Cenário do e-Commerce no Brasil é positivo para empreendedores investirem nas lojas virtuais

O e-commerce está mais forte do que nunca no Brasil. A pandemia mudou de forma definitiva a relação dos consumidores com as compras on-line. Atualmente, conforme pesquisa da Blackhawk Network Brasil, 55% dos brasileiros preferem adquirir produtos pela internet. Entre os mais jovens, que integram a chamada Geração Z, esse número chega a 64%.

Além dessa questão relacionada ao comportamento, os números também são bastante positivos. O e-commerce do Brasil apresentou o maior crescimento entre os países da América Latina. Conforme o Latin America 2022, levantamento realizado pela Retail X, do Reino Unido, a receita do varejo digital brasileiro cresceu US$ 8,1 bilhões em 2022. A receita total do ano passado no Brasil foi de US$ 49,2 bilhões.

Todos esses fatores levam os empreendedores digitais a projetar investimentos para 2023. Uma pesquisa feita pela Nuvemshop em parceria com o E-Commerce Brasil apontou algumas das tendências dos lojistas para o ano. Entre as mudanças projetadas, a expansão dos canais de vendas foi a principal, sendo citada por 50% dos entrevistados. Outros 42% revelaram a necessidade de integrar seus canais de venda. A pesquisa também apontou que 18% dos lojistas pretendem contratar mais ferramentas de e-commerce.

Ampliação do e-commerce com BaseLinker

Com o cenário favorável para o comércio eletrônico no Brasil, cabe aos empreendedores investir em tecnologia para conquistar novos clientes e ampliar as vendas. O hub de integração polonês BaseLinker é capaz de suprir as principais necessidades reveladas pelos lojistas: expandir e integrar os canais de vendas.

A automatização é fundamental para os empresários que desejam surfar a onda do e-commerce brasileiro e ampliar suas vendas on-line em 2023. Com a BaseLinker, é possível integrar o gerenciamento das vendas em diferentes marketplaces em uma única plataforma. A ferramenta também automatiza a gestão de pedidos, produtos e envios. Assim você garante o controle de estoque e preços, por exemplo, com muito mais facilidade.

A BaseLinker chegou ao Brasil no ano passado, mas já atua há 16 anos no mercado europeu. São mais de 20 mil clientes, mais de 700 integrações e 30 milhões de pedidos processados por mês. Toda a experiência de uma ferramenta que é líder no e-commerce da Europa pode trabalhar a seu favor e ajudar a acelerar suas vendas. O hub conta com planos voltados a diferentes perfis de clientes, partindo de 49 reais por mês. Faça um teste grátis e comece 2023 dando um novo impulso ao seu negócio.

Shopee divulga os termos mais buscados na plataforma em 2022

Para traçar a relação dos itens de maior interesse pelo seu público em 2022, a Shopee realizou um levantamento dos produtos mais pesquisados em sua base. Entre os destaques do Data Shopee estão bolsas femininas, tênis feminino, fone de ouvido, vestido e fone bluetooth.

Vale mencionar que, em meados de novembro do ano passado, a empresa relacionou os produtos de maior venda no marketplace de acordo com as regiões brasileiras. Além disso, divulgou os produtos mais vendidos no país.

Itens como mini processador portátil de alimentos, máscaras descartáveis, calça jeans feminina, máquina de cortar cabelo e tapetes lideraram as preferências dos brasileiros na plataforma.

Termos mais buscados na Shopee

Os termos tênis femininos e bolsas femininas foram os mais pesquisados entre todas as faixas etárias, inclusive entre os consumidores 50+. Por conta disso, colocou a categoria de Moda entre as mais buscadas de 2022 na plataforma.

Outro ponto curioso é que itens de mercado cresceram em número de busca com um aumento de procura por: chocolate, doces, creme de avelã, pasta de amendoim e leite condensado.

Ranking dos top termos mais buscados mês a mês

– Janeiro: mochila, material escolar e bolsa feminina;
– Fevereiro: fone de ouvido sem fio, bolsa feminina e mochila;
– Março: fone de ouvido sem fio, bolsa feminina e tênis feminino;
– Abril: fone de ouvido sem fio, bolsa feminina e tênis feminino;
– Maio: bota feminina, tênis feminino e bolsa feminina;
– Junho: bota e tênis feminino;
– Julho: tênis e bolsa feminina e vestido;
– Agosto: tênis e bolsa feminina e vestido;
– Setembro: tênis e bolsa feminina e vestido;
– Outubro: tênis feminino, bolsa feminina e sandália;
– Novembro: árvore de natal, vestido e sandália;
– Dezembro: vestido, sandália e tênis feminino.

Ranking dos top termos mais buscados por categoria

– Tecnologia: fone de ouvido sem fio, celular e caixa de som;
– Moda: bolsa feminina, tênis feminino e vestido;
– Casa & Decoração: papel de parede, tapete e garrafa de água;
– Beleza: maquiagem, perfume e escova de cabelo;
– Mercado: chocolate, doces e creme de avelã;
– Saúde & Bem-estar: vibrador, sex shop e máscara descartável.

Modal e Cy Capital fecham contrato com DHL em MG

Gestoras locam condomínio logístico ainda em construção em Extrema

A gestora Cy Capital, do grupo Cyrela, fechou juntamente com o Banco Modal um contrato de locação para um condomínio logístico com 92 mil metros quadrados de área, em Extrema (MG). É o segundo maior contrato em metros quadrados em 2022. O espaço ainda está em construção e será locado pela companhia DHL Supply Chain. A previsão de entrega é no segundo semestre de 2023.

Segundo Leonardo Barbosa, gestor do fundo de investimento imobiliário (FII) Extrema, que detém o ativo, e sócio do Modal, locações na região ficam em torno de R$ 25 a R$ 28 o metro quadrado, e o negócio com a DHL foi fechado “na banda de cima”. “Mostra a qualidade do ativo. O motivo da pré-locação é garantir um lugar onde a demanda é gigantesca e a oferta não acompanha esse ritmo”, diz.

A propriedade é 50% da Cy Capital, gestora criada em 2021, e 50% do Modal. De acordo com Bruno Ackermann, sócio da Cy Capital, as empresas não possuem outros projetos em conjunto “por enquanto”. O Modal tem portfólio de 594 mil m2 de área bruta locável (ABL), enquanto a Cy Capital tem 300 mil m2 prontos ou em obras e outros 200 mil no pipeline.

A região de Extrema atraiu o interesse do setor logístico por causa dos incentivos fiscais do governo mineiro e pelos 100 km que a separam da capital paulista. “É estrategicamente localizada entre Rio, Belo Horizonte e São Paulo, e não tem uma oferta tão abrangente quanto Cajamar e outros mercados mais próximos [da capital paulista]”, afirma Ackermann.

A topografia da região, no entanto, não é das melhores para o desenvolvimento de galpões. “Os primeiros projetos eram em terrenos mais fáceis, mas fica cada vez mais complicado, o que dificulta o desenvolvimento de novos negócios em preços razoáveis”, diz Barbosa. Isso valoriza os projetos que ainda estão no pipeline no local.

O momento não é dos mais fáceis para os FIIs, com a renda fixa trazendo resultados melhores e mais garantidos, mas Barbosa afirma que o Modal tem conseguido sucesso em projetos pontuais. “Saímos muito rápido de cenário extremamente favorável para pessimista, mas o mercado começa a se adequar e a voltar o preço do terreno e da construção para a realidade é cíclico”, analisa.

Para Ackermann, o próximo ano será bom para se investir em ativos, pois há empresas precisando vender portfólio. A companhia, focada na região metropolitana de São Paulo, além de Extrema, tem planos de começar a olhar para outras capitais em 2023. No entanto, o gestor ressalta que o movimento demanda cuidado extra. “Tem que entender a dinâmica de cada capital, às vezes você tem uma cidade com vacância super baixa, mas o mercado é raso, a vacância sobe de 2% para 50% com dois ou três empreendimentos novos”, diz.

Por esse motivo, no Modal, o pensamento é continuar em um raio de 30 km da capital paulista, além do hub mineiro.

Mira Transportes estima crescimento de 20% em 2023 com nova sede em São Paulo

O MIRA Transportes, grupo de cargas fracionadas das regiões Sul e Sudeste para as regiões Centro-Oeste e Norte do país, adquiriu nova sede em São Paulo, no bairro Parque Novo Mundo. O local tem 30 mil m² com 86 docas, 5 mil metros quadrados de escritório e 10 mil m² de armazém – três vezes maior que a sede anterior.

De acordo com o grupo, o crescimento estimado para 2023 é de 20%, com faturamento previsto de quase R$400 milhões. “Estamos em um momento muito empolgante na empresa, com expansão para novas regiões no último ano, incluindo novas filiais no Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Amazonas. Buscamos novos diretores para nos ajudarem nesse processo de transformação, nos colocando em um novo patamar no mercado. Nossos clientes cresceram e com isso veio a demanda por atendê-los de forma mais acentuada nessas regiões, oferecendo a qualidade e tecnologia que fazem o MIRA se destacar no setor”, afirmou Roberto Mira Junior, diretor geral do MIRA Transportes.

A nova instalação está localizada no bairro Parque Novo Mundo e oferece diversas facilidades para aprimorar o trabalho dos caminhoneiros e de todos os profissionais. O prédio tem pátio estruturado para motoristas, com sala, restaurante, banheiros, salas de descanso, grêmio e posto de abastecimento com empresa parceira para uso próprio. “Com esse crescimento na sede, iremos passar de 2 mil profissionais diretos e 4 mil com os indiretos em 2023”, destacou Mira Junior.

Logística projeta movimentação de mais de 92 bilhões de toneladas em 2023

Com uma gigantesca movimentação o e-commerce mundial é um dos grandes responsáveis por essa projeção.

O setor de logística parece estar em seu ápice. Pelo menos é o que garantem especialistas do mercado. De acordo com pesquisa da Transparency Market Research as previsões para o ano de 2023 são de que o mercado global de logística valerá R$ 15,5 trilhões com a movimentação de mais de 92 bilhões de toneladas de mercadorias. Com destaque para a gigantesca movimentação do e-commerce mundial.

Ao mesmo tempo, a área encara sua mais radical transformação digital, com a necessidade de incorporar veículos elétricos e ter mais controle sobre a gestão do consumo de combustível.

Também se faz necessário investir em tecnologia para desenhar rotas dinâmicas e mais eficientes, sobretudo no e-commerce, e construir projetos baseados em intermodalidade, ou seja, com trechos complementares de rodovia e hidrovia, por exemplo.

A logística é uma atividade de interesse público, além de ser fundamental para enfrentar o desafio de recuperar a economia após dois anos de tantas dificuldades.

A IBL Logística, empresa que oferece serviços de transportes aéreo para cargas de todos os segmentos, sendo os principais voltados ao mercado farmacêutico, eletrônico e alimentício, projeta para 2023 um crescimento entre 20% e 30% no sistema modal de transporte, dividido entre todos os segmentos.

Sendo que os setores eletrônico e fármaco estão entre os de maior crescimento para o próximo ano.

Vale destacar que o Grupo IBL, em março de 2020 (no auge da pandemia), buscou alternativas para atender a cadeia de suprimentos que, naquele momento, era atendida no modal aéreo.

Diante do cenário, a empresa criou rota com veículos refrigerados dentro do range de temperatura necessária, conduzidos por motoristas alternados durante o percurso.

Além disso, a empresa foi responsável pela entrega de vacinas contra a Covid- 19.

AliExpress terá entregas em 24 horas e descontos de 90% na Black Friday

Entrega rápida foi testada no Dia dos Solteiros, com mais de 50 marcas que aderiram à solução de full commerce.

A AliExpress faz uma campanha especial para essa Black Friday 2022, com descontos de até 90%, ações nas redes sociais, live commerce e social commerce. Nessa sexta (25), os usuários terão descontos progressivos de R$ 15 a cada R$ 150 em compras. As compras darão direito ainda ao acúmulo de cashback, que pode chegar 5% do valor total gasto, e os lojistas lojistas oferecerão cupons especiais, com reduções ainda maiores de preço. Além disso, milhões de itens serão incluídos temporariamente na categoria de frete gratuito.

Uma das apostas para conquistar o consumidor é fazer as entregas em 24 horas. A novidade foi testada durante o último 11.11, quando foi realizada a campanha do Dia dos Solteiros, com mais de 50 marcas que aderiram à solução de full commerce, desenvolvida em parceria entre a empresa de logística Cainiao, Infracommerce e o marketplace AliExpress.

As compras dos itens são empacotadas e etiquetadas com o endereço do comprador minutos após o pedido ser efetuado e, logo depois, retirado pelos parceiros logísticos da Cainiao, que asseguram a entrega no mesmo dia.

“Essa é uma novidade que foi testada e aprovada durante o nosso último festival 11.11 e agora seguirá sendo utilizada graças ao investimento do AliExpress no Brasil e todo o seu potencial para o comercio eletrônico, afirma Yusuf Ibili, diretor de operações do AliExpress no Brasil.

Outro destaque para a data são as dezenas de transmissões ao vivo, em português, feitas por vendedores brasileiros e por lojas internacionais em sessões de live commerce.

A ferramenta Combinou, Ganhou!, novo jogo de social commerce, que possui a mecânica de combinação, também poderá ser usada para reduzir preços. Na prática, o game permite, por exemplo, que um produto de alto valor possa ser vendido por apenas R$ 5, se o consumidor conseguir bons resultados e engajamento ao divulgar uma oferta.

“A Black Friday é uma data muito aguardada pelos brasileiros e por isso fizemos questão de trazer condições e serviços tão bons quanto os oferecidos no 11.11, além de uma campanha especial, bastante brasileira”, afirma Briza Bueno, diretora do AliExpress no Brasil.

E-commerce pesa na balança com US$ 10 bi de importação por ano

Compras diretas de consumidores no exterior dobra em 9 meses sobre igual período de 2021.

Reflexo dos novos hábitos de consumo do brasileiro, as importações de pequeno valor, que incluem as encomendas internacionais que chegam via e-commerce, somaram US$ 8,49 bilhões até setembro deste ano, mais que o dobro dos US$ 3,92 bilhões em igual período do ano passado.

Em 12 meses, o valor dessas compras menores, contabilizadas pelo Banco Central (BC), chega a US$ 10,24 bilhões. Também com avanço, mas com valores absolutos mais baixos, as exportações de pequeno valor registradas pelo BC atingiram US$ 2,89 bilhões no acumulado de janeiro até setembro deste ano, quase o dobro do US$ 1,53 bilhão de iguais meses de 2021.

Ao lado das compras externas de criptoativos, as importações de pequeno valor devem, apontam economistas, fazer diferença maior este ano no ajuste que o Banco Central faz a partir dos valores de exportação e importação de bens apurados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/ME). O resultado desse ajuste é o saldo de balança comercial a ser considerado para o balanço de pagamentos.

Desde 2018 esse ajuste do BC tem sido de déficit, com redução portanto, dos saldos apurados pela Secex. Mesmo com o avanço das importações de criptomoedas e de encomendas de pequeno valor, porém, dizem economistas, o saldo da balança comercial deste ano após ajuste do BC ainda deverá ser robusto.

O BC considera como importações ou exportações de pequeno valor a comercialização de bens via facilitadoras de pagamentos, incluindo encomendas internacionais que chegam e saem do país pelos Correios ou por courier. Os valores para registro no balanço de pagamentos do BC é feito com base em informações de contratos de câmbio. Pelos Correios, a importação comum por pessoa física é limitada a US$ 3 mil por operação.

Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, projeta para 2022 superávit comercial entre US$ 50 bilhões e US$ 55 bilhões, pelo critério do BC. Ela lembra que até o ano passado, o impacto maior nesse ajuste feito pela autoridade monetária vinha das operações relacionadas ao Repetro, regime aduaneiro destinado para compra e venda de equipamentos para exportação de petróleo. Em 2021, as importações do Repetro registradas pelo Banco Central somaram US$ 15,06 bilhões de janeiro a setembro. Neste ano, também até setembro, foi US$ 1,8 bilhão de importações do Repetro.

Em 2022, destaca Rafaela, essa conciliação feita pelo Banco Central passou a ficar sob maior influência dos criptoativos e importações e exportações de pequeno valor, numa tendência que deve se manter não somente até o fim do ano como também para os próximos períodos.

As importações de pequeno valor, avalia a economista, refletem uma mudança de hábito do consumidor, que após a pandemia ficou mais à vontade para o varejo on-line com plataformas internacionais que, por meio da tecnologia, deram mais acesso a fornecedores de fora. “É como uma pequena abertura comercial ao consumidor brasileiro”, avalia, que aderiu a essas compras internacionais mesmo com câmbio não tão favorável, após desvalorização de cerca de 30% do real em relação ao dólar nos últimos dois anos.
“O Repetro vai ficando menos relevante enquanto novos temas estão surgindo [no ajuste da balança do BC]”, diz o economista Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e sócio da consultoria BRCG. “Há uma tendência consolidada de maior importância dos criptoativos e das importações e exportações de pequeno valor que fica progressivamente mais clara.”

As projeções de Ribeiro são de superávit comercial em 2022, pelo critério Secex, de US$ 57 bilhões. O ajuste do BC, estima, deve ficar em torno de um déficit de US$ 17 bilhões, levando a um superávit comercial pela autoridade monetária de cerca de US$ 40 bilhões. Nesse ajuste, a tendência das criptomoedas e das operações de pequeno valor veio para ficar, diz, numa mudança estrutural para a conta de conciliação feita habitualmente pelo Banco Central. “Ficou para trás o período em que o ajuste do BC se limitava a US$ 2 bilhões ou US$ 3 bilhões.”

Ribeiro lembra que a importação de criptoativos tende a pesar na conciliação do BC porque a exportação desses valores é praticamente nula. Pelos dados oficiais, a exportação de criptomoedas somou apenas US$ 113 milhões em 12 meses encerrados até setembro enquanto as importações desses ativos atingiu US$ 6,97 bilhões pelo mesmo critério.

Já as importações de pequeno valor, explica Ribeiro, têm como contrapartida valores de exportações na mesma categoria que, embora menores, são suficientes para diluir o efeito dessas compras externas no ajuste do BC.
Pelos dados do Banco Central, em 12 meses até setembro o ajuste na balança comercial é de déficit de US$ 16,04 bilhões, sendo total de US$ 13,5 bilhões de saldo negativo correspondente ao efeito líquido – exportações menos importações – dos criptoativos (US$ 6,86 bilhões) e das transações comerciais internacionais de pequeno valor (US$ 6,64 bilhões).

A evolução das criptomoedas e das importações de pequeno valor tem levado a constantes revisões da projeção para o saldo da balança do BC, diz Silvio Campos Neto, da Tendências consultoria. Ele ressalta que os dois novos fenômenos, porém, estão em consonância com fatores econômicos e são menos aleatórios que as operações do Repetro, mais ligadas a ajustes de contabilização após uma mudança no incentivo fiscal.

A Tendência projeta superávit comercial para 2022 de US$ 58 bilhões pelo critério Secex, com saldo positivo de US$ 40,2 bilhões pelo critério do Banco Central.

Black Friday phygital e a logística pós-pandemia

O e-commerce cresceu como nunca nos últimos anos e, agora, os clientes também podem ir à loja física. Como entregar uma experiência excepcional nesse cenário?

As imensas e inúmeras transformações que aconteceram no mundo em decorrência da pandemia de COVID-19 não são novidade para ninguém. No âmbito do consumo, todos os segmentos foram impactados de alguma forma – alguns, inclusive, cresceram de maneira inimaginável, como o e-commerce. E a Black Friday, uma das datas mais importantes para o varejo, também passou por mudanças sensíveis nesse período.

De acordo com a Ebit | Nielsen, em 2020 o número de consumidores do e-commerce cresceu 29%, totalizando 79,7 milhões de pessoas; em 2021, a empresa calcula que 87,7 milhões de brasileiros fizeram compras pelo e-commerce e, entre eles, 12,9 milhões eram novos compradores. Não por acaso, o setor faturou R$ 150,8 bilhões em 2021, segundo dados da ABComm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico – um recorde histórico. Para este ano, a previsão é de crescimento de cerca de 12%, apontando para um volume de R$ 169,5 bilhões.

EM 2021, 87.7 MILHÕES DE BRASILEIROS FIZERAM COMPRAS PELO E-COMMERCE;
ENTRE ELES, 12,9 MILHÕES ERAM NOVOS COMPRADORES
Fonte: Ebit | Nielsen

Os números tornam indiscutível o fato de que as empresas de e-commerce e os marketplaces precisam, sim, investir no ambiente e na experiência on-line. Entretanto, não se pode esquecer que o crescimento do digital nesse período esteve atrelado ao distanciamento social e ao fechamento de lojas físicas – ou seja, o e-commerce se tornou, em muitos casos, a única alternativa para quem precisava e queria consumir.

Mas qual será a preferência do consumidor nesse cenário? De acordo com um estudo realizado pela plataforma Tiendeo, 42% dos brasileiros consideram que as lojas físicas garantem uma experiência melhor e mais satisfatória do que as lojas on-line. E como as empresas devem reagir, então, nesse cenário? O único caminho possível é a aposta no modelo phygital que, há pouco tempo, era apenas uma utopia.

EM 2021, O E-COMMERCE FATUROU R$ 150.8 BILHÕES
Fonte: ABComm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico

É nesse cenário que, em novembro de 2022, ocorrerá a Black Friday. Até 2019, o e-commerce influenciava, moderadamente, os resultados desse evento; em 2020 e 2021, as vendas on-line foram determinantes. Agora, pela primeira vez, a capacidade de combinar o digital com o físico será testada. Mas os desafios não acabam aí. Uma vez feita a venda e concluído o pagamento, o varejo passa para mais uma etapa que, se não for bem planejada e administrada, pode se transformar em um grande atrito na jornada do cliente: a logística.

O e-commerce ainda enfrenta muitos desafios para garantir uma boa experiência de entrega para os clientes no Brasil. As principais dificuldades estão na chamada last mile, ou última milha, em que o produto é levado até a casa do cliente. Na Era da Conveniência, o consumidor espera receber a mercadoria em perfeito estado, com uma entrega rápida, confiável, com custo reduzido e em data e hora escolhidas por ele.

“Uma logística mal-acertada, com demora na entrega ou prazos surreais, é algo inconcebível no mundo em que vivemos hoje”, afirmou Charles Varani, consultor em Experiência do Cliente e Transformação Digital da Ambidestra. “A experiência da entrega passou a ser uma peça fundamental de diferenciação de marca.”

Nesse sentido, o autor do livro Logística – O Último Rincão do Marketing e ex-presidente da Associação Brasileira de Logística, Carlos Mira, enfatiza que, na Era da Conveniência, a logística passa a ser um diferencial da marca durante todo o ano, não apenas em períodos como a Black Friday. Ele lembra que, no passado, o marketing trabalhava muito com os 4Ps: produto, preço, propaganda e praça. “Hoje já se sabe: vender é fácil, difícil é fazer a logística de forma conveniente. As empresas precisam pensar em soluções criativas, tecnológicas e sérias para fazerem boas entregas”, explica Carlos.

ALTERNATIVAS PARA UMA LOGÍSTICA EFICIENTE

Ainda que seja necessário manter a atenção a questões de logística durante todo o ano, especialistas são categóricos em afirmar: em momentos de aumento de demanda ou de crise, as empresas precisam compreender que as áreas de back office devem assumir esse protagonismo. Portanto, quando se fala de Black Friday, a logística passa a ser o grande diferencial das marcas.

Segundo o professor de Marketing e Mídias Sociais, Inovação e Gestão Comercial da FGV, Roberto Kanter, nos grandes centros esses desafios vêm sendo minimizados. “Uma das soluções que têm aparecido são os PUDOS, ou Pick Up & Drop Off, os quais são sistemas que permitem ao cliente pegar o produto em lugares como lockers e lojas de assuntos variados e fazem esse papel de centro logístico da última milha. Outras soluções têm sido os chamados dark places, ou dark stores, que são locais dentro das cidades onde você, simplesmente, armazena o produto; deixa uma parte do estoque”, detalha.

Mira afirma, entretanto, que mesmo as principais capitais do Brasil foram planejadas apenas pensando no fluxo de pessoas e não de mercadorias. “As cidades são projetadas a partir de um conceito ‘atacadista’ que, hoje, não funciona mais. É preciso repensar essas estruturas – criar centros de triagem de mercadorias nos bairros, por exemplo, para que as empresas deixem seus produtos para serem distribuídos por uma única van para as casas das pessoas”, defende.

O que o especialista explica é que a logística deve ser pensada de forma descentralizada, não dependente de tantos CDs (Centros de Distribuição) gigantescos, mas obedecendo a pequenos pontos que estejam localizados em raios de poucos quilômetros dos clientes. O desafio é muito mais de planejar o sortimento com maior saída nas diferentes áreas da metrópole do que, simplesmente, percorrer trajetos distantes dos CDs para os bairros e municípios adjacentes. Muitos varejistas utilizaram a própria rede de lojas como centros de coleta, de distribuição e, também, de troca.

42% DOS BRASILEIROS CONSIDERAM QUE AS LOJAS FÍSICAS GARANTEM UMA EXPERIÊNCIA MELHOR E MAIS SATISFATÓRIA DO QUE AS LOJAS ON-LINE.
Fonte: Tiendeo

Apesar dos desafios estruturais, os principais players do mercado têm investido no aprendizado e no investimento constante em logística. Já se sabe que o que se coloca para baixo do tapete durante todo o ano, principalmente em períodos de baixa demanda, acaba explodindo na Black Friday. Por isso, planejamento é fundamental.

COMPRE HOJE, RECEBA HOJE
Fala-se bastante – inclusive na Consumidor Moderno – sobre empresas que, por prestarem serviços acima da média, fizeram com que o consumidor se tornasse mais exigente. No
e-commerce, o Mercado Livre é referência nesse sentido. É ele quem faz entregas com mais velocidade no País: em menos de 24 horas, consegue entregar 20% das mercadorias compradas pela plataforma. Isso inclui cem cidades do País – aquelas com maior volume de vendas. Além disso, 75% das entregas são feitas no prazo de um dia, para mais de 2 mil cidades. Em dois dias, 90% das entregas são finalizadas em quase 5 mil cidades pelo Brasil.

De acordo com Julia Rueff, diretora de Marketplace do Mercado Livre, isso é possível porque a empresa entendeu que a logística é um dos principais pilares de competitividade hoje no mercado. Por isso, o Mercado Livre pensa e investe de forma contínua na área. Com uma malha logística própria, a empresa consegue ter total controle da qualidade da entrega e dos prazos. Hoje, a frota do Mercado Livre conta com 4.200 caminhões, 1.250 vans, mais de 2.300 carros Fiorinos, 5 aviões e 18 mil veículos atuando na última milha.

Mesmo sendo referência em entrega, Julia Rueff afirma que o Mercado Livre não se acomoda, se colocando sempre em uma posição de aprendizado e buscando soluções que melhorem a experiência do cliente. Já pensando na Black Friday deste ano, e seguindo o plano de investimento para a ampliação de sua eficiência logística, o Mercado Livre está fazendo a implantação do primeiro Centro de Consolidação (Sortation Center) da América Latina. Localizado em Cajamar, em São Paulo, o novo centro logístico deve ter a capacidade de consolidar cerca de 450 mil pacotes por dia, número que corresponde a cerca de 30% das entregas realizadas no Brasil.

O sistema funciona como uma grande esteira seletora de pacotes, que conecta todas as origens da rede do Mercado Livre com mais de cem destinos em 24 Estados do Brasil, por meio de tecnologia desenvolvida pela companhia. A executiva explica que, além de querer garantir uma melhor experiência de entrega para os clientes, o Mercado Livre está sempre inovando, pois acredita no potencial de crescimento do e-commerce no Brasil.

“Vemos um consumidor cada vez mais exigente, buscando excelência também na Black Friday. Então, estamos trabalhando para garantir ofertas e promoções relevantes. Estamos realizando eventos e treinamentos com os nossos vendedores, para que eles possam oferecer produtos interessantes, a preços imperdíveis, em prazos competitivos”, explica.

6 PASSOS PARA ASSEGURAR A MELHOR EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NA BLACK FRIDAY
▷ INVESTIMENTO EM FORECAST: planejar a Black Friday com antecedência, aprimorando o portfólio de produtos para atender melhor à necessidade dos clientes.

▷ TRANSPARÊNCIA: garantir boas ofertas para o cliente e as informações necessárias para ele tomar a decisão de compra.

▷ ENTREGA RÁPIDA: não é porque o cliente está comprando com desconto que ele vai abrir mão da velocidade, que hoje é um grande diferencial dos principais players do mercado.

▷ CUMPRIMENTO DA PROMESSA: mais do que entregar rápido, é imprescindível que o produto chegue dentro do prazo combinado e nas condições informadas no momento da venda.

▷ PÓS-VENDA: garantir um bom atendimento no pós-venda, mantendo o cliente informado do status do pedido e oferecendo soluções rápidas em caso de “erros”.

▷ APRENDZADO COM OS ERROS: saber ouvir e entender as principais dores dos clientes, para aperfeiçoar a experiência oferecida no próximo ano.

ANTECIPAÇÃO E CUIDADO

Além de ser a primeira sem restrições e distanciamento social, a Black Friday 2022 acontecerá em meio à Copa do Mundo e pouco tempo depois do segundo turno das eleições no Brasil. Quem destaca esses pontos é Eduardo Souza, Digital Business Unit director da Evino. “Em outubro, a atenção do consumidor está mais dispersa”, comenta. “Talvez a Copa fortaleça players de produtos eletrônicos por exemplo, mas, para o nosso mercado, que não se encaixa no perfil da Copa do Mundo, fica difícil saber qual será o impacto desse evento.”

Apesar de tais fatores gerarem alguma imprevisibilidade, a Evino já está se organizando para a próxima Black Friday desde maio. Eduardo Souza, Digital Business Unit director da Evino, conta que o mês de novembro é o maior do ano para a empresa – o faturamento chega a dobrar. Por isso, a Evino trabalha dois pontos-chave para garantir uma Black Friday bem-sucedida: planejamento e plano de contingência.

A empresa começa a analisar o potencial da próxima Black Friday com seis ou sete meses de antecedência – estima o volume de vendas, planeja lançamentos, quantos produtos novos devem ser acrescentados ao portfólio e quanto de suprimento será necessário para isso.

Além disso, as áreas comercial, de compras e de marketing da Evino começam a trabalhar com a mesma antecipação, desenvolvendo as ofertas, organizando a produção de mídia, programando o que é preciso e buscando produtos novos para o portfólio da empresa, que é 99% composto por itens importados.

O dimensionamento da operação é outro ponto ao qual a Evino tem dedicado esforços desde maio. Nesse momento, de acordo com Souza, é avaliada a necessidade de aumentar a capacidade do Centro de Distribuição e de contratar mais pessoas. Também começam a ser planejados os treinamentos das equipes, para conseguir fazer uma entrega rápida e eficaz, sem perda de qualidade.

A Amazon, um dos players mais relevantes quando o assunto é e-commerce, também reforça o time de operações nesse período, recrutando associados temporários. E para entregar uma boa experiência para o cliente, mesmo com a correria exigida em períodos como este, a empresa considera essencial assegurar o bem-estar e a satisfação dos funcionários, como conta Thomas Kampel, líder de Relações Públicas das Operações da Amazon no Brasil.

Nesse sentido, a Amazon oferece a todos o maior conforto possível, que vai desde ar-condicionado central nas instalações, áreas de descanso, serviço fretado de ida e volta ao trabalho para diversas regiões e treinamentos constantes para manter os processos operacionais seguros. Para os entregadores, a Amazon disponibiliza um aplicativo criado pela empresa capaz de determinar a sequência das entregas de forma otimizada pelas rotas.

“Tudo isso nos permite garantir o alto nível de segurança que trabalhamos durante o ano, equilibrando a carga de trabalho dos nossos funcionários, enquanto atendemos nossos clientes com alta qualidade e agilidade. Um dos segredos do nosso sucesso é o fato de priorizarmos a saúde e o bem-estar de nossos associados e associadas antes de tudo o que fazemos. Acreditamos que, se eles estão bem e felizes, a experiência de atendimento certamente será muito melhor”, afirma Thomas Kampel, líder de Relações Públicas das Operações da Amazon no Brasil.

Desde 2020, a empresa inaugurou 11 Centros de Distribuição no Brasil, localizados em São Paulo, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Atualmente, a capacidade de produção da Amazon permite que a empresa atenda 100% dos municípios brasileiros, oferecendo uma variedade de mais de 45 milhões de produtos.

“Um planejamento sólido e com antecedência evita, de fato, muitas questões, assim como o uso mais intensivo de tecnologia, que permite o acompanhamento em tempo real de todas as etapas logísticas, de ponta a ponta. Uma equipe treinada e experiente também faz toda a diferença, pois, por meio dela, é possível se adaptar a eventuais imprevistos que ocorram”, afirma Gabriela Guimarães, VP de Operações de Varejo e E-commerce da DHL Supply Chain.

O QUE APRENDER COM QUEM É REFERÊNCIA?
▷ Pensar a logística como diferencial competitivo na Era da Conveniência
Investir na área durante todo o ano é um diferencial para se sair bem em momentos de alta demanda. Hoje, a logística é considerada um dos principais diferenciais das marcas, porque o consumidor quer receber o produto rapidamente, em perfeito estado, com segurança e custo reduzido.

▷ Planejar com antecedência
▷ Ter planos de contingência
▷ Integrar as áreas
▷ Dispor de tecnologia e inovação

ALÉM DA BLACK FRIDAY
Ainda que o volume de entregas da AMARO não possa ser comparado ao do Mercado Livre e ao da Amazon – até pela diferença entre os modelos de negócio – é preciso destacar que esta retail tech brasileira inovou na formatação da jornada oferecida ao cliente. O grande diferencial da AMARO é a possibilidade de conhecer, experimentar e comprar produtos nas lojas físicas – as chamadas guide shops – e recebê-los em casa, em um prazo curtíssimo.

Essa inovação está na raiz do modelo de negócio, mas a AMARO não parou por aí. Todos os meses, independentemente da Black Friday, a empresa lança novas features, produtos digitais e melhorias de navegação e integração entre o on-line e as lojas físicas, seguindo uma estratégia omnichannel. É um fluxo constante de inovação que tem como consequência menores prazos de entrega, uma experiência fluida e um menor índice de troca de produtos.

“A AMARO já é reconhecida por entregar uma experiência de compra incrível e ter uma entrega muito rápida para todo o País. Na Black Friday, vamos manter essa percepção positiva. Como esses níveis de serviço já são padrão, apenas aumentamos nossos contingentes para que eles sejam mantidos”, explica Wellington José, head of Digital Product da AMARO.

O esforço das empresas corresponde à necessidade de estar disponível e acessível para todos os consumidores, em todo o território brasileiro. Quem deu um grande passo nesse sentido foi a Riachuelo.

A partir de uma parceria iniciada em dezembro de 2021, com a Favela Brasil Xpress – uma startup parceira do G10 Favelas – em São Paulo, a Riachuelo já entregou cerca de 16 mil pacotes nas comunidades de Paraisópolis, Capão Redondo, Heliópolis, Cidade Júlia, Brasilândia e Diadema.

“A estratégia foi bem assertiva, pois, antes, o e-commerce não chegava às favelas por limitações de estrutura, como vielas estreitas, ou por falta de CEP ou numeração, e, assim, as entregas paravam nas agências dos Correios mais próximas. No início deste ano, com a intenção de ir aonde nosso cliente estiver, fechamos também uma parceria com o ‘Na Porta’ no Rio de Janeiro. No detalhe, a startup coleta os itens loja a loja na Riachuelo e, além de fazer middle mile, se responsabiliza pela entrega final”, conta Anaia Bandeira, diretora de Logística da empresa.

Esta é apenas uma entre as muitas inovações nas quais a Riachuelo apostou. A empresa investiu, nos últimos anos, em uma infraestrutura logística 100% integrada entre os canais físicos e digitais, em parcerias colaborativas, e vem implementando o conceito phygital em todas as suas lojas. Para a Black Friday, essa também será uma estratégia da Riachuelo.

“Estamos sempre buscando aprimorar nosso e-commerce e nosso canal direto com os consumidores. O cliente é omnicanal, podendo ter uma jornada que começa no digital, passa para o físico e finaliza no digital. Então, estamos aprimorando nossas ferramentas como o ‘Retire em Loja’, o ‘Retire Rápido’ e nossa operação E-store, plataforma digital de prateleira infinita que permite ao cliente comprar em nosso e-commerce e receber o produto em casa ou, então, retirar na loja”, descreveu Márcia de Bruno, head de E-commerce da Riachuelo.

PARCEIROS DE LOGÍSTICA
Além das inovações aplicadas internamente, as empresas contam com parceiros que atuam em diferentes frentes – no caso da Riachuelo, o apoio está em transporte e tecnologia com projetos integrados. Segundo a empresa, o efeito será percebido em um melhor prazo, menor custo e maior volume de entrega. “Melhoramos nosso tracking, desenvolvemos nossa Torre de Controle e investimos em novas ferramentas que nos permitirão ser mais proativos em caso de alguma dificuldade em alguma região específica”, exemplificou Anaia Bandeira, diretora de Logística da marca.

No caso do Mercado Livre, que é um marketplace, alinhar estratégias com os vendedores parceiros em um momento de aumento de demanda é indispensável. “É feito um planejamento conjunto, robusto, estimando a demanda”, explica Julia Rueff, do Mercado Livre. “Preparamos a nossa logística para o aumento do volume de entregas; fazemos um dimensionamento do time de pós-venda, para manter os níveis dos nossos serviços; e fazemos um investimento contínuo para garantir a satisfação dos nossos clientes – e isso inclui investimentos ao longo de todo o ano em logística.”

“Nossa intenção é sempre que o cliente volte. Não adianta a gente ter um excelente número de vendas, mas com um nível de serviço baixo. Temos meses maiores que a Black Friday. Queremos oferecer uma experiência que faça com que esse cliente que chega fique conosco dali em diante”, complementa a diretora de Marketplace.

Para a Evino, que trabalha com transportadoras terceirizadas, é fundamental investir em integração. “Nós passamos para elas a nossa expectativa de volume de entregas por região, para desenvolvermos juntos estratégias e negociarmos prazos para a operação”, conta o Digital Business Unit director da empresa. Ele explica que essa linha direta com as transportadoras é importante tanto para acompanhar o status detalhado da entrega do produto quanto para saber informar o cliente caso ele entre em contato com o atendimento.

Em relação aos principais desafios logísticos do e-commerce no Brasil em períodos como a Black Friday, Wellington, da AMARO, destaca o tamanho do País e a dependência de modais específicos como o rodoviário. Para driblar essas dificuldades, a AMARO se dedica a fazer um planejamento bem construído e a firmar parcerias sólidas com experts em logística. Além disso, a empresa conta com guide shops em formato de megastore, nas principais capitais do Brasil, que funcionam como minicentros de distribuição.

NÚMEROS, CÁLCULOS E ESTOQUE
O head of Digital Product da AMARO afirma, ainda, que o controle de estoque é um dos pontos centrais do planejamento para a Black Friday. A empresa se prepara meses antes para evitar qualquer tipo de desabastecimento ou rupturas. Isso é feito a partir de estudos das demandas de anos anteriores.

A C&A, por sua vez, além de possuir um Centro de Distribuição inteiramente dedicado ao e-commerce, investiu em tecnologias especializadas em promover agilidade e precisão em todas as etapas de preparação para a entrega de um produto. Uma delas foi o OSR Shuttle, que promove a movimentação de estoque de forma automatizada: robôs localizam e coletam os itens de cada pedido, enviando-os através de esteiras aos responsáveis pelas próximas etapas.

Segundo Marcel Modesto, head de Supply Chain da C&A, por meio desta tecnologia, o processo de separação de pedidos, que antes era feito em 2 horas, passou a ser finalizado em 5 minutos. Essa solução, somada ao Push & Pull por SKU, e a Identificação por Radiofrequência (RFID) são capazes de aumentar a eficiência logística do Centro de Distribuição e das lojas.

Nesse sentido, Kanter, da FGV, destaca que o estoque pode ser o “calcanhar de aquiles” de muitas empresas. “Na época da Black Friday, o principal desafio das empresas é fazer gestão de demanda, de estoque. Se está com muito estoque e não vende, há um problema no capital de giro. Em compensação, se há muita demanda e não há produtos suficientes, é uma perda irreparável”, detalha.

Armazém da DHL
Gabriela Guimarães, VP de Operações de Varejo e E-commerce da DHL Supply Chain, resume os desafios da Black Friday da seguinte forma: o primeiro é gerenciar um grande volume de pedidos em duas ou três semanas; o segundo é a entrega final que, ao mesmo tempo em que precisa ser rápida, não pode onerar muito a operação. Pensando nessas duas questões, as empresas precisam de um planejamento especial tanto na área de armazenagem como na de transportes, com o reforço de equipe, frota e estruturas dedicadas.

Analisando o cenário atual do Brasil, Gabriela também destaca a pressão sobre os custos, que continuam elevados. Fora isso, também devem ser levados em conta o baixo investimento em estradas e vias, a baixa disponibilidade de alternativas de distribuição e a falta de uma maior rede de lockers e pontos intermediários de entregas. A VP também falou dos aspectos de security, que ainda não tinham sido citados, mas que também se configuram como um grande desafio, principalmente, para a entrega de última milha.

Mesmo com todos os problemas que preocupam tanto as empresas como as transportadoras, a logística para o e-commerce cresceu, segundo Gabriela, cinco vezes ou mais em dois anos. O que por um lado é bom, por outro desenha um cenário bastante complexo e de grande competitividade. Para se diferenciar, são necessários investimentos pesados e mão de obra especializada.

“Uma forma de equacionar estas questões é compartilhar infraestruturas, equipe e malhas de entrega via operadores logísticos, que auxiliam também em questões de visibilidade na cadeia, inovação e flexibilidade para picos de demanda”, sugere a executiva. Atualmente, a área de e-commerce da DHL Supply Chain administra cinco fulfillment centers, com cerca de 300 mil m² de área de armazenagem, 6,5 mil colaboradores dedicados, 55 hubs de transporte e 800 veículos diários – a maior infraestrutura especializada de um operador logístico no Brasil, segundo Gabriela. A companhia trabalha tanto com armazenagem e e-fullfilment para e-commerce como com entregas em todo o processo produtivo, a partir de uma malha compartilhada de mais de 5 mil veículos e com visibilidade completa de ponta a ponta.

Seguindo a lógica de aprendizado e investimento constante, recentemente foi lançado o DHL Fulfillment Network, uma rede fulfillment multiclientes que auxilia na execução de toda a logística de e-commerce. A solução é indicada para indústrias e varejistas de médio e grande portes. Para a Black Friday deste ano, a DHL está trabalhando em duas frentes principais: utilizando, cada vez mais, dados para fazer uma previsão de demanda mais precisa e incorporando mais carros elétricos nas entregas, para agregar valor sustentável às soluções. Também está sendo feita uma expansão da equipe, da frota e de infraestrutura para atender ao pico de demanda.

PRINCIPAIS DESAFIOS LOGÍSTICOS DA BLACK FRIDAY NO BRASIL

Δ Dimensão territorial do País
Grande dependência dos modais rodoviários, acompanhada do baixo investimento em rodovias.

Δ Cidades planejadas para o transporte de pessoas, não de mercadorias
Manutenção do modelo atacadista, com grandes Centros de Distribuição nas marginais e baixa disponibilidade de alternativas de distribuição e pontos intermediários de entregas.

Δ Segurança, ou falta dela
Em muitos locais, a violência e os riscos de roubo de carga acabam se configurando como um grande desafio, principalmente para a entrega de última milha.

Δ Pressão dos custos
Altos custos para a manutenção de equipamentos e veículos; preços elevados de peças e combustível, associados à inflação, que dificultam a manutenção dos ativos logísticos; e alta taxa de desemprego no País.

Δ Aumento da demanda em um curto espaço de tempo

A Black Friday faz com que o volume de vendas cresça e se concentre em um período de dois, três dias, o que traz um desafio de gestão de demanda e de estoque.

LOGÍSTICA E ATENDIMENTO
Ainda que as etapas de descoberta, aquisição, transação e entrega sejam fundamentais, é fato que, em muitos casos, a experiência não termina aí. Por isso, as empresas estão olhando também para o pós-venda. É o caso, por exemplo, da Petlove, um dos principais players do mercado pet.

Diante de todos os desafios trazidos pela grande concentração de vendas em um único dia, a empresa vem investindo em melhorias dos algoritmos de estoque e frete, para garantir a melhor combinação para o consumidor. “O diferencial vai estar na disponibilidade, no preço do produto e no melhor frete. Em algumas regiões, iremos usar aplicativos de entrega gerenciados pela Petlove em parceria com agentes de transporte, trazendo um retorno mais rápido do status de entrega para o consumidor final”, contou Michel Gardim, diretor de Operações da Petlove.

Além disso, Heber Santos, diretor de CX da Petlove, afirma que a marca vem preparando o time de atendimento há um bom tempo para lidar com momentos “de crise”. Segundo ele, a equipe de atendimento ao cliente da Petlove é muito flexível, capaz de se ajustar de acordo com a demanda e a necessidade do momento. “Nós também planejamos um crescimento no headcount e um treinamento para essas pessoas pensando na Black Friday”, completa.

A previsão da Petlove é que haja um aumento entre 30% e 40% do volume de vendas na Black Friday em relação aos períodos convencionais. Heber reforça que, em uma época como essa, muitos fatores externos podem impactar o prazo da entrega dos pedidos. Para ele, a forma com que a marca lida com os problemas é o que vai fazer diferença.

“Nós tratamos caso a caso, entendendo a necessidade do cliente, atuando na medida do que for possível. Aqui na Petlove, temos como um princípio básico atender o cliente independentemente de qual seja a queixa ou a situação. Temos esse lema: mesmo durante um período de crise, a gente vai atendê-los da forma mais humana e empática possível”, enfatizou o diretor.

Mesmo diante de todo o planejamento, o Digital Business Unit director da Evino pondera sobre a necessidade dos “planos de contingência”, afinal, é impossível planejar 100% do que vai acontecer, e as equipes precisam estar preparadas para quando algo sair do controle. Por isso, a Evino monitora indicadores, que emitem alertas quando algo sai do planejamento, preparando a equipe do SAC para reagir.

“É importante preparar a equipe do SAC para a Black Friday. Quantas pessoas eu vou ter? Preciso de recurso extra? Nosso foco é manter a satisfação do cliente alta mesmo nesse período de aumento de demanda. Nosso NPS fica sempre em torno de 90% – é altíssimo – e a gente não tolera que ele fique menor nos momentos de pico. Não nos interessa vender mais a qualquer custo”, reforça Souza.

Na C&A, o uso de informações do ano anterior foi fundamental para o planejamento de 2022. Através do SAC e do relacionamento com os clientes, a marca conseguiu identificar as principais dores dos consumidores na última Black Friday: as queixas tinham relação com a agilidade na entrega dos produtos, a variação de preços e a necessidade de construção de um atendimento mais unificado, rápido e humanizado, que estivesse preparado para entender processos e auxiliasse clientes a solucionar seus problemas.

“Desde que identificamos essas questões, buscamos trabalhar para aumentar o acerto e garantir uma maior satisfação aos clientes. No ano passado, focamos muito em deixar o processo operacional mais dinâmico e estratégico. Neste ano, um dos focos será ampliar a efetividade do atendimento por meio dos canais digitais”, diz Modesto, da C&A.

Para a Black Friday, a C&A está ampliando o quadro de funcionários do atendimento visando estender a operação do SAC. A adoção de um bot auxiliará no filtro de demandas, agilizando ainda mais o atendimento nesse período de alta demanda. A empresa também está planejando com os parceiros logísticos, o SAC, o Centro de Distribuição e as lojas medidas para reagir rapidamente caso seja necessário.

“Para nós, a chave está na escuta ativa e na proximidade com o cliente. Entendemos e trabalhamos para que o consumidor realmente se sinta valorizado ao escolher nossa marca e ao comprar em nossas lojas. Além disso, para suprir o aumento da demanda, abrimos, recentemente, mais de cem vagas para atendimento digital e temos buscado trabalhar nosso canal de relacionamento com o cliente de forma unificada e ágil, trazendo uma experiência 100% satisfatória”, detalha Modesto.

Por compreender a importância do atendimento ao cliente e da integração entre os canais, a C&A também adotou o atendimento por WhatsApp em mais de 330 lojas. Hoje, o canal é responsável por quase metade das vendas da rede e é uma das plataformas que ajudam a solidificar a imagem omnicanal da C&A no mercado. Não por acaso, aprimorar esse canal é um dos focos da marca, que pretende usá-lo também para sugestões e reclamações e integrá-lo ao SAC.

BLACK FRIDAY NÃO É OBRIGAÇÃO
Diante de todos esses elementos, fica a questão: E se a marca não quiser ou não puder aproveitar a Black Friday? Os especialistas entrevistados pela Consumidor Moderno ponderam que participar desse evento não é uma obrigação. Varani, da Ambidestra, destaca que a pergunta mais importante antes de mergulhar em uma Black Friday é: “Para quê?”. Ele defende que os responsáveis pelas empresas devem avaliar se a participação está alinhada ao propósito da sua marca, se realmente faz sentido, se vai fazer diferença no fim das contas.

A iniciativa proposta vai gerar mais atritos do que benefícios? Se for gerar mais atritos, é melhor investir em algo diferente – uma promoção fora do calendário, novas estratégias comerciais, ferramentas de relacionamento com o cliente etc. Não dá para mergulhar cegamente em uma Black Friday, porque as consequências serão duras”, destaca.

Varani não nega os benefícios que uma boa Black Friday pode trazer: gera vendas, traz visibilidade para a marca, ajuda a nacionalizar marcas regionais, startups. Mas, é algo que precisa fazer sentido, e a empresa precisa estar preparada para oferecer uma experiência satisfatória para o cliente. Então, reforça: a Black Friday é uma ótima iniciativa se os “para quês” estiverem bem respondidos e alinhados à marca.

Uello, Logtech da Rennner, inicia operações em Santa Catarina, Goiás e no Distrito Federal

A logtech Uello, startup de entregas expressas, anunciou o início das operações nos estados de Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal. A expansão de atividades está alinhada ao crescimento da startup, que registrou alta de 100% nos primeiros seis meses deste ano em relação a 2021.

Adquirida pela Renner no começo de 2022, a empresa também teve crescimento de 50% no número de entregas realizadas em operações de transportes. Antes da expansão, a Uello já atuava nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.

Segundo o fundador e CEO da Uello, Fernando Sartori, as expansões são necessárias, sem deixar de lado a importância da logística. “É motivo de orgulho anunciar o crescimento e as novas expansões da Uello, iniciando operações nos estados de Santa Catarina, Goiás e no Distrito Federal. A logtech continua vivendo um grande momento e enxergamos como um dos nossos maiores diferenciais, o auxílio nos processos logísticos dos clientes e a garantia de entregas em alto padrão. Estamos transformando a experiência de entrega, levando o melhor da logística para as empresas e com muita eficiência.”

Abaixo, as cidades que receberão as operações da Uello:

Distrito Federal: Brasília, Lago Norte, São Sebastião, Núcleo Bandeirante, Park Way, Riacho Fundo, Águas Claras, Taguatinga, Recanto das Emas, Luziânia, Novo Gama, Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental e Sobradinho.
Goiás: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Senador Canedo, Trindade, Itumbiara, Goiatuba, Morrinhos, Caldas Novas, Catalão, Jatai, Mineiros, Quirinópolis e Rio Verde.
Santa Catarina: Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu, Tijucas, Porto Belo, Bombinhas, Itapema, Canelinha, São João Batista, Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú, Brusque, Navegantes, Blumenau, Indaial, Pomerode, Gaspar, Luiz Alves, Joinville, Araquari, Jaraguá do Sul, Guaramirim, Schroeder e Corupá.

AliExpress passa a abrigar, no Brasil, lojas de grandes marcas nacionais

Já é possível encontrar produtos da Chicco, da Procter & Gamble e da Mamypoko, entre outros
O aplicativo de varejo internacional AliExpress, do gigante Alibaba, abriu sua plataforma no Brasil para que grandes marcas de fabricação nacional possam oferecer produtos diretamente para os consumidores finais.

A partir de agora, é possível encontrar, por exemplo, brinquedos e produtos para crianças oferecidos diretamente pela Chicco, ração animal da Pedigree e Whiskas ou produtos de higiene e beleza da Procter & Gamble. Marcas conhecidas dos brasileiros, como a fabricante de fraldas Mamypoko e acessórios oficiais Waaw, do DJ e produtor musical brasileiro Alok, estão disponíveis no marketplace.

O ingresso destas marcas no app AliExpress permite que os usuários da plataforma possam também acessar itens nacionais, de marcas conhecidas, comprando-as diretamente de seus fabricantes e distribuidores.

Na prática, esta solução elimina custos comuns no varejo, como o sobrepreço cobrado por revendedores, o que permite ao usuário final acessar os itens que deseja pelos menores preços.

Planos para os próximos meses
De acordo com Rodrigo Rezende, diretor comercial do AliExpress, a entrada de lojas oficiais de marcas brasileiras de diversas áreas, como moda, beleza, bebidas, itens para a casa ou brinquedos, será uma constante ao longo dos próximos meses.

“Nosso objetivo é oferecer a melhor experiência de compra ao usuário, o que significa garantir que ele encontrará em nosso app não só os itens únicos, que apenas chegam ao Brasil por meio do nosso comércio internacional, mas também os produtos de fabricantes nacionais, que ele confia e deseja consumir pelo melhor preço”, afirma Rezende.

Há um ano, o Brasil é o único país das Américas em que o AliExpress permite que vendedores locais se cadastrem para vender para outros consumidores nacionais. Lojas brasileiras no marketplace desfrutam de condições especiais para atender seus consumidores, como o acesso à solução logística Tarifa Simples, que facilita a oferta de frete grátis para o consumidor e a possibilidade de parcelar o valor da venda sem cobrança de juros.

Segundo Briza Bueno, diretora do AliExpress, o ingresso das marcas nacionais na plataforma contribui para o crescimento do e-commerce brasileiro.

“O ingresso de mais fabricantes nacionais em nosso marketplace permite que estes acessem nossos usuários e tecnologias, ampliando a digitalização de suas operações, o que é positivo para todo varejo eletrônico do País”, diz.