Novo indicador aponta melhora do varejo em 2023

Começo do ano teve boas performances em produtos alimentícios, vestuário e material escola, segundo Índice de Atividade Econômica Stone Varejo.

Após desempenho fraco no ano passado, o volume de vendas do comércio no país voltou a subir no começo de 2023, puxado por boas performances em produtos alimentícios, vestuário e material escolar. É o que sinaliza primeira edição do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo, novo indicador que mensura ritmo de vendas do setor, elaborado pela empresa de meios pagamentos Stone e pelo Instituto Propague.

No indicador, cujo resultado de janeiro desse ano foi antecipado ao Valor, o volume de vendas ante janeiro de 2022 subiu 1,02%, após quedas em dezembro de 2022 (-1,02%) e em novembro (-1,84%), também na comparação ante igual mês de ano anterior.

O novo índice, cuja metodologia é baseada na do Consumer Finance do Federal Reserve Board (Fed, o BC dos EUA), pode estar a antecipar sinal de melhora no comércio, ante ano passado. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou alta de 1% em 2022 nas vendas do varejo restrito, que exclui veículos, motos, partes e peças e material de construção: a pior taxa anual desde 2016 (-6,2%).

Porém, para Matheus Calvelli, cientista de dados da Stone, no primeiro mês de 2023 o cenário do comércio foi mais favorável, na leitura do novo indicador.
Ao justificar sua posição, o especialista citou outra versão do índice, denominada Índice Stone Restrito, que exclui material de construção, combustíveis, e veículos e peças. Nele, houve alta até mais intensa em janeiro desse ano, de 3,34% ante janeiro do ano passado.

Na evolução por segmentos, completou Calvelli, a maioria dos usados para cálculo do Stone Varejo teve performance positiva, em janeiro ante janeiro de 2022. Uma delas foi aumento de vendas de produtos alimentícios, informou ele.

Outro destaque positivo foi vestuário, acrescentou o especialista. Há sinais de intensificação de promoções, nas lojas desse segmento, em janeiro – o que pode ter alavancado vendas.
Além disso, citou ainda boas vendas em papelaria a influenciar para cima a alta do índice em janeiro. Ele lembrou que neste ano está sendo primeiro período escolar “relativamente normal” após pandemia iniciada em 2020, o que favorece compra de material escolar.

O indicador também traz análise por regiões, completou ele. Em janeiro de 2023 em relação ao mesmo mês em 2022, as vendas do varejo subiram em 18 dos 26 Estados mais Distrito Federal, no Stone Varejo. “Foi bem disseminada a melhora [no comércio]”, resumiu.

Para se acompanhar evolução dos segmentos pesquisados pelo indicador, será montado site próprio do Stone Varejo, com séries gratuitas. A coleta de informações para o indicador é feita junto à base de clientes da Stone.

Calvelli informou que a ideia é que o índice saia todo mês, antes do dia 10. Vinicius Carrasco, economista-chefe e sócio da Stone notou ainda que os dados do varejo pelo IBGE contam com “demora” entre apuração de dados e divulgação – o que não será o caso do Stone Varejo. “A gente pode gerar a informação em ‘real time’ quase.”

Desempenho das PMES em 2023 deve aumentar apenas 1,5%, aponta pesquisa

Em 2022, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), a movimentação financeira real média das PMEs brasileiras expandiu 1,9%. Para 2023, o estudo indica um crescimento de apenas 1,5%, com perspectivas positivas especialmente para as atividades dos setores Agropecuário, Comércio e Serviços.

Empreendedores enfrentarão novos desafios em 2023
De modo geral, o mercado espera uma desaceleração da atividade econômica brasileira em 2023 — o IODE-PMEs já havia mostrado perda de fôlego no último trimestre de 2022. Segundo o boletim Focus do Banco Central, a média das estimativas do mercado indica crescimento de +0,8% do PIB brasileiro em 2023, após expectativa de +3% em 2022.

Portanto, a tendência de desaceleração nos últimos meses tende a se consolidar no curto prazo. Como reflexo, as taxas de crescimento serão mais modestas a partir do primeiro trimestre deste ano. O principal componente do cenário, segundo o estudo, são as incertezas relacionadas à condução da política fiscal no país.

O efeito mais imediato deste contexto é o aumento das expectativas de inflação dos agentes e, consequentemente, a postergação da inversão da taxa básica de juros (instrumento do Banco Central para controle da inflação). Portanto, encargos mais altos encarecem a tomada de crédito, o que penaliza a evolução do consumo e dos investimentos, com reflexos diretos sobre os negócios das PMEs.

Crescimento das PMEs por região
Ao avaliar o cenário regionalizado, a pesquisa observou que, em 2022, o crescimento das PMEs em 2022 foi sustentado pelo avanço dos negócios nas regiões Sudeste (+4,3% ante 2021), Sul (+6,1%) e Centro-Oeste (+7,9%). Por outro lado, houve retração da movimentação financeira real média nas regiões Nordeste (-2,1% ante 2021) e Norte (-10,3%).

Sobre o IODE-PMEs
A pesquisa atua como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 115 mil clientes, cobrindo 692 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) — Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Varejo cresce 4,9% em janeiro, aponta índice ICVA

As vendas no varejo em janeiro de 2023 cresceram 4,9%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) registrou alta de 13,8%.

Janeiro deste ano foi um mês favorecido pelos efeitos de calendário. O dia de ano novo caiu em um domingo, o que abriu espaço para um dia útil a mais que em janeiro de 2022, quando o dia 1º caiu em um sábado. Descontados tais efeitos, o crescimento em janeiro foi de 4,5%.

De acordo com Vitor Levi, superintendente de dados e inovação da Cielo, janeiro marcou o 15º mês seguido de aceleração do varejo. “O mês apresentou bom desempenho. Os três macrossetores registraram crescimento, com destaque para Serviços. Em parte, isso pode ser explicado pela onda da variante ômicron, que prejudicou os resultados em janeiro do ano passado e beneficiou o mês de janeiro deste ano na comparação. Este efeito fica mais claro quando observamos a queda sofrida pelo Setor de Drogarias e Farmácias”, afirma.

Setores do varejo
Descontada a inflação e desconsiderados efeitos de calendário, os dados do ICVA indicam que todos os macrossetores cresceram em janeiro. Essa situação não ocorria desde maio de 2022.

O maior destaque foi o de Serviços, alavancado por Turismo e Transporte. “É possível supor que este incremento ainda esteja ligado à demanda reprimida causada pela pandemia, que dificultou viagens e deslocamentos por quase dois anos”, afirma Levi.

O segmento de Postos de Combustíveis foi o que mais contribuiu para a alta do setor de Bens Não Duráveis.

Já no setor de Bens Duráveis e Semiduráveis o destaque foi o segmento de Óticas e Joalherias.

Inflação
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 0,53% em janeiro. O índice acumulado nos últimos 12 meses ficou em 5,77%.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a alta em janeiro teve maior influência do grupo de Alimentação e Bebidas. A segunda maior variação foi de Transportes. Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses em janeiro foi de 8,5%, com desaceleração em relação ao índice registrado no mês anterior.

Regiões
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a janeiro de 2022 foram: Sul (+5,1%), Sudeste (+4,2%), Nordeste (+3,6%), Centro-Oeste (+3,2%) e Norte (+3,2%).

Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os destaques foram as regiões: Sudeste (+15,4%) e Sul (+13,2%). Na sequência aparecem Nordeste (+10,2%), Centro Oeste (+9,9%) e Norte (+9,4%).

Ministros analisam caso de grande impacto para o varejo

STF retomou julgamento cujo impacto para as dez maiores varejistas do país é estimado em R$ 5,6 bilhões.

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou na sexta-feira um julgamento de grande impacto para o varejo, especialmente o comércio eletrônico. Trata-se da possibilidade de uso de créditos de ICMS. É a quarta tentativa dos ministros de concluir o tema.

A discussão foi aberta depois de o STF, em abril de 2021, impedir a cobrança do imposto na transferência de mercadorias, de um Estado para outro, entre estabelecimentos de um mesmo contribuinte (ADC 49).
Essa decisão, aparentemente, beneficia o setor. Só que existe um efeito colateral: mexe nos créditos aos quais as empresas têm direito e usam para abater dos pagamentos do imposto estadual.

Com esse julgamento, as dez maiores empresas do varejo correm o risco de perder R$ 5,6 bilhões de créditos tributários por ano, segundo impacto estimado em um parecer da Tendências Consultoria Integrada (ADC 49).
A questão dos créditos é importante porque o regime do ICMS é não cumulativo. Ou seja, o que a empresa paga na etapa anterior, ao adquirir a mercadoria para revenda, serve como crédito para abater na etapa seguinte.
Com a decisão de abril de 2021, o uso do crédito fica restrito ao Estado de saída da mercadoria. Isso gera desequilíbrio no fluxo de caixa porque pode sobrar crédito em um Estado e no outro a empresa ser obrigada a desembolsar, em dinheiro, todo o pagamento.

É isso que os ministros estão analisando agora, por meio de embargos de declaração. Eles vão definir a partir de quando a decisão que derrubou a cobrança de ICMS tem validade e, mais importante para as empresas, como será a regulamentação do uso dos créditos.
Os embargos começaram a ser julgados em outubro de 2021 no Plenário Virtual. E os ministros estão divididos – o placar está em quatro a quatro.
Ainda faltam três votos que deverão ser depositados até sexta-feira, ou o caso pode ser suspenso por pedido de vista ou destaque.

O relator, ministro Edson Fachin, posicionou-se pelo fim da cobrança do ICMS a partir de 2023. Ele diz, em seu voto, que os contribuintes terão garantido o direito à transferência dos créditos se até essa data os Estados não tiverem ainda regulamentado a questão.

O voto foi ajustado. Inicialmente, Fachin entendia que a decisão deveria valer já em 2022 e não dava prazo de adequação para os Estados. Ele acabou se alinhando, com o novo voto, ao entendimento do ministro Luís Roberto Barroso. Os ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski aparecem, no sistema, em acordo com o relator, assim como Barroso.

O ministro Dias Toffoli deu início à divergência. Ele propõe que a decisão que impede a cobrança do ICMS tenha eficácia após o prazo de 18 meses contados da data de publicação da ata de julgamento dos embargos de declaração. Ele optou por não se posicionar em relação aos créditos.
Para Toffoli, cabe ao legislador complementar a regulamentação do regime de transferência dos créditos de ICMS entre os estabelecimentos de um mesmo titular. Os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Nunes Marques estão acompanhando o voto divergente.

Último a votar, o ministro Nunes Marques, afirma que “não há falar em anulação do crédito relativo às operações anteriores nessa situação”. A transferência de mercadoria entre estabelecimentos do mesmo contribuinte, a rigor, acrescenta, não é operação mercantil, trata-se de “simples movimentação física da mercadoria, como transferir uma mercadoria de uma prateleira para outra”.

Para o ministro, deve ser concedida a projeção dos efeitos, tanto para se preservarem as operações consolidadas, em que houve recolhimento do imposto (antes da publicação da ata do julgamento de mérito da ação), quanto para se conceder prazo hábil à regulamentação da transferência dos créditos de ICMS.
“Compreendo que a proposta do ministro Dias Toffoli, de ser estabelecido prazo de 18 meses contados da data da publicação da ata de julgamento dos embargos de declaração, é a solução mais razoável, em vista, sobretudo, da necessidade de edição de novos marcos legais”, diz.

E-commerce desacelera e registra crescimento de 2% em 2022

Desaceleração foi impulsionada pela volta completa do comércio presencial pós-pandemia

O e-commerce brasileiro registrou crescimento tímido de 2% em 2022, de acordo com relatório produzido pela NIELSENIQ|EBIT, divulgado no último dia 2. O levantamento mostra que a desaceleração no volume de vendas foi impulsionada pelo segundo semestre do ano, que foi mais fraco, junto a volta completa do comércio presencial no pós-pandemia.

“Os resultados, em geral, demonstram desaceleração do crescimento do e-commerce no Brasil. Isso ocorre porque vivemos um momento em que há uma retomada do comércio presencial, com o fim definitivo do isolamento social durante a pandemia no Brasil, além de um ambiente com inflação e juros altos. Mesmo assim, o crescimento de 2% ainda representa relevância e estabilidade do setor”, avaliou o head de e-commerce da NIELSENIQ|EBIT, Marcelo Osanai.

O segmento que teve maior destaque de crescimento na comparação anual foi o de Perfumaria e Cosméticos, com crescimento de 21,2%. O setor se distanciou em quase 5 pontos percentuais do segundo colocado — Pet Shop, com 16,3%. Em seguida, ficou o segmento de Eletrônicos com 10,5%, e Casa e Decoração (9,6%).

Em volume de pedidos, o grupo de Alimentos e Bebidas continua registrando o melhor desempenho, com alta de 71,7%, em relação a 2021. O segmento de Perfumaria e Cosméticos também visualizou alta, com crescimento de 22,8%, no mesmo período de comparação.

Incertezas fazem Amazon rever estrutura, fechar lojas físicas e demitir em massa

Resultado financeiro do quarto trimestre anunciado pela big tech ficou abaixo do esperado.

As incertezas econômicas, como a alta inflação e o aumento das taxas de juros, deixaram os consumidores mais cautelosos e a priorizarem os gastos com produtos essenciais e do dia a dia. Essa mudança de comportamento tem feito os varejistas reverem investimentos e cortarem custos, como ficou claro durante a apresentação de resultados da Amazon realizada nesta semana. A companhia reportou US$ 149,2 bilhões em vendas nos três meses encerrados em dezembro, que incluiu a temporada de compras natalinas, um aumento de 9% em relação ao ano anterior.

“Em nosso negócio de lojas em todo o mundo, com a incerteza econômica em curso, juntamente com a continuação das pressões inflacionárias, os clientes permanecem cautelosos. E vimos que eles estão gastando menos em categorias discricionárias e mudaram para itens de preço mais baixo e marcas de valor em categorias como eletrônicos”, diz o diretor financeiro, Brian Olsavsky.

Entre os esforços para redução de custos da gigante de tecnologia está a demissão de 18.000 trabalhadores corporativos e de tecnologia – o maior corte de todos os tempos –, que custará US$ 640 milhões em rescisão.

A decisão de fechar alguns supermercados Fresh e lojas de conveniência Go custou US$ 720 milhões no 4º trimestre. “Registramos prejuízos de propriedades e equipamentos e locações operacionais, principalmente relacionadas às nossas lojas físicas Amazon Fresh e Amazon Go. Estamos continuamente refinando nossos formatos de loja para encontrar aqueles que ressoarão com os clientes e decidimos sair de determinadas lojas com baixo potencial de crescimento”, afirma o diretor financeiro.
Revisão de estrutura

Carlos Carvalho, CEO da Truppe, destaca que, além das demissão em massa e do fechamento de algumas lojas, a big tech reviu sua estrutura de cobrança de fretes e o valor de seus programas de fidelidade. Em 2022, a assinatura do Amazon Prime sofreu reajuste em todo o mundo. No Brasil, o plano mensal passou de R$ 9,90 para R$ 14,90 e o anual, de R$ 89 para R$ 119 no anual. Nos Estados Unidos, o pacote mensal subiu de US$ 13 para US$ 15.

“Estamos vivendo hoje um momento de aterrissar os projetos na área de tecnologia. Não tem mais espaço para sustentar iniciativas que não tragam resultados. E isso aconteceu porque não havia como sustentar a estrutura das companhias com as previsões econômicas para 2023 e as incertezas para os próximos meses”, diz Carvalho.

O especialista também chama a atenção para os resultados do AWS, braço de computação em nuvem da Amazon, que ficou abaixo do esperado. “Houve uma desaceleração importante em relação às suas vendas, assim como em seus concorrentes, como Google e Microsoft, que foram mais uma vez impactados pelas incertezas econômicas”, diz Carvalho.

“Os clientes corporativos continuaram sua mudança de várias décadas para a nuvem enquanto trabalhavam em estreita colaboração com nossas equipes da AWS para identificar cuidadosamente as oportunidades de reduzir custos e otimizar seu trabalho”, diz Olsavsky, na apresentação de resultados.

O especialista acredita que, a partir do segundo semestre de 2023, as incertezas econômicas não deverão mais acontecer e as big techs, retomar o investimento no setor. “A partir de 2024, vamos começar a ter novamente o crescimento.”

Crescimento do e-commerce será de R$ 185,7 bilhões em 2023

As vendas registradas no e-commerce brasileiro chegaram a R$ 169,6 bilhões em 2022, um aumento de 5% em comparação ao ano anterior, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Após o boom da pandemia, a entidade aponta que a tendência é o comércio eletrônico seguir em expansão. A previsão é que o crescimento do e-commerce seja de R$ 185,7 bilhões em 2023.

Para os próximos quatro anos, o cenário é favorável, ainda segundo a ABComm. O faturamento esperado é de R$ 205 bilhões em 2024, R$ 225 bilhões em 2025, R$ 248 bilhões em 2026, e R$ 273 bilhões em 2027. O perfil dos compradores é formado majoritariamente por pessoas de 35 a 44 anos, da classe C e moradores da região sudeste.

O aumento nas vendas on-line também converge com o crescimento do consumo via mobile, que representa 55% de todas as vendas, ante 45% via desktop. Os smartphones popularizaram-se nos últimos anos, sendo que o Brasil tem mais de dois dispositivos digitais por habitante, de acordo com a Pesquisa Anual sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas empresas, da Fundação Getúlio Vargas.

Alexandre Nogueira, CEO e fundador da Universidade Marketplace, acredita na projeção da ABComm devido ao atual cenário brasileiro com “lojistas avançando, os marketplaces expandindo e crescendo, o acesso cada vez maior à internet”. Para ele, com as regiões Norte e Nordeste sendo atingidas pelo comércio eletrônico, a projeção é “extremamente possível dentro do e-commerce”. Ele estima que 80% desse faturamento está sendo realizado em grandes marketplaces e 20% por e-commerces.

A pandemia de Covid-19, que alterou diversos hábitos, foi um dos fatores que alavancaram as tecnologias digitais e a confiança no e-commerce. Com o comércio presencial fechado, as vendas pela internet tornaram-se a opção mais segura de consumo. Aliás, em 2022, a Unctad (Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento) mostrou que a parcela média de usuários da internet que fizeram compras on-line aumentou de 53% antes da pandemia, em 2019, para 60% após o início da crise sanitária. Os maiores aumentos ocorreram em países em desenvolvimento, sendo que o levantamento considerou 66 países com estatísticas disponíveis.

Sem desconsiderar o saldo negativo de como a pandemia afetou a humanidade, Nogueira assinala que as medidas de isolamento foram responsáveis pela entrada de novos compradores, até então alheios ao digital, como pessoas acima de 60 anos. “Ao mesmo tempo, tivemos uma normalização de consumo de supermercado e bens consumíveis, que acabam sendo recorrentes e estimulam fidelidade”, diz.

Deste prisma, ele acredita que houve uma evolução de “diversos anos em apenas dois anos” e no e-commerce, em particular, verificou-se “um histórico extremamente positivo, mesmo que tenha afetado alguns nichos como viagens e turismo. O consumo online é tão grande como nunca foi”, conclui.Deste prisma, ele acredita que houve uma evolução de “diversos anos em apenas dois anos” e no e-commerce, em particular, verificou-se “um histórico extremamente positivo, mesmo que tenha afetado alguns nichos como viagens e turismo. O consumo online é tão grande como nunca foi”, conclui.

Indicador de consumo nos lares brasileiros fecha 2022 com alta de 3,89%

Este é o terceiro mês seguido que o indicador permanece acima dos 3%.

Indicador consumo
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) divulgou nesta quinta-feira, 26, que o indicador de dezembro de 2022 do consumo nos lares brasileiros fechou em 3,89%. O resultado foi o maior acumulado desde junho de 2021, quando, naquele mês, o índice atingiu a marca de 4,01%.

Entre alguns fatores para o aumento do consumo estão a deflação dos alimentos básicos, o pagamento de auxílios sociais e aumento do emprego formal. Durante todo o último trimestre, o indicador de consumo permaneceu acima dos 3% e acumulou altas de 3,02% em outubro, 3,52% em novembro e 3,89% em dezembro.

Na comparação com o mês anterior, o aumento no consumo dos lares foi de 15,09%. Quando comparados ao ano anterior, a alta é de 6,23%. Todos os indicadores foram deflacionados pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado também superou as projeções feitas pela associação, que projetava um aumento entre 3% e 3,30%. Segundo Marcio Milan, vice-presidente institucional da ABRAS, a previsibilidade nos recebimentos dos auxílios e o aumento de beneficiários impulsionaram o consumo do gênero alimentício. Os dois fatores impactaram, principalmente, famílias com baixo poder aquisitivo por conta da inflação.

Para o ano de 2023, a entidade projetou, inicialmente, um crescimento de 2,5% do consumo nos lares. Milan destacou que as análises sinalizam para um crescimento positivo, apesar do comprometimento da renda com pagamento de dívidas e despesas do começo de ano.

O diretor explica que o reajuste do salário mínimo acima da inflação e a manutenção do pagamento do valor do Bolsa Família influenciam o crescimento do consumo. “ Nessa leitura inicial do cenário, eles são recursos que trazem segurança para os beneficiários e mais assertividade às operações do varejo”, finaliza Milan.

Alimentos
O indicador Abrasmercado é responsável por medir a variação de preços nos supermercados. No mês de dezembro do ano passado, o índice encerrou o ano com alta de 7,69% na cesta composta por 35 produtos de largo consumo. Dentre os itens estão alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza.

Já no recorte da cesta básica, composta por 12 produtos, houve uma variação de 0,39% em dezembro na comparação com novembro. Com isso, o preço médio ficou em R$ 317,56. As principais quedas foram puxadas pele leite longa vida (-3,83%), farinha de trigo (-1,76), carne (-0,71), queijo (-0,39%) e café moído (-0,31%).

Entre os alimentos que mais pressionaram a cesta de alimentos no ano estão a batata (+56,89%), cebola (+51,10%), queijo muçarela (+48,05%), farinha de mandioca (+43,34%), refrigerante (+35,66%), farinha de trigo (+33,98).

Em contrapartida, a carne bovina registrou deflação acumulada no ano e fechou com queda de -4,77% nos cortes dianteiros e -3,96 para traseiro. Também acumularam variação negativa o biscoito cream cracker (-8,03%), leite longa vida (-4,83%), açúcar refinado (-4,55%), óleo de soja (-4,41%).

Relatório Setores do E-commerce: Black Friday atrai mais visitas ao e-commerce do que Natal

O comércio eletrônico registrou melhor desempenho em novembro; buscas de fim de ano se concentraram em produtos infantis, alimentos e viagens de férias.

Depois de um pico de tráfego no e-commerce brasileiro em novembro, por ocasião da Black Friday, o setor registrou baixa em dezembro — embora este também seja um mês esperado pelos lojistas por causa das compras de Natal.

Na comparação mensal, houve queda de 4,7% nas visitas únicas entre as plataformas do comércio eletrônico, somando 2,5 bilhões de acessos no mês. Foi o segundo melhor desempenho de 2022, contudo: em Novembro, esse número havia sido de 2,63 bilhões.

Os dados fazem parte do novo Relatório Setores E-commerce no Brasil da Conversion referente ao mês de dezembro de 2022 e já disponível para download na Biblioteca do RadarIC em Pesquisas Externas pelo endereço eletrônico: https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/relatorio-setores-e-commerce-no-brasil-jan2023-referente-a-dez-2022/.

Em outras palavras, a Black Friday atraiu mais pessoas ao e-commerce do que o Natal, apesar dessa última data do ano ainda ser considerada mais importante pelos setores do varejo e de serviços — ao menos em termos de receitas. O perfil de segmentos mais acessados pelos consumidores reforça essa percepção: se no mês da Black Friday houve aumento nas buscas por itens esportivos, eletrodomésticos e eletrônicos e joias e relógios, em dezembro quem viu suas visitas aumentarem foram os players de produtos infantis (10,5%), do turismo (7,6%), de comidas e bebidas (6,4%).

Empreendedores do Rio de Janeiro faturam mais de R$ 189 milhões com vendas online

Em 2022, os pequenos e médios negócios online do Rio de Janeiro movimentaram R$ 189,4 milhões com o comércio digital, valor 34% superior ao de 2021 (R$ 141 milhões). Os dados inéditos são da 8ª edição do NuvemCommerce, estudo anual sobre o e-commerce e empreendedorismo brasileiro realizado pela Nuvemshop, plataforma para criação de lojas online que é líder na América Latina.

No Rio de Janeiro, o número de produtos vendidos cresceu cerca de 21% no último ano, com um aumento de 2,4 milhões para 2,9 milhões. E o ticket médio chegou a R$ 220,43 (+13%).

Para Luiz Natal, gerente de desenvolvimento de plataforma da Nuvemshop, o Rio de Janeiro teve boa evolução no e-commerce apesar do ano desafiador. “Nosso estudo aponta que o comércio online segue crescendo no Brasil e, principalmente, nos pequenos e médios negócios locais. O Rio de Janeiro se destacou na pesquisa apresentando crescimento relevante em faturamento superior a outros estados”.

O Rio de Janeiro ficou em terceiro lugar no ranking nacional, atrás apenas dos estados de São Paulo (R$ 1,3 bilhão) e Minas Gerais (R$ 289,5 milhões). A lista dos cinco primeiros também inclui Ceará (R?150,6 milhões) e Santa Catarina (R$ 150,5 milhões) em quarta e quinta posição, respectivamente.

A pesquisa ainda aponta os cinco segmentos de e-commerce que tiveram maior faturamento durante o ano de 2022 no Rio de Janeiro. São eles: Moda (R$ 65,4 milhões), Acessórios (R$ 18,6 milhões), Joias (R$ 12,5 milhões), Saúde & Beleza (R$ 11,8 milhões) e Casa & Jardim (R$ 6,5 milhões).

Perfil do empreendedor brasileiro e seus desafios

A 8ª edição do NuvemCommerce também apresenta um perfil do empreendedor no e-commerce e os principais desafios enfrentados, a partir de uma pesquisa realizada com empreendedores de todo o Brasil. Um dos achados, por exemplo, é que o empreendedorismo ainda é uma jornada solitária: 55% das lojas virtuais são administradas apenas por uma pessoa, enquanto 41% possuem de dois a cinco colaboradores. A maioria (72%) não possui loja física. Além disso, o e-commerce nem sempre é o foco total: 41% dos lojistas têm outro trabalho ou fonte de renda além da loja virtual.

Sobre os desafios enfrentados pelas PMEs brasileiras no fim do ano passado, 40% dos empreendedores afirmam que a falta de capital de giro para reinvestir no negócio foi a maior dificuldade. Outros desafios foram a falta de tempo (19%) e conhecer e dominar as ferramentas necessárias para crescer (18%). Além disso, quando perguntados sobre os problemas enfrentados no e-commerce, os empreendedores afirmam que a baixa taxa de conversão (71%) e o alto custo de frete (33%) são os principais, seguidos por carrinhos abandonados (27%).