MPEs recuperaram fôlego e buscaram mais crédito em agosto, indica Serasa Experian

Em agosto houve uma alta de 10,1% na busca das companhias por recursos financeiros no comparativo com o mesmo mês de 2022. No caso das as Micro e Pequenas Empresas (MPEs), foi o maior número desde maio de 2022 (10,2%). De acordo com o Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian, tal elevação foi maior que a das grandes empresas (9,8%).

No gráfico é possível acompanhar os dados completos. Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, “a queda de juros e da inflação possibilitou que os consumidores pudessem também sanar suas dívidas negativadas e gerar uma estabilidade na inadimplência. Esses pagamentos indubitavelmente são destinados a empresas que ganham mais caixa e fôlego para liquidarem seus próprios débitos”

Vale destacar que, no terceiro trimestre de 2023, segundo dados da Nuvemshop, as PMEs movimentaram cerca de R$ 839 milhões com vendas digitais. Neste caso, trata-se de um valor 20% superior em comparação ao ano passado (R$ 699 milhões). Entre julho e setembro, por exemplo, houve um aumento de 22% no número de volumes nos pedidos — passou de 2,7 milhões para 3,4 milhões.

Dívidas do primeiro semestre

A média das dívidas mais contempladas entre janeiro e junho de 2023 foram aquelas que possuíam até 30 dias de vencimento (57,1%) e as de até 60 dias (42,9%). Em seguida, ficaram as dívidas com idades de 90 dias (30,2%), depois as de 180 dias (23,4%) e as com 1 ano (20,8%). As mais antigas, vencidas há mais de um ano, foram menos contempladas (9,2%).

Imagem de um gráfico
Na visão por valor dos débitos, no primeiro semestre, a maior taxa média de pagamentos foi das contas negativadas de até R$ 500 reais (49,9%) e a menor de R$ 2 mil a R$ 10 mil (41,7%)

Análise por setor da dívida: Varejo na mira do ressarcimento

setor de “Varejo” teve a maior média de pagamentos de dívidas atrasadas entre janeiro e junho deste ano (53%) e “Telefonia” o menor (12,9%).

Mercado de Telefonia teve a menor média de pagamento de dívidas atrasadas

Piauí: pequeno notável na recuperação de crédito das empresas

Ainda segundo o Indicador de Recuperação de Crédito das Empresas da Serasa Experian, o Piauí registrou a maior taxa média de recuperação de crédito no primeiro semestre de 2023. O estado se juntou a Paraíba, Maranhão, Acre de Mato Grosso como o top 5 do ranking.

Gráfico mostra dados de recuperação de crédito de todas as Unidades Federativas

Outras podem ser adquiridas aqui.

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/mpes-recuperaram-folego-e-buscaram-mais-credito-em-agosto-serasa-experian

 

Panorama e perspectivas para o e-commerce em 2024

Para o próximo ano, e-commerce tende ao crescimento das compras por dispositivos móveis e frequência maior, o que sugere que as compras online já se estabeleceram na rotina dos consumidores

O e-commerce está em constante adaptação às mudanças tecnológicas e atento às demandas dos consumidores. Responsável por um mercado potencial em volume de vendas, movimentou cerca de R$ 169,6 bilhões no Brasil, em 2022, segundo dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

No mundo dinâmico do comércio eletrônico, a urgência de se manter atualizado com as novas tendências é inegável. A competição é feroz e está presente em todos os cantos. Nesse cenário, é essencial direcionar a atenção para a jornada do consumidor, compreender sua experiência e avaliar como diversas tecnologias, como a Inteligência Artificial, estão moldando todos esses aspectos de maneira fundamental.

A jornada do consumidor tornou-se um ponto focal para as empresas que desejam se destacar em um mercado saturado. Entender cada etapa desse percurso, desde a descoberta do produto até a conclusão da compra, é crucial para proporcionar uma experiência satisfatória ao cliente. E, claro, que a tecnologia desempenha um papel vital nesse processo, permitindo a personalização de ofertas, recomendações inteligentes e a análise específica do comportamento do consumidor.

Além disso, o fomento avassalador das redes sociais têm desempenhado um papel fundamental no impulso do comércio eletrônico. Quando o assunto é a divulgação de conteúdo de marca, as redes sociais seguem com grande destaque. “Por conta do grande uso das redes sociais pelos consumidores, é importante que o lojista consolide sua marca nesses espaços. Quem não está presente está perdendo potenciais clientes para concorrentes e deixando de estar em contato com os clientes que já conhecem a marca”, comenta Guilherme Pedroso, country manager da Nuvemshop no Brasil.

O futuro está no comércio eletrônico omnichannel?

O comércio omnichannel está se preparando para uma expansão significativa nos próximos cinco anos, de acordo com um estudo recente realizado pelo Boston Consulting Group. O relatório prevê um aumento de 15 a 30% ao ano nesse setor, levando-o a atingir uma marca de US$ 130 bilhões até o final de 2025 em todo o mundo. Para os mercados emergentes esse crescimento será ainda maior, considerando que 40% dos usuários ainda vão fazer sua primeira compra on-line por meio de mensagens instantâneas.

À medida que o comércio eletrônico continua a consolidar sua presença e conquistar uma parcela crescente do mercado varejista, as marcas passaram a adotar uma abordagem cada vez mais criativa e orientada para o cliente. Essa abordagem envolve uma habilidade de compreender profundamente a jornada de compra do cliente, suas necessidades e, principalmente, de priorizá-lo no cerne de todas as metas e escolhas relacionadas às estratégias de vendas.

“O comércio eletrônico omnichannel mantém a conversa em andamento quando um cliente que entra em contato pelo Instagram acaba no seu site procurando produtos e opta por receber alertas por e-mail ou SMS. No dia seguinte, eles podem enviar um e-mail com um código de desconto e um link para um item que eles visualizaram ou adicionaram ao carrinho. Dessa forma, alcançarão os clientes por meio de seu canal preferido e manterão a sincronia quando eles mudarem para outro canal para continuar sua jornada de compras”, exemplifica Adriana Sanchez, diretora de New Sales Latam da Sinch.

A importância dos dados na jornada do cliente

A OLX Brasil, uma das principais plataformas de compra e venda online do país, tem se destacado ao utilizar dados para aprimorar a experiência do cliente e enfrentar os desafios do e-commerce. A plataforma recebe mais de 5 milhões de acessos, diariamente, e Paula Pinho, diretora de Customer Experience da OLX Brasil, revelou no CONAREC 2023 que esse volume massivo de acessos fornece à empresa uma grande quantidade de dados importantes que são usados para entender e atender às necessidades dos clientes de maneira mais eficaz.

“Dados digitais são fontes importantes, mas temos que ter atenção de como podemos melhorar a jornada desse cliente hoje e não apenas entender qual tipo de produto ele busca. Muitas e vezes a má experiência em uma plataforma de compra online gera uma enorme insatisfação que desencanta aquele consumidor, mesmo que essa plataforma possuas boas ofertas e diversidade”, ressalta.

Perspectivas e tendências 2024

Para entender para onde o mercado está se direcionando e para aprofundar a compreensão do comportamento dos consumidores no e-commerce brasileiro para antecipar as perspectivas para o comércio online no país para o próximo ano, a Opinion Box junto com a Octadesk realizou um estudo sobre as tendências que podem moldar o cenário do comércio eletrônico no país em 2024.

Por que continuar comprando online?

Uma das tendências mais evidentes é o crescimento contínuo das compras por meio de dispositivos móveis. Com smartphones cada vez mais poderosos e a expansão do acesso à internet, os consumidores preferem a comodidade de fazer compras diretamente de seus telefones. De forma geral, três itens se destacam como os principais fatores que motivam as compras no e-commerce: preço, praticidade e promoções.

O comportamento dos consumidores no e-commerce

As perspectivas são realmente interessantes. Seis em cada dez consumidores afirmaram que a sua frequência de compras online aumentou no último ano. Além disso, 54% dos entrevistados indicaram que planejam fazer mais compras online nos próximos 12 meses.

Com o hábito de compra do consumidor, 2024 promete ferver em vendas online. Nesse sentido, é crucial a reflexão sobre a preparação dos negócios para capitalizar essa demanda crescente.

Frequência de compras

O estudo revela um aumento notável na frequência de compras semanais. O volume de consumidores que têm o hábito de fazer compras semanais quase dobrou, indicando que as compras online se tornaram parte da vida cotidiana de muitos consumidores.

Em 2022, 12% dos consumidores disseram fazer compras online pelo menos uma vez por semana. No entanto, dados atualizados mostram que em 2023 esse número saltou para impressionantes 17%. De fato, o consumidor está mais confiante para realizar suas compras e prefere esse meio pela conveniência.

‘https://consumidormoderno.com.br/2023/09/27/perspectivas-e-commerce-2024/

Dia das Crianças 2023 deve movimentar quase R$ 6 bilhões no e-commerce

Segundo ABComm, crescimento esperado é de 8% sobre o faturamento do Dia das Crianças do ano passado.

Uma das datas mais importantes do ano para o varejo, o Dia das Crianças de 2023 deve atingir a marca de R$ 5,95 bilhões de faturamento no e-commerce, um crescimento de 8% na comparação com o ano anterior. A estimativa, realizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), leva em consideração os 14 dias que antecedem a data em questão.

Ainda segundo a associação, a participação do e-commerce deve ultrapassar 40% das vendas, o que corrobora com a expectativa de levantamentos de mercado realizados em 2022 pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Serviço de Proteção ao Consumidor). No ano passado, o faturamento foi de R$ 5,5 bilhões, totalizando 11,95 milhões de pedidos, com ticket médio de R$ 460,25.

“A expectativa é excelente por parte do varejo digital no Dia das Crianças. A participação do comércio eletrônico na data segue crescendo, impulsionada pelas ofertas e o pelo aumento do público online a cada ano”, afirma Mauricio Salvador, presidente da ABComm.

Bons números em 2022
Segundo a Serasa Experian, em 2022 as vendas no geral na semana que antecedeu o Dia das Crianças subiram 6,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior, sendo a melhor performance desde 2012, quando houve alta de 7,7%.

Considerando-se apenas os dados da cidade de São Paulo, houve aumento de 5,5% em relação aos números de 2021. Segundo Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, o cenário econômico daquele momento ajudou nos bons números. “O recuo da inflação, principalmente sobre os preços dos combustíveis e da energia elétrica, trouxe uma redução de custos capaz de incentivar o consumo”, afirmou à época.

Open Finance: brasileiros estão menos preocupados em compartilhar dados financeiros

A preocupação sobre a forma como os dados serão usados também teve queda, saindo de 45,8% para 34% em dois anos.

A preocupação dos brasileiros em compartilhar dados financeiros diminuiu nos últimos anos enquanto o Open Finance (compartilhamento autorizado de dados entre instituições financeiras) cresceu no país. De acordo com a pesquisa Open Finance Brasil, em 2021, 45,8% das pessoas se mostravam preocupadas em como tais informações seriam utilizadas. Em 2023, esse percentual caiu para 34%.

A pesquisa online Open Finance Brasil 2023 foi realizada em maio pela Ipsos a pedido da TecBan, com abrangência nacional. Foram entrevistados 1 mil homens e mulheres bancarizados, das classes A, B e C, com acesso à internet.

Em um comparativo entre 2021 e 2023, as quatro principais preocupações dos pesquisados sobre a utilização do open banking diminuíram.

a insegurança sobre crime financeiro caiu de 48% para 36%, em 2023;
a preocupação sobre a forma como os dados serão usados também teve queda, saindo de 45,8% para 34%;
o medo da perda do anonimato sobre os dados diminuiu de 43% para 29%; e
a preocupação sobre falta de proteção dos dados reduziu de 41% para 28

Outro dado do estudo mostrou que 49% dos clientes que conhecem a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se sentem mais confortáveis para compartilhar informações.

Rogério Melfi, gerente de Open Finance na TecBan, atribui essa queda da desconfiança no compartilhamento de dados a mais educação financeira por parte das pessoas e a entrada em vigor da LGPD.

“As pessoas começaram a entender o que elas têm de direitos e deveres com a Lei de Proteção de Dados”.

A recomendação do gerente ao consumidor para proteger seus dados é de sempre utilizar os canais oficiais da sua instituição financeira e observar com cuidado se links em e-mails e SMS são, de fato, provenientes do seu banco.

Alibaba fará IPO de empresa de logística Cainiao

A Alibaba planeja listar a sua subsidiária de logística Cainiao na Bolsa de Valores de Hong Kong. A informação foi divulgada por meio de um arquivamento regulatório publicado ontem (26).

A gigante chinesa cita que continuará a deter mais de 50% das ações da Cainiao mesmo com a listagem. Essa ação faz parte de uma das reestruturações mais radicais na história da Alibaba.

Em março, a empresa anunciou que dividiria sua estrutura em seis unidades de negócios, a maioria das quais poderá levantar fundos externos e abrir capital.

A Cainiao é a primeira dessas empresas a entrar oficialmente com um pedido de oferta pública inicial (IPO).

Vale destacar que os planos de IPO da Cainiao ocorrem após a Alibaba anunciar uma grande reestruturação de liderança em junho, quando o ex-CEO Daniel Zhang renunciou e foi substituído por Eddie Wu. Zhang, que manteve a liderança da unidade de computação em nuvem, surpreendeu ao sair do negócio neste mês. Wu assumiu como chefe da divisão de nuvem da Alibaba.

A Alibaba confirmou que a Bolsa de Valores de Hong Kong aceitou a listagem da Cainiao. Detalhes sobre o preço das ações ou a data prevista para a listagem ainda não foram divulgados.

A gigante do e-commerce afirmou que o IPO melhorará o “perfil independente da Cainiao perante seus clientes, fornecedores e potenciais parceiros estratégicos, o que ajudará a Cainiao a estar em uma melhor posição para negociar e atrair mais negócios”.

A Alibaba ainda acrescentou que a listagem “levará a um maior alinhamento das responsabilidades e prestação de contas da gestão” tanto da Alibaba quanto da Cainiao com seu desempenho operacional e financeiro.

Além da Cainiao, a Alibaba também está buscando listar seu negócio de computação em nuvem, embora ainda não tenha apresentado oficialmente um pedido de separação.

Sobre a Cainiao
Fundada em 2013, a Cainiao é uma rede de logística que ajuda a Alibaba a cumprir entregas feitas em suas plataformas de comércio eletrônico, tanto na China quanto no exterior.

A Alibaba tem como objetivo atender aos pedidos dos consumidores em até 24 horas na China e em até 72 horas em qualquer outro lugar do mundo.

A empresa adquiriu a maioria das ações da Cainiao em 2017 e detém quase 70% de participação até terça-feira. A velocidade de entrega é um ponto de competição entre as empresas de comércio eletrônico chinesas.

O rival da Alibaba, JD.com, concentrou-se na entrega no mesmo dia para aumentar a atratividade de sua plataforma entre os compradores chineses.

‘https://euqueroinvestir.com/negocios/alibaba-ipo-cainiao

Confiança do consumidor no Brasil avança e mantém nível semelhante ao de antes da recessão de 2014

Aumento do otimismo é guiado pela chegada da percepção econômica atual ao maior nível desde dezembro de 2014, diz FGV.

Confiança do consumidor brasileiro figura aos 97 pontos

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) manteve a recente trajetória positiva e subiu 0,2 ponto em setembro, para 97 pontos, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (25) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Com a alta em ritmo mais fraco em relação aos meses anteriores, o otimismo se mantém em nível semelhante ao registrado no começo de 2014, antes do início da recessão econômica daquele ano.

“Esse quadro é heterogêneo nas faixas de renda, com melhora dos indicadores nos dois horizontes de tempo nas faixas de renda mais baixa e piora das expectativas futuras das famílias com renda mais alta”, analisa ela.

“No mês, o movimento é reflexo da continuidade de fatores positivos na economia, concomitante a um cenário desafiador ao consumidor com juros, nível de endividamento e inadimplência elevados. Para os próximos meses, a confiança do consumidor pode voltar a neutralidade dos 100 pontos, caso a tendência atual continue”, prevê Anna.

Em setembro, a acomodação da confiança foi influenciada pela combinação entre melhora da percepção em relação à situação atual e calibragem na tendência de alta das expectativas para o futuro.

Enquanto o ISA (Índice de Situação Atual) subiu 1,8 ponto, para 83,2 pontos, alcançando o maior nível desde dezembro de 2014 (86,7 pontos) após a oitava alta mensal consecutiva, o IE (Índice de Expectativas) recuou 0,9 ponto, para 106,7 pontos, após crescer 10 pontos de maio a agosto.

Faixas de renda

A análise por faixas de renda mostra resultados heterogêneos, com aumento da confiança dos consumidores das faixas mais baixas (com renda até R$ 2.100 e entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800), influenciados principalmente pela melhora na percepção sobre a situação atual.

Por outro lado, há uma percepção de queda da confiança entre as famílias que recebem salários mais elevados (entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00 e acima de R$ 9.600,01), que por sua vez são influenciados pela piora das expectativas para os próximos meses.

‘https://noticias.r7.com/economia/confianca-consumidor-fgv-setembro-2023-25092023

Com Brás, Mercado Livre visa competir com popularidade de players asiáticos

Ao firmar parcerias com lojistas do comércio popular, marketplace pretende ganhar espaço no mercado de moda e competir com players internacionais.

No fim do primeiro semestre deste ano, o Mercado Livre anunciou um projeto para trazer os lojistas do Brás, polo comercial popular do centro de São Paulo, para o marketplace.

A empresa irá selecionar 400 lojas de pequenos e médios empreendedores para obter acompanhamento in loco, suporte direto e consultoria do Mercado Livre ao longo de três meses.

Marketplace amplia oferta de produtos acessíveis (Crédito: Alf Ribeiro/Shutterstock)

Essa não é a primeira vez que um e-commerce tenta levar os empreendedores do Brás para o ambiente online. Maya Mattiazzo, professora do hub de moda e luxo da ESPM, já participou de duas iniciativas com o mesmo propósito, mas cita duas dificuldades principais nessa empreitada: educar lojistas e estoque.

Adaptação do offline para o digital

Segundo a executiva, os marketplaces, incluindo o Mercado Livre, tem regras rígidas e uma base de anúncios inflacionada, o que, para um entrante, pode representar um desafio de gestão, cobertura de estoque, competitividade de preço, agilidade e manutenção dos produtos nas páginas da empresa.

“Para o lojista isso pode assustar. Se ele achar que é só colocar os produtos lá e não fazer mais nada, ele irá se frustrar”, diz. Ao mesmo tempo, Maya reconhece que vender no ambiente online é uma necessidade, tendo em vista que essa é a forma que o mercado consumidor tem se acostumado a comprar e os lojistas podem apresentar a vantagem do preço.

De acordo com uma pesquisa conduzida pela Consumoteca em 2022, 77% compram itens de moda em canais online. Já segundo a Nuvemshop, a categoria de moda faturou R$ 548 milhões.

Alimentos e moda, os próximos passos do Mercado Livre

“Os lojistas do Brás sempre fabricaram para vender volume. E as vendas aconteciam de forma muito rápida. Ensinar o ciclo do e-commerce é novo para eles. Mas é o modelo que o mercado cobra agora. Os clientes entenderam que comprar direto do fabricante traz o benefício do preço e, na hora que mexe no bolso, o caminho é sem volta”, explica.

A manutenção do estoque é importante, a medida que, no e-commerce, o cliente paga o produto de forma adiantada, o que não ocorre normalmente em lojas físicas.

Mercado Livre quer se consolidar no segmento de moda

Esse projeto também faz parte de uma estratégia do marketplace para se aproximar de polos de moda no Brasil, além de apostar em segmentos que contam com vendas mais recorrentes. Ao mesmo tempo que os lojistas do Brás podem alcançar novos públicos ao estar na plataforma, o Mercado Livre se beneficia ao se fortalecer em um setor pelo qual não é lembrado. Assim, o marketplace se torna canal para itens de qualidade e valor acessível.

“Nesse momento, homologar os lojistas é fundamental para que tenhamos produtos de qualidade duvidosa na plataforma. Por isso ,eles têm trabalhado tão perto dos lojistas, visitando suas operações para garantir qualidade para o cliente final e evitando a entrada de vendedores que comercializem produtos piratas”, esclarece a professora da ESPM.

Além disso, o projeto reforça uma tendência observada por Maya, que é a eliminação de intermediários, como lojas multimarcas, nas negociações de moda.

Competição com o mercado internacional

Com a eliminação do intermediário e o preço acessível, a empresa adiciona uma vantagem diante da ascenção das plataformas internacionais Shein e Shopee.

Mercado Livre: “não fazemos tecnologia por tecnologia”

Para Marina Roale, head de pesquisa na Grupo Consumoteca, a decisão do Mercado Livre atende a mudanças no comportamento de compra do consumidor, que procura um custo-benefício melhor. Diante do encerramento de lojas físicas durante a pandemia, marcas com experiência digital sobressaíram, principalmente em plataformas com boa logística de entrega, política de preço e boa navegabilidade. Por sua vez, isso proporcionou um terreno fértil para as plataformas internacionais.

“Diante de um consumidor com menos poder aquisitivo e muita quilometragem de experiência digital, ter uma marca sólida na moda não será mais privilégio de quem conta um bom storytelling ou possui lojas conceito, mas quem fala a língua do pragmatismo também. Os consumidores estão caindo no gosto dessa ideia de ‘tudo num só lugar’. Nestes canais, a lógica de fidelização de marca muda. Estamos vendo consumiores mais fiéis às próprias recompensas de quem vende do que a marcas que oferecem os produtos”, argumenta.

Da mesma forma, a mobilização beneficia os fornecedores, que também competem com as plataformas citadas.

Entretanto, Maya considera que o Mercado Livre apresenta vantagens, como sua presença e reconhecimento no mercado brasileiro, estratégias de gameficação e entrega, o que resulta em fidelidade por parte dos consumidores.

Impacto em toda cadeia

A iniciativa tem  potencial de retorno para os fabricantes e lojistas que não estavam no digital e,  agora, podem comercializar com mais margem de lucro. Para o próprio Mercado Livre, Maya acredita que o potencial é “gigantesco”, descreve.

“Veja que o Mercado Livre é o e-commerce mais acessado do Brasil. É uma marca amada pelos brasileiros e que ultrapassou as barreiras de ser um e-commerce ou uma marketplace. O Mercado Livre é um ecossistema, resolve problemas das pessoas, mas faltava resolver o problema da moda.
Acredito no fortalecimento da plataforma com a entrada da moda, podendo se tornar um hub importante até para B2B. Isso irá gerar um incremento de receita significativo”, avalia.

Por fim, a tática antecipa adaptações feitas ao consumidor do presente e do futuro, que é parte da Geração Z. Segundo Mariana, esse grupo valoriza players que entregam produtos desejo a preços acessíveis para seu bolso, variedade, preço e diversidade.

“Eles romperam com a má reputação de que players chineses entregavam produtos diferentes dos anunciados. Estes jovens amam a sensação de barganha e já apontam marketplaces como o canal favorito de compra. No Tiktok não faltam vídeos de achados e truques de compras nestas plataformas. Se pro millennial a peça barata era aquele básico escondido em um look high-low, para o Gen-Z, pagar barato é motivo de orgulho e passaporte para o novo #aesthetics do momento. Hackear um boa jornada de compra é tão desejado que eles dão cursos sobre como fazer bons garimpos na Shein e na Shoppe. Agora, nos resta saber se teremos aulas de achadinhos no Brás versão Mercado Livre”, reflete.

‘https://www.meioemensagem.com.br/marketing/bras-mercado-livre-moda

Vendas no Varejo caem 1,9% em agosto, com menor consumo em bares e restaurantes, diz indicador da Cielo (CIEL3)

Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, houve crescimento de 0,9% no período.

As vendas reais no setor de varejo caíram 1,9% em agosto de 2023, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022, segundo dados o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgados nesta terça-feira (12).

Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, houve crescimento de 0,9% no período.

“O segmento que mais puxou o resultado do Varejo para baixo em agosto foi o de Bares e Restaurantes. A queda no consumo provavelmente ocorreu pela alta da inflação, que ficou acima da média no setor. No geral, o desempenho do Varejo só não foi mais negativo por causa das companhias aéreas. Ao desconsiderar sua participação, a queda geral no mês foi de 2,6%. Com a abertura de novas rotas e aumento da capacidade de operação, o segmento de Turismo e Transporte foi impulsionado por uma alta na demanda por viagens”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Produtos e Tecnologia da Cielo.

De forma geral, o resultado não foi afetado por efeitos de calendário. Tanto em 2022 quanto em 2023, o mês de agosto não teve feriados. Este ano, houve uma segunda-feira a menos e uma quinta-feira a mais em relação ao ano passado, dias de sazonalidade similares para o varejo.

Mais destaques negativos

Pelo 6º mês seguido, os macrossetores de Bens Duráveis e Semiduráveis e Serviços apresentaram queda. Com 4,9% e 3,1% de retração, respectivamente, eles foram os principais responsáveis pelo resultado negativo.

No caso de Bens Duráveis, o segmento com o pior desempenho foi o de Materiais para Construção. Já o setor de Alimentação (Bares e Restaurantes) foi o que mais puxou o resultado de Serviços para baixo.

As vendas do macrossetor de Bens Não Duráveis apresentaram pouca variação, com queda de 0,1%.

Regiões

De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a agosto de 2022 foram: Sudeste (-0,9%), Sul (-1,6%), Centro-Oeste (-2,4%), Norte (-2,9%) e Nordeste (-4,0%).

Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os resultados de cada região foram: Sudeste (+1,6%), Sul (+1,5%), Centro Oeste (0,0%), Norte (-0,5%) e Nordeste (-0,8%).
‘https://www.infomoney.com.br/mercados/vendas-no-varejo-caem-19-em-agosto-com-menor-consumo-em-bares-e-restaurantes-diz-indicador-da-cielo-ciel3/.

Vendas no varejo sobem 0,7% em julho

Em julho de 2023, o volume de vendas do comércio varejista teve alta de 0,7% frente a junho, na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral foi de 0,1%. Frente a julho de 2022, houve alta de 2,4%, segunda alta consecutiva nessa comparação. O acumulado do ano até julho (ante o mesmo período do ano anterior) foi de 1,5%. O acumulado nos últimos doze meses foi a 1,6%.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas de julho recuou 0,3% frente a junho, na série com ajuste sazonal. O índice de média móvel trimestral para o varejo ampliado foi de 0,2%.

Frente a julho de 2022, o varejo ampliado foi cresceu 6,6%. O acumulado no ano foi de 4,3%, e o acumulado em 12 meses foi a 2,3%.

Em julho, o comércio varejista do país está 2,2% abaixo do nível recorde da série, que aconteceu em outubro de 2020. O volume de vendas das atividades do comércio varejista mostrou equilíbrio entre taxas negativas e positivas, na passagem de junho para julho de 2023, na série com ajuste sazonal.

Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (11,7%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,3%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%) tiveram resultados no campo positivo. Já em Tecidos, vestuário e calçados (-2,7%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,6%), Móveis e eletrodomésticos (-0,9%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,1%) houve variações negativas.

No comércio varejista ampliado, Veículos e motos, partes e peças tiveram queda de 6,2% e Material de construção teve variação de 0,3%.

Frente a julho de 2022, alta em cinco das oito atividades

Em relação a julho de 2022, houve altas em cinco das oito atividades: Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (6,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,5%), Móveis e eletrodomésticos (3,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (1,6%).

Os três setores que apresentaram recuo foram Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,9%) e Combustíveis e lubrificantes (-2,8%).

No comércio varejista ampliado, tanto o setor de Veículos e motos, partes e peças, quanto de Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo registraram expansão: 9,8% e 19,6% respectivamente. Já Material de construção variou -0,3% nesta comparação.

A atividade de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou alta de 6,9% frente a julho de 2022, primeiro resultado positivo após três meses (-5,8% em abril, -4,9% em maio e -8,8% em junho). No acumulado do ano, o resultado até julho de 2023 foi de 0,1%, invertendo a perda acumulada até junho (-1,1%). O indicador do acumulado dos últimos doze meses registra ganhos pelo décimo mês consecutivo (1,4% até julho de 2023).

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria cresceu 6,5% frente a julho de 2022, alcançando o quinto mês consecutivo a registrar alta (fevereiro de 2023 apresentou -0,5% em relação a fevereiro de 2022). O setor apresentou a segunda maior alta no indicador interanual. O acumulado no ano, até julho, foi 3,0% e em doze meses, 3,8%.

O grupo Móveis e eletrodomésticos registrou alta de 3,4% no volume de vendas frente a julho de 2022, terceiro resultado consecutivo no campo positivo (-3,7% em abril, 0,4% em maio e 2,7% em junho). Em relação ao acumulado no ano até julho, ao passar de 1,1% até junho para 1,4% no mês de referência, a atividade mostra intensificação do ritmo de ganhos. O acumulado nos últimos doze meses foi a -0,3%, a menor perda acumulada da série de variações no campo negativo iniciada em outubro de 2021.

O grupamento de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 3,0% nas vendas frente a julho de 2022, contra aumento de 3,2% em junho de 2023 frente a junho de 2022. Em relação ao acumulado no ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior, os últimos cinco meses indicam estabilidade no ritmo de crescimento: 2,6% até março, 2,8% até abril, 2,5% até maio, 2,6% até junho e 2,7% até julho. O indicador acumulado dos últimos 12 meses registra ganho de 2,6% até julho.

O setor de Tecidos, vestuário e calçados, na comparação interanual, apresentou alta de 1,6% no volume de vendas frente a julho de 2022, primeiro resultado positivo desde janeiro de 2023 (2,4%). No ano, o setor acumulou -9,6% até maio, -9,0% até junho e -7,5% até julho. O acumulado nos últimos dozes meses (-9,6%) está negativo por oito meses consecutivos.

O setor de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou queda de 7,3% no volume de vendas frente a julho de 2022, sexto consecutivo no ano de 2023 dentre os sete apurados até julho (janeiro foi o único a registrar aumento: 18,3%). No ano o setor acumula perdas até julho (-0,7%) em relação ao mesmo período do ano anterior, primeiro ponto no campo negativo após 18 meses acumulando ganhos. Em doze meses, o crescimento é de 3,7%, menor patamar, para este indicador, desde junho de 2022, quando registrou 4,0%.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, etc., apresentou queda de 4,9% nas vendas frente a julho de 2022, décima quinta consecutiva na comparação interanual (último ponto a registrar alta foi abril de 2022). Até julho o setor acumula queda de 12,5%, na comparação com o mesmo período de 2022, mesmo ritmo de perda desde abril (-12,4% em abril, -13,5% em maio e -13,7% em junho). Em termos de resultado acumulado nos últimos doze meses, ao passar de -13,3% até junho para -11,1% em julho, o setor mostrou também mostra perdas.

O grupamento de Combustíveis e lubrificantes apresentou queda de 2,8% nas vendas frente a julho de 2022, primeiro mês em queda após 17 meses de resultados positivos. Em relação ao acumulado no ano até julho, ao passar de 14,3% até junho para 11,3% no mês de referência, a atividade mostra queda de ritmo de vendas. O acumulado nos últimos doze meses foi de 21,0% até junho para de 18,8% em julho, mostra diminuição de intensidade de crescimento.

Incluindo as atividades com varejo ampliado, o volume de vendas de Veículos e motos, partes e peças apresentou alta de 9,8% nas vendas frente a julho de 2022, terceiro mês positivo consecutivo (1,5% em maio e 17,8% em junho de 2023). Com isso, o acumulado do ano foi de 6,0%, sétimo valor positivo para este indicador e o maior patamar desde dezembro de 2021 (14,9%). Nos últimos dozes meses, o acumulado foi a 2,2%, segunda alta consecutiva.

O grupo de Material de construção apresentou variação de -0,3% nas vendas frente a julho de 2022, sexta consecutiva para este indicador (-5,7% em fevereiro, -5,0% em março, -7,7% em abril, -2,0% em maio e -2,4% em junho). Em relação ao acumulado no ano até julho, ao passar de -3,6% até junho para -3,1% no mês de referência, a atividade manteve ritmo de queda, mesma trajetória do acumulado de 12 meses: -7,0% até junho e -5,8% até julho.

No caso do Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, houve alta de 19,9% ante julho de 2022. No ano, o acumulado foi a 9,8%.

Vendas crescem em 14 Unidades da Federação em relação a junho
Em julho, houve resultados positivos em 14 das 27 UFs, com destaque para: Espírito Santo (3,3%), Paraíba (2,4%) e Rio Grande do Sul (2,1%). Pressionando negativamente, figuram 11 UFs, com destaque para Acre (-2,1%), Alagoas (-1,6%) e Mato Grosso do Sul (-1,3%). Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte apresentaram estabilidade (0,0%).

No comércio varejista ampliado, houve quedas em 17 das 27 UF, com destaque para: Pará (-6,7%), Tocantins (-4,8%) e Rondônia (-4,5%). No campo positivo figuram 10 UFs, com destaque para Paraíba (4,9%), Espírito Santo (4,0%) e Rio Grande do Sul (3,9%).

Na comparação interanual, vendas sobem em 21 das 27 Unidades da Federação
Frente a julho de 2022, as vendas no comércio varejista tiveram alta em 21 das 27 UFs, com destaque para: Tocantins (14,6%), Ceará (12,3%) e Maranhão (11,0%). As quedas mais intensas foram em Rondônia (-1,6%), Mato Grosso do Sul (-1,1%) e Mato Grosso (-0,6%).

Já no comércio varejista ampliado, houve crescimento em 24 UFs, com destaque para: Bahia (28,6%), Maranhão (26,5%) e Ceará (24,5%). Apenas Mato Grosso do Sul (-12,2%), Roraima (-2,2%) e Goiás (-1,8%) obtiveram resultados negativos.

Veja demonstrativos em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/37907-vendas-no-varejo-sobem-0-7-em-julho

Omnishoring: por que o Brasil deveria considerar essa tendência?

O país tem uma oportunidade única de aproveitar essa tendência e atrair uma parte importante da cadeia de fornecimento das empresas globais


Essa tendência promete facilitar o movimento de mercadorias e reduzir os custos de transporte (Foto: Divulgação)

Durante a pandemia de Covid-19, muitas empresas sofreram para manter ativas suas cadeias de suprimentos. Diversos eventos, como bloqueios de produção e atividades portuárias na China, escassez de contêineres e congestionamentos marítimos, paralisaram muitas operações ao redor do mundo.

Além disso, recentes conflitos geopolíticos e questões econômicas globais, como a inflação em alta e a desaceleração da demanda, contribuíram para a complexidade desse cenário.

Passada a pandemia, é fundamental listar as lições aprendidas e considerar soluções inovadoras para garantir a resiliência da logística global.

Uma delas, que já está sendo adotada em alguns países, é o chamado omnishoring. Trata-se de uma estratégia que envolve a transferência de parte da produção de fábricas offshore para países geograficamente mais próximos dos mercados onde os produtos serão consumidos.

Essa tendência promete não apenas facilitar o movimento de mercadorias, mas também reduzir os custos de transporte e evitar potenciais obstáculos sanitários e regulatórios que possam surgir em países distantes, especialmente em situações adversas como vimos nos últimos anos.

Vejo que o Brasil tem uma oportunidade única de aproveitar essa tendência e atrair uma parte importante da cadeia de fornecimento das empresas globais.

O país pode se beneficiar das projeções otimistas da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que estima um considerável investimento privado de R? 124,3 bilhões em transporte e logística entre 2022 e 2026.

Do ponto de vista estratégico, o Brasil tem vantagens significativas para atrair empresas globais. A infraestrutura do Brasil, incluindo suas rodovias, costa marítima e questões aéreas, é mais favorável para a logística em comparação com outros países sul-americanos.

O investimento em fontes de energia limpa e renovável também é uma preocupação fundamental do país, o que está alinhado com a crescente demanda por sustentabilidade e responsabilidade ambiental, refletida na agenda ESG adotada pelas empresas.

Entre os setores industriais que têm aderido ao omnishoring e poderiam se beneficiar da atração para o Brasil, destaco a indústria manufatureira. Além disso, setores como tecnologia da informação, varejo, saúde, farmacêutica e indústria automotiva também podem encontrar no Brasil um ambiente propício para inovação e crescimento.

Diante desse contexto, sou otimista em relação à resiliência do comércio global a longo prazo e acredito que as empresas precisam estar preparadas e bem posicionadas para apoiar seus clientes em um mundo em constante mudança.

Portanto, acredito que o Brasil deve estar pronto para aproveitar as oportunidades do movimento de omnishoring, impulsionando a economia com negócios e iniciativas inovadoras.

* Eric Brenner é CEO da DHL Global Forwarding (DGF) no Brasil.