E-commerce impulsiona empresas para atender ao próprio setor

O comércio eletrônico brasileiro alcançou a receita de R$ 262,7 bilhões em 2022; Thiago Camargo, CEO da Shipack, explica quais são os principais produtos demandados pelo setor.

O comércio eletrônico brasileiro alcançou a receita recorde de R$ 262,7 bilhões em 2022, um crescimento de 1,6% em comparação ao ano precedente, conforme indicativos da NielsenIQEbit. Segundo o estudo, o número de pessoas que consomem por meio do e-commerce no país avançou 24% em 2022, em relação a 2021.
Para os próximos anos, as perspectivas também são positivas. A modalidade deve crescer 55,3% até 2025, segundo uma projeção do relatório Global Payments Report, divulgado pela Worldpay from FIS, No Brasil, as vendas on-line devem aumentar 95% nos próximos dois anos.

Thiago Camargo, CEO da Shipack, empresa do setor de embalagens, chama a atenção para o fato de que a expansão do e-commerce impactou na criação de serviços e produtos específicos para atender aos empreendimentos que atuam na área.

“A crescente demanda do comércio eletrônico abriu espaço para que as empresas de tecnologia, logística, ERPs, emissores de nota fiscal, e tudo aquilo que rodeia esse universo, pudessem criar soluções para ajudar os vendedores de e-commerce”, afirma.

Camargo explica que, com o crescimento do comércio on-line, tornou-se evidente a necessidade dos lojistas em adquirir embalagens e insumos de qualidade voltados para a área.
“Nós, como lojistas do e-commerce, sentimos a dor desse setor com a falta de embalagens adequadas e, principalmente, a alta demora de envio dos insumos após a compra – o que atrasa o envio das vendas realizadas nas plataformas virtuais, acarretando o descontentamento dos clientes”, acrescenta.
Sendo assim, prossegue Camargo, a expansão do e-commerce fez com que os vendedores on-line precisassem de rapidez e agilidade no envio de suas compras de insumos, e que pudessem confiar na qualidade da embalagem ou produto para que não o deixassem na mão no momento da crescente de vendas.
“Dessa forma, a criação dos insumos pela Shipack para as vendas digitais se deu, de modo específico, devido à ‘dor’ dos lojistas frente à crescente demanda da modalidade e a necessidade de uma marca voltada 100% para essa demanda”, acrescenta.

O CEO da Shipack explica que diversas soluções podem ser empregadas nas empresas que atuam com e-commerce, como etiquetas térmicas para a impressão dos dados de envios, notas fiscais e envelopes de segurança para percorrer grandes distâncias para o envio em todas as regiões possíveis.

“Além disso, o mercado já oferece outros produtos para o comércio eletrônico, como fitas autocolantes, caixas de papelão dos tamanhos mais utilizados no mercado, e acessórios aplicados à expedição, como tesoura, estiletes e passa fita, entre outros necessários para uma loja do segmento que precisa enviar os produtos para os clientes”, conta Camargo.

Plano de tributação para compras internacionais será finalizado nos próximos dias, diz Ministro

Objetivo é que varejistas estrangeiras como Shein e Shoppe passem a arrecadar impostos no Brasil.

Técnicos do Ministério da Fazenda estão finalizando um plano para estabelecer os parâmetros para a atuação de gigantes do varejo online no Brasil, como AliExpress, Shein e Shopee, disse nesta segunda-feira (29) o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Haddad disse que a proposta de regulamentação está quase pronta, mas não revelou qual será a alíquota sobre as varejistas. “Não diria nesta semana, mas nos próximos dias. Está nos ‘finalmentes’. (A alíquota) ainda não está decidida”, afirmou.

Entre as medidas a serem estabelecidas, está a tributação e regulamentação conforme as normas brasileiras de operação no comércio de produtos. Não deverá ser criado um novo imposto, já que a tributação de 60% sobre as remessas internacionais já está em vigor e é normativa da Receita Federal.

O estabelecimento de um plano de conformidade para a atuação das empresas – estabelecidas, em especial, na Ásia – vai ocorrer após o debate firmado em torno da proposta de acabar com o benefício de isenção de impostos para remessas internacionais no valor de até US$ 50.

O benefício é destinado a envios de pessoa física para pessoa física, mas o mecanismo vinha sendo utilizado para burlar a Receita Federal, estimam integrantes da equipe econômica.

Diante da pressão de consumidores, a equipe econômica do governo federal retrocedeu e manteve a regra de isenção para pacote de até US$ 50. Quando o recuo foi anunciado, o ministro da Fazenda disse que a regulamentação se daria já a partir da venda.

Ou seja, as empresas terão de preencher antecipadamente a declaração de venda dos produtos a consumidores do Brasil para fins de recolhimento do tributo.

Com ameaça do imposto na alfândega, compras do exterior despencam 25%

Dados do Banco Central mostram que a conta paga para as plataformas de comércio digital diminuiu em US$ 237 milhões em abril.

O medo dos impostos parece ter afastado muitos brasileiros das compras internacionais. Em abril, plataformas como Aliexpress, Shein e Shopee venderam 25% menos ao Brasil na comparação com março. Em dinheiro, a fatura do cartão de crédito diminuiu em quase R$ 1,2 bilhão no mês em que a taxação das compras do exterior ocupou parte do noticiário econômico.

Dados do Banco Central divulgados na última sexta-feira (26) mostram que, em abril, as compras internacionais de pequeno valor somaram US$ 700,9 milhões, 25,3% menos que a fatura paga em março. Na comparação com abril do ano anterior, a queda é de 20,1%.

É verdade que, em meio à discussão tributária, as grandes plataformas adotaram algumas medidas como incentivar as compras de vendedores brasileiros, instalados no território nacional, para evitar qualquer dor de cabeça alfandegária.

Mas os dados do BC mostram que, efetivamente, a conta paga a essas plataformas diminuiu em US$ 237 milhões. Convertido para reais, o valor equivale a R$ 1,18 bilhão a menos na fatura do cartão e em pacotes no centro dos Correios em Curitiba.

E, assim, o governo conseguiu – pelo menos temporariamente – reduzir um pouco o ritmo das compras. Tristeza dos vendedores asiáticos, felicidade dos varejistas brasileiros.

Imposto de 60%
É fácil entender o temor de alguns clientes. O imposto de importação para compras internacionais de pequeno valor é de 60%. Ou seja, se um pedido somar R$ 100, o imposto devido será de R$ 60. Muitas vezes, o tributo pode anular a vantagem de preço dos vendedores asiáticos.

Atualmente, o governo brasileiro conversa amigavelmente com as grandes plataformas para alterar o processo de entrada dessas encomendas no Brasil. A Receita Federal quer ter detalhes das compras antes do desembaraço aduaneiro. Para isso, negocia um novo protocolo com as gigantes Aliexpress, Shein e Shopee.

A ideia é ter informações mais detalhadas sobre cada pedido. Atualmente, apenas cerca de 2% dos pacotes que chegam pelos Correios têm a declaração detalhada enviada à Receita Federal.

A União Europeia firmou acordo desse tipo e, em muitos casos, os impostos europeus são pagos pelos clientes na hora da compra, diretamente na plataforma asiática.

Em troca, o Fisco do Brasil promete que compras com imposto pago antecipadamente chegarão mais rápido em casa porque passarão pelo “canal verde” da Receita.

Marcas aderem ao Dia Livre de Impostos com descontos e promoções

A edição anterior contou com a participação de 26 estados e o Distrito Federal e movimentou R$ 3 bilhões na economia.

Dia Livre de Impostos
Diversas marcas vão participar do Dia Livre de Impostos com promoções e descontos. A ação tem o objetivo de chamar a atenção para a alta carga tributária paga por todos os brasileiros diariamente. No ano passado, o brasileiro teve que trabalhar 149 dias somente para pagar impostos.

A edição anterior contou com a participação de 26 Estados e do Distrito Federal e movimentou R$ 3 bilhões na economia, segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL Jovem).

As lojas da Havan vão aderir à campanha, com uma promoção exclusiva aos clientes nesta quinta-feira, 25. Os produtos estarão com até 50% de desconto, com a empresa arcando com os custos de todos os impostos do item selecionado.

“Nas edições anteriores, apenas os Postos Havan, localizados em Santa Catarina, participaram. Neste ano, a promoção será realizada somente nas lojas, o que possibilita a participação das 174 megalojas da rede”, explica o dono da Havan, Luciano Hang.

Os lojistas do Ilha Plaza Shopping, no Rio de Janeiro, estarão mobilizados para a campanha. O shopping oferece descontos a partir de 10% em diversos produtos em lojas participantes. Na iniciativa deste ano, marcas como Toulon, Valisere, Peahi, Euro colchões e D&C kids também participarão.

Durante a campanha, as lojas participantes estarão identificadas com uma etiqueta que indica o desconto oferecido, que varia de acordo com o produto e a loja. Os clientes também poderão conferir a lista de lojas participantes no site oficial do shopping ou nas redes sociais do estabelecimento.

Descontos em todos os canais
A Wine, clube de assinatura de vinhos, também participa da campanha. Os mais de 500 rótulos do portfólio da marca estarão com até 80% de desconto até o final do mês.

“Os descontos chegam a 80% e se aplicam às compras realizadas em todos os nossos canais, como aplicativo, e-commerce, lojas físicas e venda B2B, com a Cantu Importadora, para restaurantes, supermercados, adegas e demais estabelecimentos. Realizamos a campanha Imposto Zero há cinco anos consecutivos, como forma de respeito aos nossos sócios e clientes, mostrando o impacto das altas cargas tributárias no vinho”, diz Alexandre Magno, diretor de Oimpostoperações da Wine no Brasil.

Brasileiros gastaram 25% a mais no e-commerce no Dia das Mães

No primeiro Dia das Mães após o fim da emergência de saúde pública para a Covid-19, o e-commerce continuou a apresentar crescimento nas vendas relacionadas à data. Não só a busca por presentes aumentou de forma significativa, mas também o valor médio que o brasileiro investiu para presentear as mães.

É o que aponta a Rakuten Advertising, especializada em tecnologia para publicidade e marketing digital. A empresa detectou um aumento de 15% no número de cliques em anúncios do e-commerce na semana que antecedeu o Dia das Mães deste ano em relação à semana anterior à data em 2022 – confirmando a tendência de alta da influência do e-commerce nas compras motivadas pela data especial.

Quanto ao valor gasto na internet para adquirir presentes para as mães, houve um crescimento de 25% no ticket médio. O valor das transações concretizadas após cliques em anúncios veiculados por parceiros de conteúdo subiram significativamente em 2023.

Esse aumento consagrou o Dia das Mães de 2023 como o de melhor performance no segmento de anúncios online nos últimos quatro anos, com concentração de 31% do volume de vendas já registrado neste mês de maio. Esse percentual supera os 28% registrados em maio de 2022 e até mesmo os 29% em maio de 2019, período pré-pandemia.

Os presentes mais escolhidos para as mães
Vestuário e acessórios lideraram as compras online de presentes para as mães. Mas segundo a análise da Rakuten, houve mudanças no resto do pódio. Eletrônicos de consumo ocuparam a vice-liderança e foram um dos grandes destaques desse último Dia das Mães. Em terceiro lugar ficaram os presentes de “casa e decoração”. Já as lojas de departamento caíram duas posições em comparação a 2022 e passaram a ocupar a quarta posição.

“O cenário é animador para o e-commerce e reforça um discurso que trazemos já há algum tempo: o brasileiro abraçou de vez as compras online durante o auge da pandemia de Covid-19 e manteve esse hábito mesmo após o fim do período de emergência”, diz Luiz Tanisho, vice-presidente da Rakuten Advertising no Brasil.

“Estratégias ligadas ao marketing de afiliados, como cashback e cupons de desconto, ajudam a impulsionar as vendas online e criam um diferencial competitivo na disputa pela preferência do consumidor”, complementa.

Para tentar entender o volátil comportamento recente do varejo

O setor de varejo no Brasil nos seus diferentes canais, categorias, formatos de lojas e modelos de negócio tem apresentado resultados que ora surpreendem positivamente, ora mostram estagnação ou mesmo queda, o que tem criado dificuldade por contrarirar as expectativas que foram geradas.

O conturbado período eleitoral, conjugado com os problemas gerados pelas Americanas e outras redes, mais o período turbulento de transição, dificuldades de articulação e falta de um projeto consistente, além dos percalços nas negociações com o Congresso e coordenação da própria equipe, têm criado um clima menos positivo para o consumo e o varejo.

Tudo isso foi potencializado pelas elevadas taxas de juros – sem entrar no mérito da discussão de sua necessidade –, alta inadimplência dos consumidores, nível de desemprego acima do desejável e pela inflação em queda, porém ainda elevada. Esses fatores geram forte impacto na intenção e na decisão de consumo.

Para completar o complexo cenário, temos um quadro estrutural de baixa recuperação da massa salarial, resultado da combinação de pequeno crescimento da renda real e do desemprego que se mantém elevado,agravado pelos auxílios que estão criando um desestímulo ao emprego formal.

A combinação de tudo isso afeta a confiança dos consumidores, que é elemento fundamental do interesse pelo consumo.

Tudo indica que esse quadro, nos planos macro e micro, deve permanecer assim nos próximos meses e gera cautela, contenção de investimentos e volatilidade no comportamento da economia pela ótica do consumo.

Os números, pelas mais diversas fontes, estão aí para mostrar esse nível de volatilidade.

O que foi divulgado pelo IBGE, dado oficial do comportamento do setor para o todo do varejo, relativs a março, mostra variação real positiva no ano de 2,4% e de 1,2% nos últimos 12 meses. Destaca-se o setor de super e hipermercados, com variação real positiva 3,2% no ano e a variação real negativa de 3,3% no setor de material de construção.

Outros setores afetados são o de tecidos, vestuário e calçados, com -4,7% no ano, e de -6,2% no setor de móveis e de -0,5% em artigos farmacêuticos e perfumaria.

Pelos números compilados pela Abras, com base na amostra de seus associados, o resultado é inferior aos dados oficiais do IBGE, com destaque para as variações negativas de fevereiro e março de 0,39 e 0,62, respectivamente, sobre os meses anteriores.

No formato de atacarejo, as vendas mesmas lojas têm frustrado expectativas pela ampliação do número de operações, mas no todo têm aumentado a participação dessa modalidade pelo apelo gerado pelos formatos orientados para valor considerando o cenário de incertezas.

Quando se considera o setor de foodservice, os números apurados pelo IFB (Instituto Foodservice Brasil) são mais cautelosos por conta da forte base de comparação que marcou o início do ano passado.

Os números atuais também são mais afetados pela inflação da alimentação preparada fora do lar, que, nos primeiros quatro meses, variou entre 7,82 e 8,04%, depois de ter permanecido a maior parte do ano passado bem abaixo da alimentação no lar, que variou ao longo do período de fevereiro a dezembro de 2022 de 10,14 a 17,5%.

Os dados apurados pela Cielo para o setor de foodservice, comparados com o mesmo mês do ano anterior, mostram para o período, no total, variação positiva de 16,4% em janeiro, 7,0% em fevereiro, 5,4% em março e 0,2% em abril, lembrando que são números impactados pela base de comparação no início do ano passado.

Enquanto o País discute como vai tratar as questões tributárias, o saneamento, as concessões, a suspensão de contratos e a politização de questões jurídicas, o consumo e o varejo, os maiores gerados de emprego do setor privado nacional, têm comportamento volátil, com tendência de piora, inibindo investimentos e postergando decisões estruturais pelo quadro de incertezas que se tornou o ambiente natural do momento.

É inegável que o período tem sido marcado por inegáveis dificuldades inerentes em parte pela pequena diferença na definição das eleições presidenciais, mas principalmente pela dificuldade de articulação, organização e a integração dos diversos setores e segmentos do País, que parece até mais dividido e atônito do que esteve no período eleitoral.

E os caminhos para uma retomada são razoavelmente básicos. Basta perguntar ao ChatGPT como viabilizar um maior crescimento do varejo e do consumo no Brasil neste momento e ele indicará cinco medidas para tal.

Estímulo à geração de emprego e à renda da população;
Redução da carga tributária para empresas e consumidores;
Investimentos em infraestrutura e logística para melhorar a distribuição de produtos;
Incentivo ao comércio eletrônico e a novas tecnologias de pagamentos;
Promoção de políticas de crédito acessível e de longo prazo para pequenos e médios empresários
Nada menciona sobre aumentar o tamanho do Estado ou considerar que é preciso desestimular a concessão ou privatização de negócios em que o setor público já se mostrou incompetente para administrar bem como concentrar tempo e atenção em revolver os problemas do passado sem pensar nas soluções para o futuro.

A volatilidade no comportamento no varejo, em seus diversos segmentos, setores, canais e negócios, além do próprio consumo, é apenas o reflexo indesejável dessa situação que só será equacionada quando for priorizada a pacificação e integração da nação para a construção de uma outra realidade.

Vale refletir.

Vendas no varejo do Brasil superam expectativas em março e fecham 1° tri com ganhos

As vendas no varejo brasileiro subiram muito mais do que o esperado em março sobre o mês anterior, registrando forte aumento frente ao mesmo período de 2022 e fechando o primeiro trimestre deste ano com ganhos sólidos, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (17).

Em março, as vendas no varejo tiveram alta de 0,8% em comparação com fevereiro, resultado bem melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de retração de 0,8% e marcando o primeiro avanço para o mês desde 2018 (+1,3%).

Em relação a março do ano passado, o volume de vendas saltou 3,2%, superando com força a projeção de baixa de 0,10%..

Esse desempenho ajudou o setor varejista a registrar avanço de 2,0% no volume de vendas no primeiro trimestre de 2023 na comparação com os três meses imediatamente anteriores, marcando o melhor desempenho nessa base de comparação desde o período de abril a junho de 2021 (+2,4%).

Agora, o setor varejista está 4,3% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, embora siga 2% abaixo do recorde da série, registrado em outubro de 2020.

“Há um fenômeno de reação e recuperação do varejo no primeiro trimestre deste ano, após dois trimestres seguidos de queda e com dois meses de alta dentro do período”, disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

“A inflação menor e o dólar mais baixo talvez sejam os fatores macro que mais contribuem para o varejo no trimestre… embora o crédito da pessoa física tenha andado de lado, assim como a massa de rendimento real e os (trabalhadores) ocupados em queda”, completou ele.

Os dados foram divulgados um dia depois da publicação do indicador ICVA, de vendas no varejo e calculado pela empresa de meios de pagamento Cielo, que mostrou queda de 2,8% nas vendas deflacionadas de abril sobre um ano antes.

Segundo o IBGE, o resultado de março foi influenciado pela alta de três das oito atividades do comércio varejista pesquisadas. O volume de vendas de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiu 7,7%, enquanto o de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria avançou 0,7% e o de Móveis e eletrodomésticos ganhou 0,3%.

Segundo Santos, a maior contribuição veio dos artigos farmacêuticos, que têm o segundo maior peso no indicador geral.

A atividade de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo – principal influência sobre o volume total de vendas – ficou estável, abandonando perdas anteriores, o que Santos atribuiu a “menor pressão inflacionária, que ajuda na receita do setor e no poder de compra das pessoas”.

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, teve alta de 3,6% das vendas em março.

Depois de encerrar 2022 com fraqueza, o setor varejista brasileiro deu um salto no início do ano, favorecido por onda de promoções e liquidações, mas tem à frente agora as consequências dos juros altos no país, que encarecem o crédito. A taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem sido criticado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A alta do setor varejista em março foi acompanhada de expansão de 1,1% da produção industrial e de 0,9% do setor de serviços, segundo relatórios divulgados pelo IBGE mais cedo neste mês.

Dia das Mães: compras no e-commerce crescem 11,8%, mas vendas totais caem 4,2%, mostra índice

Categoria Livrarias, Papelarias e Afins teve aumento de 10,6% na comercialização, enquanto vestuário caiu quase 8%

O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgou nesta segunda-feira (15) que as vendas para o Dia das Mães caíram 4,2%, mesmo com o volume maior no segmento online, que registrou aumento de 11,8%, contra queda de 6,0% nas compras em lojas físicas.

O ICVA considerou o período de 8 a 14 de maio.

Os segmentos de Vestuário e Móveis, Eletro e Depto foram os que puxaram a queda. Vestuário caiu 7,8%, enquanto Móveis Eletro e Depto, 2,1%. O aumento veio das categorias Livrarias, Papelarias e Afins, 10,6%; Óticas e Joalherias, com 5,6% de alta; e Cosméticos e Higiene Pessoal, 5,2% maior.

A Cielo avalia que o dia da comemoração neste ano pode explicar a queda. “Enquanto, em 2022 o Dia das Mães caiu no dia 8, período do mês em que o comércio está mais aquecido, por causa dos depósitos dos salários, em 2023 caiu no final da segunda semana do mês”, diz Carlos Alves, vice-presidente de produtos e tecnologia da Cielo.

O recuo nas vendas para a data foi registrado em todas as regiões do país, com maior queda na região Nordeste, de 7,1%. O Sudeste teve retração de 6,5%; o Norte, de -6,3%; o Centro-Oeste, de -5,6%; e o Sul, de -4,4%.

Quando consideradas as vendas presenciais, o estado do Amazonas puxa a baixa, com -13,4% em compras. Seguido pelo Ceará, 11,3%; Distrito Federal, -9,1%; Pernambuco, -8%; São Paulo, -7,5%; Bahia, – 7,1%; Santa Catarina, -6,3%; e Rio de Janeiro, -6%.

Shopee: média de R$ 200 nas compras do dia das mães

Brasileiros pretendem gastar em média R$ 200 para o Dia das Mães, aponta pesquisa da Shopee.

Dados do levantamento da plataforma mostram que o preço é um dos fatores determinantes para mais de 60% dos respondentes. Menos de 30% dos participantes escolheram o presente e 40% deles pretendem presentear com roupas na data.

Celebrado no segundo domingo de maio, o Dia das Mães é uma das datas mais esperadas pelo varejo no primeiro semestre. De acordo com uma pesquisa da Shopee, plataforma de comércio eletrônico que conecta vendedores, marcas e consumidores, os brasileiros pretendem gastar em média R$ 200 com o presente. Além disso, apenas 27% dos respondentes já sabem o que vão dar para suas mães. Entre os itens de preferência na hora da escolha estão roupas e acessórios (41%), itens de casa, cozinha e decoração (22%), produtos eletrônicos e de Saúde e Beleza (16%).

Preço é determinante na hora da escolha

Segundo o levantamento, para 61% dos respondentes o preço é o mais importante na hora da compra. Na sequência, vem a facilidade de encontrar o produto (15%), ser o presente que a mãe realmente deseja ganhar (15%) e, por fim, ser um presente que surpreenda (6%).

“O preço é o fator que mais preocupa os brasileiros. Por isso, eles pesquisam e procuram ofertas que caibam no bolso, sem deixar de presentear suas mães. Também notamos que a experiência de compra precisa ser fácil para que o consumidor não esvazie seu carrinho sem levar nada”, analisa Felipe Piringer, responsável pelo marketing da Shopee.

Hábitos na hora da compra

A pesquisa aponta também alguns hábitos dos brasileiros na hora de comprar durante datas comemorativas. A compra online é a escolha principal para 68% dos respondentes que afirmam ter o costume de comprar pela internet, seja para escolher o presente e depois procurar a loja com a melhor oferta (52%) ou primeiro olhar a faixa de preço e depois pesquisar na internet (31%).

Em relação às ferramentas utilizadas pelos consumidores para pesquisar os melhores presentes e descontos, o Google continua sendo a plataforma mais utilizada por 48% dos respondentes, enquanto 38% compram em lojas recomendadas e 31% seguem a indicação de amigos, comprovando que o “boca a boca” ainda é uma boa publicidade. Para 25% dos entrevistados, o Instagram é a melhor rede social para procurar produtos e 11% confiam no Youtube.

Sobre a Shopee

A Shopee é uma plataforma global de comércio eletrônico que conecta compradores, marcas e vendedores, capacitando qualquer pessoa a comprar e vender em qualquer lugar e a qualquer momento. O marketplace oferece uma experiência fácil, segura e envolvente que é apreciada por milhões de pessoas diariamente.

Além disso, a Shopee oferece uma ampla variedade de produtos de vendedores brasileiros e internacionais, apoiados por pagamentos e logística integrados, sendo uma das principais contribuintes para a economia digital da região, com o firme compromisso de ajudar marcas e empreendedores locais a terem sucesso no comércio eletrônico.

Lançada pela primeira vez no Sudeste Asiático e em Taiwan em 2015, a Shopee iniciou suas operações no Brasil em 2019 com equipe local e escritório na cidade de São Paulo. A empresa faz parte da Sea Limited (NYSE: SE), líder global de internet para consumidores cuja missão é melhorar a vida dos consumidores e pequenas empresas com tecnologia por meio de seus três negócios principais: Shopee, Garena e SeaMoney.

Governo finaliza plano para enquadrar sites como Shein e Shopee

Após polêmica por tentativa frustrada de acabar com isenção de US$ 50 para remessas entre pessoas físicas, Receita Federal inicia ação de ‘conformidade’ para tributar importados.

O Ministério da Fazenda finaliza, nesta semana, medidas para fazer com que empresas de e-commerce, especialmente os estrangeiros (como Shein e Shopee), paguem os tributos devidos e respeitem a legislação brasileira.

A lista de ações será encaminhada para as empresas, que poderão fazer a adesão a uma espécie de plano de conformidade. A ideia surgiu depois da polêmica criada pela intenção do governo de acabar com a isenção de US$ 50 nas remessas de importados de pessoa física para pessoa física — forma pela qual a Receita Federal acredita que as plataformas de comércio eletrônico estrangeiras “burlam” o pagamento dos impostos. O presidente Lula mandou suspender a ideia depois da má repercussão.

Integrantes da Fazenda ressaltam agora que não haverá aumento nem criação de tributos, porque o imposto já existe. Trata-se de um esforço para que os impostos de importação devidos sejam efetivamente pagos.

A equipe do ministro Fernando Haddad e ele pessoalmente conversaram com representantes das empresas asiáticas Shein, AliExpress e Shopee nas últimas semanas para que as empresas façam a adesão ao plano de conformidade.

Embora o governo tenha evitado citar o nome das empresas, são elas os principais alvos das medidas. Mas a Fazenda também manteve conversas e vai enviar o plano para outras companhias do ramo, como a americana Amazon.

Entre as medidas, está a determinação para que o site indique o valor total da compra, com os tributos incluídos. O site também deve se comprometer a respeitar as leis brasileiras de proteção ao consumidor.

A plataforma de e-commerce que assinar o plano também terá que preencher antecipadamente a declaração de remessa de um produto de fora vendido no Brasil e recolher o tributo devido.

Com esse dado em mãos, a Receita fará a gestão de risco enquanto o avião com as encomendas estiver a caminho do país. A ideia é que, antes de a mercadoria chegar, seja informado se o produto vai para o canal verde (onde é liberado e vai direto pra casa do adquirente) ou vermelho (onde é fiscalizado pela Receita).

Atualmente, todas as remessas vão para um local de triagem, a maior parte delas em Curitiba. Com a nova sistemática, boa parte dos pacotes poderá ir direto para a casa do consumidor.