Apertem os cintos: estamos atravessando zona com turbulência de moderada a forte e seus impactos no consumo e varejo

As estripulias que marcam o período Trump 2.0, com seus impactos em todo o mundo na economia, na política e no comércio, combinadas com a busca da pavimentação do improvável caminho para Lula 4.0, em tempos de queda acentuada de popularidade, têm gerado um cenário no qual a turbulência de moderada a forte é o quadro com o qual teremos que conviver, pelo menos, pelos próximos 15 meses.

O que tem acontecido no mundo depois dos anúncios que marcaram o logo depois da eleição, e a confirmação das medidas após a posse nos Estados Unidos, gera impactos praticamente em todos os países e tem reconfigurado as relações políticas, militares, econômicas, comerciais e sociais entre nações, inspiradas pela singela lógica de que é preciso reinventar a ainda maior potência mundial.

Como resultado, o mundo busca entender o alcance, a profundidade, a extensão e a repercussão do que tem sido anunciado e implantado, e as consequências que se seguem também são reavaliadas em todas as suas dimensões, com um claro processo de reagrupamento e realinhamento entre países.

E haja Inteligência Artificial para combinar todos os elementos e fatores para encontrar o provável desenho da realidade futura ainda em construção, pois toda ação gera reação em alguma escala.

E, de fato, só o tempo mostrará como tudo se reorganizará, sem esquecer a real possibilidade de reversão de parte do que está sendo implantado, caso o dano seja maior do que o benefício pretendido, como no crescimento da inflação para produtos e serviços nos Estados Unidos.

Sempre lembrando que caminhamos para um cenário em que, nas economias mais maduras, os serviços predominam, e boa parte do que tem sido pretendido foca na revitalização industrial. Alguém se lembra da mesma miopia por aqui?

Mas não se pode ignorar que, no cenário global, as variáveis mutantes e mutáveis determinam um momento de volatilidade extrema e indefinições intensas.”

No ambiente interno, ainda impactado pelo cenário externo, as cartas estão colocadas. Tudo será feito para tentar viabilizar uma improvável reeleição em 2026, não importando as consequências no longo prazo.

Alternativas vêm sendo buscadas para conquistar um mínimo de adesão, em especial entre as classes mais baixas e a população menos informada, em nome dessa remota perspectiva, num cenário de dramática queda de popularidade espalhada por todo o País.

Mais programas sociais, mais bolsas, seja do que for, antecipação de benefícios futuros, crescimento dos gastos publicitários, verbas parlamentares, aumento de salários, penduricalhos e benesses para o setor público, e tudo o que a imaginação puder criar para reverter a queda generalizada.

Na essência da perda de popularidade está a combinação perniciosa e nada virtuosa que envolve o aumento da inflação, em especial de alimentos, as taxas de juros, a inadimplência, o encarecimento do crédito ao consumo, tudo isso coroado com a queda da confiança. Um coquetel amargo, com garantia de ressaca memorável.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/07/04/2025/artigos/apertem-os-cintos-estamos-atravessando-zona-com-turbulencia-de-moderada-a-forte-e-seus-impactos-no-consumo-e-varejo/”

 

Temu supera Shein, Samsung e Aliexpress em menos de um ano, segundo Relatório Conversion

Com 320 milhões de acessos, fevereiro foi o 2º melhor mês da história do setor de importados. O crescimento foi puxado principalmente pela chinesa Temu.

O Relatório Setores do E-commerce no Brasil com dados de fevereiro revelou que o mês se mostrou um mês desafiador para os e-commerces brasileiros, principalmente na comparação com o mês anterior. Enquanto janeiro apresentou recordes históricos para diversos setores, em fevereiro, nenhum dos 18 setores apresentou crescimento.

Importados tem o 2º melhor mês da sua história
Por outro lado, setores como Importados, apresentaram o 2º melhor mês da sua história, perdendo apenas para janeiro deste ano. O resultado foi resultado principalmente do crescimento contínuo da Temu – única empresa que apresentou crescimento entre as 5 maiores do setor.

Temu já superou Shein, Aliexpress e Samsung
A empresa chinesa teve mais de 151 milhões de acessos em fevereiro, marcando o melhor mês da marca até então. Foram aproximadamente 77 milhões de acessos a mais do que o Aliexpress, segundo lugar no ranking dos importados.

No top 10 dos maiores e-commerces do Brasil, a Temu já superou quase todas concorrentes asiáticas, ficando atrás apenas da Shoppe, que ocupa o 2º lugar no ranking. Isso tudo tendo chegado no Brasil em maio de 2024.

O relatório completo já está disponível para download na biblioteca do RadarIC em Pesquisas Externas. Acesse com login e senha de rede por meio do link Relatório Setores do E-commerce no Brasil com dados de fevereiro de 2025

Fonte: https://lp.conversion.com.br/relatorio-setores-ecommerce?utm_term=conv&utm_campaign=Relat%C3%B3rio%20Setores%20do%20E-commerce&utm_medium=email&_hsenc=p2ANqtz-8wI6p0tiU8oNXS2p1c9XQLgf0w-

IPCA-15 é de 0,64% em março

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou alta de 0,64% em março, 0,59 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em fevereiro (1,23%). O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, situou-se em 1,99%, acima da taxa de 1,46% registrada em igual período de 2024.

Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,26%, acima dos 4,96% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2024, o IPCA-15 foi de 0,36%.

Período Taxa
Março de 2025 0,64%
Fevereiro de 2025 1,23%
Março de 2024 0,36%
Acumulado no ano 1,99%
Acumulado nos últimos 12 meses 5,26%

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram variação positiva em março, com destaque para o grupo Alimentação e bebidas, com a maior variação (1,09%) e impacto (0,24 p.p.), seguido dos Transportes (0,92% e 0,19 p.p.). Juntos os dois grupos respondem por cerca de 2/3 do índice. As demais variações ficaram entre o 0,03% de Artigos de residência e o 0,81% de Despesas pessoais.

IPCA-15 e IPCA-E – Variação e impacto nos grupos
Grupo / Variação Mensal (%) / Impacto Variação Acumulada (%)
(p.p.)
Janeiro /Fevereiro/ Março/ Março /Trimestre/ 12 meses
Índice Geral 0,11  / 1,23  /0,64  / 0,64 / 1,99 / 5,26
Alimentação e bebidas 1,06 / 0,61/ 1,09/ 0,24/ 2,78/  7,30
Habitação -3,43/4,34 / 0,37/ 0,06/ 1,13/ 3,93
Artigos de residência 0,72 /0,38/ 0,03/ 0,00/ 1,13/ 1,84
Vestuário 0,46/ -0,08/ 0,28/ 0,01/ 0,65/ 3,32
Transportes 1,01/ 0,44/ 0,92/ 0,19/ 2,39 /5,35
Saúde e cuidados pessoais 0,64/ 0,54/ 0,35/ 0,05 /1,54/ 5,61
Despesas pessoais 0,40 /0,01/ 0,81 /0,08/ 1,22/ 5,41
Educação 0,25/ 4,78/ 0,07/ 0,00/ 5,12/ 6,30
Comunicação 0,15/ -0,06/ 0,32/ 0,01 /0,41/ 1,78
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

No grupo Alimentação e bebidas (1,09%), a alimentação no domicílio acelerou de 0,63% em fevereiro para 1,25% em março. Contribuíram para esse resultado as altas do ovo de galinha (19,44%), do tomate (12,57%), do café moído (8,53%) e das frutas (1,96%).

A alimentação fora do domicílio (0,66%) também acelerou em relação ao mês de fevereiro (0,56%), em virtude da alta da refeição (0,43% em fevereiro para 0,62% em março). O lanche (0,68%) registrou variação inferior à registrada no mês anterior (0,77%).

No grupo Transportes (0,92%), o destaque são os combustíveis (1,88%), com alta nos preços do óleo diesel (2,77%), do etanol (2,17%) e da gasolina (1,83%) e do gás veicular (0,08%). O subitem trem apresentou alta de 1,90% devido ao reajuste de 7,04% nas tarifas no Rio de Janeiro (4,25%), a partir de 2 de fevereiro.

Ainda em Transportes, no ônibus intermunicipal (0,46%) houve reajuste médio de 14% em Porto Alegre (4,99%), a partir de 1º de fevereiro.

Em Despesas pessoais (0,81%), o resultado foi influenciado pelo cinema, teatro e concertos (7,42%), com o fim da semana do cinema em fevereiro.

No grupo Habitação, que desacelerou de 4,34% em fevereiro para 0,37% em março, o resultado da energia elétrica residencial (0,43%) contempla o reajuste de 1,37% em uma das concessionárias do Rio de Janeiro (-0,12%), a partir de 15 de março, sendo a queda registrada devido à redução na alíquota do PIS/COFINS.

No resultado do gás encanado (-0,51%), os seguintes reajustes tarifários foram incorporados a partir de 1º de fevereiro: no Rio de Janeiro (-0,92%), redução média de 1,55%; e em Curitiba (-1,79%), redução de 3,01%.

Regionalmente, todas as áreas tiveram alta em março. A maior variação foi registrada em Curitiba (1,12%), por conta das altas da gasolina (7,06%) e do etanol (6,16%). Já o menor resultado ocorreu em Fortaleza (0,34%), que apresentou queda nos preços da energia elétrica residencial (-1,69%) e da gasolina (-0,90%).

IPCA-15 e IPCA-E – Variação nas regiões
Região/ Peso Regional (%)  / Variação Mensal (%)  /Variação Acumulada (%)
Janeiro/ Fevereiro /Março/ Trimestre /12 meses
Curitiba 8,09/ 0,16/ 1,11/ 1,12/ 2,41 /5,47
Brasília 4,84/ 0,26/ 1,34/ 0,78/ 2,39/ 5,73
Porto Alegre 8,61 -0,13/ 1,08/ 0,78/ 1,73 /4,60
Rio de Janeiro 9,77 /0,00/ 1,32 /0,63/ 1,96/ 5,11
Belém 4,46/ 0,01/ 1,39/ 0,62/ 2,02 /4,87
Belo Horizonte 10,04/ 0,13 /1,27/ 0,62 /2,04/ 5,89
São Paulo 33,45 /0,09/ 1,20/ 0,60 /1,90/ 5,32
Salvador 7,19 /0,28/ 1,36 /0,58/ 2,23 /5,43
Recife 4,71 /0,06/ 1,49 /0,43 /1,99/ 4,61
Goiânia 4,96/ 0,53 /0,99/ 0,41/ 1,95/ 5,38
Fortaleza 3,88 /0,21 /1,10 /0,34 /1,66/ 4,57
Brasil 100,00/ 0,11/ 1,23/ 0,64/ 1,99/ 5,26
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de fevereiro a 17 de março de 2025 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de janeiro a 12 de fevereiro de 2025 (base).

O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/42961-ipca-15-e-de-0-64-em-marco

São Paulo lidera e Itajaí ganha destaque no ranking da gestão do território

Destaques:

• O estudo Gestão do Território, em sua segunda edição, mostra, no universo dos 5.570 municípios do país, quais são os Centros de Gestão, isto é, os responsáveis pelo papel de comando na rede urbana brasileira, tanto do ponto de vista empresarial quanto da gestão pública.

• Em 2024, apenas 39,1% dos municípios do Brasil se qualificavam como Centros de Gestão do Território (2.176 municípios), total ligeiramente inferior aos 39,6% (2.204 municípios) identificados no estudo realizado em 2014.

• São Paulo (SP) é o município que detém a primazia da Gestão Empresarial, seguido do Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). Barueri, Osasco e Guarulhos, municípios da área metropolitana de São Paulo, também possuem posições relevantes no mesmo ranking, realçando a centralidade da metrópole paulista.

• Em 2012, as empresas multilocalizadas (aquelas que estão presentes, simultaneamente, em diversos pontos do território, com suas unidades instaladas em diferentes municípios) eram 1,86% do total de empresas pesquisadas e passaram para 2,18% em 2021. Apesar do pequeno percentual, em 2021 estavam presentes em 99,9% dos municípios, demonstrando expressiva capilaridade.

• Em 2021, das cinco principais atividades das empresas multilocalizadas, três eram do setor de saúde. O setor de transporte foi o principal destaque nesse ano, seguido do comércio varejista de vestuário, invertendo a ordem apresentada em 2012.

• Brasília (DF) se destaca como principal centro da Gestão Pública, seguida do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Recife (PE).

• O topo da Gestão do Território corresponde à tríade de municípios São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF).

• Campinas (SP) é o único município que não é capital entre os que ocupam maior posição na hierarquia da Gestão do Território.

• Ainda sobre o indicador Gestão do Território, Itajaí (SC) é o município de maior valor dentre os municípios que não são capital nem componente de metrópole, ocupando a 26ª posição no ranking nacional. Esse resultado foi impulsionado principalmente pelo desempenho de Itajaí no indicador de intensidade empresarial, ao abrigar um número expressivo de sedes e filiais de empresas multilocalizadas, superando até mesmo o indicador de capitais estaduais como Manaus (AM), Cuiabá (MT) e Belém (PA).

Em 2024, apenas 39,1% dos municípios brasileiros se qualificavam como Centros de Gestão do Território (2.176 municípios), total ligeiramente inferior aos 39,6% (2.204 municípios) identificados no estudo de 2014. São Paulo (SP) permanece no topo da gestão, seguido de Brasília (DF) e do Rio de Janeiro (RJ), que também mantiveram suas posições no ranking nacional. O resultado demonstra o papel de comando que os três municípios exercem na rede urbana brasileira, tanto do ponto de vista empresarial quanto do da gestão pública. Itajaí (SC) é o município de maior destaque entre os que não são capitais nem pertencem a uma metrópole.

Essas informações fazem parte da pesquisa Gestão do Território 2024, divulgada hoje (26/3), que identifica os Centros de Gestão existentes no universo dos 5.570 municípios do país. O estudo traz aspectos sobre a Gestão Empresarial, com enfoque para os municípios com atividades empresariais que atuam de forma articulada a outros municípios; e aspectos sobre a Gestão Pública, identificando as redes hierárquicas de gestão de uma série de instituições públicas com unidades descentralizadas, em níveis federal e estadual.

De acordo com Marcelo Motta, gerente da pesquisa, essas informações são importantes para identificar os centros urbanos que concentram a capacidade de comando e controle do país e para compreender como as diferentes cidades e regiões se articulam por meio de redes de gestão do território:

“Os relacionamentos a distância dos agentes econômicos e políticos ajudam a definir o papel das cidades. De um lado, o Estado, através de seus organismos públicos, atende a população, levanta dados, recolhe tributos, executa políticas públicas. De outro, as empresas que, para garantirem lucratividade, vão ter suas estratégias particulares de atuação e de organização no espaço”.

Apesar de representarem uma pequena porcentagem do total (2,2%), em 2021 empresas multilocalizadas estavam presentes em 99,9% dos municípios

A parte da pesquisa sobre a Gestão Empresarial cobre os municípios com atividades empresariais que atuam de forma articulada com outros municípios, e os pares de cidades que se relacionam mais intensamente. Para compreender essas relações, o estudo contemplou as empresas multilocalizadas: aquelas que estão presentes, simultaneamente, em diversos pontos do território, com suas unidades instaladas em diferentes municípios. Assim, foram selecionadas do Cadastro Central de Empresas (Cempre) as unidades que possuíam pelo menos uma filial em município diferente daquele onde se localizava a sua sede.

Em 2012, as empresas multilocalizadas eram 1,9% do total de empresas pesquisadas e passaram para 2,2% em 2021.Apesar de representarem uma pequena percentagem do total, em 2021 estavam presentes em 99,9% dos municípios. Entre 2012 e 2021, o percentual de participação dessas empresas em relação às empresas em geral variou 0,3%, passando de 1,9% (2012) para 2,2% (2021). Porém, quanto ao crescimento relativo, enquanto as empresas em geral apresentaram alta de 13,0% no mesmo período, as multilocalizadas registraram um crescimento de 32,5%.

De acordo com o gerente da pesquisa, os motivos para o aumento das multilocalizadas não foram captados diretamente pela pesquisa. “Normalmente, são processos complexos e com múltiplas causas, como as fusões e aquisições, que levam ao crescimento de redes varejistas, ou o aumento de relevância dos setores de transporte de carga e logística, dado o crescimento do comércio eletrônico”, esclarece.

Em termos regionais, a Região Sudeste possui a maior concentração de empresas multilocalizadas (45,4%). No entanto, de 2011 para 2021, essa concentração se reduziu nas Regiões Sudeste e Sul para aumentar nas demais regiões, com destaque para o Nordeste, que passou de 15,3% de unidades locais, em 2011, para 17,0%, em 2021.

São Paulo (SP) detinha a primazia da Gestão Empresarial em 2021

Uma vez estabelecidas as relações entre municípios, a pesquisa calculou a intensidade das ligações por município, que é um indicador composto pelo somatório do número de sedes e filiais das empresas multilocalizadas para cada município brasileiro. Quanto maior a intensidade atribuída a um município, maiores são as suas interações com os demais, não importando a distância entre eles.

“Não levamos em consideração se a empresa é sede ou filial. Ambas têm o mesmo valor, o mesmo peso, porque, assim, um município que concentra muitas sedes, é óbvio que ele tem uma concentração de poder, mas o município que concentra muitas filiais também tem uma centralidade relevante. A filial pode ser só uma executora, como também pode ser um centro de pesquisa e desenvolvimento, um lugar importantíssimo”, explica Marcelo.

De acordo com Evelyn Pereira, gerente substituta e assistente da pesquisa, o objetivo é ver como esses municípios se comportam em rede. “Ele é um nó importante na rede? Esse município, do ponto de vista empresarial, é uma referência para vários outros? É isso que significa essa intensidade”, complementa.

Ao se analisar a intensidade das ligações por pares de municípios (ligações de sedes e filiais de empresas), o par de maior valor é São Paulo (SP)-Rio de Janeiro (RJ).

Em função de suas ligações, São Paulo (SP) é o município que detém a primazia da Gestão Empresarial em 2021, seguido do Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF).

Barueri, Osasco e Guarulhos, municípios da área metropolitana de São Paulo, também possuem posições relevantes no mesmo ranking, realçando a centralidade da metrópole paulista.

Em uma década houve pouca variação na representação das centralidades municipais, mas é possível registrar a ascensão no ranking nacional de centralidades intermediarias, como Cuiabá (MT), Belém (PA), Manaus (AM) e, em especial, Itajaí (SC), que abriga um número expressivo de sedes e filiais de empresas multilocalizadas.

Em 2021, das cinco principais atividades das empresas multilocalizadas, três eram do setor de saúde

Ao observar os setores nos quais atuam as empresas multilocalizadas, as maiores concentrações se encontram nos setores do comércio (43,8%) e de serviços (36,2%), muito à frente da indústria (16,7%) e da agropecuária e extrativismo (3,3%). Em termos de atividades, em 2021, das cinco principais, três eram do setor de saúde. O setor de transporte foi o principal destaque nesse ano, seguido do comércio varejista de vestuário, invertendo a ordem apresentada em 2012.

Em 2012, das cinco principais atividades das sedes das empresas multilocalizadas, quatro pertenciam ao setor varejista, enquanto, atualmente, apenas o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios figura com destaque. Já o setor de transporte ganhou importância relativa, o que pode estar relacionado ao crescimento do comercio online e à necessidade de entrega das mercadorias.

“Esse aumento de transporte de carga era esperado. Antes, o primeiro colocado era o comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios, que é algo importante até hoje. Isso faz sentido, então, quando a gente relaciona com a distribuição de produtos comprados online hoje, que é consistente com o fato de o transporte de carga ser algo muito dinâmico, que precisa ter muitas unidades descentralizadas em vários municípios”, esclarece Evelyn.

Ainda segundo a pesquisadora, chamam atenção as atividades farmacêuticas, que incluem atividades de atenção ambulatorial executadas por médicos e na área de odontologia, redes de clínicas, produtos farmacêuticos (para humanos e animais), atividades de serviços de complementação diagnóstico e terapêutica, entre outras.

Em 2021, São Paulo foi o município com o maior número de assalariados externos, com crescimento de 17,4% em relação a 2012

Também é possível medir o porte das ligações empresariais entre municípios pelo número de assalariados externos ao município da sede da empresa. Para isso, a pesquisa levantou o total de empregados que trabalham em estabelecimentos (fábrica, loja varejista, agência bancária etc.) de uma empresa cuja sede social está localizada em um município diferente.

Em 2021, São Paulo (SP) foi o município com o maior número de assalariados externos (1.855.722), o que significa um crescimento de 17,4% em relação a 2012. Dentre os dez municípios que lideraram esse quesito, o Rio de Janeiro (RJ) ficou em segundo lugar, com 486.696 assalariados externos, seguido por Brasília, com 315.047.

Entre as cidades que mais apresentaram crescimento relativo do número de assalariados externos, Itajaí (SC) se destaca, por seu setor industrial e pelo polo naval/portuário. Além disso, o município reúne um número significativo de sedes e filiais de empresas multilocalizadas, superando o quantitativo de capitais estaduais como Belém, Manaus e Cuiabá.

Brasília é o principal centro da Gestão Pública do país, seguida por Rio de Janeiro, São Paulo e Recife

Outra vertente da pesquisa é a Gestão Pública. Ela analisa as estratégias territoriais de atuação do Estado, com base na articulação em rede dos centros urbanos, tendo como referência a ação do poder público e a conexão hierarquizada entre municípios, formando uma escala de subordinações que pode chegar até o nível federal.

“A gente tem como pressuposto que o Estado organiza o espaço geográfico por meio das suas organizações, tanto diretamente como pelas instituições públicas que estão descentralizadas nas cidades. É essa distribuição espacial dos órgãos públicos que gera a capacidade de decisão e mostra a maneira como o Estado organiza o próprio espaço”, diz Marcelo.

O principal centro urbano responsável pela gestão pública do país é Brasília (DF), capital federal e sede nacional da maior parte das instituições públicas, que ocupa, isoladamente, a maior de centralidade de gestão pública, atuando como principal de gestor da estrutura administrativa estatal. O Rio de Janeiro (RJ) ocupa a segunda posição, o que pode ser explicado por ainda possuir várias instituições públicas do período em que foi capital federal. São Paulo e Recife completam a lista de municípios no segundo nível de centralidade de gestão pública.

Os três primeiros níveis de centralidade de gestão pública são ocupados exclusivamente por municípios que são núcleos de metrópoles. Juntos, esses municípios compõem os centros urbanos mais influentes do Brasil, além de concentrarem a maior parte da população. A região Nordeste concentra o maior percentual de municípios que não são Centros de Gestão Pública (31,5%) ou que têm baixo nível de centralidade (37,8%).

Ranking dos Municípios, segundo os níveis de centralidade de gestão pública
Níveis de Gestão Pública Municípios

1 Brasília (DF)

2 Rio de Janeiro (RJ)
São Paulo (SP)
Recife (PE)

3 Belo Horizonte (MG)
Porto Alegre (RS)
Curitiba (PR)
Fortaleza (CE)
Salvador (BA)
Belém (PA)
Florianópolis (SC)

Para compor o quadro da Gestão Federal, a pesquisa selecionou um conjunto de instituições multilocalizadas: IBGE, INSS, Justiça Federal, Ministério do Trabalho e Emprego, Receita Federal, Justiça Eleitoral e Justiça do Trabalho. Entre elas, com maior capilaridade territorial é a Justiça Eleitoral, que está presente em 2.028 municípios.

Quanto à Gestão Estadual, foram consideradas as Secretarias Estaduais de Educação e de Saúde. Um total de 528 municípios receberam reforço no indicador de centralidade de gestão pública em função de seu papel na gestão estadual. Assim, em função da contribuição desse indicador, 25% dos Centros de Gestão Pública foram melhores qualificados, sobretudo em municípios de médio porte com influência relevante nos contextos estaduais.

Itajaí (SC) ocupa a 26ª posição no ranking nacional de Gestão do Território

Os municípios que se qualificam como Centros de Gestão do Território são aqueles que possuem, simultaneamente, entidades de instituições públicas descentralizadas e unidades locais de empresas multilocalizadas, quer sejam elas sedes ou filiais. Com base nesse critério, mais da metade os municípios brasileiros não podem receber essa classificação, pois somente 2.176 (39,1%) municipalidades possuem as duas estruturas.

Em 2024, os três municípios com o maior nível de Gestão do Território foram São Paulo (SP), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ), mostrando a centralidade da capital paulista na Gestão Empresarial, Brasília como principal centralidade da Gestão Pública e o Rio de Janeiro como segundo colocado em ambos os tipos de gestão.

Sobre esse indicador, Itajaí (SC) é o município de maior valor dentre os que não são capitais nem componentes de metrópole, ocupando a 26ª posição no ranking nacional. Esse resultado foi impulsionado principalmente pelo desempenho do município no indicador de intensidade empresarial, ao abrigar um número expressivo de sedes e filiais de empresas multilocalizadas, superando até mesmo o indicador de capitais estaduais como Manaus (AM), Cuiabá (MT) e Belém (PA).

“Tem uma pujança grande no estado de Santa Catarina, que não está restrita à capital. Isso é uma coisa que interessa muito, porque cada vez mais as cidades do interior do estado têm maior papel econômico e político”, avalia Evelyn. Já Marcelo destaca o forte papel da rede urbana de Santa Catarina, ao contrário de outrosestados, que têm grande centralização na capital: “Em Santa Catarina, você tem Chapecó, Joinville e Itajaí. Há uma rede urbana mais distribuída”.

Em 2024, 2.176 municípios foram classificados como Centros de Gestão do Território, total ligeiramente inferior aos 2.204 levantados pela pesquisa em 2014. A variação pode ser explicada pela redistribuição de zonas eleitorais e de Agências do INSS.

“A maioria dos municípios brasileiros está absolutamente fora do centro de gestão do território. São 3.394 municípios pequenos e com média de 8.000 habitantes. Então, é uma coisa que se retroalimenta. Quanto maior a gestão do território, maior vai ser a hierarquia do município e ele vai ser atrativo para novas atividades”, conclui Marcelo.

Mais sobre a pesquisa

Gestão do Território 2024 identifica os Centros de Gestão existentes no universo dos 5.570 municípios do país, ou seja, municípios que têm papel de comando na rede urbana brasileira, tanto do ponto de vista empresarial como da gestão pública o estudo de gestão empresarial, foram observados dados do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE, do IBGE, referente aos anos de 2020 e 2021, contendo a localização municipal das unidades locais das empresas, quer sejam elas sedes, quer sejam filiais. Já para os estudos de gestão pública, os dados são referentes ao ano de 2024, assim como foi considerada a divisão político administrativa do País vigente em 2024.

Esta é a segunda edição do estudo. A primeira é referente ao ano de 2012. Destaca-se, ainda, que o estudo sobre gestão do território também foi incluído na publicação Regic 2018.

Os dados são disponibilizados em base de dados consolidada, formada por dois conjuntos de tabelas, e podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) do IBGE.

Fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/42954-sao-paulo-lidera-e-itajai-ganha-destaque-no-ranking-da-gestao-do-territorio

Consumo de bens não duráveis segue em expansão na América Latina


Estudo da Kantar aponta que região está em expansão há 10 trimestres consecutivos.

Conforme o estudo Consumer Insights 2024, produzido pela divisão Worldpanel da Kantar, a América Latina completou 10 trimestres consecutivos de expansão em consumo de bens não duráveis. O quarto trimestre de 2024 se destacou especialmente por conta da recuperação da Colômbia, que apresentou crescimento de 12% no volume – o maior desde a pandemia de Covid-19. Em termos gerais, houve aumento de 3%.

A tendência de menos visitas às lojas e carrinhos de compras maiores, por sua vez, continua a impulsionar o consumo. O maior exemplo nesse contexto vem da Colômbia, em que a frequência caiu 8% entre 2023 e 2024, mas o número de unidades por viagem aumentou em 14,7%.

A categoria de bebidas tem tido grande contribuição nesse cenário, com aumento no valor gasto de 14% em 2023 para 16% no ano seguinte. Em relação às escolhas de marcas, as opções locais despontam entre os consumidores, tendo Colômbia (+5,9%) e Equador (+5,8%) como principais destaques.

As compras de abastecimento têm se destacado entre os latino-americanos. Entre 2023 e 2024, o modelo apresentou crescimento de 20,3% em valor, superando a média do mercado em 5%. O número de visitas para essas compras maiores foi de 448 milhões, representando US$ 13,8 bilhões em gasto.

“O consumidor está mais focado em missões maiores, mas menos frequentes. Neste tipo de compra, que passou de 25,3 itens em 2023 para 23,2 em 2024, o planejamento e a racionalidade econômica têm mais influência para manter o consumo, mesmo em situações de maior pressão de preço”, afirma Marcela Botana, Market Development Director Latam da Kantar.

Nessas missões, o atacado lidera entre os canais de vendas, contribuindo com 63% das compras, seguido pelos hipermercados com 50%. Em relação às marcas, premium e próprias despontam, com aumento significativo no valor de 30% e 40%, respectivamente, entre 2023 e 2024.

Futuro incerto

Apesar do bom desempenho, as possíveis medidas do novo governo norte-americano podem representar uma ameaça à continuidade do crescimento em 2025. Esse risco é particularmente relevante para os países das Américas Central e do Norte, como o México, que possuem forte dependência do mercado dos Estados Unidos, especialmente no que diz respeito às remessas familiares.

Em 2024, essas remessas totalizaram US$ 64 bilhões para o México, com cerca de 50% do valor destinado ao consumo de bens não duráveis. Medidas para conter a imigração poderiam limitar o fluxo de remessas e, por consequência, impactar o consumo.

Além disso, as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos podem impactar negativamente o crescimento do PIB e, portanto, o nível de emprego nos países da América Latina mais integrados à economia norte-americana, reduzindo o poder de compra da população e afetando o consumo.

Fonte: https://mercadoeconsumo.com.br/26/03/2025/noticias-varejo/consumo-de-bens-nao-duraveis-segue-em-expansao-na-america-latina/

Dia do Consumidor vira “mês do consumidor”: veja descontos de varejistas

Mercado Livre, Amazon, Shopee, Casas Bahia e Americanas tem descontos de 45% até 80% em campanhas que vão de um dia ao mês inteiro.

Em comemoração ao Dia do Consumidor, no próximo dia 15 de março, grandes varejistas já começam uma temporada promocional que pode durar até um mês. Com descontos de até 90% em alguns itens, Mercado Livre (MELI34), Amazon (AMZO34), Shopee, Magalu (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3), Americanas (AMER3) e Shein já tem descontos planejados ou em andamento para as próximas semanas.

A data foi criada para lembrar os direitos que os cidadãos possuem enquanto consumidores e reforçar a exigência de reparação quando se sentirem lesados. Na cabeça dos principais players, significa uma data comercial à moda da Black Friday ainda no primeiro semestre do ano.

Para grandes varejistas multinacionais com operação no Brasil como a Amazon, a data tem se tornado um dos principais eventos do calendário comercial, junto ao Prime Day e à Black Friday.
O InfoMoney perguntou a grandes varejistas brasileiras quais são os descontos, duração, categorias de produtos e ações da sua programação para o Dia do Consumidor. Confira:

Amazon
A Amazon ainda não anunciou detalhes sobre as ofertas do seu Dia do Consumidor. Em antecipação à data, no entanto, anunciou um “esquenta” entre os dias 10 e 13 de março, com produtos com até 45% de descontos em categorias como Cuidados Pessoais, Cuidados com a Casa, Livros, Alimentos e Bebidas, Beleza, Pets e Escritório.
Segundo a empresa, membros Prime terão acesso exclusivo às ofertas do dia 14 de março, primeiro dia oficial da Semana do Consumidor.

Mercado Livre
Com uma campanha iniciada no dia 6 de março e que se prolonga até o dia 21, o Mercado Livre oferece descontos de até 70% em seus produtos e parcelamento em até 21 vezes em seu Cartão Mercado Pago, entrega full e frete grátis. Clientes do plano de assinatura Meli+ também terão acesso a benefícios exclusivos.

Magalu
Na última sexta-feira (7), o Magalu organizou o Pay Day, liquidação do Dia do Pagamento mensal da companhia. O evento marcou o início da campanha da “semana do consumidor”, que iniciou-se no sábado (8) e vai até o domingo seguinte (16). A empresa oferece descontos de até 80% e frete grátis em produtos selecionados. Pelo app, oferece cupons de desconto e encontra ofertas relâmpago.

Casas Bahia
A Casas Bahia batizou sua campanha de Mês do Consumidor e promoções de até 50% de desconto em produtos selecionados das lojas físicas e digitais, que ocorre desde o início de março. Além dos descontos, a campanha oferece condições especiais de pagamento, como parcelamento em até 30 vezes no cartão Casas Bahia, e frete grátis para produtos selecionados.

Americanas
Nas Americanas, ofertas já estão disponíveis e permanecem no ar até o dia 15 de março. Os descontos podem chegar a 60% em itens como celulares Samsung e Motorola, micro-ondas, air fyer, forno elétrico, notebook, controles de videogames.

Shopee
A gigante do varejo asiática oferece R$ 10 milhões em cupons, vouchers de frete grátis e cashback do dia 14 de março às 2h da madrugada do dia 15. Cupons também serão distribuídos por meio do canal oficial da companhia no WhatsApp. Outras ofertas serão distribuídas por meio de lives no dia 13 de março.
Além disso, a Shopee vai sortear três prêmios de R$ 30 mil em créditos ShopeePay, carteira virtual, que poderão ser utilizados na plataforma ao longo de um ano para quem usar duas Moedas Shopee ou fazer uma compra a partir de R$ 100.

Shein
A varejista chinesa de fast fashion online comunicou que suas ofertas para a “semana do consumidor” estarão válidas da segunda-feira (10) ao domingo (16). Os descontos são de até 90% em mais de 100 mil itens remarcados. Há ainda cupom de frete grátis para envio nacional entre a meia noite do dia 15 até as 23h59 do mesmo dia.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/consumo/dia-do-consumidor-vira-mes-do-consumidor-veja-descontos-de-varejistas/

Carnaval impulsiona faturamento do varejo, que cresce 13,1% em 2025

O faturamento do varejo brasileiro registrou alta de 13,1% durante o Carnaval de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024.

Os dados são do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que analisou o desempenho entre 28 de fevereiro e 5 de março de 2025 e comparou com o intervalo de 9 a 14 de fevereiro de 2024. O levantamento considera valores nominais, ou seja, o valor bruto das vendas realizadas no período.

O comércio eletrônico também teve alta no período devido ao aumento da procura por acessórios como brincos, bandanas e tiaras, que aqueceram as vendas dos pequenos e médios empreendedores. Os produtos cadastrados como fantasias tiveram um faturamento de R$ 700 mil, um valor 29% maior do que o atingido em 2024.
Supermercados lideram crescimento

Entre os segmentos analisados, o destaque foi para supermercados e hipermercados, que cresceram 25,9%. Setores diretamente ligados à folia, como turismo e transporte (+3,5%) e alimentação – bares e restaurantes (+3,0%), também registraram alta. Por outro lado, o setor de recreação e lazer apresentou uma leve queda de 0,6%.

“O fato de o Carnaval ter caído no início de março favoreceu o varejo. Com o pagamento de salários e vales-alimentação no início do mês, houve maior poder de compra, principalmente nos supermercados”, explica Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.
Crescimento por capital

Entre as capitais conhecidas por atrair foliões no Carnaval, Rio de Janeiro liderou o crescimento de faturamento, com alta de 15,5%. Em seguida aparecem:

São Paulo (+12,0%);
Florianópolis (+11,6%);
Recife (+7,8%);
Salvador (+5,6%);
Belo Horizonte (+4,2%).

Supermercados e hipermercados cresceram principalmente em:

Recife (+29,3%);
Rio de Janeiro (+29,1%);
Salvador (+24,3%);
São Paulo (+23,5%);
Florianópolis (+20,5%);
Belo Horizonte (+16,3%).

Turismo e transporte registrou os seguintes crescimentos:

Rio de Janeiro (+18,6%);
Florianópolis (+15,0%);
Recife (+11,4%);
Belo Horizonte (+8,6%);
Salvador (+5,6%);
São Paulo (+2,9%).

Bares e restaurantes tiveram alta principalmente em:

São Paulo (+4,6%);
Florianópolis (+4,4%);
Salvador (+3,5%);
Rio de Janeiro (+2,7%);
Recife (+0,2%);
A única retração foi em Belo Horizonte (-6,4%).

Recreação e Lazer registrou resultados mistos:

Alta: Belo Horizonte (+8,4%), Salvador (+3,8%), Rio de Janeiro (+2,5%);
Queda: Florianópolis (-10,7%), Recife (-9,5%), São Paulo (-9,0%).

Fonte: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/carnaval-impulsiona-faturamento-do-varejo-que-cresce-131-em-2025

E-commerce externo cai e favorece varejo local; taxação em abril deve ampliar impacto

Volume de pacotes no Remessa Conforme recuou 27% em um ano; nova alíquota de ICMS entra em vigor em abril.

O volume de transações no e-commerce internacional continua em queda, apontam dados da Receita Federal analisados pelo JPMorgan. Em janeiro deste ano, o número de pacotes processados dentro do programa Remessa Conforme permaneceu em torno de 11 milhões, bem abaixo dos 14 milhões registrados em novembro de 2024 e distante do pico de 20 milhões antes da adoção da taxa de importação de 20%.

A redução no volume financeiro em reais foi de 6% na comparação anual, ficando 34% abaixo do registrado em julho de 2024, último mês antes da tributação. Já a quantidade de pacotes caiu 27% em relação ao mesmo período do ano anterior e está 43% abaixo do maior volume já registrado.

Contudo, mesmo com a recente desvalorização do real, o tíquete médio das compras em dólar segue elevado. Esse movimento, segundo o banco, favorece varejistas nacionais, que enfrentavam forte concorrência de plataformas estrangeiras. Empresas como Lojas Renner (LREN3), Hering (AZZA3), Mercado Livre (MELI3), Magazine Luiza (MGLU3), Petz (PETZ3) e C&A (CEAB3) podem se beneficiar desse cenário.

A tendência deve se intensificar a partir de abril deste ano, quando entra em vigor a elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), elevando a carga tributária total para 44% sobre compras internacionais de até US$ 50.

Em dezembro, os Estados decidiram aumentar o imposto cobrado nas compras internacionais feitas pela internet a partir de 1 de abril. A alíquota do ICMS subirá de 17% para 20%.

Aumento das taxas

Embora tenha desagradado o consumidor brasileiro, com diversas reclamações e críticas nas redes sociais, a mudança no ano passado da tributação para as compras internacionais veio após forte pressão do setor varejista nacional, que há anos pleiteava igualdade nas regras fiscais entre empresas locais e plataformas estrangeiras.

A aprovação da alíquota de 20% foi considerada uma conquista parcial pelo setor, já que algumas entidades defendiam uma tributação maior. O projeto que resultou na taxação foi aprovado dentro do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que inicialmente tratava de incentivos para a indústria automotiva.

À época, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) e o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) afirmaram, em nota, que a decisão da Câmara dos Deputados foi um avanço na busca por igualdade tributária. No entanto, ressaltaram que a equiparação total ainda não foi alcançada, já que empresas nacionais enfrentam uma carga fiscal entre 70% e 110%.

Enquanto varejistas brasileiros veem a mudança como um passo positivo, gigantes internacionais como Shein e AliExpress classificam a medida como um retrocesso. Briza Bueno, diretora-geral do AliExpress no Brasil, afirmou em 2024 que a decisão afeta diretamente os consumidores e deveria ter sido debatida com mais profundidade.

No mesmo período, a Shein, por sua vez, disse que a tributação impacta o poder de compra da população e pode prejudicar o crescimento do e-commerce internacional no país.

Já a Shopee, que tem presença consolidada no Brasil desde 2019, apoiou a taxação de 20% sobre as compras de até US$ 50. A empresa afirmou que a medida fortalece o empreendedorismo local e não prejudica seus vendedores nacionais, responsáveis por 90% das vendas da plataforma no país.

Analistas de mercado consideram a nova taxação um fator positivo para empresas brasileiras de vestuário e comércio eletrônico. Segundo o Citi, Lojas Renner e C&A estão entre as principais beneficiadas porque concorrem diretamente com as plataformas asiáticas no segmento de moda feminina. Mercado Livre e Magazine Luiza também podem se favorecer, ainda que de forma mais limitada, devido ao perfil de tíquete médio mais elevado.

A XP aponta que, apesar da nova tributação reduzir a competitividade das plataformas estrangeiras, ainda há uma diferença na carga tributária em relação às empresas locais. Além disso, a chegada da Temu ao Brasil adiciona mais um fator de pressão competitiva para o varejo nacional, já que a plataforma chinesa possui forte capacidade de investimento e preços agressivos.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/mercados/e-commerce-internacional-cai-e-favorece-varejo-taxacao-em-abril-deve-ampliar-impacto/

Índice de confiança no varejo tem a pior queda em quatro anos, aponta FGV

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) da Fundação Getulio Vargas (FGV) atingiu o nível mais baixo em quase quatro anos em fevereiro, caindo 3,8 pontos para 85,5 pontos, o menor valor desde abril de 2021. O economista da fundação, Rodolpho Tobler, atribui essa queda ao pessimismo entre os empresários do comércio, devido às condições de consumo desfavoráveis, como juros altos e inflação crescente.

Tanto o Índice de Situação Atual (ISA) quanto o Índice de Expectativas (IE) caíram também, indicando uma perspectiva negativa tanto para o presente quanto para o futuro. Tobler destaca que esta é a segunda queda consecutiva do Icom, com quedas significativas em janeiro e fevereiro.

Essa tendência de queda sugere que os empresários estão percebendo uma diminuição no ritmo dos negócios em fevereiro, com a possibilidade de que permaneçam fracos nos próximos meses. A demanda tem diminuído e as expectativas não são favoráveis, principalmente devido às altas taxas de juros e à inflação.

“A percepção é de que a demanda tem perdido força nesse início de 2025, e que as expectativas também não são muito favoráveis”, comentou. “Mas era esperado porque, de fato, quando vemos uma taxa de juros muito alta, e uma inflação mudando, são fatores que prejudicam bastante [o consumo]”.

Por consequência, o varejo é particularmente afetado neste tipo de situação, já que os juros mais altos afetam as compras a prazo e a inflação crescente reduz o orçamento das famílias e o ritmo de compras. Diante desse cenário, Tobler não descarta a possibilidade de o Icom continuar caindo, e reconhece que 2025, especialmente a primeira metade do ano, não tem sido favorável para o comércio, sem muitos motivos para se esperar uma reversão da tendência negativa atual.

Fotne:

https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/indice-de-confianca-no-varejo-tem-a-pior-queda-em-quatro-anos-aponta-fgv

Com a reforma tributária, como as fábricas e os centros de distribuição devem se reposicionar?

Novo sistema tributário elimina movimentações de mercadorias com objetivo de colher benefícios fiscais, o que demandará repensar a cadeia produtiva e a malha logística, explica especialista

A regulamentação da reforma tributária, que deve ser sancionada nesta quinta-feira, 16, pelo presidente Lula, coloca um ponto final em um ciclo longo e controverso de concessão de incentivos fiscais, especialmente para atrair empresas para determinadas regiões.

Durante décadas, estados brasileiros concederam benefícios fiscais, geralmente através do ICMS, para fomentar a instalação de fábricas e centros de distribuição (CDs) em suas localidades, estimulando a criação de empregos e o desenvolvimento regional.

No entanto, esses incentivos geraram um cenário de guerra fiscal, onde a disputa entre os estados por novos investimentos era marcada pela concessão de créditos presumidos, descontos de débito em notas fiscais e outras formas de redução tributária.

Para muitas empresas, os incentivos fiscais se tornaram um dos principais critérios na decisão sobre onde localizar suas operações. Mas acabavam provocando distorções e complicações fiscais. Quando uma empresa comprava produtos de outro estado, o Fisco questionava os créditos de ICMS destacados nas notas fiscais, já que os incentivos fiscais, na prática, faziam com que o imposto não fosse pago integralmente.

A reforma extingue esses benefícios regionais em 2033, com exceção da Zona Franca de Manaus (ZFM). Também altera o critério de incidência do imposto, que passa a ser baseado no destino da mercadoria e não mais na origem, como hoje.

Com isso, a movimentação anterior da mercadoria não interfere no tributo e coloca as empresas sobre um novo dilema: vale a pena manter fábricas e centros de distribuição em locais onde o único benefício era o incentivo fiscal, ou é hora de revisar a estratégia e reavaliar o local de operação, levando em consideração a proximidade com o mercado consumidor?

O que levar em conta?

Para Waine Domingos Peron, sócio-líder de Impostos da consultoria EY Brasil e ex-conselheiro do Conselho de Contribuintes de São Paulo, a nova dinâmica tributária exige das fábricas e dos CDs uma reavaliação da viabilidade de manter uma estrutura em regiões afastadas dos grandes centros consumidores, sem os incentivos fiscais que antes equilibravam os custos.

Assim como uma revisão da cadeia produtiva e da logística, com foco no cliente final, uma vez que a tributação será cada vez mais direcionada para onde o produto é consumido.

“Quando falamos de reposicionamento estratégico de fábricas e CDs, pode ser tanto no que está sendo fabricado e vendido no Brasil, quanto do que se importa e se revende no mercado doméstico”, afirma Peron.

Nesse sentido, explica, para “uma fábrica localizada distante de seu mercado consumidor, basicamente ancorada em incentivo fiscal, pode vir a ser necessário que ela seja realocada em uma localidade mais próxima, onde está a aérea de influência dos clientes delas”.

Segundo o especialista, se a maioria dos clientes de uma empresa, ou sua considerável parte, estiver no estado onde opera suas atividades, a mudança de local pode ser desnecessária.

“[A fábrica ou o centro de distribuição] podem até manter-se, dado que essas empresas vão tributar no destino para o mesmo lugar onde se encontram. Caso contrário, talvez, no cálculo de modelagem terá que avaliar se faz sentido estar mais perto mesmo do consumidor”.

Reposicionamento da cadeia logística

As mudanças na cadeia produtiva com a reforma tributária também levam a uma revisão da cadeia logística.

Peron usa o caso hipotético de uma empresa de bens e consumo que pode precisar estruturar toda a cadeia de suprimento para melhorar a eficiência de distribuição, já que os fornecedores de matéria-prima para uma fábrica, ou de uma mercadoria já acabada para ser revendida, talvez também não fiquem mais naquela mesma localidade.

Isso pode fazer com que os modais logísticos e a base de transporte também sejam alteradas. Algo também previsto para as rotas de entrega e de logística reversa, de acordo com o especialista, que levanta questões principalmente com as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus garantidas na reforma.

Além de simplificar e unificar os tributos sobre o consumo, a regulamentação do texto manteve o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os produtos concorrentes aos fabricados na ZFM. Isso significa que uma empresa que fabrique um produto fora da ZFM, que também seja lá produzido por um concorrente, terá que pagar o IPI.

“As empresas podem pensar em alternativas. Dependendo da alíquota de IPI desse produto, será que não vale a pena ir também para a Zona Franca? Tem que fazer a modelagem para saber, porque o custo logístico para distribuir na ZFM é elevado dada a distância do restante do país”, observa.

A manutenção dos benefícios na Zona Franca, por outro lado, devem apoiar setores consolidados na região, como de eletroeletrônicos e a produção de motocicletas.

Há, ainda, alguns segmentos que adotaram a estratégia de ter a fábrica e o centro de distribuição verticalizados – o mesmo grupo econômico que produz e distribui – para se beneficiar de regimes tributários de IPI e do regime monofásico do PIS e do Cofins [quando a carga tributária é concentrada em uma única fase do ciclo produtivo], e que terão que fazer um reposicionamento estratégico.

Segundo o sócio-líder da EY, esse é o caso de companhias dos setores de cosméticos, automóveis e farmacêutico, principalmente.

“Porque essa estrutura não vai mais fazer sentido de existir da forma como está. Porque o novo IVA Dual não tem mais as mesmas características do atual regime monofásico. Isso exigirá uma reavaliação de todo o modelo de negócio existente hoje desses setores”, afirma Peron.

Reforma tributária e os impactos no parque logístico

Com as empresas repensando a estrutura a partir do local de matérias-primas, mão de obra qualificada e proximidade com o consumidor, alguns estados precisarão de outros mecanismos para a manutenção das indústrias locais, de acordo com Peron.

Hoje, quase 80% do parque logístico nacional está próximo do eixo Rio de Janeiro – São Paulo, mostram dados da Log Commercial Properties, uma das principais desenvolvedoras de condomínios logísticos greenfield e locadoras de galpões alto padrão do Brasil.

A reforma tributária também cria o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que fará a arrecadação, a compensação de débitos e créditos e a distribuição de receitas para os estados e municípios.

O IBS é um tributo com um imposto comum aos estados e municípios. As atribuições do comitê, no entanto, ainda precisam ser definidas no Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, que aguarda aprovação do Senado.

Em geral, segundo o especialista em direito tributário, as empresas e os negócios que não usufruem hoje de nenhum incentivo fiscal, tendem a ter algum ganho com a reforma tributária, que deve ter uma carga de 26,5%.

“Não quero generalizar, mas esse é um resumo. Digo isso porque hoje, somando o ICMS, que é 18% no geral, mais PIS e Cofins, que dão 9,25%, com IPI na alíquota média de 7% a 10%, a carga tributária no Brasil hoje é de 33% a 34%. Sem os créditos fiscais em sua plenitude isso dá mais de 37%. E hoje esses créditos são controvertidos e não estão claros para as empresas”, afirma.

A reforma também prevê um longo período de transição, com sua conclusão definida para apenas 2033. Peron alerta, contudo, que as fábricas e os centros de distribuição devem buscar seu reposicionamento já a partir de 2025 para melhor proveito dos preços e fidelização dos clientes.

“Tudo isso faz parte do que eu chamo de ‘business transformation’. A reforma tributária não é só uma reforma tributária, é uma reforma de negócios. Finalmente nós vamos passar a ter um IVA que tem uma não cumulatividade e que é mais transparente. Ela [reforma] não é perfeita, como gostaríamos, mas ela estará bem mais transparente e límpida do que a não cumulatividade que temos hoje”, conclui Waine Peron.

Sanção do presidente Lula

A Câmara dos Deputados enviou o texto ao Palácio do Planalto em 27 de dezembro. O presidente Lula tem prazo de 15 dias úteis para sancionar o texto a partir daquela data, com a possibilidade ou não de vetos.

Fonte: “Com a reforma tributária, como as fábricas e os centros de distribuição devem se reposicionar? | Exame