é bem executado, nos meses seguintes já é possível notar mudanças. Um exemplo dado pela profissional é sobre bancos, que precisam bater metas de produtos e serviços e, para conseguir isso, usam a capacitação voltada ao atendimento ao cliente, para que consigam vender mais.

Para a profissional da Faros Educacional, a educação corporativa e o Lifelong Learning trazem benefícios não apenas para a empresa, seus resultados, mas também aos colaboradores, que conseguem desenvolver habilidades individuais que fortalecem a si mesmos e, consequentemente, o negócio no qual trabalham.

Mercado Livre estreia plataforma de live commerce com 100 marcas

O novo recurso Mercado Live terá programas ao vivo e diários dentro do aplicativo do Mercado Livre.

O Mercado Livre anunciou na última sexta-feira (5), sua entrada no modelo de vendas de produtos em transmissões ao vivo, o live commerce. A estratégia foi adotada recentemente por varejistas como a rede Casas Bahia, que estreou as vendas ao vivo na plataforma de vídeos Kwai, em meados de outubro, e a C&A, que iniciou “live shops” em seu aplicativo, em setembro.

O projeto tem início com 100 marcas selecionadas em cinco áreas prioritárias: beleza e cuidado pessoal, casa e móveis, moda, ofertas e tecnologia. A produção ficará a cargo de um time próprio de criadores de conteúdo formado por influenciadores, vendedores e colaboradores da própria companhia.

Futuramente, segundo o Mercado Livre, “a ferramenta estará disponível para que qualquer pessoa possa vender seus produtos ao vivo utilizando essa nova experiência de live streaming”.

As transmissões serão feitas em cinco estúdios de filmagens construídos na sede do Mercado Livre, em Osasco (SP), e nas casas dos influenciadores selecionados.

No terceiro trimestre, o Mercado Livre alcançou uma receita de US$ 1,06 bilhão, no país, representando um avanço de 74%, em dólar, ante o mesmo período do ano passado, conforme o balanço divulgado ontem pela empresa. O Brasil é um dos principais mercados da companhia de origem argentina, respondendo por 57% da receita total. A empresa opera em 18 países da América Latina.

A receita consolidada do grupo foi 66,5% maior em dólar, alcançando US$ 1,9 bilhão entre julho e setembro. O lucro líquido, de US$ 95,2 milhões, foi mais de cinco vezes superior ao do mesmo período de 2020.

A entrada de empresas de e-commerce e varejistas no live commerce mira um mercado que movimenta bilhões de dólares no mercado chinês.

A estratégia de live commerce da Kuaishou, desenvolvedora do Kwai, gerou um volume bruto de mercadorias transacionadas (GMV) de cerca de US$ 50 bilhões na China, em mais de 1,7 bilhão de sessões de streaming ao vivo, em 2020.

 

O consumidor quer mesmo comprar em um clique?

A busca pela fidelização do cliente na era phygital não pode ser linear e nem se resumir a estratégias convencionais; é preciso entender a motivação para conseguir resultados.

A compra em um clique é um processo que passa pela fidelização do cliente. Mas essa constatação resume um cenário óbvio para empresas e consumidores? A resposta é não. Questionado sobre o significado desse conceito em um mundo repleto de urgências, Guilherme Stefanini, CEO da Gauge e managing partner na Haus, diz que tudo depende do que o consumidor tem como urgência.

“Quando observamos a jornada do cliente, quanto menos fricção (etapas na jornada de compra) e menos trabalho você oferece a ele, melhor. Nem todo consumidor quer comprar em um clique, depende do produto e do hábito de cada pessoa. Se quero comprar e já sei quais marcas e especificações eu busco, certamente é mais cômodo comprar online com um clique. Mas há outras demandas em que as pessoas preferem uma jornada com mais experimentação e pesquisa, seja indo a uma loja física, ou mesmo realizando mais pesquisas online”, afirma.

Por isso, o CEO ressalta que a concretização da compra em um clique não pode ser considerada um “objetivo alcançado com sucesso” da mesma forma, por todos os agentes envolvidos na relação de consumo.

“Se você é dono de um marketplace ou varejo é um sucesso, porque está ganhando independentemente do produto que está sendo vendido. Se você é dono do produto ou da marca, pode ser uma armadilha, porque o cliente pode estar comprando de um concorrente e não querer mudar. Mas se fizer um bom trabalho de exposição e marketing de ativação, certamente será um sucesso porque você conseguirá fidelizá-lo. A perspectiva do que é bom e ruim depende muito do lado em que você está”, define Stefanini.

Excesso que pode atrapalhar a experiência do cliente

Quanto mais as pessoas entram em contato com as centenas de informações e estímulos que nos chegam diariamente, mais são incentivadas a consumir. Mas será que esse excesso de conteúdo pode atrapalhar a experiência de compra? Para Guilherme Stefanini, pode sim. De acordo com o CEO, se uma comunicação não é bem segmentada e direcionada à audiência correta, a chance da pessoa ficar insatisfeita ou criar uma aversão à marca é muito maior.

“Quando você vai produzir conteúdo, vai se posicionar, mais do que fazer uma comunicação, você precisa conversar com o consumidor e entender como gerar entretenimento, e não interrupção. A interrupção pode causar um incômodo”, afirma.

Fidelização ou tiro no pé?

Guilherme Stefanini também faz uma colocação relevante sobre as estratégias usadas para alcançar a fidelização do cliente. “É importante observar se o estímulo que você gera compromete ou fideliza o cliente. Não se pode trabalhar com expectativas irreais. É muito comum oferecer cupons de desconto que a pessoa não consegue utilizar em lugar nenhum. É preciso ser fidedigno ao que se está fazendo. Ou seja, é preciso estimular sem interrupções, e ser fiel ao que se propõe.”

Compra ideal

Segundo Guilherme Stefanini, a “compra ideal” do ponto de vista das empresas é aquela que se concretiza e deixa o cliente feliz. “Não basta realizar a transação, mas fidelizar o cliente”, acrescenta.

Sendo assim, o que é a compra ideal para o cliente? “É uma compra fácil, sem fricção. É aquilo que ele compra e chega dentro das expectativas, ou mesmo as supera. Felicidade é realidade menos expectativa. A empresa precisa cumprir o que promete durante a jornada de compra. O cliente precisa ver valor naquilo que adquiriu”, destaca o CEO da área de marketing digital do Grupo Stefanini.

O desafio do mundo phygital

A exposição latente e constante do consumidor a um sem número de dados e informações resulta em um desafio que ainda vai além de tudo o que foi dito até aqui. “Muitos consumidores preferem os canais digitais pela facilidade e comodidade que eles oferecem. Muitos também adotam essa via em busca de informação. Mas hoje, o mundo não é só digital ou físico. É tudo junto, o que chamamos de phygital. Pode ser que a pessoa faça a compra online, mas prefira buscar na loja. Ou a pessoa pode comprar no ambiente físico e pedir para entregar em casa para não ter que carregar a compra. Depende do estilo do consumidor e daquilo que ele quer”, afirma.

Para facilitar o processo de compra, muitas empresas estão investindo em live commerce, uma estratégia que se beneficia da interação proporcionada pelo streaming de lives para impulsionar as vendas. Segundo Stefanini, também tem aumentado o investimento em análises de dados comportamentais para definir ofertas que realmente façam sentido para os seus consumidores. “Cada vez mais a Inteligência é um diferencial para criar conteúdos assertivos que possam ser convertidos em vendas e na fidelização dos clientes”, aponta o CEO.

Outra estratégia citada por Guilherme Stefanini é a de adotar os incentivos online, ou seja, dar desconto numa primeira transação para que o cliente possa ter uma experiência de compra. Campanhas member get member e com influenciadores digitais também ajudam a aumentar a credibilidade junto à audiência.

“É preciso entender o consumidor e construir argumentos em cima do que ele necessita. O consumidor toma decisões com base em pesquisas. Daí a importância de construir estratégias de SEO, inbound, como você vai conversando com o cliente até chegar à conversão. Varia de indústria para indústria. Como você deixa o acesso mais fácil à informação e como expõe o produto e a marca, são pontos que ajudam na conversão”, afirma.

Confiança ativada

Ao falar em mundo phygital, é importante ter em mente que os consumidores considerados de perfil mais conservador ainda nutrem certa desconfiança das transações online. Mas a pandemia de Covid-19 trouxe reflexos importantes nessa relação.

De acordo com o relatório da Mastercard Spending Pulse – um indicador de vendas no varejo que inclui pagamentos de todos os tipos em uma série de mercados globais – o e-commerce brasileiro cresceu 75% em 2020 na comparação com o ano anterior. Isso aconteceu, sobretudo, como reflexo do isolamento social. O levantamento revela ainda que o segundo trimestre de 2020 foi expressivo para as compras online. A média de crescimento foi de mais de 48%, enquanto que o primeiro trimestre registrou aumento de 14%.

“Com a pandemia, as pessoas acabaram utilizando mais os canais de compra online. As gerações mais velhas foram ‘obrigadas’ a utilizar esses canais, e obviamente, as mais novas já estavam acostumadas a esse mundo digital. Quanto mais gente adota, mais gente comenta e cria-se naturalmente um ciclo virtuoso”, conclui o CEO Guilherme Stefanini.

E para que esse ciclo continue sendo virtuoso, é fundamental investir em boas performances na experiência de compra para alcançar a fidelização do cliente.

Experiência do cliente ganha importância nas empresas durante a pandemia

Empresas latino-americanas que investiram em experiência do cliente (CX) ao longo do último ano são 6,5 vezes mais propensas a maximizar a resiliência durante a pandemia, de acordo com o Relatório de Maturidade em CX 2021, da Zendesk, Inc. em parceria com o Enterprise Strategy Group (ESG). Além disso, elas têm três vezes mais chance de aumentar a base de clientes ano a ano.

Jeff Titterton, Chief Operating Officer da Zendesk, diz que a pesquisa confirma o que os executivos dizem: que a experiência do cliente requer investimento e inovação contínuos para realmente diferenciar os negócios. “A forma como o atendimento ao cliente é visto está mudando. Ter as ferramentas para serviço proativo, compartilhamento de informações e vendas cruzadas agora é tão importante quanto a resolução de problemas.”

O levantamento ouviu 3.250 tomadores de decisão em todo o mundo (483 na América Latina) no segundo trimestre de 2021. O objetivo era compreender as características e os benefícios de estar à frente em CX e, para isso, o ESG construiu uma escala de maturidade para identificar padrões e comportamentos comuns que separam as organizações de CX de alta maturidade (os champions, ou líderes) das que estão abaixo: os starters (iniciantes), os emerging (emergentes) e os risers (evoluídos).

Segundo Ivan Preti, gerente de contas técnicas da Zendesk para a América Latina, as companhias já perceberam que a estagnação em CX leva à perda de clientes e de competitividade em relação a empresas que aplicam inovações contínuas nessa área. “É por isso que 74% das médias e grandes organizações brasileiras aceleraram suas iniciativas de CX nos últimos 12 meses.”

O relatório descreve o que as empresas precisam fazer para subir na escala de maturidade. É necessário que elas apliquem um conjunto de boas práticas para impulsionar os resultados. Veja:

Pessoas
As equipes de atendimento devem ser treinadas apropriadamente para executar bem suas funções: além de ter uma visão 360 dos clientes, são capazes de mudar de canal sem interromper o atendimento ao cliente.
O número de colaboradores deve ser suficiente para garantir que as equipes de atendimento não fiquem sobrecarregadas.
Após a pandemia, os profissionais poderão continuar trabalhando remotamente.

Processos
Os feedbacks vindos das interações com os clientes devem ser aplicados pela organização para evoluir seus processos.
Os atendentes trabalham colaborativamente em uma equipe multidisciplinar e têm autonomia para criar experiências de acordo com o feedback do consumidor.
A companhia oferece tempos de resposta menores e é mais eficiente.

Dados e tecnologia
Todos os dados de atendimento necessários para administrar o negócio estão disponíveis.
Informações sobre os atendimentos são reportadas em tempo real.
Com tecnologia, os agentes de atendimento podem oferecer experiências melhores ao consumidor.
Mesmo diante de incertezas, a organização investe e acelera projetos CX.
De acordo com o estudo, o número de champions em empresas de médio e grande porte na América Latina passou de 17% para 19% desde 2020. No Brasil, 16% se consideram líderes em CX. Ambos os resultados são superiores à média global (9%). “Isso indica que a mudança para o trabalho remoto durante a pandemia fez as empresas acelerarem a adoção de novas tecnologias, políticas e processos para se beneficiar de uma maturidade em CX mais elevada”, avalia Adam DeMattia, diretor de Custom Research do ESG.

Há, ainda, uma correlação clara entre a maturidade aprimorada de CX e o atendimento ao cliente mais eficaz, com tempos de resposta 57% menores e que, consequentemente, proporciona maior satisfação do consumidor. “A resolução de problemas é 64% mais rápida e 86% dos pedidos são resolvidos em uma única interação”, diz Preti. Outro aspecto do estudo aponta a conexão entre a maturidade de CX e o maior crescimento de receitas.

Proteção contra a concorrência
A maioria dos entrevistados na América Latina (93%) concorda que a inovação em CX ajuda a proteger os negócios contra a concorrência. Além disso, eles compreendem que os dados dos clientes são essenciais para a inovação: quase metade deles (47%) avalia que poderia fazer mais para usar essas informações e expandir as oportunidades de vendas e o crescimento dos negócios. Os champions estão à frente na inovação contínua de CX, com 17,8 vezes mais probabilidade de usar dados de serviço de atendimento ao cliente.

Quase todos os líderes na América Latina (97%) destacam que um dos principais objetivos de suas equipes é oferecer uma experiência conversacional com os clientes. Isso mostra que há uma mudança em relação ao serviço transacional, que se concentrava exclusivamente na resolução de chamados. Esses champions são 65% mais propensos a priorizar as experiências de conversação para construir relacionamentos mais profundos. E mais: 86% das organizações acreditam que o chat e os canais sociais serão mais usados pelos clientes no futuro, contra 73% que afirmam que é o caso hoje.

Redes sociais com funcionalidade de e-commerce

Atender os clientes sem sair do ambiente em que estão se tornou prioridade para a maioria das plataformas.

O mercado de comércio eletrônico cresceu muito durante a pandemia. Pessoas aderiram à prática quando começaram a ter mais segurança no modelo de compras e passaram a utilizar ferramentas digitais para comprar em supermercados, farmácias, lojas de roupas, calçados, cursos e tantas outras categorias.

As plataformas de mídias sociais, compreendendo o movimento, começaram a investir em uma forma de consumo de produtos e serviços integrando aplicativos de pagamentos e também conectando ofertas a compradores por meio de serviços onde a logística é tratada por terceiros.

Instagram, Facebook, Tik Tok e Pinterest, por exemplo, começaram a ter a funcionalidade de e-commerce, atendendo os clientes onde eles estão.

Segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Empresa de Vendas Diretas (Abevd), desde o início de 2020, jovens brasileiros entre 18 e 29 anos já representam 48,1% de empreendedores independentes atuando com vendas diretas no país, utilizando aplicativos e internet para a venda de seus produtos.

As mídias sociais, como já falamos aqui, são altamente influentes nas decisões de compra. A conectividade social é o novo boca-a-boca e as marcas estão “correndo” para atender essa demanda.

Definitivamente o aumento do consumo de mídia social e o boom do comércio eletrônico corroboram para essa adaptação das plataformas.

É o caso do TikTok que está oferecendo aos profissionais de marketing, ferramentas de compras que incluem links para compras ao vivo e galerias de produtos em anúncios; assim como o Pinterest que expandiu seu recurso shopping, incluindo o Brasil, onde os usuários poderão fazer compras direto nos Pins, boards e ver as recomendações de especialistas.

A finalidade das redes sociais está se expandindo para trazer multifuncionalidades e oferecer mais serviços.

Neste cenário, plataformas como a Motom, nos EUA, e Loopi, no Brasil surgem para aquecer ainda mais esse mercado.

A Motom é o primeiro aplicativo que reúne as principais redes sociais sob o mesmo teto para oferecer uma experiência de compra otimizada para criadores, consumidores, marcas e comerciantes. A proposta é tornar todas as postagens do TikTok, Instagram e Youtube compráveis.

A brasileira Loopi, criada em abril deste ano, conseguiu aporte de nada menos que US$ 5 milhões em uma rodada de investimentos seed para melhorar seu serviço e pesquisar seu público-alvo. Com formato diferente do e-commerce tradicional, no aplicativo Loopi, influencers e criadores de conteúdo produzem vídeos explicativos e lives sobre itens a serem vendidos.

Essa parceria e utilização de vídeos cria uma conexão humanizada entre usuários e produtos e inova para além do que já é oferecido.

Mídias sociais evoluíram com a integração de aplicativos que rivalizam com a maioria dos sites de comércio eletrônico.

O uso passou a servir, além da conectividade, para urgências e vontades do cotidiano da maioria dos seres humanos.

Quando Maslow criou a sua famosa pirâmide, não podia imaginar que as mídias sociais pudessem atender a todas, ou quase todas, necessidades listadas.

Mercado Eletrônico otimiza experiência do cliente nas vendas B2B

Empresa Mercado Eletrônico viu e-commerces ganharem impulso em todo o País.

O Mercado Eletrônico, que oferece soluções para comércio eletrônico B2B, tem promovido mudanças com foco na otimização da experiência dos clientes. Por causa da pandemia de Covid-19, a empresa viu os e-commerces de compra e venda B2B ganharam impulso em todo o País, e, além do investimento em novas tecnologias, tem trabalhado para promover uma experiência diferenciada desde a abordagem comercial até o pós-venda.

“Passamos por uma alteração no comportamento do consumidor B2B. Mesmo quando o cliente está comprando para a empresa em que trabalha, acima de tudo ele quer ter boas experiências. E isso inclui desde a implementação da tecnologia até o seu dia a dia de negociação e tomadas de decisão mais assertivas”, comenta a diretora de Marketing do Mercado Eletrônico, Klyvian Flores.

De acordo com pesquisa realizada pela E-consulting, consultoria que mede as previsões financeiras do varejo eletrônico, em 2019 as vendas on-line B2B movimentaram mais de R$ 2 trilhões no Brasil, e, desde o início da pandemia, esse mercado registrou crescimento de 62%.

Com a cadeia de suprimentos em constante necessidade de transformação, muitas companhias passaram a adquirir produtos e serviços por meio de plataformas on-line, que automatizam e facilitam todo o processo de compras corporativas.

“Neste ano, nosso maior projeto está relacionado à inovação da oferta e à comunicação com os usuários. Estamos pensando em toda a jornada do cliente. Desde a abordagem comercial até a operação dos usuários na nossa plataforma. Vamos trabalhar de forma muito integrada, sempre buscando entender suas necessidades para entregar algo além do esperado. A ideia é que todos participem do processo de evolução”, afirma Klyvian.

Segundo ela, o objetivo do Mercado Eletrônico é construir relacionamentos e jornadas personalizadas, oferecendo, assim, uma experiência melhor a cada um dos usuários. “As plataformas mobile e os dispositivos conectados a qualquer hora e em qualquer lugar transformaram as expectativas dos clientes. Eles esperam realizar suas atividades sem limites, e tudo de forma simples, intuitiva e com pouco esforço”, finaliza.

Correio do Reino Unido usa falha do Facebook em campanha

O Correio do Reino Unido usou a falha global do Facebook, da última segunda-feira (4), para lançar uma campanha com pôsteres espalhados.
Fazendo referência às postagens do correio, pôsteres com escritos “Postagem social”, com a última palavra riscada foram espalhados em locais ao ar livre.

A simples mensagem faz uma brincadeira, igualando as postagens sociais à postagem, para lembrar as pessoas que ainda era possível se conectar com as pessoas, mesmo com a falha nas redes sociais. “Queríamos aproveitar a interrupção da mídia social para celebrar os Correios”, explicou o diretor executivo da Ogilvy UK, agência responsável pelas campanhas do Correio, Jules Chalkley.

“Enquanto o mundo entrava em uma turbulência digital, os Correios continuaram fazendo o que sempre fizeram: conectando pessoas dia após dia, em todo o país de uma forma maravilhosamente humana”, completou Chalkley.

Falha global

As redes sociais do bilionário Mark Zuckerberg ficaram fora do ar por seis horas no início desta semana. A falha foi global.

Em nota oficial, o Facebook explicou a falha nas redes sociais aconteceu por conta de alterações na configuração.

Segundo a empresa, as alterações foram realizadas nos roteadores de backbone, que coordenam o tráfego de rede entre os data centers.

Black Friday 2021 deve manter nível de crescimento próximo ao do ano passado

Faltando poucos meses para a Black Friday, muitas empresas já estão trabalhando em estratégias de vendas para garantir bons resultados na edição deste ano.

Em 2020, a data movimentou R$ 5,1 bilhões – valor 31% superior em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo levantamento da Neotrust/Compre&Confie.

De acordo com análise da Enext, empresa focada em soluções para negócios digitais, embora a expectativa para 2021 seja de crescimento, o percentual de aumento não deve ultrapassar o ano anterior.

Na Black Friday do ano passado o varejo digital aproveitou-se das restrições de circulação e o menor horário de abertura das lojas físicas. Portanto, o consumo on-line conseguiu surfar bem essa onda.

“Em 2021, o crescimento continuará bastante sólido, uma vez que muitas pessoas que não utilizavam esse canal até o início da pandemia, gostaram da experiência e devem aproveitar os maiores descontos oferecidos pelo comércio eletrônico, mesmo com a reabertura das lojas físicas”, explica.

A análise vai de encontro com o relatório Future Shopper Report 2021, produzido pela Wunderman Thompson em parceria com a Enext.

Divulgado recentemente, o estudo aponta que 55% dos brasileiros pretendem seguir utilizando o varejo digital de forma frequente, mostrando que as compras on-line se tornaram uma tendência que veio para ficar.

Como se preparar para a Black Friday
Especialista alerta que o varejo on-line está cada vez mais competitivo e as estratégias de ativação e aquisição de consumidores estão cada vez mais sofisticadas.
Para Gabriel Lima, as lojas que apostam em estratégias e ações para o varejo on-line terão uma Black Friday bem-sucedida.

“O primeiro passo é traçar e adotar um plano de comunicação de vendas com o público-alvo e dividi-lo em três canais: Mídia Online (para atrair novos consumidores), Mídias em Marketplaces (para se aproveitar do crescimento expressivo dessa vertical) e CRM (para fomentar as vendas entre seus melhores consumidores)”, explica o especialista.

Em relação à mídia on-line, o especialista alerta que o setor está cada vez mais competitivo e as estratégias de ativação e aquisição de consumidores estão cada vez mais sofisticadas.

“É necessário ter cautela com o investimento e não atacar apenas um canal. Em vista ao cenário atual é essencial ter um orçamento mais flexível para acompanhar essas frentes de evolução do negócio”, comenta.

O segundo ponto de atenção para o mercado on-line está na estratégia de vendas por meio dos marketplaces.

Nos últimos anos, o mercado de comércio eletrônico tem sido impulsionado por lojas virtuais que fazem a intermediação da compra entre o consumidor e o vendedor. Este modelo de vendas on-line tem ajudado o mercado de e-commerce a manter os altos índices de crescimento.

Nesta Black Friday, o varejo digital necessita levar em consideração os benefícios existentes dentro deste espaço e investir em seus produtos.

Por fim, é importante implementar o sistema de CRM para fazer abordagens mais eficientes, uma vez que o processo armazena todo o histórico do cliente potencial e proporciona uma comunicação personalizada para o consumidor.

“O segredo está no CRM que segmenta a base de vendas e que resulta em uma estratégia de valor para a marca e para quem consome. Uma dica valiosa é usar o histórico da Black Friday, entender quais os produtos mais buscados e comprados pelos clientes, oferecer condições especiais e avisar as ações promocionais antes e de maneira personalizada para assim conquistar bons resultados”, finaliza Lima.

Locaweb fecha compra da Squid, que conecta influenciadores, por R$ 176,5 mi

Fundada em 2014, a Squid conta atualmente com uma base que reúne mais de 100 mil influenciadores, que produziram mais de 300 mil conteúdos em 2021.

A Locaweb (LWSA3) anunciou na última terça-feira (5), que fechou a compra da startup Squid, empresa do segmento de Creators Economy, que possui soluções e plataformas para conectar influenciadores e criadores de conteúdo às marcas.

Por volta das 10h40, as ações da Locaweb registravam desvalorização de 0,39%, cotadas a R$ 22,74, enquanto o Ibovespa recuava 0,07%.

Conforme a empresa, o preço de fechamento da totalidade do capital da Squid, em bases totalmente diluídas, é de aproximadamente R$ 176,5 milhões e está sujeito, ainda, a determinados ajustes de dívida líquida e capital de giro, usuais neste tipo de transação.

Atualmente sua base reúne mais de 100 mil influenciadores, que produziram mais de 300 mil conteúdos em 2021, que, por sua vez, geraram mais de 700 milhões de impactos. Já sua receita anual recorrente (ARR) é superior a R$ 100 milhões, com crescimento de triplo dígito em 2021.

Adicionalmente, os vendedores terão o direito a receber eventual earnout (por futuro desempenho), a depender do atingimento de determinadas metas financeiras apuradas. Assim, uma parcela da receita líquida dos repasses do exercício fiscal de 2024 será retida pela companhia para esta possível finalidade.

Avaliações da compra
Para o Bradesco BBI, a aquisição é vista como positiva para a Locaweb, diante de uma múltiplo atraente de aproximadamente 1,7 vezes EV/vendas (relação entre o Enterprise Value – valor da firma – e o faturamento anual das vendas).

“Ganhar exposição aos segmentos de desempenho de marketing e economia de criadores deve continuar a melhorar o ecossistema da Locaweb, deixando a empresa bem posicionada para continuar a crescer sua base de clientes e aumentar o potencial de monetização. Reiteramos nossa visão otimista sobre o nome”, escreveram Otavio Tanganelli e Lucca Brendim, em relatório a clientes.

O Itaú BBA também avaliou a operação como positiva, reforçando que a companhia dá continuidade à sua estratégia de fusões e aquisições de atração de companhias relacionadas ao comércio social.

De acordo com o time da área de Tech do Itaú BBA, a compra deve fortalecer o ecossistema de soluções para pequenas e médias empresas, aprimorando ferramentas que aumentam a aderência do usuário e ajudam os comerciantes a vender mais.

“Esta é a segunda maior aquisição desde o IPO (depois de Bling), representando 13% de nossas estimativas de top-line (receitas) para 2021″, escreveu em relatório, também considerando que a operação trouxe um múltiplo atraente. “Reforçamos a Locaweb como uma das nossas principais opções no setor de Tecnologia.”

Sobre a Squid
Segundo a Locaweb, por meio do machine learning e uma robusta plataforma, a Squid automatiza todo o processo de identificação, recrutamento, gestão e pagamento de influenciadores digitais, unindo tecnologia e um time especializado.

O objetivo é ajudar marcas e empresas de todos os segmentos e tamanhos a impulsionarem o resultado de suas campanhas, aumentando, assim, a conversão de suas vendas.

Conforme o comunicado, a Squid conta com importantes reconhecimentos como a passagem pelo programa de aceleração da Endeavor (Scale-Up) e foi eleita uma das startups mais promissoras do Brasil no ranking “100 Startups to Watch”

“Com essa transação, a Locaweb consolida ainda mais seu ecossistema de soluções tecnológicas, fortalecendo o portfólio de social commerce / live commerce, com forte e imediata sinergia com todos os clientes da Locaweb”, afirmou a Locaweb.

No mais, a Locaweb ressaltou que, seguindo o modelo de atuação da companhia em outras aquisições, “os Srs. Felipe Oliva e Carlos Tristan, sócios fundadores da Squid, permanecerão na operação junto com o time de colaboradores”.

Live commerce veio para ficar e integrar processos nas vendas

O e-commerce passou por muitas evoluções e uma das ramificações, datada de 2016, é o live commerce. A modalidade que consiste em vendas realizadas utilizando o modelo streaming, ou transmissão ao vivo, ganha mais força no cenário ocidental. Segundo In Hsieh, cofundador da Chinnovation, e Ariel Alexandre, cofundador da LiveCo, a prática já deve ser considerada realidade.

“O começo na China foi com streamers de e-sports e, por aqui, as lives de produto e vendas foram a primeira etapa. O Brasil, bem como o Ocidente em geral, está começando a entender o live commerce como válido e importante para incrementar resultados”, afirma Hsieh.

Segundo o especialista, atualmente, o live commerce corresponde por 50% das negociações do e-commerce chinês, enquanto no Brasil o índice fica entre 10% e 15%. No entanto, de forma geral, as categorias mais vendidas são cosméticos e alimentos & bebidas, com ressalva para o auxílio da modalidade em outros setores.

“Para venda de carros, por exemplo, o live commerce pode ser mais um canal de divulgação ou até mesmo fazer parte da jornada do consumidor. É uma questão de integrar processos com a loja virtual ou física e sair da caixa. Seja qual for o produto, o principal fator para sucesso disso é a humanização da experiência digital”, complementa.

Já Alexandre citou dicas de como implementar essa forma de trabalho ao planejamento da marca. Antes, ele elucida que o live commerce funciona para empresas B2B e B2C igualmente, tendo em vista que interação, curtidas e comentários são benéficos em qualquer um dos dois segmentos.

“O passo inicial é criar intimidade entre consumidor e vendedor. Isso pode ser feito por meio de ações divertidas e, no final, auxilia na conversão de vendas. Além disso, a humanização dos processos, como citado por Hsieh, será alcançada com espontaneidade e atenção ao chat. Lembre-se que interação vende e, até por isso, fazer algo gravado não faz sentido neste cenário”, explica.

Além disso, o profissional reitera que o foco das produções de live commerce devem ficar no mobile. Pela necessidade de constância nas produções (12 vezes por semana, no mínimo, de acordo com ele), pensar em processos mais rápidos facilita e cria hábito nos consumidores.

Discussão
Após apresentarem suas visões sobre a variação, Hsieh e Alexandre falaram sobre este mercado em si e suas perspectivas. Como ponto alto, ambos citaram a necessidade, por exemplo, dos meios de pagamento atuantes no Brasil serem “de ponta a ponta”. Na prática, como na China, pensar em mídias sociais que integram pagamentos é uma grande contribuição para o live commerce.

“Eu quero, eu compro. Já existem ferramentas que podem proporcionar isso e a adaptação neste aspecto é de grande valia. Além disso, o brasileiro tem a criatividade de sobra para driblar qualquer dificuldade inicial. Isso é o principal”, afirma Hsieh

Por fim, Alexandre, em concordância com o colega de setor, acredita que o live commerce será, por essência, uma estratégia de pequenos negócios e franqueadores. “A exploração da modalidade visa um mercado com mais olho no olho com o consumidor. A venda digital tirou um pouco isso e marcas deste perfil tendem a ter menos processos e melhor aplicação do live commerce”, encerra.