E-commerce tem queda de 4,5% nos acessos no primeiro semestre de 2023

De acordo com relatório da Conversion “Setores do E-commerce no Brasil”, o e-commerce brasileiro teve um primeiro semestre com desempenho abaixo do último período do ano passado no quesito tráfego. Entre julho e dezembro de 2022, as plataformas tiveram uma média de 2,43 bilhões de acessos por mês. De janeiro a junho de 2023, no entanto, esse número foi de 2,32 bilhões, uma queda de 4,5%.

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, o número é até positivo, considerando que o segundo semestre guarda datas como a Black Friday e Natal, por exemplo. “No ano passado, o melhor desempenho do e-commerce foi em novembro (2,69 bilhões de visitas), marcadamente porque muita gente espera o ano inteiro para comprar na Black Friday”, diz.

Em abril, a mesma pesquisadora apontou que o e-commerce manteve médias mais baixas. Na ocasião, perdeu 5% em relação a março, ficando em 2,23 bilhões de acessos únicos.

Queda inesperada do e-commerce

Contrariando as expectativas, o tráfego do e-commerce em junho retraiu timidamente em 2% na comparação a maio (quando registrou alta de 6%). Em números absolutos, foram 2,31 bilhões de acessos únicos — quarto melhor desempenho do ano.

Em relação a maio/23, o movimento do e-commerce no Brasil em junho/23 teve queda de -2,1% pela diminuição dos acessos via web (-2,1%) e apps (-2,0%)

A expectativa era que as visitas se mantivessem em crescimento depois do Dia das Mães, já que junho é o mês dos Namorados. De fato, alguns setores que mais avançaram têm relação com a data, como Calçados (6,4%), por exemplo.

Por outro lado, setores que costumam ir bem nessa época do ano perderam tráfego em junho, como Joias e Relógios (-9%) e Cosméticos (-5,7%).

Maiores crescimentos e retrações do e-commerce brasileiro entre maio e junho de 2023 segundo a Conversion

Até os marketplaces caíram 3,2% em junho, contribuindo para influenciar o índice geral. Vale lembrar que ele é, sozinho, responsável por cerca de 40% do resultado total.

Alta pode vir em julho

Par a pesquisa, caso o mercado mantenha a tendência do ano passado, espera-se uma alta em julho puxada pelo turismo. Em 2022, esse período teve crescimento de visitantes no setor de viagens de 14%. Por conta disso, trouxe uma alta de 5% do e-commerce como um todo à época.

“Pesquisas indicam que muita gente quer aproveitar as férias para viajar, algo que alguns não puderam fazer nos anos anteriores por causa da pandemia. A busca por passagens aéreas já foi maior em junho no Google, por exemplo”, lembra Ivo.

Quedas sentidas pelas marcas

Mais visitada do país, a plataforma do Mercado Livre perdeu 2% do seu tráfego em junho. Porém, ainda se manteve à frente da lista, com pouco mais de 322 milhões de acessos. Segunda colocada, a Amazon Brasil caiu 5%, ficando na casa dos 178 milhões.

Ranking dos maiores e-commerces do Brasil, com dados de visitas mensais em aplicativos Android e web

Shopee, Magalu e Shein, por sua vez, permaneceram com os mesmos patamares do mês passado. Vale ressaltar que a Amazon Brasil se manteve à frente na métrica do Share of Search, com 49% das pesquisas dentro do setor de marketplaces.

Stanley (42%), Petz (39%) e Loja do Mecânico (35%) completam o quadro.

Acesse o Relatório Setores E-commerce no Brasil -Julho/Referente a Junho 2023 completo disponibilizado na Biblioteca do RadaIC.

‘ https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/e-commerce-tem-queda-de-45-nos-acessos-no-primeiro-semestre-de-2023

Pesquisa Shopee

A gigante do varejo Shopee apresentou um levantamento com mais de 1.400 lojistas de todo o país entre março e abril de 2023. Todavia, de acordo com a pesquisa realizada, três em cada dez empreendimentos brasileiros possuem a empresa e sua plataforma de e-commerce, como sua principal fonte de renda.

Analogamente, o objetivo principal do estudo, era o de saber qual o impacto que as lojas virtuais têm nas empresas que possuem uma conta em sites de e-commerce, como a Shopee, por exemplo. Cerca de 40% dos entrevistados afirmaram que utilizam a gigante do varejo exclusivamente para a venda de seus produtos.

De fato, o levantamento apontou que 25% dos empreendedores, alegaram que conseguiram aumentar exponencialmente a negociação de seus produtos, ao utilizarem a sua conta na Shopee. Muitos deles disseram que conseguiram dobrar os números de suas vendas ao oferecer seus itens na plataforma de e-commerce.

Ademais, atualmente existem cerca de três milhões de vendedores cadastrados na plataforma de vendas da Shopee. Os empreendedores entrevistados para a pesquisa dizem que o site de e-commerce do Shopee e sua utilização em seus negócios, tiveram um grande impacto em suas vidas pessoais e profissionais.

Pesquisa da Shopee

De fato, os empreendedores que utilizam a plataforma da Shopee para negociar seus produtos puderam observar a praticidade e a eficiência da plataforma, negociando seus itens de forma online. Segundo Felipe Lima, coordenador de Desenvolvimento de Negócios da empresa, os resultados vieram em três anos.

Dessa maneira, durante esse período em que a plataforma de e-commerce foi aberta para vendedores locais, houve um grande sucesso com um crescimento expressivo das vendas utilizando a loja virtual na internet. Para Felipe Lima, após esses resultados positivos, a empresa tem a certeza de que está no caminho certo.

O Coordenador da Shopee afirma com veemência que a empresa contribuiu bastante com o sucesso de seus vendedores cadastrados na plataforma de e-commerce. Em síntese, os lojistas que participaram da pesquisa afirmam que ao utilizar o site da gigante do varejo, conseguiram aumentar sua renda familiar.

Os empreendedores que possuem uma conta na Shopee disseram que através de seus negócios utilizando a loja virtual, eles também conseguiram melhorar sua qualidade de vida. Além disso, os entrevistados afirmaram que conquistaram sua estabilidade financeira, e ainda, expandiram seus negócios e seu número de clientes.

Sucesso dos lojistas da Shopee

Os lojistas que vendem seus produtos através da Shopee estão bastante satisfeitos com a plataforma de e-commerce. Aliás, eles puderam ir além de suas lojas físicas e de um pequeno empreendimento nas redes sociais. Deve-se observar que um grande número de vendedores começam seus negócios nas lojas virtuais na internet.

É conveniente salientar que em muitos casos, esses empreendedores acabam por utilizar as plataformas como a da Shopee, como uma forma de garantir uma renda extra. Entretanto, em muitas situações, o trabalho junto as lojas virtuais, acaba por se tornar a sua principal fonte de renda. Ele garante um lucro bem maior que o esperado.

Vale ressaltar que a maior parte dos lojistas da Shopee estão na região sudeste do país. Dessa forma, São Paulo detém o maior número de empreendedores. Em seguida vem Minas Gerais e Rio de Janeiro, seguidos pelos estados da Bahia, Pernambuco e Ceará. A empresa vem aumentando sua participação em todo o Brasil.

Concorrência no varejo nacional

Com o sucesso das gigantes do varejo internacional, como a Shopee, a Shein e a AliExpress, as empresas nacionais como a Magazine Luiza e Americanas, enviaram recentemente um ofício aos Correios. Elas apontaram supostas manobras de evasão fiscal dessas organizações. Dessa forma, elas cobram uma maior fiscalização feita pelos Correios.

Em conclusão, essas empresas estrangeiras têm aparecido nos noticiários devido ao não pagamento de tributos relacionado às vendas de seus produtos. O Governo Federal tenta remediar a situação, aumentando a fiscalização e cobrando dessas organizações os devidos tributos. Ele tem o objetivo de tornar a concorrência mais justa.

‘ https://noticiasconcursos.com.br/grande-aviso-da-shopee-deixa-brasileiros-de-boca-aberta/

Vendas no varejo têm baixa de 1% em maio e caem mais que o esperado

Instituições financeiras consultadas pelo Valor esperavam recuo mediano de 0,2%, com intervalo das projeções indo de queda de 0,8% a alta de 0,2%

O volume de vendas no varejo teve queda de 1% em maio, em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Em abril, perante o mês antecedente, o comércio restrito cedeu 0,1% – inicialmente, o dado foi divulgado como uma variação positiva de 0,1%, mas o IBGE revisou o dado.

O resultado de maio veio menor que o piso das projeções, segundo levantamento feito pelo Valor Data apurado junto a 25 consultorias e instituições financeiras. A mediana era de um recuo de 0,2% e o intervalo das projeções ia de queda de 0,8% a alta de 0,2%.

Na comparação com maio de 2022, o varejo restrito também caiu 1%. A expectativa mediana do Valor Data era de aumento de 1,6%, com intervalo entre queda de 0,8% e crescimento de 2,8%. O comércio restrito acumula alta de 0,8% nos 12 meses até maio. No ano até maio, houve alta de 1,3%.

A queda de 1% foi a mais intensa para maio desde 2018, quando foi de 1,8%, observou o IBGE. Na comparação com todos os meses da série histórica da pesquisa, o recuo foi o maior desde dezembro de 2022, mês em que registrou perda de 2,7%.

No varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, material de construção e atacarejo, o volume de vendas diminuiu 1,1% na passagem entre abril e maio, já descontados os efeitos sazonais.

Os analistas de 21 bancos e consultorias esperavam queda de 0,5%, segundo a mediana. O intervalo das projeções ia de recuo de 2,2% a alta de 0,3% em maio. Em abril, frente a março, o comércio ampliado tinha caído 2,4% (após divulgação inicial de 1,6% de decréscimo).

Na comparação com maio de 2022, o volume de vendas do varejo ampliado subiu 3%. A expectativa mediana, pelo Valor Data, era de aumento de 4,4%. As projeções variavam entre elevação de 1,2% e 6,5%.

O IBGE mostrou ainda que a receita nominal do varejo restrito acumulou queda de 2,1% de abril para maio. Na comparação com maio de 2022, houve avanço de 0,3%.

Já a receita nominal do varejo ampliado – que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção – recuou 0,6% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2022, houve alta de 5,7%.

Metade das oito atividades pesquisadas no varejo restrito registrou baixa no mês em maio assim como na comparação com mesmo mês de 2022.

Entre os destaques negativos na passagem entre abril e maio, está o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, o de maior peso no comércio, com queda de 3,2%. Também registraram recuo nas vendas tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e móveis e eletrodomésticos (-0,7%).

Por outro lado, registraram crescimento artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), combustíveis e lubrificantes (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

No varejo ampliado, que inclui automóveis e peças, material de construção e atacarejo, houve alta de 2,1% em veículos, motos, partes e peças, e decréscimo de 0,9% em material de construção, na série com ajuste sazonal.

Das 27 unidades da federação, 23 apresentaram queda no volume de vendas entre abril e maio, com destaque para Alagoas (-5,9%), Rondônia (-5,3%) e Paraíba (-4,6%). Por outro lado, foram três altas – Tocantins (1,8%), Maranhão (0,4%) e Minas Gerais (0,4%) – e uma estabilidade (Amazonas).

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/07/14/vendas-no-varejo-tem-baixa-de-1percent-em-maio-e-caem-mais-que-o-esperado.ghtml

Queda no varejo reflete crédito apertado e dívidas; programa Desenrola pode ajudar, dizem analistas

Vendas varejistas em maio mostraram valores negativos tanto para os segmentos de renda (-4,3%) quanto para as atividades de crédito (-3,8%).

O desempenho fraco das vendas no varejo em maio – o IBGE divulgou hoje uma queda mensal de 1,0% no conceito restrito e de 1,1% no comércio ampliado – reflete, segundo analistas, o momento de alto endividamento das famílias e as condições apertadas de crédito. Há uma expectativa de uma recuperação nos próximos meses, devido ao impacto das vendas de veículos motivada pelos estímulos ao setor dados pelo governo e pelo Desenrola, o programa federal de renegociação de dívidas que começa na próxima segunda-feira.

O Santander Brasil, destaca em sua análise da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) que, em termos gerais, os números de maio mostraram valores negativos tanto para os segmentos de renda, que caíram 4,3%, quanto para as atividades de crédito, que recuaram 3,8%.

“Foi um desempenho negativo para o varejo em maio. O índice amplo teve a segunda queda importante consecutiva, que compensou parte de seus ganhos recentes, seguindo um desempenho fraco de materiais de construção”, diz o analista Gabriel Couto.

Ele cita que o detalhamento do indicador mostrou um comportamento misto, uma vez que cinco em cada dez atividades varejistas caíram na margem. Vestuário (-3,3%) supermercados (-3,2%) e outros itens pessoais (-2,3%) foram os destaques no núcleo do índice. Móveis (-0,7%) também contribuíram negativamente.

Por outro lado, apresentaram alta os Farmacêuticos (+2,3%), livros (+1,7%), combustíveis (+1,4%) e material de escritório (+1,1%) contribuíram positivamente.

No índice amplo, os veículos tiveram um aumento de 2,1% no mês, compensando parcialmente a queda de 5,6% de abril, enquanto os materiais de construção caíram 0,9%.

Couto prevê que a atividade de varejo deve ter uma tendência de desempenho morno à frente. Com o resultado de hoje, o Santander mantém sua projeção de queda mensal de 0,4% para o IBC-Br, a “prévia” do PIB que o Banco Centra divulgará na semana que vem.

“Continuamos vendo sinais de desaceleração para a atividade ampla à frente, já que segmentos mais cíclicos indicam uma tendência contínua de desaceleração devido a condições financeiras altamente restritivas. Além disso, esperamos que o impacto positivo da safra recorde de verão se limite ao 1º trimestre e o início do 2º trimestre”, diz o analista do banco..

O economista da CM Capital, Matheus Pizzani, afirma que, apesar de ter surpreendido negativamente o mercado em termos de magnitude, o dado do IBGE divulgado hoje ficou em linha com as expectativas para o indicador em termos qualitativos.

“Isso porque, quando analisado o comportamento dos principais grupos de sua composição, é possível ver que a retração de maio foi causada por quedas em grupos como móveis e eletrodomésticos e até mesmo tecidos, vestiário e calçados, componentes sensíveis ao ciclo econômico e consequentemente aos efeitos da política monetária do país”, explica

A queda no grupo de hiper e supermercados, que possui elevada participação na composição do resultado do varejo, pode ser uma correção do forte crescimento registrado em abril, diz Pizzani, já que este grupo não sofre necessariamente com os efeitos da política monetária.

Estímulos

O economista espera uma recuperação nas vendas do varejo ao menos nas duas próximas divulgações, uma vez que o indicador de maio ainda não contemplou os efeitos da política de estímulo para a compra de automóveis. “Considerando o ano de 2023, a perspectiva já não é tão positiva, com os efeitos da desaceleração econômica, aumento do desemprego e crédito ainda

Para ele, existe uma possibilidade de amenização ou até de reversão de queda do comércio a depender do sucesso do programa Desenrola. A eficácia da implementação e o montante de recursos que conseguir efetivamente direcionar para o consumo das famílias é que vão ditar o ritmo de retomada do consumo, diz Pizzani.

Os economistas Marco Caruso e Igor Cadilhac, do PicPay, também acreditam que o volume de vendas do varejo doméstico deve ser impulsionado pelo do programa de incentivo aos carros populares. “Ainda assim, olhando à frente, o cenário é desafiador para o comércio, que enfrenta um crédito caro e o alto comprometimento da renda das famílias”, comentam.

“Por outro lado, precisamos analisar quais serão as consequências do Desenrola e o possível estímulo sobre os produtos eletrodomésticos. Para 2023, projetamos uma alta de 1,1% no comércio restrito e de 0,9% no comércio ampliado”, preveem.

Os especialistas do PicPay dizem esperar um IBC-Br de -0,2% no mês.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca que o setor de varejo surpreendeu para cima no início do ano, mostrando uma devolução parcial dessa expansão nos últimos meses. “Nossa visão para o comércio é a de que os juros elevados e a desaceleração da economia global devem seguir pressionando o setor à frente, especialmente em segmentos sensíveis a crédito”, alerta. “O setor deve andar de lado até o final do ano”, completa.

A projeção do C6 Bank é que o varejo ampliado feche o ano com crescimento próximo a 5% em relação ao ano passado. “Apesar de a PMC ter vindo mais fraca, mantemos a previsão de crescimento do PIB para 2023 em 2,5%. Para 2024, nossa estimativa é que o crescimento do PIB seja de 1%”, estima.

Na análise de André Cordeiro, economista-sênior do Banco Inter, atividades mais ligadas ao consumo discricionário têm sofrido sofrendo mais, como vestuário e móveis, que no acumulado dos últimos 12 meses recuam mais de 10%.

“Por outro lado, atividades mais ligadas ao setor de serviços, que avançou 0,9% em maio, mostram bom desempenho, como combustíveis e materiais de escritório. Portanto, nota-se atividades mais ligadas à demanda se enfraquecendo, o que era de se esperar dado o ambiente de crédito escasso e alto nível de endividamento das famílias”, explica

Cordeiro diz que o setor de serviços que ainda se encontra muito acima do nível pré-pandemia, o que tem evitado que algumas das atividades do varejo deteriorem de maneira mais aguda.

Sem pressão sobre o BC

Mirella Hirakawa, economista sênior da AZ Quest, afirma que é possível observar desde abril um impacto contínuo de desaceleração de fatores vindos do mercado de crédito. Ela explica que, para a análise da PMC, a AZ Quest separa o indicador dois grupos: o dos itens mais sensíveis à renda e os mais afetados pelo crédito. Na média móvel trimestral, esses últimos caem próximo de 1%, quanto os demais estão de mantendo de lado.

“O que esses dados contam é que a parte do mercado de trabalho, que seria mais sensível à rede, ainda encontra alguma resiliência. Mas dentro da composição do número, os mais sensíveis ao crédito já mostram alguma desaceleração”, afirma.

Essa retração, ligada à manutenção de juros em patamares altos, está em linha com as expectativas, sem trazer grandes preocupações em relação à velocidade dessa desaceleração, diz Mirella. OU seja, não devem interferir nas decisões de política monetária. “Não demanda nenhuma urgência do Banco Central em reagir, em linha com uma análise parcimoniosa e cautelosa do BC, sem necessidade de velocidades intempestivas de cortes de juros nas próximas reuniões”, comenta.

Para Leonardo Costa, economista da ASA Investments, os dados de hoje mostram que há uma clara perda de ímpeto no comércio e a esperada desaceleração do consumo vem ganhando mais consistência.

Para o Bradesco, a queda nas vendas varejistas mostra que o comércio começa a perder força na margem, como esperado, após surpresas de alta nas divulgações anteriores. “O dado é compatível com nossa expectativa de acomodação do PIB no segundo trimestre, ainda com crescimento (+0,3%).”

Carlos Lopes, economista no banco BV, afirma que a queda de maio já era esperada (sua projeção era de um recuo de 0,8%) porque está havendo uma espécie de devolução de parte dos ganhos observado nos meses anteriores.

“A gente ainda não tem série longa desse componente, que tem um peso relevante na série. Mas a dica dos últimos números é que esse setor foi muito bem nos últimos meses. Foi quem acabou puxando e dando essa discrepância do varejo nos últimos meses, com ganhos mais expressivos. E agora parece devolver parte dessa alta”, comenta.

A expectativa de Lopes é que o varejo vá continuar desacelerando, em função dos juros ainda bem acima de um nível neutro, que têm servido de freio para a economia. Mas ele considera que atividade está num nível bom, exatamente quando isso é colocado num contexto de juros altos.

Claudio Felisoni, presidente do IBevar e professor da FIA Business School, afirma que, observando as linhas de tendência das vendas dessazonalizadas, tanto no conceito restrito como no ampliado das vendas, existe praticamente uma situação de estabilidade desde o início de 2022, estendendo-se também no exercício de 2023.

“Obviamente, há movimentos para cima e para baixo no entorno dessa tendência, porém não são alterações significativas do perfil de evolução das vendas. Esse quadro é compatível com a evolução das variáveis condicionantes do consumo”, comenta

Ele lembra que tem havido uma retomada do emprego e uma melhora da renda real disponível com o arrefecimento do ritmo inflacionário. E que isso corrobora essa análise o resultado em doze meses de apenas 0,08%, em que pesem os quatro últimos resultados positivos.

Felisoni diz que na análise das disposições de compra dos indivíduos captada por levantamentos nas redes sociais com algoritmos de inteligência artificial utilizados pelo Ibevar, de 22 segmentos do varejo (de bens e serviços) examinados algoritmos, apenas 5 registram retração.

“O longo período de estabilidade do consumo, a queda da inflação, a esperada redução da taxa básica (Selic), com seus reflexos, ainda que demorados na ponta, e o impulsionamento do emprego, justificam visão mais auspiciosa para o consumo nos próximos meses.”

https://www.infomoney.com.br/economia/queda-no-varejo-reflete-credito-apertado-e-dividas-programa-desenrola-pode-ajudar-dizem-analistas/

Guerra de ofertas? Grandes varejistas competem pela atenção dos consumidores

Clientes têm a oportunidade de conseguir bons descontos e encontram uma ampla variedade de produtos.

No mês de julho deste ano, o cenário do varejo se transformou em uma verdadeira corrida pela atenção dos consumidores. É uma época geralmente marcada pela calmaria nas vendas, devido à ausência de datas comemorativas expressivas. No entanto, as grandes varejistas estão determinadas a reverter esse cenário e manter o comércio aquecido através de eventos promocionais estratégicos.

Neste contexto, destaca-se o já conhecido Amazon Prime Day, um evento exclusivo para membros do serviço Prime da Amazon. Porém, outras empresas como Mercado Livre, Shopee, Shein e Magazine Luiza também entraram nessa disputa, oferecendo promoções atrativas com muitos descontos para os clientes.

Além dos preços reduzidos, essas empresas estão investindo em estratégias de fidelização, oferecendo benefícios exclusivos para os assinantes, como frete grátis, vouchers e acesso a conteúdos adicionais. Nessa maratona de promoções, os consumidores têm à disposição uma ampla variedade de produtos e a oportunidade de encontrar as melhores ofertas disponíveis no mercado.

Amazon Prime Day

A Amazon realiza o Amazon Prime Day, um evento anual de descontos que abrange 25 países, incluindo o Brasil em sua quarta edição nos dias 11 e 12 de julho. Com promoções em diversas categorias de produtos, a gigante do e-commerce ofereceu descontos até 30% em eletrônicos, além de 50% em livros de diversas editoras.

Para estimular os usuários no Brasil, a Amazon ofereceu até três meses de assinatura gratuita do Amazon Prime e um cupom de R$ 100 de desconto em compras acima de R$ 200, em uma parceria com a bandeira de cartão Visa. Além disso, a empresa promoveu ações específicas envolvendo o Amazon Music e o Prime Video, criando estratégias comerciais em diferentes braços de negócios.

Segundo Camila Nunes, diretora de Marketing da Amazon Brasil, “O Brasil é um dos países com o maior crescimento do mundo em membros Amazon Prime. O Prime Video, por exemplo, é um produto cada vez mais popular.” Essa popularidade crescente do Prime Video destaca o valor adicional que a assinatura do Amazon Prime traz aos consumidores brasileiros.

Durante o Prime Day da Amazon foi possível encontrar ofertas de até 40% de desconto em dispositivos Amazon, incluindo a linha Echo com Alexa, novos Echo Pop e Echo Dot 5ª geração. Eletrônicos de marcas como Apple, Samsung, VAIO, Positivo, Compaq, TP-Link e Intelbras estão com até 30% de desconto. Moda, casa, cozinha, decoração, cuidados pessoais, bebidas, esporte, fitness, pet e brinquedos também têm descontos.

Mercado Livre: Descontaço e benefícios para assinantes nível 6

O Mercado Livre entrou na disputa e também lançou sua campanha promocional chamada “Descontaço”, que vai até o dia 16 de julho. A empresa vai ferecendo mais de R$26 milhões em descontos e ofertas de até 70%, frete grátis em alguns produtos e parcelamento em 12 vezes sem juros. O evento reúne milhares de produtos em categorias como eletrodomésticos, casa e decoração, celulares, televisores, informática, moda, beleza, etc.

Além das ofertas-relâmpago e cupons de desconto disponibilizados durante o “Descontaço”, os assinantes do Nível 6, programa de fidelidade do Mercado Livre, também dispõe de condições exclusivas. Para aqueles que ainda não são assinantes, há uma oferta especial durante a campanha promocional, com desconto de 45% na assinatura do Nível 6 durante o primeiro mês.

Magazine Luiza: liquida de milhões

O Magazine Luiza também entrou na guerra de ofertas com a campanha “Liquida de Milhões“. A varejista oferece R$ 50 milhões em descontos até o dia 13 de julho. Com uma ampla variedade de categorias participantes, como eletrodomésticos, móveis, esporte, games, livros, casa e construção, moda, mercado e muito mais, a empresa tem em vista atrair e disputar a atenção dos consumidores.

Ofertas encerradas de julho: 7.7 Aniversário Shopee e Double Date Shein

A Shopee comemorou os 3 anos de vendedores brasileiros na plataforma com o 7.7 Aniversário Shopee. Durante essa promoção, foram disponibilizados R$ 7 milhões em vouchers de descontos, cupons adicionais de frete grátis para compras acima de R$ 10 e ofertas com descontos de 20% a 50%.

Além disso, a plataforma realizou um sorteio, oferecendo 1 ano de Shopee Grátis para sete clientes. As promoções vigoraram até o dia 10 de julho e abrangeram diversas categorias, como casa e decoração, beleza, roupas, computadores, alimentos, sapatos, celulares, entre outras.

A Shein também realizou a sua promoção chamada Double Date, oferecendo descontos de até 85%. Essa campanha especial ocorreu até a segunda-feira (10) do mês de julho. O catálogo da Shein ofereceu produtos de diferentes categorias. Entre elas: vestuário feminino, masculino, infantil e plus size, além de itens para cama, mesa e banho, acessórios, eletrônicos e materiais de escritório.

Relação entre ofertas e fidelização do cliente

Esse clima de competição no varejo não apenas para superar os concorrentes em vendas e oferecer descontos, mas também para conquistar e fidelizar os consumidores. A fidelização do cliente é um processo de vendas essencial, especialmente em um contexto onde os consumidores têm à disposição uma ampla variedade de ofertas.

Para se destacar, as varejistas vão além do preço, oferecendo benefícios adicionais. Essas promoções cada vez mais agressivas em períodos estratégicos buscam incentivar os consumidores a escolherem uma determinada loja. Nesse cenário competitivo, os consumidores têm a oportunidade de escolher entre uma ampla variedade de opções e encontrar os melhores negócios.

Fonte: https://www.consumidormoderno.com.br/2023/07/11/guerra-ofertas-varejistas-competem/?eg_sub=958b3d1ad0&eg_cam=db80b9965fda982e1b36e0df1228f18a&eg_list=2

Fórum E-commerce Brasil 2023: confira as tendências para a Black Friday e outras datas importantes com a Criteo

O Fórum E-commerce Brasil 2023, maior evento de e-commerce da América Latina, está próximo e, como sempre, a Criteo marca presença trazendo o que há de mais moderno e relevante no mundo para o mercado latino-americano.

Entre 25 e 27 de julho, você poderá visitar o estande personalizado da Criteo, com os executivos prontos para iniciar discussões ricas a respeito das oportunidades do segundo semestre e da alta temporada de compra de fim de ano, como a Black Friday.

Mas, como compromisso de compartilhar sempre as melhores informações com clientes e interessados, abaixo estão alguns dos insights do relatório “Preview da Alta Temporada de Compras 2023” da Criteo. O material traz, recomendações, dados e muito mais sobre essa sazonalidade, a fim de ajudar empresas a se planejarem para o período mais importante de vendas do ano.

Antes de mais nada, é preciso dizer que a Black Friday de 2022 foi imensa. As vendas quintuplicaram em relação à média de outubro apenas no fim de semana da promoção. Os CPC’s, que começaram a subir duas semanas antes da data, alcançaram um pico de 79% na data da promoção. As compras de novos consumidores perto da Black Friday saltaram 449%, aumentando em 9% o share desse tipo de consumidor em relação com outubro, aumentando a base e voltando a comprar nos mesmos varejistas novamente dezembro e março de 2023.

No Brasil, as categorias e produtos que mais cresceram em vendas durante a Black Friday foram Casa e Jardim, com produtos como Fritadeiras (+1.627%), Geladeiras (+1.086%), Máquinas de Lavar (+974%) e Aspiradores de Pó (+936%); Eletrônicos, com Laptops (+1.156%), Celulares (+814%); e Móveis, com Colchões (+541%) e Sofás (+520%) representando os maiores crescimentos nessas categorias.

Diante desses resultados, as datas de fim de ano prometem ter uma concorrência ainda maior e requerem muito planejamento para se alcançar excelentes objetivos. Por isso, os especialistas da Criteo buscam as melhores práticas dentre vários clientes grandes e pequenos e prepararam um passo-a-passo em 4 etapas:

Preparação: Entre o fim de setembro e fim de outubro é hora de arrumar a casa. Atualização de SKUs, alinhamento dos principais KPIs para a temporada, finalização e confirmação de orçamentos para as campanhas do 4º tri. Estudo de dados de performance para entender as tendências e demandas de performance de acordo com a categoria, sempre utilizando ferramentas de otimização para alavancá-las. Por fim, utilização dos resultados para solidificação da estratégia para novembro e dezembro. Neste período, os consumidores passam os primeiros 15% de suas jornadas de compra pesquisando sua categoria de interesse até a primeira visita no site onde acabarão por fechar sua compra. Portanto, o fundamental é se manter visível e oferecer ofertas atraentes em vários canais e varejistas. As marcas que mais investem começam com 29% de seus orçamentos neste período.

Ramp-Up: Entre o fim de outubro e as vésperas da Black Friday é o período em que os consumidores estão mais engajados em suas jornadas de compra. Aqui é quando os investimentos em publicidade devem crescer, o que pode significar uma concentração de 44% do orçamento, conforme identificado noestudo. Aqui é hora de começar com uma revisão da estratégia do período anterior, ajustar para uma performance ainda melhor.

Cyber 5: Aqui é a hora de executar a melhor estratégia, a semana crucial compreendendo a Black Friday e a Cyber Monday. Tudo deve estar testado e funcionando da forma mais regular possível, mas controlado de tal forma que novas oportunidades não sejam perdidas.

Retenção: Passado o tsunami de vendas, é hora de capitalizar sobre as oportunidades para o Natal e Ano Novo e transformá-las em outro tsunami. O restante do orçamento deve entrar aqui para suportar novos clientes e levá-los a uma nova compra antes que o ano acabe ou até o início de janeiro.

Estas tendências e muitas outras poderão ser exploradas pelos executivos da Criteo no estande da empresa no Fórum E-Commerce Brasil 2023, que acontece no Transamérica Expocenter. Além de materiais incríveis, será uma ótima oportunidade de trocas e aprendizado.

Grupo Muffatto aumenta em 50% volume diário de entregas com apoio de solução da Tempo Certo

De acordo com a empresa, sistema YMS trouxe mais organização para os atacarejos e CDs do grupo; tempo médio para entregas caiu de 5 para 2 horas após a adoção da solução

 

Em parceria com a Tempo Certo, o Grupo Muffatto adotou uma solução YMS que proporciona o agendamento prévio da rotina de recebimentos, conferência antecipada de notas fiscais e maior controle do dia a dia nas docas. Segundo a empresa, a combinação de otimização interna com a tecnologia fez com que o volume passasse de 80 para 120 entregas diárias, entre carros, carretas e outros veículos.

Entre os ganhos, estão o aumento do volume diário de entregas recebidas nos pontos de atacarejo do grupo. “Nosso desejo é chegar a 180 entregas ao dia e com a solução da Tempo Certo passamos a ter mais visibilidade sobre a rotina dos pátios. Acompanhamos desde o agendamento até a chegada, descarga e saída de cada caminhão, identificando e tratando gargalos para mais eficiência no processo”, destacou Igor Gonçalves Novais, Supply Manager da companhia.

O tempo médio de entrega de cada veículo, após a implantação do sistema, caiu de 5 para duas horas. “Agora temos entregas fixas, além de agendamentos prévios muito mais eficientes. Ao agendar, o fornecedor já envia antecipadamente a nota fiscal do produto, que pode ser conferida previamente, evitando a necessidade de ajustar erros na hora em que o caminhão está no ponto de descarga. Assim, tratamos divergências e otimizamos todo o processo”, reforçou o executivo.

Atualmente, a solução da Tempo Certo é utilizada em duas lojas de atacarejo e mais seis centros de distribuição do Grupo Muffato, que deve expandir o uso da tecnologia para novos pontos que serão abertos, especialmente na capital paulista. São mais de mil fornecedores que realizam entregas nestes locais.

Marcelo Sardagna, CEO da Tempo Certo, explicou que o sistema tem como diferencial um dashboard intuitivo que facilita a tomada de decisão no setor de logística do varejo. “A companhia tem visibilidade sobre a sua agenda de recebimentos, pode tratar qualquer inconsistência, visualizar particularidades de alguns fornecedores e ainda garantir que não haja erros de entrega com a conferência antecipada das notas”, enfatizou.

A transformação digital levou o cliente para o centro das decisões?

Uma verdadeira transformação digital vai muito além de adotar a tecnologia como ferramenta para melhorar a eficiência de processos já existentes. Ela propõe uma reestruturação mais profunda em que soluções tecnológicas se tornam parte integrante da maneira como a empresa opera.

Isso traz impactos não só nos processos operacionais da companhia, em seu modelo de negócio e na sua cultura organizacional, mas também e principalmente na experiência do cliente.

As mudanças são sentidas e podem ser medidas no CX: segundo uma pesquisa da Altimeter, 30% das empresas que já implantaram a transformação digital aumentaram seu faturamento, 37% tiveram mais engajamento dos consumidores em canais digitais e 32% perceberam crescimento de visitantes em seus sites.

Além disso, para 55% dos grandes agentes da transformação digital, a evolução do comportamento e preferência dos consumidores é um dos grandes catalisadores para este processo.

“Ter o cliente no centro das decisões é um ponto-chave para atingir um diferencial competitivo. Aplicar tecnologia na experiência é onde está a maior oportunidade para a absoluta maioria do mercado corporativo”, fala Edney “Interney” Souza, especialista em inovação e marketing digital e professor em instituições como ESPM e Startse.

Transformação digital é acelerada com novos hábitos dos consumidores

Para o especialista, a digitalização das empresas e de vários aspectos da vida cotidiana, que já vinha acelerada, se intensificou na pandemia. Com essa mudança “forçada”, o consumidor adquiriu novos hábitos. Ele percebeu, por exemplo, que comprar online é mais prático, que trabalhar remotamente economiza tempo de deslocamento e que uma consulta por vídeo é mais fácil que ir ao consultório.

“Como consequência, os consumidores agora exigem de todo tipo de empresa esses recursos, como venda online, entrega via delivery, reunião por vídeo, etc. Assim, elas precisaram acelerar um processo de transformação digital mais horizontal enquanto estão se adaptando a essa realidade”, explica Edney “Interney” Souza.

Um relatório da McKinsey & Company de 2019, que estudou 124 empresas brasileiras de grande e médio porte de diversos setores, demonstrou que o nível de maturidade de transformação digital no Brasil estava próximo ao global, mas que ainda havia grande disparidade entre as empresas pesquisadas.


 

De lá para cá, a maioria das corporações se tornou cada vez mais ciente da importância da digitalização. No entanto, elas continuam diferindo no ritmo em que promovem as mudanças.

Enquanto uma pesquisa da IDC (Internacional Data Corporation) ouviu que 34% de CEOs de duas mil empresas globais acreditam que suas empresas vão estar totalmente transformadas digitalmente dentro de um ano ou menos, um relatório da Progress revelou que 47% das empresas não iniciaram este processo e 59% estão preocupadas de já ser tarde demais para isso.

De acordo com o especialista em inovação e marketing digital, Edney “Interney” Souza, para efetivar a transformação digital, em primeiro lugar as companhias precisam colocar os clientes no centro.

“Para se adaptar e se tornarem competitivas, devem entender as necessidades e expectativas dos clientes na era digital. Depois, devem revisar e, se necessário, alterar seus modelos de negócios para aproveitar as oportunidades oferecidas pela digitalização”, afirma.

Um dos gargalos que ele vê no Brasil é que a maioria das empresas empolgadas com a tecnologia até conseguem melhorar as vendas e atender mais clientes, porém ainda estão vendendo soluções antigas, que talvez o consumidor não queira mais. “É preciso repensar o negócio a partir da perspectiva do novo cliente”, diz.


Cliente no centro exige conhecimento de suas demandas e necessidades

Colocar o cliente no centro no processo de transformação digital, portanto, significa entender o consumidor da era digital, assim como seus novos hábitos, demandas e necessidades. O bom é que a própria digitalização e a crescente disponibilidade de dados facilitam este conhecimento.

Com a correta coleta, organização e análise destes dados, as empresas podem obter insights valiosos sobre o comportamento e as preferências de seus clientes, inclusive permitindo personalizar suas ofertas e a jornada de compra.

Neste sentido, uma pesquisa da Accenture constatou a tendência da demanda por personalização. Segundo o levantamento, pelo menos 75% dos clientes afirmam ter maior probabilidade de comprar de uma empresa que os reconhece pelo nome, conhece seu histórico de compras e recomenda produtos com base nestes dados.

Outro ponto positivo deste cenário de digitalização é que priorizar CX é possível para todo tipo de negócio: “o jogo de experiência funciona para os pequenos, médios e grandes, novos e antigos. Você volta ao lugar que teve uma boa experiência, compra de novo e fica fiel, não importa o tamanho da marca”, acrescenta Edney “Interney” Souza.


Como transformação digital agrega valor ao cliente

O especialista em inovação e marketing digital diz que existem quase infinitas maneiras de agregar valor ao cliente por meio da transformação digital, então o importante é focar na proposta de valor adequada.

Por exemplo, se a empresa quer oferecer conveniência, pode tornar seu produto ou serviço mais simples de usar, acessível e com facilidade de pagamento e entrega. Já se quer se destacar pela exclusividade, pode pensar em personalização no atendimento.

“Para cada proposta existe uma lista de transformações tecnológicas possíveis que aumenta a percepção de valor na perspectiva do cliente. E o passo mais importante é ter clareza sobre qual é a proposta de valor desejada”, comenta.

Ele ainda cita duas empresas globais que utilizaram a transformação digital para melhorar a experiência do cliente, colocá-lo no centro das decisões e agregar valor: Amazon e Netflix.

A primeira tem usado a tecnologia para tornar a experiência de compra online a mais simples e conveniente possível, melhorando a usabilidade das plataformas digitais, aumentando a confiabilidade dos produtos e oferecendo recursos como recomendações personalizadas, revisão de produtos e entrega rápida.

Além disso, a Amazon ainda oferece serviços agregados, como assinaturas gratuitas e descontos em streamings. Na América Latina, o Mercado Livre tem seguido pelo mesmo caminho.

Já a Netflix utiliza algoritmos não só para recomendar e oferecer conteúdo personalizado aos usuários, mas também considera estrategicamente os dados de consumo para determinar em que direção vai expandir seu portfólio, enriquecendo suas produções próprias.

Prime Day: além de Amazon, Mercado Livre, Shopee, Magalu e Shein têm descontos de até 85%

Varejistas aproveitam intervalo de datas promocionais para ofertas especiais

O mês de julho, embora seja de férias escolares, funciona no varejo como um intervalo de datas promocionais — depois do dia do consumidor, dia das mães, dia dos namorados e antes do das crianças, Black Friday e Natal, por exemplo, que acontecem no segundo semestre.

Para aproveitar essa brecha de calendário, as varejistas promovem eventos para manterem as vendas aquecidas. A Amazon vai promover seu já conhecido evento exclusivo para membros do serviço Prime, conhecido como “Prime Day”, entre amanhã (11) e quarta-feira (12).

Por um período, a Amazon teve essa data “só para ela”, atendendo exclusivamente seus assinantes. No Brasil será a quarta edição da campanha promocional.

Outras varejistas, porém, ocuparam rapidamente o espaço de competição com a americana: Mercado Livre, Shopee, Shein e Magazine Luiza estão com promoções em andamento de até 85% e ampliadas para todos os clientes.

Confira, por empresa, os destaques das promoções em julho:

Prime Day, Amazon

O Prime é uma assinatura, concorrente de Netflix, GloboPlay, que custa R$ 14,90 por mês e oferece, além do acesso a filmes e séries, frete grátis, plataforma de música, livros e jogos, entre outros benefícios.

O Prime Day oferece descontos exclusivos para seus assinantes. Esta é a oitava edição no mundo, e a quarta no Brasil.

Serão milhares de produtos com promoções que podem passar dos 60% aos clientes do serviço, que chegou ao país em setembro de 2019.

A empresa está fazendo um “esquenta Prime Day” com descontos menores que já estão valendo nesta semana antecipando a data oficial da campanha.

Descontaço, Mercado Livre

O Mercado Livre está oferecendo mais de R$26 milhões em descontos até 16 de julho. A campanha reúne milhares de produtos com até 70% de desconto, frete grátis em alguns produtos, e parcelamento em 12 vezes sem juros.

Entre as categorias que recebem descontos estão: as linhas de eletrodomésticos, casa e decoração, celulares, televisores, informática e moda e beleza, entre outros.

Durante o “Descontaço”, os consumidores terão acesso a ofertas-relâmpago, que serão disponibilizadas a qualquer momento na plataforma, e cupons de descontos.

Seguindo a mesma estratégia da Amazon, os assinantes do Nível 6, programa de fidelidade do Mercado Livre, também terão cupons e condições exclusivas. Para os clientes que ainda não são assinantes e querem aproveitar os benefícios do programa, a assinatura na plataforma estará com 45% de desconto, por apenas R$9,90 no primeiro mês durante a campanha promocional.

O Nível 6 dá acesso a vantagens como frete grátis** nas compras a partir de R$79 e envios rápidos em milhares de produtos, além de acesso ao conteúdo das plataformas de streaming Disney+ e Star+, e descontos especiais para acesso aos streamings HBOMax, Paramount+, Deezer e Lionsgate.

Liquida de Milhões, Magalu

O Magazine Luiza está oferecendo R$ 50 milhões em descontos até o dia 13 de julho. A empresa não divulgou um desconto máximo.

Entre as categorias participantes estão: eletrodomésticos, móveis, esporte, games, livros, casa e construção, moda, mercado, entre outros.

7.7 da Shopee

A Shopee, por sua vez, promove o 7.7 Aniversário Shopee em comemoração aos 3 anos de vendedores brasileiros na plataforma.

Serão disponibilizados R$ 7 milhões em vouchers de descontos, assim como cupons adicionais de frete grátis para compras a partir de R$ 10, além de ofertas de 20% a 50%. A plataforma também irá sortear 1 ano de Shopee Grátis para sete pessoas. As promoções vão até dia 10 de julho.

Entre as categorias da promoção estão: casa e decoração, beleza, roupas, computadores, alimentos, sapatos, celulares, entre outras.

Double Date, Shein

A Shein também está ofertando promoções com até 85% de desconto. A empresa está com ofertas especiais até esta segunda (10) para a double date do mês.

A campanha abrange um catálogo diverso com descontos tanto em produtos de crossborder como de marketplace e fabricação brasileira. São milhares de produtos em vestuário feminino, masculino, kids e plus size, cama, mesa e banho, acessórios, eletrônicos e materiais de escritório e organização, entre outros.

Estratégias do varejo sobem de patamar

Open finance facilita a dissolução de fronteiras entre o setor e o sistema bancário

A multicanalidade e o casamento entre finanças e varejo está ampliando a convergência entre os dois segmentos. Enquanto o varejo se esmera na oferta de produtos financeiros, os bancos passam a oferecer marketplaces recheados de produtos e serviços para angariar receitas e promover fidelização. Com o open finance, as estratégias ganham novo patamar por meio da troca de informações entre empresas de ambos os setores.

A Natura começou a integrar canais de venda direta e on-line em 2012, juntou lojas físicas em 2016 e está presente até em plataformas de e-commerce, como a Tmall, por meio da qual atende o mercado chinês. Hoje 82% de suas 4 milhões de consultoras na América Latina têm lojas próprias para atender clientes, cujas compras são entregues em casa ou por meio das vendedoras, que já dominam também o social commerce para exibir os produtos e suas formas de uso em suas próprias redes.

Uma jornada on-line também pode ser finalizada em loja física. A marca australiana Aesop, recentemente vendida para a L’Oreal, chegou a contar com a possibilidade de consulta personalizada para demonstração dos produtos, com direcionamento posterior para canal físico ou digital. A aposta tecnológica da Natura inclui ainda desde prospecção de bioativos com modelos preditivos até ferramentas para a interessada escolher o tom certo de maquiagem via aplicativo ou site e a fintech Natura e Avon Pay para apoiar as vendas das consultoras com crédito e educação financeira.

“O open finance traz nova oportunidade de troca de informações e engajamento de clientes”, diz Paula Andrade, vice-presidente de varejo da Natura &Co América Latina. Os dados são fundamentais para estruturar ofertas mais personalizadas, tanto no varejo quanto no sistema financeiro. Bancos como Inter e Banco do Brasil já investiram em ofertas de produtos não financeiros (beyond the banking) para trazer novas receitas e mais dados comportamentais para conectar finanças com consumo.

Segundo Vitória, além da experiência fluida, a integração ajuda a entender melhor o consumidor, mas traz desafios antes desconhecidos do setor bancário – como a logística para atender clientes em todo o território nacional.

Já o Banco do Brasil adotou plataforma de benefícios recheada de parceiros, com clube de benefícios por assinatura e alternativas para recompensar clientes, como cash back com retorno de dinheiro em conta corrente e recursos como telemedicina ou descontos em entretenimento. De acordo com Larissa Novais, diretora de clientes varejo MPE e PF do banco, a estratégia rende valor para a marca e o relacionamento e engajamento dos clientes usuários da plataforma 30% superior aos demais.

Presente em 93% dos municípios e 82 milhões de clientes, o BB já tem 709 modelos diferentes de comunicação para dialogar melhor com perfis diversos, que podem incluir desde uma criança até um empresário de pequeno porte.

A jornada de varejo é apoiada pelos fornecedores de tecnologia. A Diebold Nixdorf oferece desde solução de biometria facial até oferta de QRCode, diz Matheus Neto, gerente de pré-vendas da Diebold Nixdorf. “Tecnologias como IA ajudam a identificar o momento em que um cliente deixou de ser prestador de serviço para ser dono da empresa, por exemplo.”