Quedas de vendas no e-commerce: será que o pior já passou?

Segundo o último Webshoppers, relatório da NIQ Ebit, lançado esse mês, tivemos entre janeiro e maio de 2023 a pior série histórica de quedas de faturamento e pedidos no e-commerce brasileiro até hoje, em junho foi a menor queda do ano: – 2,1%. Será que o pior já passou? Será um ano negativo e oscilante? Será que vamos retrair ainda mais no segundo semestre?

Para entendermos melhor, precisamos nos aprofundar em alguns destaques:

  • O pior mês foi março; daí para a frente as quedas foram diminuindo sensivelmente;
  • O número de online shoppers continua crescendo; atingimos 53 milhões no primeiro semestre 2023, 6% a mais que 2022;
  • Os pure digital players e os fabricantes cresceram em participação, e os brick & click perderam bastante;
  • Sudeste, apesar de também em queda, obteve os melhores resultados entre as regiões;
  • Perfumaria e Cosméticos foi a única categoria a manter crescimento: + 6,5%;
  • Telefonia sofreu a maior queda: – 43%;
  • Nos supermercados online, a única categoria que cresceu foi Higiene, Beleza e Limpeza;
  • O uso de aplicativos para compras continua aumentando, principalmente para compras de mercado e farmácia.

Ser otimista no atual contexto do varejo brasileiro chega a ser uma decisão corajosa, pois as notícias não têm melhorado. Mas existem fatores suficientes para concluirmos que de fato o pior já passou. Longe de ser uma conclusão que fecharemos no ano positivos. A queda será bem menor que os 7,3% desse primeiro semestre de 2023. Mais importante que concluir o tamanho da queda, você, leitor, deve estar querendo saber o que vai acontecer com a(s) categoria(s) e o(s) mercado(s) em que você está inserido.

O ano promete ser bom para a tríade Higiene, Beleza, Limpeza, seja para quem só trabalha com elas, seja para quem trabalha com outras categorias, mas decidir focar mais nelas. Ano também positivo para as vendas dos marketplaces, no site ou no aplicativo. O custo do frete continua sendo um grande desafio, pois as necessidades de cortes de custos dos varejistas acabaram fazendo com que a maioria priorizasse manter frete grátis só para Sudeste, diminuindo ou até cortando o benefício nas demais regiões. Se quer bancar frete grátis, que seja o mais próximo do seu centro de distribuição, para diminuir o risco. Outro ponto: chegou a hora e a vez de os fabricantes enfim irem direto ao consumidor, com parceiros de full commerce, com marketplaces ou sozinhos. O momento nunca esteve tão favorável. A dependência do varejo nunca esteve tão baixa, e o consumidor nunca esteve tão disposto a comprar direto de quem fabrica o produto.

Resumindo, de fato há contextos bem desafiadores no e-commerce. Se você pode mover seu negócio para cenários mais favoráveis, como os apresentados acima, excelente. Se não, no médio prazo reveja custos e investimentos e otimize ao máximo sua operação, pois os tempos ainda serão densos para você e seu negócio. E não esqueça do principal: continue buscando evolução do seu negócio, pois quem estiver melhor preparado, menos será impactado. Além disso, ficar no “lugar comum” tornará você dependente de mídia ou descontos para vender, e isso é insustentável.

Roberto Wajnsztok é sócio-diretor da Gouvêa Consulting.

‘https://mercadoeconsumo.com.br/22/08/2023/artigos/quedas-de-vendas-no-e-commerce-sera-que-o-pior-ja-passou/

48º Relatório Webshoppers -Um Panorama do E-commerce Brasileiro 1S 2023 pela NIQ Ebit

O primeiro semestre de 2023 apresentou uma queda de aproximadamente 7%, totalizando 119,0 Bi em vendas no e-commerce.

Observando a curto prazo podemos ver uma desaceleração dessa retração. O principal ofensor desse resultado foi a variação na quantidade de pedidos, mas embora tenhamos essa queda, não houve uma redução na quantidade de shoppers ativos no canal online, apresentando um crescimento de 6% versus o mesmo período do semestre anterior.

As categorias de giro rápido seguem com as melhores performances frente as demais, destaque para Perfumaria e Cosméticos que cresceu 5,8% em vendas durante esse semestre.

Realizado pela NIQ Ebit desde 2001, o Webshoppers é o estudo de maior credibilidade sobre o comércio eletrônico brasileiro e a principal referência para os profissionais do segmento.

Confira as principais movimentações do e-commerce brasileiro durante o 1S23 vs 1S22 no 48º Relatório Webshoppers já disponível para download na Biblioteca do RadarIC em Pesquisas Externas.

Dia dos Pais: faturamento do e-commerce cresce 6,3%, indica o ICVA

Segundo os dados do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), apurados entre os dias 7 a 13 de agosto, as vendas por e-commerce no Dia dos Pais aumentaram 6,3% em comparação a 2022, enquanto as vendas presenciais cresceram 2,0%. No geral, o varejo teve alta de 2,3%. 

Houve o registro de aumento de 1,8% nas vendas dos setores tradicionalmente relacionados a presentes, ficando classificado assim:

11,3% – Cosméticos e Higiene Pessoal;
3,3% – Livrarias, Papelarias e afins;
2,6% – Móveis, Eletro e Depto;
1,6% – Óticas e Joalherias.

Enquanto as vendas dos demais setores do varejo subiram 2,4%. Integram a categoria os segmentos que não são considerados presenteáveis, mas ficam aquecidos com a data comemorativa, como Bares e Restaurantes e Turismo e Transporte, por exemplo.

Dados por região

Ao considerar apenas o varejo físico, todas as regiões do Brasil apresentaram crescimento nas suas vendas, exceto o Nordeste, que teve queda de 0,4%. A região Sudeste cresceu 2,7%, seguida pelo Norte, com 2,3%. Em seguida, tem o Sul, com +1,9% e o Centro-Oeste, com +1,5%.

Os estados que apresentaram melhor desempenho, foram:
+4,9% – Minas Gerais;
+4,6% – Rio Grande do Sul;
+4,1% – Distrito Federal;
+3,4% – Rio de Janeiro.

Como funciona o ICVA

O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), foi desenvolvido pela área de Inteligência de Mercado da Cielo, e tem a proposta de oferecer mensalmente um panorama do comércio varejista do país a partir de informações reais.

O levantamento é feito através do mapeamento das vendas realizadas em 18 setores pela Cielo, que abriga dados de pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por quase 1 milhão de varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

Como é feito o cálculo

Desenvolvido por meio de modelos matemáticos e estatísticos aplicados à base da companhia, o levantamento tem o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento (como a variação de market share) e da substituição de cheque e dinheiro no consumo. Dessa forma, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.

A Cielo também informou que esse índice não é de forma alguma uma prévia dos seus resultados, que são impactados por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.

‘https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/dia-dos-pais-faturamento-do-e-commerce-cresce-63-indica-o-icva

Dia dos Pais aquece o varejo com expectativa de R$ 27 bilhões

O setor de Vestuário lidera a lista de presentes mais procurados, representando 52% das intenções de compra, seguido por Perfumes, Calçados e Acessórios e outros itens

O Dia dos Pais está chegando, e a expectativa é que a data comemorativa movimente expressivos R$ 27 bilhões no varejo brasileiro, de acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas. O setor de Vestuário lidera a lista de presentes mais procurados, representando 52% das intenções de compra, seguido por Perfumes, Calçados e Acessórios.

Dicas para aumentar as vendas nesse período

Em meio a essa movimentação positiva, é importante que os empresários se preparem para aproveitar ao máximo as oportunidades e enfrentar os desafios. Segundo André Minucci, mentor de empresários, o primeiro passo é identificar o perfil do cliente. Compreender as preferências e necessidades dos consumidores permitirá uma melhor adaptação das ofertas e estratégias de vendas.

“Para se destacar no mercado durante o Dia dos Pais, a criação de ofertas atrativas é essencial. Descontos especiais, brindes exclusivos ou pacotes promocionais podem ser opções interessantes para conquistar o público”, diz. Além disso, Minucci destaca a importância de construir uma campanha visual de impacto, que atraia a atenção dos clientes e transmita a mensagem da marca de forma eficaz.

“A presença digital é cada vez mais relevante no cenário de vendas, e o e-commerce tornou-se um canal imprescindível para alcançar um maior número de consumidores”, complementa André. Divulgar a campanha no ambiente online da empresa é fundamental para alcançar o público que prefere realizar suas compras de forma virtual.

Outro ponto crucial é preparar a equipe de vendas para oferecer um atendimento diferenciado. O treinamento de vendas é uma etapa indispensável para que os vendedores saibam se conectar com os clientes, gerar confiança e conduzir as negociações de maneira eficiente. Dessa forma, os consumidores se sentirão mais seguros ao efetuar suas compras e estarão mais propensos a fechar negócio.

Reforma tributária preocupa setor

Apesar do otimismo em relação às vendas no Dia dos Pais, o setor enfrenta uma preocupação com a reforma tributária, atualmente em análise no Senado Federal. As mudanças na legislação podem impactar os negócios, e é importante que as empresas estejam preparadas para se adaptar a possíveis alterações no cenário fiscal.

“Com as estratégias adequadas e o foco no atendimento ao cliente, o Dia dos Pais promete ser uma data promissora para o varejo brasileiro. Aproveitar as oportunidades e superar os desafios serão os diferenciais para que as empresas alcancem sucesso nas vendas e fortaleçam suas posições no mercado”, diz. Ao unir a dedicação às demandas dos clientes com a capacidade de adaptação frente aos desafios do mercado, as empresas poderão colher frutos expressivos nessa data tão especial e fortalecer a sua posição no cenário do varejo nacional.

‘ https://www.segs.com.br/seguros/381107-dia-dos-pais-aquece-o-varejo-com-expectativa-de-r-27-bilhoes

Brasil Cresce 25% em Vendas -Mercado Livre registra recordes de vendas no 2º trimestre

O Mercado Livre, que opera marketplace e serviços financeiros, encerrou o segundo trimestre com desempenho recorde. No período, sua receita total alcançou US$ 3,4 bilhões, alta de 57,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a empresa, a receita foi alavancada pelo aumento da base de usuários, que superou a marca de 108,6 milhões, com aumento de 29%.

O volume de vendas do marketplace superou os US$ 10,5 bilhões pela primeira vez, alta de 47,2%. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo Brasil e México, que apresentaram forte aceleração no volume de produtos vendidos. No trimestre, o Brasil cresceu 25% em volume de vendas, reportando 171,4 milhões. Já o México avançou 33%, com 76,9 milhões de itens vendidos entre abril e junho.

“Dado o nosso otimismo sobre as muitas oportunidades de crescimento que ainda temos pela frente, pretendemos usar parte do espaço criado por essa alavancagem operacional para nos apoiar em certas áreas do negócio durante o segundo semestre do ano. Acreditamos que um componente central do nosso sucesso tem sido o compromisso em alocar capital com uma visão de longo prazo”, afirma Andre Chaves, vice-presidente sênior de Estratégia e Desenvolvimento Corporativo do Mercado Livre.

Varejistas defendem regras iguais às plataformas; estrangeiras questionam dados

Pelo determinado em portaria publicada em julho, haverá imposto zerado de importação para empresas que seguirem as normas do “Remessa Conforme”.

O IDV, principal entidade do varejo no país, publicou hoje (01.08) nota voltando a defender condições iguais de competição entre plataformas asiáticas e empresas nacionais, com o início das novas regras de remessas internacionais ao país.

O programa que disciplina as importações de até US$ 50, entre empresas e pessoas físicas, chamado Remessa Conforme, é válido a partir de hoje (01.08), mas como as empresas ainda precisam solicitar a adesão e esperar análise do pedido à Receita Federal, na prática, as regras ainda não estão em vigor.

Pelo determinado em portaria publicada em julho, haverá imposto zerado de importação para empresas que seguirem as normas do “Remessa Conforme”. O imposto é de 60%, e continua a ser aplicado no caso de companhias que não se adequarem ao programa.

Ainda passará a ser cobrada alíquota de ICMS estadual de 17%, a ser paga pela empresa que aderir ao programa, e também àquela que não se habilitar a ele.

A Receita irá divulgar nomes das empresas habilitadas ao programa após a análise, mas não há prazo para isso.

“[O IDV] defende a isonomia tributária, ou seja, condições iguais de competição para todas as empresas. Enquanto as plataformas digitais de venda de produtos importados estão isentas de tributação em remessas de até US$ 50, a não ser o ICMS, as empresas nacionais pagam uma tributação que varia de 70% a 110%, dependendo da cadeia de produção”, diz na nota.

“Esta diferença de tratamento poderá acarretar no fechamento de lojas e demissões no varejo. Algumas empresas até cogitam transferir a produção para fora do país como uma forma de pagar menos impostos e competir em condições de igualdade com essas plataformas digitais. Por isso, o que queremos e defendemos é a isonomia tributária e, com isto, evitar a eliminação de vagas de emprego no país. Ou todos pagam ou ninguém paga”, diz o instituto.

Outro lado

As empresas estrangeiras são favoráveis ao programa, mas entendem que essa discrepância de impostos é menor do que a mencionada pelos varejistas.

Para fontes próximas às plataformas asiáticas, a carga de tributos citada está abaixo da faixa alegada pelo setor no país. “Eles consideram nessas taxas desde a produção até a distribuição, e não o imposto sobre a atividade de venda, que é a atividade do marketplace. E não consideram os créditos fiscais acumulados e os incentivos de produção regional que recebem por anos. Se querem considerar toda a cadeia de produção, é preciso levar em conta os benefícios também, e os créditos”, diz uma fonte próxima de um marketplace chinês.

As varejistas brasileiras vêm buscando, junto ao governo, o estabelecimento de uma alíquota intermediária, no lugar dos 60% — estudos iniciais das varejistas indicam que seria aceitável uma taxa entre 35% e 45%, que poderia recompor os 60% anteriores, ao se somar a nova alíquota com os 17% de ICMS.

Quem paga o imposto de importação é o consumidor na hora da compra, como define o Remessa Conforme.

A questão da nova alíquota ainda está em discussão, mas só deve ser retomada após o início da operação do Remessa Conforme. Como o Valor já noticiou em julho, o tema da alíquota intermediária deve voltar a pauta do governo até o fim do ano.

Para as plataformas, a percepção é de que, como já terão que pagar o ICMS de 17% (isso não existia antes das mudanças) o produto já irá encarecer. E criar nova taxa que volta ao patamar de 60% (nova alíquota mais 17%) coloca o país numa posição de proteção ao mercado local.

Já para as varejistas nacionais, outros mercados no mundo, como EUA e Europa, vêm discutindo ações, em seus Parlamentos, de fiscalização sobre as plataformas estrangeiras, como Shein e Shopee, e de proteção às empresas locais que geram receita fiscal e empregos, e o Brasil precisaria trazer essa discussão sob essa ótica.

‘https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/08/01/varejistas-defendem-regras-iguais-as-plataformas-estrangeiras-questionam-dados.ghtml

 

Remessa Conforme | Correios explica a isenção em compras de até US$ 50

Os Correios notificaram os consumidores sobre o Programa Remessa Conforme, iniciativa que isenta tributos de compras internacionais de até US$ 50.

Os Correios começaram a notificar consumidores sobre a isenção de impostos em compras internacionais na última sexta-feira (28). A mensagem explica detalhes sobre o Programa Remessa Conforme, iniciativa do Governo Federal que isenta de pagamento de impostos as compras de até US$ 50 (R$ 240, aproximadamente, pela cotação de hoje).

“Informamos que o Programa Remessa Conforme é uma iniciativa da Receita Federal que oferece isenção de tributos para compras inferiores a US$ 50. Essa isenção se aplica somente aos sites que optarem por cobrar antecipadamente os tributos”, explica a notificação.

Foto: Divulgação/Correios / Canaltech

Para a encomenda não ser taxada, a empresa (nacional ou internacional) responsável pela venda precisa ser participante da iniciativa do governo.

Para os clientes que não tiveram a cobrança antecipada do imposto, a regra de isenção permanece a mesma — portanto, apenas em negociações feitas entre pessoas físicas. Já nos sites que aderirem ao Programa Remessa Conforme, é cobrado ICMS sobre o valor da compra feitas junto a pessoas físicas ou jurídicas.

Encomendas ainda são inspecionadas

Vale ressaltar que as remessas que chegam ao país ainda passam por inspeção “não invasiva” para confirmação de dados e avaliação de mercadorias proibidas ou entorpecentes, mesmo quando não tributadas. Ao fim do processo, as remessas liberadas podem seguir para a entrega ao destinatário e problemas no pagamento podem ser corrigidos pontualmente.

Remessa Conforme

A grande mudança com o programa é que, até então, apenas negociações entre pessoas físicas estavam isentas da cobrança. A partir de 1º de agosto, quando começa a valer o Remessa Conforme, compras feitas entre pessoas físicas e lojas participantes também se encaixam na isenção.

‘https://canaltech.com.br/governo/remessa-conforme-correios-explica-a-isencao-em-compras-de-ate-us-50-257600/

Com recuo do desemprego, consumo nos lares sobe 6,96% em junho

No primeiro semestre, aumento do consumo foi de 2,47%.

“Registramos um consumo consistente e gradual até o fim do semestre, favorecido pelo recuo do desemprego, de reajustes salariais e da consolidação dos programas de transferência de renda. Para os próximos meses, se mantidas a menor pressão da inflação sobre a cesta de alimentos, o consumo tende a ser crescente, pois há datas importantes que incentivam o consumo como o Dia dos Supermercados, a Black Friday e as festas de fim de ano”, diz o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Para a entidade, no segundo semestre, recursos que devem entrar na economia como o pagamento do 13º dos trabalhadores com carteira assinada, o pagamento de três lotes de restituições do Imposto de Renda 2023 somados à manutenção dos programas de transferência de renda devem produzir importantes efeitos no consumo das famílias.

Abrasmercado

A Abrasmercado (cesta composta por 35 produtos de largo consumo: alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) encerrou o semestre com recuo de 1,75% nos preços.

Em junho, todas as regiões pesquisadas registraram deflação nos preços da cesta, que passou de R$ 750,22 em maio para R$ 741,23, um recuo de 1,20%, na média nacional.

As carnes foram os principais produtos da cesta com o maior recuo de preços no período. De janeiro a junho, a carne bovina – cortes do traseiro – registrou queda de 8,20% e os cortes do dianteiro, 5,88%. O frango congelado viu o preço cair em 5,78% e o pernil, 2,42%.

No recorte da cesta de alimentos básicos, com 12 produtos, houve variação de -1,77% em junho ante maio e o preço, na média nacional, caiu de R$ 322,00 em maio para R$ 316,29 em junho.

‘https://mercadoeconsumo.com.br/27/07/2023/noticias-varejo/com-recuo-do-desemprego-consumo-nos-lares-sobe-696-em-junho/

CNC: nova regra de taxação do e-commerce e seus impactos são discutidos com MDIC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) se reuniu na última sexta-feira (21) com técnicos da Diretoria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A intenção foi obter registros de operações, identificando dados e o percentual do varejo que pode ser exposto a esse novo regramento de taxação do e-commerce.

O programa, que entra em vigor a partir de 1º de agosto, é destinado a empresas de e-commerce, incluindo aquelas que atuam exclusivamente na intermediação de compra e venda de produtos em plataformas digitais. Ele determina novas regras para a tributação e a fiscalização de compras internacionais direcionadas a pessoas físicas.

Na reunião, o diretor de Economia e Inovação da CNC, Guilherme Mercês, destacou que a Confederação está realizando uma pesquisa com milhares de empresas sobre os impactos dessas medidas no varejo brasileiro. “Nossos dados devem sair no início do mês para que possamos apresentá-los às autoridades fiscais e econômicas com o objetivo de contribuir para um ambiente de negócios mais saudável, em que as empresas brasileiras não sejam prejudicadas por uma assimetria do tratamento tributário e por concorrência desleal”, ressaltou.

Dashboard de notas fiscais

A diretora de Comércio e Serviços do MDIC, Adriana de Azevedo Silva Teixeira, apresentou para a CNC a plataforma de acompanhamento do comércio eletrônico. Trata-se de um painel lançado pelo ministério em maio, com informações inéditas sobre produtos comercializados pela internet em todo o território nacional.

O dashboard traz relatórios de vendas online realizadas no Brasil com emissão de nota fiscal entre 2016 e 2022. “São dados anonimizados que a Receita disponibiliza para que possamos dimensionar quanto o e-commerce movimenta por ano no País”, explicou. Os economistas da CNC já iniciaram uma análise do painel, que se somará ao resultado da pesquisa que está em curso.

Nara de Deus, diretora de Relações Institucionais da Confederação, também esteve na reunião e reforçou que outras agendas com integrantes do governo estão previstas. “Vamos ao Ministério da Fazenda na próxima semana e à Receita Federal assim que concluirmos nosso levantamento. O que buscamos é o entendimento do governo quanto à preservação do comércio nacional, que fomenta a economia com a geração de empregos e renda para o País voltar a crescer”, comunicou Nara.

Apoio federal

Na última semana, durante o evento do Sicomércio, o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, mostrou-se sensível à questão. Em seu discurso, afirmou que o governo vai buscar uma forma de reverter esse efeito negativo, “pois, realmente, afeta o nosso comércio e a nossa indústria”, disse na ocasião.

Real Digital: explicando a ‘nova’ moeda oficial brasileira

Em breve, teremos um dinheiro “na rede”: o Real Digital; mas o que tem de específico nesta moeda, se hoje existem bancos online?

O Banco Central anunciou nesta semana as primeiras fases de ação para a concretização do Real Digital. Como o próprio nome diz, esta será uma “nova versão” do Real, completamente digital. Seguirá como a moeda oficial do Brasil, mas com o traço único que existe apenas em ambiente digital. Ela não pode ser, de maneira alguma, uma nota de real – e nem dinheiro físico. Ainda assim, é Real.

Para isso, o Real Digital – oficialmente uma Central Bank Digital Currency (CBDC) deverá seguir algumas diretrizes. A moeda será produzida e regulamentada pelo Banco Central, deverá seguir as regras e leis da política monetária do país, e terá o valor correspondente ao real “offline”.

Dinheiro Digital já existe?

E qual é a diferença entre usar o Real Digital e usar apenas bancos digitais, com valores existindo em conta e sendo usados em transações não físicas com cartões de débito? Basicamente, o intermediário e a intervenção de bancos. O Real Digital não precisa, necessariamente, ser “dinheiro de banco”. Ou seja: não precisa ser intermediado por alguma instituição financeira. Assim, não há pagamentos de taxas ao banco nem pelo comprador, nem pelo vendedor.

Outra questão bastante relevante é: não existe crédito no Real Digital. Quando você pega crédito, faz um empréstimo ou um financiamento, você pega dinheiro “emprestado” de um banco ou instituição financeira. Essa opção não existe com o Real Digital: ou você o tem, ou não pode usar. As transações em crédito seguirão sendo exclusivamente feita por intermediários.

Pioneirismo e primeiros testes do Real Digital

O Real Digital não é, realmente, novidade; a moeda está em desenvolvimento desde 2021. Também não é pioneira – alguns outros países desenvolvem projetos parecidos. Por que, então, chama tanta atenção?

Um dos motivos é que, embora o Brasil não seja o único nessa empreitada, é um dos principais. O brasileiro gosta de tecnologia e tem facilidade em absorver novas tendências. Isso é bastante prático para uma moeda digital oficial, pois os meios para fazer acontecer existem tanto na indústria quanto nas práticas diárias do consumidor.

Outra razão é que agora acontecem os primeiros passos concretos para a realização do Real Digital. O Banco Central revelou o início de um plano piloto e anunciou que em setembro de 2023 começará os testes com a moeda. 16 instituições financeiras selecionadas foram convidadas a se conectar nas redes de teste digital do Real Digital para testar a aplicabilidade do sistema.

Caso o piloto, que começa em setembro, seja eficiente, o Real Digital ganha potência para ser adotado oficialmente. O Banco Central prevê que, caso tudo desenrole com maestria, ainda em 2023 (no mais tardar, fevereiro de 2024) instituições financeiras possam ter acesso ao uso do Real Digital. O acesso público, porém, ainda será direcionado e não geral, e fará parte da fase de teste inicial, prevista para acabar em março do próximo ano.

O que precisa ser testado no Real Digital?

A fase de testes do Real Digital, na verdade, começou há tempos. Porém, não se pode testar demais quando o assunto é segurança. Pensando que é um dinheiro nacional, dá-se muita atenção à segurança e métodos de garanti-la. A privacidade também é bastante importante.

Então, o modelo piloto serve para colocar à prova a segurança e métodos de privacidade desenvolvidos. Assim, há tempo hábil de consertar erros e encontrar soluções antes de tudo ser “para valer.”

Além disso, é importante garantir que os processos estejam de acordo com as leis. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), inclusive, também se aplica ao uso do Real Digital. Portanto, a proteção de informações é tão importante quanto a da parte financeira.

‘ https://www.consumidormoderno.com.br/2023/07/19/real-digital-banco-central/