E-commerce externo cai e favorece varejo local; taxação em abril deve ampliar impacto

Volume de pacotes no Remessa Conforme recuou 27% em um ano; nova alíquota de ICMS entra em vigor em abril.

O volume de transações no e-commerce internacional continua em queda, apontam dados da Receita Federal analisados pelo JPMorgan. Em janeiro deste ano, o número de pacotes processados dentro do programa Remessa Conforme permaneceu em torno de 11 milhões, bem abaixo dos 14 milhões registrados em novembro de 2024 e distante do pico de 20 milhões antes da adoção da taxa de importação de 20%.

A redução no volume financeiro em reais foi de 6% na comparação anual, ficando 34% abaixo do registrado em julho de 2024, último mês antes da tributação. Já a quantidade de pacotes caiu 27% em relação ao mesmo período do ano anterior e está 43% abaixo do maior volume já registrado.

Contudo, mesmo com a recente desvalorização do real, o tíquete médio das compras em dólar segue elevado. Esse movimento, segundo o banco, favorece varejistas nacionais, que enfrentavam forte concorrência de plataformas estrangeiras. Empresas como Lojas Renner (LREN3), Hering (AZZA3), Mercado Livre (MELI3), Magazine Luiza (MGLU3), Petz (PETZ3) e C&A (CEAB3) podem se beneficiar desse cenário.

A tendência deve se intensificar a partir de abril deste ano, quando entra em vigor a elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), elevando a carga tributária total para 44% sobre compras internacionais de até US$ 50.

Em dezembro, os Estados decidiram aumentar o imposto cobrado nas compras internacionais feitas pela internet a partir de 1 de abril. A alíquota do ICMS subirá de 17% para 20%.

Aumento das taxas

Embora tenha desagradado o consumidor brasileiro, com diversas reclamações e críticas nas redes sociais, a mudança no ano passado da tributação para as compras internacionais veio após forte pressão do setor varejista nacional, que há anos pleiteava igualdade nas regras fiscais entre empresas locais e plataformas estrangeiras.

A aprovação da alíquota de 20% foi considerada uma conquista parcial pelo setor, já que algumas entidades defendiam uma tributação maior. O projeto que resultou na taxação foi aprovado dentro do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que inicialmente tratava de incentivos para a indústria automotiva.

À época, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) e o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) afirmaram, em nota, que a decisão da Câmara dos Deputados foi um avanço na busca por igualdade tributária. No entanto, ressaltaram que a equiparação total ainda não foi alcançada, já que empresas nacionais enfrentam uma carga fiscal entre 70% e 110%.

Enquanto varejistas brasileiros veem a mudança como um passo positivo, gigantes internacionais como Shein e AliExpress classificam a medida como um retrocesso. Briza Bueno, diretora-geral do AliExpress no Brasil, afirmou em 2024 que a decisão afeta diretamente os consumidores e deveria ter sido debatida com mais profundidade.

No mesmo período, a Shein, por sua vez, disse que a tributação impacta o poder de compra da população e pode prejudicar o crescimento do e-commerce internacional no país.

Já a Shopee, que tem presença consolidada no Brasil desde 2019, apoiou a taxação de 20% sobre as compras de até US$ 50. A empresa afirmou que a medida fortalece o empreendedorismo local e não prejudica seus vendedores nacionais, responsáveis por 90% das vendas da plataforma no país.

Analistas de mercado consideram a nova taxação um fator positivo para empresas brasileiras de vestuário e comércio eletrônico. Segundo o Citi, Lojas Renner e C&A estão entre as principais beneficiadas porque concorrem diretamente com as plataformas asiáticas no segmento de moda feminina. Mercado Livre e Magazine Luiza também podem se favorecer, ainda que de forma mais limitada, devido ao perfil de tíquete médio mais elevado.

A XP aponta que, apesar da nova tributação reduzir a competitividade das plataformas estrangeiras, ainda há uma diferença na carga tributária em relação às empresas locais. Além disso, a chegada da Temu ao Brasil adiciona mais um fator de pressão competitiva para o varejo nacional, já que a plataforma chinesa possui forte capacidade de investimento e preços agressivos.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/mercados/e-commerce-internacional-cai-e-favorece-varejo-taxacao-em-abril-deve-ampliar-impacto/

Índice de confiança no varejo tem a pior queda em quatro anos, aponta FGV

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) da Fundação Getulio Vargas (FGV) atingiu o nível mais baixo em quase quatro anos em fevereiro, caindo 3,8 pontos para 85,5 pontos, o menor valor desde abril de 2021. O economista da fundação, Rodolpho Tobler, atribui essa queda ao pessimismo entre os empresários do comércio, devido às condições de consumo desfavoráveis, como juros altos e inflação crescente.

Tanto o Índice de Situação Atual (ISA) quanto o Índice de Expectativas (IE) caíram também, indicando uma perspectiva negativa tanto para o presente quanto para o futuro. Tobler destaca que esta é a segunda queda consecutiva do Icom, com quedas significativas em janeiro e fevereiro.

Essa tendência de queda sugere que os empresários estão percebendo uma diminuição no ritmo dos negócios em fevereiro, com a possibilidade de que permaneçam fracos nos próximos meses. A demanda tem diminuído e as expectativas não são favoráveis, principalmente devido às altas taxas de juros e à inflação.

“A percepção é de que a demanda tem perdido força nesse início de 2025, e que as expectativas também não são muito favoráveis”, comentou. “Mas era esperado porque, de fato, quando vemos uma taxa de juros muito alta, e uma inflação mudando, são fatores que prejudicam bastante [o consumo]”.

Por consequência, o varejo é particularmente afetado neste tipo de situação, já que os juros mais altos afetam as compras a prazo e a inflação crescente reduz o orçamento das famílias e o ritmo de compras. Diante desse cenário, Tobler não descarta a possibilidade de o Icom continuar caindo, e reconhece que 2025, especialmente a primeira metade do ano, não tem sido favorável para o comércio, sem muitos motivos para se esperar uma reversão da tendência negativa atual.

Fotne:

https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/indice-de-confianca-no-varejo-tem-a-pior-queda-em-quatro-anos-aponta-fgv

Com a reforma tributária, como as fábricas e os centros de distribuição devem se reposicionar?

Novo sistema tributário elimina movimentações de mercadorias com objetivo de colher benefícios fiscais, o que demandará repensar a cadeia produtiva e a malha logística, explica especialista

A regulamentação da reforma tributária, que deve ser sancionada nesta quinta-feira, 16, pelo presidente Lula, coloca um ponto final em um ciclo longo e controverso de concessão de incentivos fiscais, especialmente para atrair empresas para determinadas regiões.

Durante décadas, estados brasileiros concederam benefícios fiscais, geralmente através do ICMS, para fomentar a instalação de fábricas e centros de distribuição (CDs) em suas localidades, estimulando a criação de empregos e o desenvolvimento regional.

No entanto, esses incentivos geraram um cenário de guerra fiscal, onde a disputa entre os estados por novos investimentos era marcada pela concessão de créditos presumidos, descontos de débito em notas fiscais e outras formas de redução tributária.

Para muitas empresas, os incentivos fiscais se tornaram um dos principais critérios na decisão sobre onde localizar suas operações. Mas acabavam provocando distorções e complicações fiscais. Quando uma empresa comprava produtos de outro estado, o Fisco questionava os créditos de ICMS destacados nas notas fiscais, já que os incentivos fiscais, na prática, faziam com que o imposto não fosse pago integralmente.

A reforma extingue esses benefícios regionais em 2033, com exceção da Zona Franca de Manaus (ZFM). Também altera o critério de incidência do imposto, que passa a ser baseado no destino da mercadoria e não mais na origem, como hoje.

Com isso, a movimentação anterior da mercadoria não interfere no tributo e coloca as empresas sobre um novo dilema: vale a pena manter fábricas e centros de distribuição em locais onde o único benefício era o incentivo fiscal, ou é hora de revisar a estratégia e reavaliar o local de operação, levando em consideração a proximidade com o mercado consumidor?

O que levar em conta?

Para Waine Domingos Peron, sócio-líder de Impostos da consultoria EY Brasil e ex-conselheiro do Conselho de Contribuintes de São Paulo, a nova dinâmica tributária exige das fábricas e dos CDs uma reavaliação da viabilidade de manter uma estrutura em regiões afastadas dos grandes centros consumidores, sem os incentivos fiscais que antes equilibravam os custos.

Assim como uma revisão da cadeia produtiva e da logística, com foco no cliente final, uma vez que a tributação será cada vez mais direcionada para onde o produto é consumido.

“Quando falamos de reposicionamento estratégico de fábricas e CDs, pode ser tanto no que está sendo fabricado e vendido no Brasil, quanto do que se importa e se revende no mercado doméstico”, afirma Peron.

Nesse sentido, explica, para “uma fábrica localizada distante de seu mercado consumidor, basicamente ancorada em incentivo fiscal, pode vir a ser necessário que ela seja realocada em uma localidade mais próxima, onde está a aérea de influência dos clientes delas”.

Segundo o especialista, se a maioria dos clientes de uma empresa, ou sua considerável parte, estiver no estado onde opera suas atividades, a mudança de local pode ser desnecessária.

“[A fábrica ou o centro de distribuição] podem até manter-se, dado que essas empresas vão tributar no destino para o mesmo lugar onde se encontram. Caso contrário, talvez, no cálculo de modelagem terá que avaliar se faz sentido estar mais perto mesmo do consumidor”.

Reposicionamento da cadeia logística

As mudanças na cadeia produtiva com a reforma tributária também levam a uma revisão da cadeia logística.

Peron usa o caso hipotético de uma empresa de bens e consumo que pode precisar estruturar toda a cadeia de suprimento para melhorar a eficiência de distribuição, já que os fornecedores de matéria-prima para uma fábrica, ou de uma mercadoria já acabada para ser revendida, talvez também não fiquem mais naquela mesma localidade.

Isso pode fazer com que os modais logísticos e a base de transporte também sejam alteradas. Algo também previsto para as rotas de entrega e de logística reversa, de acordo com o especialista, que levanta questões principalmente com as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus garantidas na reforma.

Além de simplificar e unificar os tributos sobre o consumo, a regulamentação do texto manteve o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os produtos concorrentes aos fabricados na ZFM. Isso significa que uma empresa que fabrique um produto fora da ZFM, que também seja lá produzido por um concorrente, terá que pagar o IPI.

“As empresas podem pensar em alternativas. Dependendo da alíquota de IPI desse produto, será que não vale a pena ir também para a Zona Franca? Tem que fazer a modelagem para saber, porque o custo logístico para distribuir na ZFM é elevado dada a distância do restante do país”, observa.

A manutenção dos benefícios na Zona Franca, por outro lado, devem apoiar setores consolidados na região, como de eletroeletrônicos e a produção de motocicletas.

Há, ainda, alguns segmentos que adotaram a estratégia de ter a fábrica e o centro de distribuição verticalizados – o mesmo grupo econômico que produz e distribui – para se beneficiar de regimes tributários de IPI e do regime monofásico do PIS e do Cofins [quando a carga tributária é concentrada em uma única fase do ciclo produtivo], e que terão que fazer um reposicionamento estratégico.

Segundo o sócio-líder da EY, esse é o caso de companhias dos setores de cosméticos, automóveis e farmacêutico, principalmente.

“Porque essa estrutura não vai mais fazer sentido de existir da forma como está. Porque o novo IVA Dual não tem mais as mesmas características do atual regime monofásico. Isso exigirá uma reavaliação de todo o modelo de negócio existente hoje desses setores”, afirma Peron.

Reforma tributária e os impactos no parque logístico

Com as empresas repensando a estrutura a partir do local de matérias-primas, mão de obra qualificada e proximidade com o consumidor, alguns estados precisarão de outros mecanismos para a manutenção das indústrias locais, de acordo com Peron.

Hoje, quase 80% do parque logístico nacional está próximo do eixo Rio de Janeiro – São Paulo, mostram dados da Log Commercial Properties, uma das principais desenvolvedoras de condomínios logísticos greenfield e locadoras de galpões alto padrão do Brasil.

A reforma tributária também cria o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que fará a arrecadação, a compensação de débitos e créditos e a distribuição de receitas para os estados e municípios.

O IBS é um tributo com um imposto comum aos estados e municípios. As atribuições do comitê, no entanto, ainda precisam ser definidas no Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, que aguarda aprovação do Senado.

Em geral, segundo o especialista em direito tributário, as empresas e os negócios que não usufruem hoje de nenhum incentivo fiscal, tendem a ter algum ganho com a reforma tributária, que deve ter uma carga de 26,5%.

“Não quero generalizar, mas esse é um resumo. Digo isso porque hoje, somando o ICMS, que é 18% no geral, mais PIS e Cofins, que dão 9,25%, com IPI na alíquota média de 7% a 10%, a carga tributária no Brasil hoje é de 33% a 34%. Sem os créditos fiscais em sua plenitude isso dá mais de 37%. E hoje esses créditos são controvertidos e não estão claros para as empresas”, afirma.

A reforma também prevê um longo período de transição, com sua conclusão definida para apenas 2033. Peron alerta, contudo, que as fábricas e os centros de distribuição devem buscar seu reposicionamento já a partir de 2025 para melhor proveito dos preços e fidelização dos clientes.

“Tudo isso faz parte do que eu chamo de ‘business transformation’. A reforma tributária não é só uma reforma tributária, é uma reforma de negócios. Finalmente nós vamos passar a ter um IVA que tem uma não cumulatividade e que é mais transparente. Ela [reforma] não é perfeita, como gostaríamos, mas ela estará bem mais transparente e límpida do que a não cumulatividade que temos hoje”, conclui Waine Peron.

Sanção do presidente Lula

A Câmara dos Deputados enviou o texto ao Palácio do Planalto em 27 de dezembro. O presidente Lula tem prazo de 15 dias úteis para sancionar o texto a partir daquela data, com a possibilidade ou não de vetos.

Fonte: “Com a reforma tributária, como as fábricas e os centros de distribuição devem se reposicionar? | Exame

Tendências de consumo: as categorias mais buscadas no e-commerce durante o 1º trimestre do ano

Passada a temporada de compras com a alta das vendas do Natal e da Black Friday e Natal, muitos lojistas esperam uma demanda menor no primeiro trimestre do ano em seus e-commerces e marketplaces. No entanto, ainda é possível alcançar uma ótima performance com os dados certos, segundo a Nubimetrics, pois algumas categorias se destacam para não deixar o faturamento cair.

De acordo com a especialista em mercado digital, Juliana Vital, que também é Global Chief Revenue da companhia, os materiais escolares, uniformes, fantasias, artigos de informática e até mesmo produtos relacionados à natação são possibilidades de aumentar o número de vendas durante a temporada.

“Temos poucas datas comemorativas neste período, mas isso não significa que o período não apresente boas oportunidades para os vendedores online. Nós mapeamos que a tendência por categorias específicas podem ser uma ótima alternativa para continuar se destacando. Por isso, é importante se manter por dentro dessas principais tendências”, afirma Juliana. Confira abaixo quais são as principais categorias.

1 – Materiais escolares

Todo começo de ano vem acompanhado de um novo calendário escolar, e ainda que alguns pais e responsáveis já tenham começado a mapear preços em dezembro, o mês de janeiro segue atingindo a maior demanda na categoria e o pico máximo de sazonalidade no e-commerce. Como no ano passado, por exemplo, quando aumentou em mais de 30% durante o primeiro trimestre. Entre os destaques das pesquisas, as etiquetas escolares representaram 13% das palavras-chave mais buscadas pelos compradores.

2 – Uniformes

Pela mesma razão citada acima, os uniformes também são os queridinhos nas buscas online. O levantamento da Nubimetrics revelou queno ano passado, a subcategoria teve um crescimento significativode buscas durante o ano, e os números indicam que esse ano não será diferente.

“Aqui enxergamos uma oportunidade ainda melhor: a demanda tem crescido e a concorrência não. Os dados nos ajudam a entender também outras informações precisas para quem quer entrar nesse mercado, em que a maia maioria dos vendedores oferecem frete grátis aos clientes; e apresentando maior procura das becas de formatura, por exemplo. “Esses são insights relevantes para turbinar ainda mais o faturamento com esses artigos”, complementa a CRO.

3 – Itens para natação

O verão deixa as temperaturas mais altas entre janeiro e fevereiro, portanto, as pessoas procuram lugares para se refrescar, seja para lazer ou praticar esporte. Diante disso, a Nubimetrics revela um aumento da demanda por produtos relacionados à nataçãoneste período do ano na categoria esportes e lazer. Entre os destaques dos marketplaces estão os ‘espaguetes’ e toucas.

Outro item vem crescendo gradativamente durante os anos, como as faixas de cabelo, que em 2024, apresentaram um aumento de quase 140% nas buscas, 2,4 vezes maior que 2023.

4 – Fantasias

Mesmo que este ano o Carnaval seja em março, a preparação já começa em janeiro. Atualmente, a categoria fantasias aparece como uma ótima opção para os sellers no começo do ano, registrando um pico de buscas em fevereiro, mês em que a festa se aproxima.

5 – Produtos de informática

Dia do Consumidor, comemorado dia 15 de março, é uma das principais datas comemorativas do período. Por isso, alguns segmentos também se destacam, como a categoria de Informática. Entre os mais procurados pelos consumidores estão os Mini PCs, que lideraram no ano passado as buscas na categoria PC de Mesa. Ainda conforme os dados da Nubimetrics, esse item, depois das cadeiras gamer, promete ser tendência em 2025.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/tendencias-de-consumo-as-categorias-mais-buscadas-no-e-commerce-durante-o-1o-trimestre-do-ano”

Governo lança edital para apoiar e-comércio em três regiões

Serão selecionados projetos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) lançaram um edital para fomentar o comércio eletrônico nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No total, serão destinados R$ 4,92 milhões para nove projetos selecionados.

Na primeira fase do processo seletivo serão selecionados 20 projetos, um para cada unidade da federação das regiões contempladas pelo edital. Na segunda etapa, nove projetos serão escolhidos para receber apoio financeiro, no valor de R$ 380 mil cada. Desses, três irão prosseguir para a fase de escala, por mais um ano, contando com acompanhamento técnico e apoio da ABDI, em parceria com o MDIC, e recebendo recursos no valor de R$ 500 mil.

O edital E-commerce.BR vai premiar soluções inovadoras que ajudem as micro, pequenas e médias empresas do país a superar obstáculos de logística, capacitação digital e comunicação online.

As inscrições vão até 17 de fevereiro deste ano e podem ser feitas por Redes de Inovação compostas por, no mínimo, três instituições públicas ou privadas de nível estadual, distrital ou municipal, que atuem em apoio a micro, pequenas ou médias empresas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

De acordo com dados do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, do MDIC, o comércio eletrônico no Brasil movimentou R$ 196,1 bilhões em 2023, um crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior. No entanto, a concentração das vendas online ainda é grande: o Sudeste responde por 73,5% das transações, em contraste com Nordeste (7%), Centro-oeste (3%) e Norte (1,3%).

Fonte: “Governo lança edital para apoiar e-comércio em três regiões | Agência Brasil

PMEs do e-commerce tem receita de R$ 441,5 milhões no Natal

Do dia 1º a 25 de dezembro de 2024, as PMEs do e-commerce faturaram R$ 441,5 milhões, um crescimento de 43% em comparação ao mesmo período de 2023. No total foram vendidos 6 milhões de produtos, um montante de aproximadamente 43% superior ao mesmo período no ano passado, com um ticket médio de R$ 242,90 por pedido. Os dados são da Nuvemshop.

Entre os produtos mais vendidos entre os lojistas, segundo levantamento da empresa, estão blusas, camisetas, whey protein e perfumes. Além disso, entre todos os pedidos realizados no e-commerce, 25% foram direcionados pelas redes sociais. Destes, nove em cada 10 vieram do Instagram. Ao todo, 23,5% dos envios tiveram frete gratuito oferecido pelos lojistas.

Dentre os segmentos que mais faturaram, Moda lidera, totalizando R$ 162 milhões, seguido por Saúde & Beleza (R$ 36 milhões), Acessórios (R$ 25 milhões) e Joias (R$ 15 milhões). Nos meios de pagamento, o Pix representou 50,5% de todos pedidos pagos, seguido pelo cartão de crédito (43,5%).

Nas regiões, São Paulo liderou o ranking das empresas que mais faturaram no período, alcançando R$ 212 milhões. Os outros estados que compõem a lista são Minas Gerais (R$ 44 milhões), Rio de Janeiro (R$ 36,3 milhões) e Ceará (R$ 27,5 milhões). Os destaques foram São Paulo e Ceará, que tiveram um crescimento de 46% e 45%, respectivamente, ficando acima da média nacional (43%).

A Nuvemshop considerou as vendas entre 1º e 25 de dezembro de 2023 e 2024 por lojistas brasileiros que utilizam a plataforma.

Fonte: “PMEs do e-commerce tem receita de R$ 441,5 milhões no Natal – E-Commerce Brasil

E-commerce no Brasil deve crescer 10% e atingir R$ 224,7 bilhões em 2025

Personalização e omnichannel são apontados como pilares para o crescimento do setor.

O e-commerce no Brasil deve atingir R$ 224,7 bilhões em faturamento em 2025, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). O crescimento de quase R$ 20 bilhões marca o oitavo ano consecutivo de expansão do setor, impulsionado pela transformação digital e mudanças nos hábitos de consumo.

Entre os destaques do relatório estão o aumento do ticket médio, que deve crescer 4,7%, atingindo R$ 15,80, e o crescimento no número de consumidores, que deve alcançar 94 milhões, três milhões a mais que em 2024. O volume de pedidos também deve subir 5%, totalizando 435 milhões de compras online.

Estratégias para expansão do setor
De acordo com Eduardo Esparza, VP General Manager da Tenerity Ibéria e Brasil, o fortalecimento do e-commerce está ligado à personalização e ao engajamento com os consumidores. “Os números mostram como o e-commerce já se consolidou como uma parte essencial do varejo brasileiro. A integração de estratégias inovadoras, como a personalização da experiência do cliente e a implementação de programas de benefícios, tem contribuído para o crescimento do setor”.

Uma das tendências destacadas é o investimento em canais omnichannel. Para Esparza, o objetivo é integrar as experiências de compra nos meios online e físico. “O investimento em canais omnichannel tem se destacado como essencial para oferecer aos consumidores uma jornada de compra mais integrada. Isso significa que a experiência de comunicação do cliente no meio online deve ser equivalente à de uma loja física”.

Retail media
Outro ponto destacado foi o uso do retail media como uma estratégia de marketing. Segundo Esparza, o recurso permite maior personalização, integração de canais e geração de novas receitas por meio de anúncios em marketplaces, aplicativos e outras plataformas. Em 2024, foram investidos R$ 3,8 bilhões em retail media na América Latina, conforme o relatório Latin America Retail Media Trends 2024, da Emarketer. “A expectativa é de que esse valor cresça de forma significativa nos próximos anos”, conclui o executivo.

Magalu e KaBuM! promovem liquidação durante a primeira sexta-feira do ano

Neste 3 de janeiro, o Magalu e o KaBuM! promovem a 32ª edição da Liquidação Fantástica, tradicional queima de estoque realizada pela companhia às primeiras sextas-feiras do ano. O evento reúne consumidores em busca de ofertas, com muitos deles formando filas durante a madrugada à espera da abertura das lojas.

Considerado um termômetro para avaliar a predisposição de consumo no início do ano, a Liquidação Fantástica envolve a preparação de todas as unidades do Magalu no país. Para atender à demanda, a empresa estruturou sua operação logística com a contratação de mais de 3.600 trabalhadores temporários e operação contínua em centros de distribuição, funcionando 24 horas por dia.

“Preparamos um esquema logístico robusto para atender nossos clientes e garantir a entrega eficiente dos pedidos. A Liquidação Fantástica é um evento aguardado e relevante para o varejo brasileiro”, declarou a empresa.

Com o uso do Google e TikTok, Magalu impulsiona vendas em lojas físicas
Utilizando abordagens com TikTok e Google para promover um “casamento” entre mensagens publicitárias e as vendas realizadas, o Magalu conseguiu ampliar suas conversões e deslocamentos para suas lojas, uma estratégia que ajudou a impulsionar as vendas no ponto de venda físico. A ação faz parte de uma parceria com a Monks.

A gigante varejista buscou atrair, com o uso do TikTok, os consumidores online para realizar compras em suas unidades físicas e medir as vendas realizadas no canal tradicional a partir de ações virtuais. Para alcançar os resultados, foi utilizada a Interface de Programação de Aplicações (API) de Conversões Offline do TikTok, ferramenta que permite que empresas rastreiem e meçam as conversões que ocorrem fora do ambiente digital.

Com a coleta desses dados, foram criadas audiências customizadas. Como resultado, segundo o TikTok, houve um aumento das vendas em lojas físicas originadas na rede social:

*Receita subiu 100%
*Taxa de conversão de campanhas online subiu 371%
*Custo de aquisição do cliente caiu 52%

O Magalu também utilizou testes A/B, que permitiram entender como diferentes públicos respondem a uma mesma mensagem. Dividida em dois grupos de anúncios, a campanha buscou atingir um público amplo, mas apenas nas cidades com lojas onde era possível fazer segmentação no TikTok. O outro grupo foi composto por pessoas que já tinham comprado nas lojas físicas (audiência customizada), combinadas com pessoas semelhantes a esses clientes, os “lookalikes”.

Com alta de 12,3% no faturamento, comércio impulsiona PMEs em novembro

O acumulado do ano registra alta de 5,3%.

O desempenho das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em novembro de 2024 apresentou estabilidade, com crescimento de 0,2% no faturamento em relação ao mesmo mês de 2023, de acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs. Já o acumulado do ano registra alta de 5,3%.

O destaque de novembro foi o setor de Comércio, que avançou 12,3% graças ao impacto da Black Friday. Tanto o atacado quanto o varejo tiveram resultados positivos, impulsionados pela venda de produtos como alimentos, pedras para revestimento, livros, eletrodomésticos, artigos esportivos e de joalherias, entre outros.

O setor de Serviços teve avanço tímido, de 0,8%, mas algumas atividades conseguiram se destacar, como Transportes, Atividades financeiras, e Serviços de arquitetura e escritório.

Já as PMEs da Indústria registraram queda de 6,4%. Dos 22 subsegmentos monitorados, apenas sete apresentaram aumento de receita: Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos, Impressão e reprodução de gravações, Fabricação de produtos de minerais não metálicos e Fabricação de móveis. Mesmo com a retração em novembro, no acumulado do ano o setor apresenta faturamento 8,3% maior.

Ainda no campo negativo, as PMEs do setor de Infraestrutura também registraram retração no último mês, com queda de 7,6%. O resultado foi condicionado pela nova queda de atividades ligadas ao setor de construção civil, como Obras de infraestrutura, Serviços especializados para construção e Construção de edifícios.

Para Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, ainda que o desempenho do Comércio tenha confirmado as previsões, com a Black Friday e o consumo das famílias em progresso, os resultados das demais atividades chamam a atenção e acendem um alerta para uma desaceleração mais significativa do mercado como um todo no decorrer de 2025.

“A expansão dos riscos domésticos associados à questão fiscal do País trouxe uma movimentação preocupante, com uma nova subida das expectativas para a inflação e taxas de juros, o que não é uma boa notícia para os empreendedores”, analisa.

Varejo farmacêutico projeta crescimento de dois dígitos em 2024

O setor farmacêutico brasileiro segue uma trajetória de crescimento sólida e resiliente, com o varejo farmacêutico projetando fechar 2024 com um aumento de dois dígitos no faturamento. A previsão é de um crescimento médio de 10% em comparação ao ano anterior, refletindo a recuperação do setor e a adaptação bem-sucedida das empresas a um mercado em constante transformação.

Esse desempenho é especialmente notável, considerando o cenário econômico desafiador, com inflação elevada e taxas de juros altas, que impactaram diversos outros segmentos da economia.

“O crescimento do setor farmacêutico, no entanto, não é um fenômeno isolado. Ele é impulsionado por uma série de fatores, entre eles a digitalização, a diversificação de produtos e o crescente foco na experiência do consumidor”, explica o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.
Modelo de negócios

Para Tamascia o modelo de negócios das farmácias tem se distanciado do foco exclusivo em preços baixos e tem migrado para uma abordagem que inclui não apenas medicamentos, mas uma oferta mais ampla de produtos de bem-estar, saúde, cosméticos e serviços personalizados. “Isso é resultado da adaptação contínua das farmácias às novas exigências dos consumidores, que buscam conveniência, agilidade e uma experiência de compra mais completa”, detalha.

O destaque de 2024 não se limita ao desempenho geral do setor, mas também a alguns players que se destacaram pelo crescimento acelerado, especialmente as grandes redes farmacêuticas e as farmácias associadas à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar).
Edison Tamascia, presidente da Febrafar/Foto: divulgação
Crescimento do mercado

Em meio ao crescimento do mercado, o grupo tem se destacado com resultados ainda mais expressivos, superando a média de crescimento do setor. Esse sucesso reflete não apenas a força das redes associadas, mas também o papel estratégico do associativismo, que tem sido uma alternativa eficaz para fortalecer as farmácias independentes e garantir sua competitividade frente às grandes redes.
Inovação e adaptação

Segundo Edison Tamascia o bom desempenho do mercado farmacêutico em 2024 é resultado de um processo de adaptação e inovação. “O setor farmacêutico não se resume mais à venda de medicamentos a preços competitivos. O mercado está cada vez mais exigente e os consumidores querem uma experiência completa. Isso significa que as farmácias precisam oferecer um mix diversificado de produtos, atendimento de qualidade, e uma estrutura física e digital bem alinhada”, afirma Tamascia.

As farmácias independentes, que historicamente enfrentavam desafios para competir com as grandes redes, têm encontrado no associativismo uma maneira de superar as barreiras do mercado. Modelos como o da Febrafar oferecem uma plataforma de apoio que inclui desde soluções de gestão e fidelização, até o desenvolvimento de novas formas de atendimento ao cliente. Isso tem permite competitividade e adequação às mudanças que o setor está experimentando.
Transformação digital

A transformação digital também tem se mostrado um dos maiores motores de crescimento. As farmácias que têm investido em tecnologia – seja para melhorar a gestão de estoques, oferecer serviços de entrega mais rápidos ou implementar soluções de atendimento ao cliente online – estão mais bem posicionadas para atender às novas demandas dos consumidores.

“Digitalizar-se não é mais uma tendência, mas uma necessidade. O consumidor está cada vez mais digital e busca conveniência, e as farmácias precisam estar onde ele está”, completa Tamascia.

Embora o ambiente físico das farmácias continue sendo fundamental, a transformação digital tornou-se uma das principais frentes para o crescimento do setor. A experiência do cliente no ambiente físico deve ser complementada com ferramentas digitais que proporcionem conveniência e acesso rápido aos produtos e serviços. As soluções de delivery, e a presença digital nas plataformas sociais e no Google Meu Negócio se tornaram essenciais para atrair e fidelizar consumidores.

“Investir em plataformas digitais não é apenas uma questão de modernização, mas de sobrevivência no mercado competitivo. As farmácias que não implementarem essas soluções correrão o risco de perder clientes para concorrentes que já estão mais digitalizados”, afirma Edison Tamascia.
Comunicação digital

Além disso, a comunicação digital, que antes era vista como um elemento complementar, agora se tornou fundamental. Redes sociais, aplicativos próprios e plataformas de feedback e atendimento online se tornaram canais indispensáveis para construir um relacionamento de longo prazo com o consumidor. O objetivo é proporcionar uma jornada de compra mais personalizada e eficiente, algo que os consumidores exigem cada vez mais.

Outro ponto fundamental na digitalização das farmácias é a integração entre o físico e o digital. Embora o consumidor esteja cada vez mais online, ele ainda valoriza muito a experiência presencial, principalmente no que diz respeito ao atendimento personalizado e à consulta de um profissional capacitado. A junção dessas duas frentes – física e digital – é o que tem garantido o sucesso de muitas farmácias no cenário atual.
Perspectivas para 2025

Para 2025, as perspectivas para o setor farmacêutico são ainda mais positivas. A digitalização continuará a ser uma das principais frentes de crescimento, mas a diversificação do portfólio de produtos também se consolidará como uma tendência fundamental.

As farmácias que souberem agregar produtos além dos medicamentos, como cosméticos, produtos de bem-estar, e itens de saúde e conveniência, estarão mais bem posicionadas para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.

“Não se trata apenas de vender mais, mas de vender melhor. A diversificação do portfólio deve ser acompanhada de uma estratégia que compreenda as necessidades do consumidor. Hoje, o cliente busca uma farmácia que ofereça mais do que medicamentos. Ele busca soluções para sua saúde, bem-estar e conveniência em um único lugar”, explica Tamascia.

Além disso, o processo de adaptação às novas exigências do consumidor e a capacidade de inovação continuarão a ser fatores determinantes para o sucesso das farmácias em 2025. A chave será a habilidade de oferecer uma experiência de compra única, tanto no ambiente físico quanto digital, atendendo de forma cada vez mais personalizada e eficiente às necessidades do consumidor moderno.
Impactos da Reforma Tributária

Embora 2024 não tenha trazido grandes mudanças regulatórias, há expectativas em relação às reformas que podem impactar diretamente o setor nos próximos anos. A reforma tributária promete trazer mais competitividade ao mercado, especialmente para as farmácias independentes. “Apesar de a reforma não surtir efeito imediato em 2025, ela tem o potencial de reduzir a carga burocrática e permitir que as farmácias se concentrem mais no atendimento ao cliente e menos nos processos fiscais”, conclui Tamascia.

Com a redução da burocracia e a criação de um ambiente de negócios mais competitivo, o setor farmacêutico terá mais liberdade para se concentrar no que realmente importa: a experiência do cliente e a inovação.