Segundo o último Webshoppers, relatório da NIQ Ebit, lançado esse mês, tivemos entre janeiro e maio de 2023 a pior série histórica de quedas de faturamento e pedidos no e-commerce brasileiro até hoje, em junho foi a menor queda do ano: – 2,1%. Será que o pior já passou? Será um ano negativo e oscilante? Será que vamos retrair ainda mais no segundo semestre?
Para entendermos melhor, precisamos nos aprofundar em alguns destaques:
- O pior mês foi março; daí para a frente as quedas foram diminuindo sensivelmente;
- O número de online shoppers continua crescendo; atingimos 53 milhões no primeiro semestre 2023, 6% a mais que 2022;
- Os pure digital players e os fabricantes cresceram em participação, e os brick & click perderam bastante;
- Sudeste, apesar de também em queda, obteve os melhores resultados entre as regiões;
- Perfumaria e Cosméticos foi a única categoria a manter crescimento: + 6,5%;
- Telefonia sofreu a maior queda: – 43%;
- Nos supermercados online, a única categoria que cresceu foi Higiene, Beleza e Limpeza;
- O uso de aplicativos para compras continua aumentando, principalmente para compras de mercado e farmácia.
Ser otimista no atual contexto do varejo brasileiro chega a ser uma decisão corajosa, pois as notícias não têm melhorado. Mas existem fatores suficientes para concluirmos que de fato o pior já passou. Longe de ser uma conclusão que fecharemos no ano positivos. A queda será bem menor que os 7,3% desse primeiro semestre de 2023. Mais importante que concluir o tamanho da queda, você, leitor, deve estar querendo saber o que vai acontecer com a(s) categoria(s) e o(s) mercado(s) em que você está inserido.
Resumindo, de fato há contextos bem desafiadores no e-commerce. Se você pode mover seu negócio para cenários mais favoráveis, como os apresentados acima, excelente. Se não, no médio prazo reveja custos e investimentos e otimize ao máximo sua operação, pois os tempos ainda serão densos para você e seu negócio. E não esqueça do principal: continue buscando evolução do seu negócio, pois quem estiver melhor preparado, menos será impactado. Além disso, ficar no “lugar comum” tornará você dependente de mídia ou descontos para vender, e isso é insustentável.
Roberto Wajnsztok é sócio-diretor da Gouvêa Consulting.
‘https://mercadoeconsumo.com.br/22/08/2023/artigos/quedas-de-vendas-no-e-commerce-sera-que-o-pior-ja-passou/