Demanda do varejo sinaliza reação maior

Pesquisas publicadas pela empresa Neotrust Confi e pelo Itaú Unibanco mostram aceleração mais forte na demanda neste fim de ano, na faixa de dois dígitos.

Indicadores de vendas no varejo apontaram, em maior ou menor grau, aceleração da demanda dos consumidores neste fim de ano.

Pesquisa da Neotrust Confi indicou que, entre os dias 1º e 25 de dezembro, as compras on-line movimentaram R$ 26 bilhões, com crescimento nominal – não ajustado pela inflação – de 20,6% em relação ao mesmo período de 2023. Incluindo no escopo o varejo físico, e com outra metodologia, levantamento do Itaú Unibanco mostrou alta nominal de 12,3% nas vendas entre 16 e 22 de dezembro, na comparação com igual período do ano passado.

Já dados do Índice Cielo, também sobre o varejo em geral, indicaram alta menor, de 3,4% nas lojas físicas e de 2,9% no comércio eletrônico.

Valor do ticket médio aumenta 17% no Natal 2024

A Shopee divulgou os resultados de sua pesquisa in-app sobre os hábitos de compra dos brasileiros para o Natal de 2024. O estudo revela que, em média, os entrevistados devem gastar R$526 em presentes, um aumento de 17% em relação ao valor médio de R$450 registrado no ano anterior.

Segundo a pesquisa, 91% dos consumidores afirmaram que a maioria dos presentes será destinada aos familiares. A categoria mais procurada é a de roupas femininas (52%), seguida por calçados (43%) e brinquedos e hobbies (37%). A pesquisa também mostrou que os consumidores devem presentear, em média, até 8 pessoas nesta data.

Em relação aos métodos de pagamento, o Pix se mantém como a principal escolha, com 55% de preferência entre os consumidores. O cartão de crédito ocupa a segunda posição, com 31% das respostas.

“Com um aumento de 17% no gasto médio com presentes em comparação a 2023, a pesquisa de intenção de compras de Natal demonstra que os consumidores estão mais confiantes e dispostos a investir mais. A escolha por roupas femininas, calçados e brinquedos reflete a continuidade das preferências por categorias tradicionais, mas também revela uma oportunidade para marcas focarem em produtos que atendam às necessidades”, comentou Felipe Piringer, head de Marketing da Shopee.

O estudo também apontou que 46% dos consumidores planejam suas compras natalinas com pelo menos três semanas de antecedência. Na hora da compra, o preço continua sendo o principal fator decisivo, apontado por 57% dos entrevistados, seguido pela vontade da pessoa presenteada (17%) e pela facilidade de encontrar o produto (15%). Além disso, 48% dos consumidores afirmaram que primeiro procuram pelo presente desejado, e só depois buscam a loja com a melhor oferta.

“O preço continua sendo o principal critério de decisão para a maioria das pessoas, o que reforça a importância de oferecer ofertas atraentes e competitivas. Além disso, a busca por produtos desejados é uma prioridade, sendo seguida pela escolha da loja com a melhor oferta, o que destaca a necessidade de um bom equilíbrio entre visibilidade e competitividade no mercado”, finalizou Piringer.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/valor-do-ticket-medio-aumenta-17-no-natal-2024”

Casas Bahia: gestão prevê vendas fortes em 2025, mas alerta para impacto da Selic

Administração antecipa ganhos de alavancagem operacional, combinados com disciplina em despesas, resultando em ganhos na margem Ebitda.

Com o forte mercado de trabalho no Brasil e os programas sociais do governo, a administração da Casas Bahia espera que o atual momento positivo de vendas se mantenha no próximo ano. Por outro lado, com a Selic projetada para alcançar 14,25% no primeiro trimestre de 2025 (segundo o próprio Copom) a gestão destacou alguns riscos de desaceleração nas vendas, possivelmente no segundo semestre do ano que vem. O time de análise do Santander realizou uma videoconferência com o CEO da Casas Bahia (BHIA3), Renato Franklin, e o Diretor de Relações com Investidores, Gabriel Succar, trazendo algumas indicações da varejista para o próximo ano.

A administração mencionou que as vendas permaneceram positivas no 4T24, impulsionadas pelas boas promoções da Black Friday, e espera um bom desempenho em dezembro também.

Até o momento no trimestre, a Casas Bahia ganhou 2 pontos percentuais (p.p.) de participação de mercado em seus segmentos principais (eletrodomésticos, eletrônicos e móveis), de acordo com a gestão.

Com o forte mercado de trabalho no Brasil e os programas sociais do governo, a administração da Casas Bahia espera que o atual momento positivo de vendas se mantenha no próximo ano. Por outro lado, com a Selic projetada para alcançar 14,25% no primeiro trimestre de 2025 (segundo o próprio Copom) a gestão destacou alguns riscos de desaceleração nas vendas, possivelmente no segundo semestre do ano que vem. O time de análise do Santander realizou uma videoconferência com o CEO da Casas Bahia (BHIA3), Renato Franklin, e o Diretor de Relações com Investidores, Gabriel Succar, trazendo algumas indicações da varejista para o próximo ano.

A administração mencionou que as vendas permaneceram positivas no 4T24, impulsionadas pelas boas promoções da Black Friday, e espera um bom desempenho em dezembro também.

Até o momento no trimestre, a Casas Bahia ganhou 2 pontos percentuais (p.p.) de participação de mercado em seus segmentos principais (eletrodomésticos, eletrônicos e móveis), de acordo com a gestão.

Diante das expectativas de vendas fortes mantidas para 2025, a administração antecipa ganhos de alavancagem operacional, combinados com disciplina em despesas, resultando em ganhos na margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita), que o Santander projeta em 8,9% em 2025 (alta de 180 pontos-base, ou bps, na base anual).

Em relação à monetização de créditos tributários, a Casas Bahia espera um aumento líquido de cerca de 30% na base em 2025, graças a novos acordos com governos estaduais.

No lado de crédito, a gestão destacou a qualidade da carteira de crédito e o perfil diferenciado dos clientes, o que deve permitir que a empresa continue ampliando as concessões de crédito de maneira rentável.

Sobre o fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), estabelecido para otimizar a operação do crediário, foi mencionado que em 2024 a empresa construiu um histórico para os fundos e espera abri-los para captação em 2025, enquanto a estrutura atual para o negócio de crédito, via parceria com bancos, está funcionando bem e oferecendo custos atraentes.

Apesar da visão construtiva da gestão para o futuro, a situação fiscal do Brasil, combinada com a elevada alavancagem da empresa de 2,1 vezes Dívida Líquida/Ebitda (incluindo BNPL e acordo de contas a pagar) no 3T24,faz com que o Santander mantenha recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 3,90.

Fonte: “https://www.infomoney.com.br/mercados/casas-bahia-gestao-preve-vendas-fortes-em-2025-mas-alerta-para-impacto-da-selic/”

E-commerce: Governo Federal investe R$ 4,92 mi em ações para MPMEs; veja as regiões

Em prol de fomentar o e-commerce nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, o Governo Federal, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), anunciaram a ação “E-commerce.BR”. O aporte financeiro de MDIC e ABDI é de R$ 4,92 milhões.

Lançada nesta semana em formato de edital, ela terá como objetivo observar e premiar inovações voltadas ao setor, principalmente às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). Segundo executivos dos órgãos públicos envolvidos, durante a 2ª Reunião Ordinária do Fórum MDIC de Comércio e Serviços, os alicerces desenvolvidos devem contemplar solução de problemas ou melhorias em logística, capacitação digital e comunicação online.

Com a iniciativa, a ABDI espera ajudar mais de 800 empresas e objetivando ampliar a participação das MPMEs no e-commerce brasileiro.

Força no e-commerce

Segundo dados da Nuvemshop, no terceiro trimestre de 2024, comparando com o mesmo período no ano passado, as MPMEs do e-commerce faturaram R$ 1,2 bilhão. Entre os principais segmentos, estão Moda, Saúde & Beleza, Acessórios e Casa & Jardim.

Além disso, por estado, São Paulo foi a que melhor despontou, com R$ 580,5 milhões arrecadados. A lista conta ainda com Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Ceará.

Das regiões que serão ajudadas pela iniciativa do Governo Federal, somente o Ceará aparece entre os cinco estados com melhor resultado.

Como vai ser?

As propostas serão recebidas pelas “Redes de Inovação”, compostas por, no mínimo, três instituições públicas ou privadas de âmbito estadual ou municipal. Entre elas, estão incluídas universidades, startups, centros tecnológicos, institutos etc.

Segundo Ricardo Capelli, presidente da ABDI, a partir do processo estabelecido como uma espécie de triagem dos projetos, será possível analisar e selecionar aqueles voltados a capacitação profissional e pessoal das empresas.

Inscrições

As inscrições para o edital estarão abertas de 9 de dezembro de 2024 até 17 de fevereiro de 2025. As propostas passarão por três etapas de seleção, começando pelo aprimoramento metodológico, seguido pela implementação de projetos-piloto e, finalmente, a escala das melhores soluções.

As categorias do edital são:

  • Capacitação e Desenvolvimento de Recursos Humanos: Foco em desenvolver habilidades essenciais para o comércio eletrônico, como gestão de inventário e análise financeira.
  • Soluções para Entregas e Distribuição: Projetos que otimizem a logística em regiões com infraestrutura limitada.
  • Comunicação e Integração Digital: Iniciativas que melhorem a comunicação entre empresas e clientes, aumentando a presença online das MPMEs.

Fonte:” https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/e-commerce-governo-federal-investe-r-492-mi-em-acoes-para-mpmes-veja-as-regioes”

Black November: faturamento total no mês foi de R$ 36,7 bilhões, mostra Confi.Neotrust

A mudança no hábito do consumidor em novembro passou por mudanças com o passar dos anos. Em meio ao fortalecimento da cultura da Black Friday no Brasil, no entanto, a diluição das ofertas ao longo de novembro também foi se tornando um hábito. Neste ano, entre os dias 1º e 30 do mês, o faturamento com ofertas relacionadas ao período de compras foi de R$ 36,7 bilhões.

Em relação ao mês inteiro, por exemplo, o mesmo índice relacionado ao período principal de compras, de quinta-feira (28) a domingo (1), representou 24,6%. Já no número de pedidos, que chegou a 96,4 milhões ao longo de novembro, a fatia com responsabilidade do final de semana de Black Friday foi de 18,86%.

O crescimento em faturamento ante a Black November 2023 foi de 15,4%, mostrando como a extensão do consumo está mais espaçado. No número de pedidos a alta foi ainda maior, chegando a 22,2% com a mesma base de comparação.

Entre os principais dados, no entanto, o ticket médio contou com a retração de 5,6%, acompanhando o que aconteceu na própria Black Friday. O valor para a Black November ficou em R$ 380,6.

A divisão ao longo das semanas de novembro também foi equilibrada no faturamento. Na primeira semana, período que mostrou maior variação positiva ante a Black November 2023, o indicador chegou a R$ 7,41 bilhões, crescendo 41,3%.

Nas seguintes, em ordem cronológica até chegar na Black Week oficial, as arrecadações foram de R$ 7,47 bilhões (alta de 11,6%) e R$ 7,65 bilhões (alta de 4,4%). Na semana da Black Friday, o número quase dobrou, com R$ 13,15 bilhões faturados e variação positiva de 10,5%.

Cyber Monday

Outra data que têm entrado para o calendário do consumidor de eletrônicos e similares, a Cyber Monday 2024 representou R$ 1,47 bilhões em faturamento. Em relação à segunda-feira de 2023 com ofertas do gênero, o crescimento foi de 17,1%.

Em pedidos, o aumento foi de 25,9%, com 4,65 milhões registrados, enquanto o ticket médio também diminuiu em relação ao ano passado e acompanhando Black November e Black Friday. O valor foi de R$ 317 e a retração 7%.

Fonte: “Black November: faturamento total no mês foi de R$ 36,7 bilhões, mostra Confi.Neotrust – E-Commerce Brasil

 

E-commerce tem faturamento 11,24% maior no mês de novembro

O comércio eletrônico segue em ascensão e apresenta resultados expressivos na primeira quinzena de novembro. Durante esse período, o varejo digital registrou um aumento de 11,24% no faturamento em comparação com o mesmo intervalo do ano anterior, de acordo com dados da Getnet.

Além disso, o número de transações digitais cresceu 2,90%. Embora o aumento no volume de transações tenha sido mais modesto, os números reforçam o fortalecimento do ambiente online como canal de compras.

Fabio Coelho, vice-presidente de Finanças da Getnet, destaca a relevância do e-commerce para os consumidores brasileiros. “Cada vez mais, as pessoas buscam praticidade, agilidade e segurança ao fazer compras. Do outro lado, os lojistas estão investindo em melhorar suas lojas online, criando uma experiência que fideliza e atrai novos clientes,” esclarece.

Vendas presenciais

Enquanto o comércio digital avança, o varejo físico enfrentou retração no mesmo período. O faturamento total caiu 1,08%, acompanhado de uma redução de 10,02% no número de transações.

O movimento reflete a migração crescente dos consumidores para o ambiente digital, especialmente em datas promocionais importantes, como a Black Friday.

“Os resultados da primeira quinzena de novembro evidenciam o papel estratégico do comércio eletrônico no fortalecimento do varejo. Este crescimento de 38,26% no varejo eletrônico, somado ao desempenho sólido do atacado online, confirma que o futuro do varejo é digital”, conclui o executivo.

Fonte: “E-commerce tem faturamento 11,24% maior no mês de novembro – E-Commerce Brasil

 

Relatório Conversion – Setores do E-commerce

Outubro é o 4º melhor mês do ano, com a grande maioria dos setores voltando a apresentar crescimento.

Outubro foi um ótimo mês para os e-commerces brasileiros, se tornando o 4º
melhor mês do ano (atrás de janeiro, março e julho) no número de acessos
mensais. Em relação a setembro, o crescimento foi de 5,4%, ocasionado
principalmente pelo aumento dos acessos via web (6,1%) e aplicativos (3,1%).
Os grandes destaques do mês foram os setores de Educação, Livros & Papelaria, com crescimento de 9,8%, o Turismo e Joias e Relógios, que cresceram 9,3% e 8,5% respectivamente. O único setor que apresentou retração foi o de Casa e Móveis, que recuou 0,1%, demonstrando como outubro foi um mês positivo para praticamente todos os setores.

Shein ultrapassa Magazine Luiza pela primeira vez em um ano
A chinesa Shein ultrapassou a Magazine Luiza e assumiu o 6º lugar no Top 10 dos e-commerces do Brasil, algo que não acontecia desde julho de 2023. A Shein é um dos destaques quando o assunto é acessos via aplicativos, sendo o terceiro e-commerce com mais acessos via app, perdendo apenas para Mercado Livre e Shopee, que lideram o ranking com sobras.
As empresas do Top 10 detêm 51,5% de toda audiência do e-commerce no
Brasil, com o Mercado Livre mantendo a liderança, com 13,4% do share total,
seguido pela Shopee, com 8,8% e Amazon Brasil, com seus 7,9%.

O relatório completo, pode ser acessado na biblioteca do RadarIC por meio do link a seguir:

https://radaric.correios.com.br/3d-flip-book/relatorio-setores-do-e-commerce-do-brasil-novembro-dados-de-outubro-2024/

 

Buscas por Black Friday retraem em 2024, diz Semrush

Apesar de expectativas positivas em termos de vendas, principalmente no e-commerce, o interesse do brasileiro pela Black Friday pode estar menor em 2024. De acordo com a Semrush, as buscas para a data em outubro, comparando com o mesmo período ano passado, caíram 52,5%.

Em números totais, o estudo mostra que o número absoluto de buscas no mês em questão saiu de 8 milhões para 3,8 milhões neste ano. No cenário global, também analisado, a queda foi de somente 2,3% na mesmo retrospecto.

“O declínio nas buscas reflete um consumidor que não se deixa levar pelo impulso, mas que avalia mais criticamente o valor das ofertas. As pessoas estão mais conscientes, buscando tanto o menor preço quanto o que realmente atende às suas necessidades e expectativas”, explica Erich Casagrande, líder de Marketing da Semrush no Brasil.

Abaixo, as 10 varejistas, algumas exclusivamente com atuação online, mais acessados pelos brasileiros em setembro deste ano:

  • Mercado Livre – 240,066,049 milhões de acessos
  • Amazon – 205,904,113 milhões de acessos
  • Shoppe – 140,207,855 milhões de acessos
  • OLX – 93,574,503 milhões de acessos
  • AliExpress – 68,129,922 milhões de acessos
  • Magalu – 65,854,956 milhões de acessos
  • Kabum – 32,750,962 milhões de acessos
  • Casas Bahia – 26,252,916 milhões de acessos
  • Netshoes – 23,850,769 milhões de acessos
  • Americanas – 22,646,380 milhões de acessos

Mais dados

A Semrush também foi atrás dos termos relacionados à data mais pesquisados pelo usuário brasileiro no mês passado. Entre eles, lideram “Black Friday” e “Black Friday 2024”, com 673 mil pesquisas individuais cada. A lista conta ainda com “quando é a Black Friday” com 135 mil buscas, seguido por “Black Friday data” somando 33,3 mil e “esquenta Black Friday” com 18,1 mil buscas.

Na análise, os dados relacionados aos termos utilizados para pesquisas sobre o período de compras sugerem interesse em planejamento para a data. Além disso, informações específicas também estão neste escopo, fugindo do padrão esperado de procura frenética por ofertas e promoções.

“Analisar os termos mais buscados é essencial para que comerciantes e varejistas entendam o que o consumidor está realmente procurando. Ao incorporar essas palavras-chave em conteúdos, descrições de produtos e campanhas, as marcas podem aumentar sua visibilidade e relevância nas buscas, potencializando suas chances de atrair um público mais qualificado”, finaliza Casagrande.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/buscas-por-black-friday-retrai-em-2024-diz-semrush”

 

Varejo melhora desempenho no 3º trimestre, mas 4 fatores geram preocupação futura

Uma análise comparativa e detalhada do desempenho do varejo no 3º trimestre de 2024 feita por Eduardo Yamashita, COO do Ecossistema Gouvêa, e publicada na Mercado&Consumo na última sexta-feira, mostra o desempenho de algumas das principais empresas do setor, comparando como se comportaram Carrefour, Assaí, Magalu, Casas Bahia, RD – Raia Drogasil, Pague Menos, Renner e Riachuelo com base em seus balanços.

Como destaca o artigo, os fatores comuns positivos mostram melhorias das vendas e margens, melhoria dos resultados financeiros e redução dos custos financeiros, redução da alavancagem e a forte ênfase na frente digital.

Tudo isso é motivo para reverter um certo ceticismo que marcou as análises do varejo em 2024 quando tomamos como amostra do setor e por serem as principais empresas de capital aberto, considerando o que ocorreu em especial no 1º semestre de 2024.

O desempenho mais recente, como mostrado no artigo, é ponto positivo e sinaliza reversão. Mas o quadro futuro ainda gera preocupação, pois fatores diversos poderão criar desafios de curto, médio e longo prazo.

Sempre importante considerar a resiliência e capacidade de adaptação e reação do setor de varejo, que ao longo do tempo desenvolveu mecanismos próprios e únicos no cenário global para continuar evoluindo. Todo o modelo de crédito no Brasil é um dos diferenciais competitivos que atua para ajudar a equilibrar as flutuações de curto prazo e estimula o crescimento de longo prazo.

No cenário futuro eis os elementos que geram preocupação no varejo, no consumo e na economia como um todo e que merecem ser destacados.

1. Comportamento da inflação e taxas de juros considerando a eleição em 2026

O aquecimento do consumo e o desempenho da economia acima do previsto trouxeram aumento das vendas e algum espaço para melhoria da rentabilidade como foi mostrado no artigo. Mas fizeram também crescer a inflação, em especial em alimentos, obrigando o Banco Central a aumentar, por decisão unânime, as taxas de juros.

Esse quadro, ao que tudo indica, tenderá a se manter e as previsões indicam continuidade da tendência de aumento da inflação que só será revertida por imposição de um desaquecimento da economia, com impacto no consumo e no varejo.

Outra consequência desse aquecimento foi o crescimento da inadimplência, que atingiu o segundo mais alto patamar em relação aos últimos oito anos, e o aumento do endividamento das famílias.
Ocorre que o atual governo está com olhar fixo nas eleições de 2026 e como tem demonstrado não se curvará à responsabilidade com o futuro da Nação. Ele vai prosseguir decidido a buscar caminhos, mais ou menos ortodoxos, para manter a economia e o consumo aquecidos deixando para pensar ajustes estruturais para depois de 2027.

2. Emprego, renda, massa salarial e auxílios aquecem o consumo e assim permanecerá, porém, gerando distorções

Temos um cenário que até poderia ser considerado virtuoso combinando indicadores dos mais baixos de desemprego e com aumento da renda real e da massa salarial. Ocorre que temos uma deformação importante precipitada pelos programas de auxílio (Bolsas Brasil, Auxílio Brasil e outros) que foram criados para gerar uma renda mínima para sobrevivência dos mais desamparados, mas que hoje são destinados a 20,8 milhões de famílias com gente que prefere não ser empregada de forma fixa e pela CLT e complementam o auxílio recebido com “bicos”. E, portanto, não fazem parte dos que procuram emprego e são considerados desempregados.

E ainda gera uma distorção artificial, pois faltam profissionais para as empresas, em especial nos setores de varejo, hospitalidade, turismo e muitos outros, inflacionando salários e aumentando custos para recrutar e reter funcionário.

E é nesse cenário que se coloca em discussão uma alteração estrutural importante com potencial redução da carga de trabalho sem redução da remuneração. Tudo pela eleição e nada com responsabilidade com a Nação.

3. As bets absorvendo recursos que são esterilizados na economia local

O total das receitas das bets neste ano de 2024 será de R$ 100, 120 ou 150 bilhões? Pode apostar para ver quem vai acertar. O que é certo é que essa nova epidemia contaminou o mercado gerando problemas de saúde pública, de desajustes sociais e com apoio de clubes, estádios, atletas, influencers e veículos de comunicação que entraram também no jogo.

Com isso, espaços publicitários são disputados pelas empresas que se habilitaram para atuar nessa nova frente. E que trouxeram renda extra para o governo no processo de habilitação. O que fez também que o governo se interessasse economicamente pelo tema. Porém o próprio governo perde arrecadação, pois a taxação das bets é inferior à taxação do consumo de produtos e serviços. E inferior à taxação de fumo e bebidas.

E o que não é distribuído em relação ao que é apostado para os vencedores é esterilizado e em parte direcionado para fora do país, já que muitas dessas empresas têm sede fiscal fora do Brasil.

O Banco Central mostrou o volume de apostas sendo feitas com recursos dos programas de auxílio e o STF determinou que não podem ser usados esses recursos e que também não pode haver publicidade das bets dirigida aos jovens. Alguém acredita que isso seja possível de ser de fato controlado?

Quem vai controlar se vai ser usado o valor do auxílio ou do “bico” para apostar? Vai impedir que jovens notem a comunicação massiva nos estádios, nas camisas ou propaganda nos intervalos comerciais? É o típico “me engana que eu gosto”.

4. O devaneio do presente sobrepondo-se à responsabilidade com o futuro

O conjunto de ações e iniciativas para aquecer o mercado está trazendo resultado e é inegável, como bem demonstrado no completo artigo publicado. Mas o preço pode ser alto quando pensamos mais à longo prazo.

É uma economia em que o investimento de mais longo prazo acaba sendo desestimulado por taxas de juros de aplicações financeiras com razoável nível de segurança e rendendo patamares elevados de juros. E que levam à reflexão se vale a pena correr riscos investindo na economia real.

O esforço com forte indução do Estado com uso dos programas de auxílio, ajustes salariais e aumento do setor público com a finalidade de crescer a economia, o varejo e o consumo, o que também melhora o emprego, renda e a massa salarial do país, não deixam dúvidas sobre a opção adotada. Crescer a qualquer preço no presente! E o futuro a Deus pertence.

Controle e ajustes de gastos, busca de maior eficiência e outras questões mais ficam relegadas a outro plano. E vamos que vamos.

Nesse quadro fica a visão de que nos próximos nove trimestres, até as eleições presidenciais de 2026, economia, consumo, comércio, varejo e o desempenho das empresas ligadas a esses setores devem ser melhores do que foram no primeiro semestre deste ano. E o potencial de expansão de negócios no período deve ser mais positivo.

Passados esses nove trimestres de ilusão, talvez venhamos a discutir o futuro da Nação.

Fonte: “https://mercadoeconsumo.com.br/18/11/2024/destaque-do-dia/varejo-melhora-desempenho-no-3o-trimestre-mas-4-fatores-geram-preocupacao-futura/”

Revolução tributária no e-commerce brasileiro: impactos e oportunidades

A partir de 2026, o Brasil implementará uma reforma tributária histórica, introduzindo dois novos impostos indiretos que modernizarão seu sistema fiscal. Essa mudança trará a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) de 8,8%, um tributo federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) de 17,7%, de âmbito estadual e municipal. Ambos funcionarão de forma análoga ao Imposto sobre Valor Agregado (IVA), alinhando o Brasil às melhores práticas internacionais.

Um aspecto crucial dessa reforma é a tributação de provedores de serviços digitais não residentes. Essa medida visa equalizar a competição entre empresas estrangeiras e nacionais, eliminando uma vantagem fiscal que favorecia injustamente as entidades não residentes. O novo regime tributário abrangerá uma ampla gama de serviços eletrônicos, incluindo publicidade digital, streaming de conteúdo, aplicativos, software e serviços de internet.

Panorama do e-commerce no Brasil

O mercado digital brasileiro apresenta um cenário robusto e em expansão. Com 207 milhões de usuários de internet, o país está próximo do quinto estágio de desenvolvimento do comércio digital, caracterizado pela normalização das vendas online de produtos perecíveis e pela presença de múltiplos marketplaces bem estabelecidos.

O setor B2B domina o espaço digital, superando o B2C em três vezes. Apesar dos desafios econômicos recentes, o PIB brasileiro demonstrou resiliência, atingindo 2,9% em 2023, com projeções do Banco Mundial apontando para um crescimento mais moderado de 1,7% até o final de 2024.

O comportamento do consumidor brasileiro é particularmente favorável ao e-commerce. Dados do Relatório Digital Global de 2023 da Meltwater indicam que 59,2% dos usuários entre 16 e 64 anos realizam compras online semanalmente. Além disso, o país lidera em tempo gasto online em atividades como jogos, mídias sociais e streaming de conteúdo.

Marco regulatório e conformidade

O ambiente regulatório brasileiro para o comércio digital evolui de forma consistente, embora a implementação possa ocorrer em um ritmo diferente do observado na Europa. O país possui uma estrutura legal robusta, incluindo legislações sobre transações eletrônicas, proteção de dados, combate a crimes cibernéticos e defesa do consumidor.

As empresas que operam no mercado brasileiro devem estar atentas às expectativas dos consumidores, que estão habituados a um alto nível de proteção legal. A conformidade com as regulamentações locais é essencial para o sucesso no mercado.

Perspectivas de crescimento e impacto econômico

O comércio eletrônico tem revolucionado o varejo global, proporcionando às marcas alcance internacional e oferecendo aos consumidores conveniência sem precedentes. Projeções da Statista indicam que as vendas globais de e-commerce no varejo devem ultrapassar US$ 8 trilhões até 2027, um crescimento expressivo em relação aos US$ 2,3 trilhões registrados em 2017.

Na América Latina, espera-se que as vendas online atinjam US$ 160 bilhões até 2025, com Brasil, México e Argentina representando 67,06% desse mercado em 2024. Esse cenário de expansão tem impulsionado fusões e aquisições no setor, além de atrair investimentos significativos para o mercado brasileiro.

O Brasil está se posicionando como um player global no comércio eletrônico ao implementar um programa de conformidade que promete simplificar o tratamento de taxas e impostos. Essa iniciativa não apenas beneficiará as empresas, mas também os consumidores, através da redução de tarifas de importação e de uma abordagem mais transparente para transações internacionais.

A reforma tributária e as novas regulamentações para o comércio digital representam um marco na modernização econômica do Brasil. Empresas nacionais e internacionais devem se preparar para adaptar suas operações a esse novo cenário, que promete criar um ambiente de negócios mais equitativo e dinâmico no país.

Fonte: “https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/revolucao-tributaria-no-e-commerce-brasileiro-impactos-e-oportunidades”