Vendas do varejo cresceram 10,5% no Natal deste ano, diz Cielo

Comparação é feita em relação à data em 2021; faturamento do e-commerce teve alta de 18,4% no período.
As vendas do varejo no Natal de 2022 tiveram alta de 10,5% em relação à mesma data no ano passado, segundo levantamento da Cielo. O levantamento foi feito entre os dias 19 e 25 de dezembro.

No e-commerce, a alta foi de 18,4%, enquanto o faturamento do comércio presencial registrou elevação de 10%.
A região Sul registrou a maior alta, de 12,8%, com destaques para o Paraná (+ 15,2%), Rio Grande do Sul (+ 11,9%) e Santa Catarina (+ 10,5%). A região Norte aparece na segunda posição com variação de 11,5%.

Em terceiro lugar está o Centro-Oeste (+10,9%). Goiás e Distrito Federal puxaram os resultados: cresceram 9,1% e 6,2%, respectivamente.

No Sudeste as vendas cresceram 9,3%, com destaques para Minas Gerais (+ 11,4%), São Paulo (+ 9,5%) e Rio de Janeiro (+ 6,1%).

Já a região Nordeste registrou alta de 7,6%. Bahia (+ 9,2%), Ceará (+ 5,0%) e Paraíba (+ 4,4%) e Pernambuco (+ 2,7%) foram os estados cujas variações foram as mais significativas.

Na avaliação de Vitor Levi, superintendente de dados e inovação da Cielo, o fato de o Dia de o Natal ter caído no domingo colaborou com os resultados deste ano.

O consumidor teve a semana completa, incluindo o sábado, dia de vendas fortes, para poder realizar suas compras. Os segmentos dos presenteáveis tiveram grande destaque, como cosméticos e livrarias”, diz.

Desempenho por setor
Veja a variação nas vendas no Natal de 2022 na comparação com o do ano passado:

Turismo e Transporte: + 26,1%;
Cosméticos e Higiene Pessoal: + 23,0%;
Livrarias, Papelarias e afins: +22,0%;
Óticas e Joalherias: + 17,0%;
Drogarias e Farmácias: + 15,3%.
Entenda o índice
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo brasileiro, de acordo com as vendas realizadas em 18 setores mapeados pela Cielo, desde pequenos lojistas a grandes varejistas. Eles respondem por 1,1 milhão de varejistas credenciados à companhia. O peso de cada setor no resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.

A unidade de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento competitivo do mercado de credenciamento –como a variação de market share –e os da substituição de cheque e dinheiro no consumo.

Esse índice não se trata de prévia dos resultados da Cielo, que é impactada por uma série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.

Nem lojas resistem a Natal morno e varejo deve crescer um dígito baixo

Após Black Friday em que ponto físico foi melhor, fluxo cai; on-line prevê recuo de 10%.

Dados preliminares de fluxo de consumidores no comércio neste Natal, além das projeções de entidades do varejo físico e on-line, indicam fraco desempenho para a data. O tráfego de clientes em lojas, com desempenho mais animador na Black Friday, perdeu força em dezembro. No comércio digital, a previsão é de recuo de 10% no faturamento. Até o calendário pesa contra neste ano: com o Natal no domingo, as lojas não terão o fim de semana completo para vender.

Apesar de a baixa demanda em dezembro levar a um aumento de liquidações em janeiro, os estoques baixos devem limitar ações comerciais mais agressivas no início de 2023, dizem consultores.
No geral, as estimativas das associações, para dezembro, são de expansão real (descontada a inflação) de 1,2% a 1,8% nas vendas sobre dezembro de 2021. Em termos nominais, a taxa esperada chega a 8%, segundo federação do comércio paulista. Os shoppings preveem alta nominal de 4% – a inflação estimada em 2022 alcança 5,9% (IPCA).

Ao se retirar o efeito inflacionário dos cálculos do setor, de maneira a se verificar nível de volume vendido, pode ocorrer, portanto, queda de um dígito ou tímido ganho real, a depender da previsão.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que seria preciso alcançar crescimento de 5% em dezembro para conseguir equiparar as vendas ao nível de 2019. A entidade reviu neste mês a taxa de crescimento inicialmente prevista para o Natal, passando de 2,1% para 1,2%, para cerca de R$ 65 bilhões.
Maior entidade do setor, o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) estimou, nesta semana, alta nominal de 1,8% em dezembro sobre 2021 – em termos reais, equivale a 4% de retração.

“Há um conjunto de fatores positivos e negativos que afetam o consumo, mas os negativos têm pesado mais nos resultados, como mostra o desempenho do comércio em datas recentes já afetadas por esse ‘macro’ difícil. E isso não dá sinais de melhora no curto prazo”, diz Fabio Bentes, economista da CNC, que representa 34 federações. Para 2023, a projeção é de alta de cerca de 1% nas vendas.

Bentes cita, como pontos mais animadores, o aumento na circulação de pessoas no varejo neste ano, a queda na taxa de desemprego (para 8,4%, menor índice desde 2014, versus 14,7% em abril de 2021), e o recuo da inflação. Após 25 meses de alta nos preços, houve desaceleração neste semestre.

“Mas há o impacto da taxa de juros muito elevada para pessoas físicas, em 56% ao ano, o maior patamar desde o primeiro trimestre de 2018. E o grau recorde de comprometimento da renda com dívida, em quase 29% em outubro, segundo dados do Banco Central”, diz.

As últimas datas de vendas do varejo mostram os efeitos desse cenário. Em agosto, quando ocorre o Dia dos Pais, a venda de roupas e calçados caiu 0,4%, e móveis e eletrônicos, 0,8%, segundo o IBGE. Em outubro (Dia das Crianças), vestuário recuou 1,1% e papelaria e informática não cresceu.

Depois disso, o país teve a pior Black Friday da história, com primeiro recuo nas vendas na data. Segundo José Barral, sócio da Cendon & Barral Assessoria e Consultoria, o cenário ‘macro’ atual, que afeta as projeções também de 2023, tem sido tópico central das discussões dos conselhos de administração.

“O poder de compra caiu e número de lojas, especialmente no varejo alimentar, só sobe. Então, alguém vai acabar perdendo um pedaço do bolo”, diz. “É bem provável ter um fim de ano e um 2023 forte no comércio de alta renda, que ainda tem parte do gasto reprimido da pandemia. Mas o que faz o varejo crescer são as classes C e D, e principalmente a C”, afirma.
No caso dos shoppings, há estimativa de avanço de 4% na receita, calculada pela Abrasce, a maior entidade do setor, com R$ 5,5 bilhões em vendas de 19 a 25 de dezembro. Para o comércio de São Paulo em geral (ruas e shoppings), há previsão de alta de 8% no mês, para R$ 112,4 bilhões, diz a FecomercioSP.
A Abrasce faz a ressalva de que a alta projetada reflete uma base de comparação normalizada de vendas, sem espaço para aumentos de dois dígitos como em 2021 versus 2020, ano de pandemia.

“No âmbito geral, o cenário ainda é restritivo ao consumo, considerando o quadro de preços elevados, aumento dos juros e incertezas econômicas para o próximo governo. No caso dos shoppings, temos uma recuperação contínua voltando ao período pré-pandemia”, diz Glauco Humai, presidente da entidade. A Alshop, entidade dos lojistas de shoppings, também estima alta de 4%, segundo o diretor Luis Ildefonso.

A loja física sentiu um dezembro mais desafiador do que o projetado, afirma a diretora da consultoria Virtual Gate, Heloísa Cranchi. A companhia faz contagem de pessoas em pontos-de-venda com mais de 3,5 mil câmeras em lojas.

A pedido do Valor, a empresa coletou dados de circulação nos pontos, que mostra recuo de 6,3% no tráfego de dezembro, até ontem, frente a 2021. Versus 2020, a queda é de 1,1% e, frente a 2019, ano anterior à pandemia, há uma diminuição forte, de 29,4%.

No varejo de cosméticos, há o melhor desempenho, com alta de 16,2% no fluxo sobre 2021. Em vestuário, o recuo atinge 6,8% e em móveis, queda de 1,8%.
Menos clientes circulando exige que aqueles que vão às ruas gastem mais para compensar o volume menor de compradores, a não ser que a venda on-line avance.

“Nós não esperávamos que a circulação caísse agora, por conta da base de comparação mais tímida do fluxo de 2021, quando ainda se sentia a covid”, diz Cranchi. “Temos conversado muito com clientes e, após a Black Friday deste ano, o certo otimismo que ainda existia se arrefeceu. O Natal não sinaliza uma venda expressiva”.
Cranchi lembra que o Natal neste ano acontece no fim de semana, com o dia 24 “caindo” no sábado. Em 2021, o dia 24 foi na sexta, mas houve lojas abrindo no domingo. “Se o Natal fosse na segunda ou na terça, teríamos um fim de semana inteiro para a venda acontecer.”

Uma queda em fluxo poderia ser equilibrada por um aumento na demanda no on-line, mas não há sinais de uma retomada no digital. A consultoria Neotrust prevê vendas de R$ 6,2 bilhões de 10 a 24 de dezembro, recuo de 10%. Para o tíquete médio, é projetada queda de 1%, e em pedidos, de 9%. Até setembro, o faturamento do comércio eletrônico caiu 3,6%.
Após a semana que vem, parte da atenção se volta para as vendas de liquidação do início de 2023 “Em janeiro, se ficar no zero a zero já vai ser bom”, afirma Cranchi. Os consultores ouvidos lembram que deve sobrar menos bens duráveis para queimas de estoques de janeiro – dados de estoque das redes de capital aberto mostra recuo nos valores no terceiro trimestre.
Caso as redes terminem dezembro com vendas mornas, mas com margens mais protegidas, pode ser o aspecto positivo do período. “Não tem espaço para discussão de incentivos ao consumo no curto prazo, no próximo governo. A agenda do setor terá que ser muito voltada para eficiência na gestão dos custos, dos investimentos e do fluxo de caixa”, diz Barral.

Amazon registra perda de R$ 5 trilhões, a maior de sua história

Logo no início do ano, Amazon apresentou o primeiro resultado negativo em sete anos e viu o valor das ações cair 8%
Amazon registrou perda de mais de 1 trilhão de dólares (quase R$ 5,1 tri) em valor de mercado;

Aumento da inflação e aperto da política monetária com aumento das taxas de juros seriam os principais motivos;

Reportagem do New York Times afirmou que a Amazon planejava demitir cerca de 10.000 funcionários em seus setores corporativo e de tecnologia ainda neste ano.

A Amazon, companhia de varejo online, não tem vivido dias muito favoráveis. Após a suspensão da construção de novos armazéns e de anunciar uma demissão em massa, a empresa contabilizou um prejuízo de mais de 1 trilhão de dólares (quase R$ 5,1 tri) em valor de mercado.

Em novembro, a Bloomberg já havia informado sobre uma perda de US$ 1 bilhão em valor de mercado da Amazon e que os principais motivos para esse novo registro seriam o aumento da inflação, o aperto da política monetária com aumento das taxas de juros no país para controlar os preços, ambiente econômico mais apertado e temores de uma recessão.

Logo no início do ano, a empresa apresentou o primeiro resultado negativo em sete anos e viu o valor das ações cair 8%. O Bloomberg Billionaires Index estimou que Jeff Bezos perdeu cerca de US$ 13 bilhões em apenas algumas horas com a movimentação do mercado financeiro.

No mês passado, uma reportagem do New York Times afirmou que a Amazon planejava demitir cerca de 10.000 funcionários em seus setores corporativo e de tecnologia ainda neste ano.

Este seria o maior número de cortes de empregos realizados em qualquer ponto da história da gigante do comércio eletrônico com sede em Seattle. A companhia estaria sentindo os efeitos do mau momento econômico que prejudica grandes empresas de tecnologia.

As demissões afetarão principalmente os envolvidos com projetos ligados ao assistente de voz Alexa da Amazon, bem como seus departamentos de varejo e recursos humanos, de acordo com o Times.

A empresa ainda não definiu um número específico de cortes de empregos, embora demitir 10.000 pessoas represente cerca de 3% de seu quadro de funcionários corporativos e menos de 1% de sua força de trabalho global de 1,5 milhão.

Crianças e adolescentes preferem celulares e gifts cards como presentes de Natal

Mapeamento da Kids Corp contou com 976 entrevistados de todo o Brasil.

Natal
Um levantamento da Kids Corp, kidtech especializada em marketing digital voltado ao público infanto-juvenil na América Latina, mostra que crianças e adolescentes brasileiros estão, em sua grande maioria, mais otimistas quanto à celebração do Natal em comparação aos anos anteriores. No mapeamento, realizado com questionários online junto a uma mostra de 976 entrevistados no Brasil, 74% dos respondentes afirmaram sentir que a festa deste ano será melhor que a de 2021, enquanto apenas 2,3% acham que ela será pior. Outros 23,6% consideram que ela será igual a do ano passado.

“Acreditamos que esse otimismo se deve ao fato de que, desde o surgimento da pandemia, essa será a primeira vez que as famílias brasileiras poderão se reunir sem grandes restrições, o que faz toda a diferença sobre como a data é vivenciada, independentemente da idade”, pondera Humberto Galdieri, country manager da Kids Corp no País.

O sentido familiar da ocasião prepondera junto ao público infanto-juvenil, com 45,9% declarando que o Natal significa passar tempo com a família, seguidos de 25% que a veem a data como uma festa religiosa, 19,9% como um momento em que recebem presentes e 9,2% como um período de férias escolares.

Escolhas para o Natal
A lista de objetos preferidos como presente para 2022 apresenta variações de acordo com a faixa etária, mas o celular assegura de forma transversal o status de bem mais cobiçado entre todos os entrevistados.

Na faixa etária entre 6 e 8 anos, os celulares lideram as preferências, com 30,6% das menções, seguidos por bonecas (23,4%), roupas e tênis (23,2%), bicicletas, patinetes e patins (22,4%), consoles de videogames (21,7%), bichos de pelúcia (17,3%), Legos (16,7%), carrinhos e carros de controle remoto (13,8%), e dinheiro/gif cards (12,8%).

Entre as crianças de 9 a 12 anos, os celulares lideram as preferências, com 40,5% das menções, seguidos por dinheiro/gift cards (25,7%), roupas e tênis (24,4%), bicicletas, patinetes e patins (23,5%), consoles de videogames (21,7%), dinheiro virtual para videogame (16,5%), jogos eletrônicos (15,6%), bonecos/personagens de jogos de ação (11,7%), cosméticos e perfumaria (10,6%).

No início da adolescência, entre 13 e 15 anos, os celulares lideram as preferências, com 50% das menções, seguidos por dinheiro/gif cards (41,6%), roupas e tênis (33,3%), livros e histórias em quadrinho (24,7%), bicicletas, patinetes e patins (22,56%), consoles de videogames (21,3%), instrumentos musicais (20,6%), roupa ou acessórios esportivos (18,6%) e dinheiro virtual para videogames (15,7%).

Já entre os respondentes entre 16 e 18 anos, os celulares lideram as preferências, com 59,4% das menções, seguidos por roupas e tênis (23,3%), dinheiro/gif cards (35%), roupa ou acessórios esportivos (19,4%), consoles de videogames (14,1%), cosméticos e perfumaria (13,7%), livros e histórias em quadrinho (13,2%), jogos eletrônicos (12,1%), instrumentos musicais (11,8%), bicicletas, patinetes e patins (10,1%).

Crise na China: o que esperar e como se preparar

Desde agosto, a China vinha dando indícios do tamanho do problema causado pela crise de energia. Mais do que dois terços do país já registraram apagões em fábricas e casas, incluindo as metrópoles Pequim e Xangai. E é claro que, dentro do mundo globalizado, uma alteração no sistema energético de um país tão importante para o comércio mundial, poderia impactar, em menor ou maior grau, o e-commerce brasileiro.

Apesar dos efeitos negativos que não se limitam apenas às consequências locais para a China, o racionamento é impulsionado por uma ordem do próprio governo chinês, que determinou a redução de emissões de gases do país para conseguir atingir as metas ambientais assumidas até 2030. Para isso, é necessário diminuir a queima de carvão, considerado o grande vilão do meio ambiente por ser o pior poluidor entre combustíveis fósseis.

“A decisão do governo se conecta muito com a política de um desenvolvimento verde, que não é novidade, pois já aparecia nos planos quinquenais do país antes”, avalia o professor da FGV Direito Rio, Evandro Menezes de Carvalho, que é coordenador do Núcleo de Estudos China-Brasil da instituição. “Este ano, ao apresentar o 14º Plano Quinquenal, com metas que não agridam o meio ambiente, o governo chinês passa a levar o assunto muito a sério”, afirma o professor, que aponta, entre os motivos da decisão, a demanda da população para que as questões ambientais sejam atendidas, e também o fato de esse ser um ponto relevante na agenda internacional.

Ainda assim, Carvalho avalia que o país depende muito do carvão como energia barata e essa transição para energia renovável e limpa não vai ser tão simples. “O carvão promove energia de baixo custo, que barateia os produtos e a produção”. Sem poder produzir a matéria-prima como antes, a compra de carvão também fica comprometida. A oferta global não acompanhou a demanda e os preços chegaram a bater recordes nos últimos meses. O gás natural até poderia ser uma alternativa, se não fosse a alta internacional de preços, intensificada pela crise energética na Europa.

Os insumos no Brasil

Com a produção de energia comprometida, a produção manufaturada é afetada diretamente. Somada à alta da demanda, impulsionada pelo reaquecimento da economia com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no mundo, parece inevitável um possível choque na oferta de bens produzidos no país. Na prática, isso significa que pode afetar as importações da China no mundo todo, incluindo no Brasil.

“A China hoje é responsável por 25% do crescimento mundial. É evidente que tudo que ocorre lá terá uma repercussão no resto do mundo, sobretudo no Brasil, onde temos uma enorme dependência em relação às importações chinesas de commodities minerais e agrícolas”, avalia Luís Paulino, professor e diretor do Instituto Confúcio na Unesp. Segundo ele, os setores que mais atingidos são os de consumo intensivo de energia, como aço, alumínio, cimento e produtos químicos.

Dessa forma, é possível que haja aumento das pressões inflacionárias, graças ao alto custo de produção dos alimentos e ao impacto no câmbio por diminuir as exportações brasileiras, já que cerca de 30% das vendas externas daqui vão para a China. Todos esses fatores podem limitar ainda a possibilidade do destravamento do PIB brasileiro.

“Hoje, muitos dos insumos básicos para a indústria de transformação são oriundos da China. Não temos falta de televisor chinês, por exemplo, mas sim dos componentes de montagem das placas eletrônicas da TV montada aqui no Brasil. Isso vale para o papelão, fios têxteis etc”, relata Marcelo Vieira, CEO da Next Mile e diretor de logística da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

Para o professor do curso de Engenharia de Produção da Universidade Presbiteriana Mackenzie Alaercio Nicoletti Junior, a situação afeta diretamente o comércio online brasileiro. “O e-commerce tem um problema especial que são as importações. Temos um grande potencial de distribuição, mas o que vem de fora vai acabar sofrendo atrasos e até rupturas em alguns produtos”.

“Desde o início da pandemia, estamos sendo impactados, seja pela falta de insumos de embalagem, seja pelos preços altos da cadeia de transporte internacional, afetando todos os produtos que em seu processo possuam materiais importados. Um container que, no início de 2020, custava cerca de US$ 3 mil para ser transportado da China ao Brasil, hoje ultrapassa a casa dos US$ 10 mil”, relata Vieira.

Quem também deu dicas sobre a possibilidade de falta de matéria prima da China foi Mauro Tschiedel, sócio proprietário do e-commerce UsinaInfo (produtos para câmeras digitais e equipamentos eletrônicos). Para ele, o impacto se dará principalmente em alguns materiais que permeiam toda a cadeia — como, por exemplo, o componente químico usado no plástico. “Quase todos os produtos usam plástico. Portanto, a ausência do componente químico implicaria na falta da tampa da embalagem, por exemplo. Ou seja, não necessariamente o produto final faltaria, mas sim partes que são necessárias para ele se tornar comercial”, explicou.

Mesmo reconhecendo a gravidade da situação, sobretudo se a crise continuar afetando o ritmo da economia chinesa em 2022, os especialistas acreditam que não é necessário grande alarde, já que é de se esperar algum tipo de intervenção do governo da China para solucionar a crise. “A questão da escassez de energia é temporária e deve ser mais aguda neste período de inverno, em que as indústrias de energia reduzem suas produções. Mas essas consequências não serão traduzidas automaticamente em termos de redução de vendas”, avalia Paulino.

O que fazer para driblar o problema?

Para Vieira, há muitos países abertos para negociar insumos, o que pode ser alternativa para driblar a crise. “Outro ponto é a busca por fornecedores locais que, dado os custos atuais de transporte internacional, passou a ser um competidor importante”.

Tschiedel cita outras alternativas para minimizar a falta de matéria-prima. “Vale buscar negociar com o atual fornecedor e definir, de maneira clara e objetiva, a disponibilidade do produto, mantendo contato próximo para saber a real situação”. E ele elenca outras saídas, como: definir quantidade de itens por cliente; reduzir anúncios patrocinados para aumentar margem; mudar o mix; elevar os preços para reduzir demanda… “Não são alternativas agradáveis, mas este é o custo de ser empreendedor”, enfatizou.

Continuando com as dicas, Tschiedel explica como remediar no longo prazo um cenário de falta de estoque. Segundo ele, diversificar o número de fornecedores de produtos âncora entra no topo das estratégias a serem trabalhadas, uma vez que existe um risco grande em depender de poucos canais. “Outra alternativa seria buscar estruturar produtos similares para garantir um fornecimento mais diversificado. Acredito que valeria também colocar a importação como um pilar de diversificação de fornecedores. Isso porque a estratégia de importação não precisa ser motivada só pelo preço, mas sim pela garantia de ter o item para venda”.

Ao imaginar um pior cenário de abastecimento da China, Tschiedel vislumbra uma possível alternativa aos marketplaces. “Neste caso, eu separaria o meu negócio (marketplace) em dois grupos de empresas: as que têm o produto e as que ficaram sem estoque. Afinal, quando um marketplace abre para a entrada de produtos via crossborder, ele acaba deixando a PME que se organizou e tem estoque no escuro, pois era a oportunidade que ela tinha de fazer um caixa para passar o momento de crise. Portanto, uma maneira de ajudar seria fomentar o posicionamento de produtos nacionalizados ou de quem tem estoque”, sugeriu.

Já para PMEs que não têm estoque, segundo ele, a saída seria melhorar o posicionamento para os produtos secundários ou, ao menos, não penalizar o posicionamento da empresa que teve falta de estoque do produto principal. “Sei que são sugestões em que o marketplace perderá faturamento, mas é um exercício para enxergar alternativas que poderiam ser implantadas”.

Apesar de uma possibilidade de crise por conta do fornecimento da China, o empresário é positivo diante da realidade do mercado nacional. “Eu posso focar na parte ruim de tudo o que estamos passando, como cadeia logística de ponta cabeça; fornecimento de matéria prima com problemas; dólar nas nuvens; eleição; reformas andando em passos de tartaruga; crise energética e assim por diante. Entretanto, eu prefiro olhar o copo meio cheio. Afinal, dessa forma eu vejo um número de casos de Covid-19 reduzindo; índice de vacinação aumentado; uma economia que poderia estar bem pior; empresas se digitalizando rapidamente; produção agrícola puxando o PIB, e por aí vai. Se me perguntassem sobre minhas expectativas para 2022 em abril de 2020, eu diria que estaríamos em frangalhos. Porém, estamos melhor do que poderíamos prever em 2020. No fim das contas, o melhor do Brasil é o brasileiro. Nós vamos fazer nossa parte: trabalhar, cuidar das nossas empresas e das nossas famílias. E, se de fato acontecer essa crise na China, com certeza irá passar”, finalizou.

Carteira digital aumenta ticket médio e recorrência de compra

Levantamento mostra que parceria entre Privalia e PayPal atrai consumidor com maior ticket médio, aumenta conversão e fideliza clientes.

A diversificação das formas de pagamento, principalmente a possibilidade de compra via carteira digital, vem se mostrando uma solução importante para aumentar a conversão no e-commerce. Um exemplo disso é a parceria entre a Privalia, um dos maiores outlets online do segmento fashion, e o PayPal. As duas empresas são parceiras há nove anos e um levantamento feito recentemente pela Privalia, e divulgado com exclusividade para a Consumidor Moderno, mostra que o pagamento via carteira digital tem sido responsável por atrair um consumidor com um maior ticket médio para a plataforma.

“Identificamos que tem um público bastante recorrente que é da própria carteira PayPal. São clientes que estão acostumados, e que compram somente por esta via. Vemos que o ticket médio geralmente é maior”, afirmou Jordão Resende, diretor financeiro da loja online. Segundo ele, os clientes encontram oportunidades e facilidade no pagamento na carteira digital. Atualmente, 14% do volume de vendas da Privalia é via PayPal, com um ticket médio 30% maior do que nas outras formas de pagamento e uma frequência de 4,4 compras ao ano, 10% acima da média geral dos clientes.

Uma pesquisa feita pelo próprio PayPal indica que essa busca pela carteira digital como forma de facilitar o pagamento, que trouxe bons resultados para a Privalia, é uma tendência no e-commerce. A média do aumento na taxa de conversão em lojas virtuais que tem como principal vertical moda e vestuário é de 3,9%. Se isolamos parte da jornada e analisamos a atitude do comprador a partir da tela de checkout, a possibilidade de pagamento com PayPal contribui para um aumento médio de 59% na conversão quando comparado a outros meios de pagamento. Ainda de acordo com a pesquisa, o valor médio da compra via PayPal é 26% superior ao do checkout comum e a frequência anual de compra é 8% maior.

A possibilidade de pagar com a carteira digital aumenta a disposição de compra do consumidor, porque ele consegue pular uma série de formulários no momento do checkout, sem perder segurança.

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Ter parceiros confiáveis é diferencial competitivo
Jordão Resende afirma que os dois principais desafios da Privalia hoje são: manter o consumidor engajado e sustentar o tráfego para o site. Para que isso aconteça, segundo ele, o grande diferencial é contar com parceiros confiáveis, que agreguem no processo de inovação e se mostrem disponíveis para a execução de campanhas. O diretor reforça a importância de cultivar um bom relacionamento com as empresas parceiras com o objetivo de favorecer e fidelizar o cliente, além de se manter no topo em um mercado tão competitivo.

“Sempre tivemos uma relação bastante próxima, não só com soluções de pagamento, mas também com parcerias e testando campanhas. Por exemplo, oferecendo frete grátis e parcelamento estendido no pagamento com PayPal e até mesmo em ações fora do ambiente digital, como na Casa Privalia – nossa casa conceito de vendas off-line”, explica Resende.

Um exemplo dessa postura, de acordo com o diretor, foi a ação conjunta na Black Friday de 2021, em que a Privalia ofereceu frete grátis para pagamento com PayPal. O resultado foi um crescimento de 56% no valor transacionado via carteira digital no período.

Sobre a Privalia
Em 2008, a Privalia chegou ao Brasil e hoje se tornou um dos maiores outlets digitais no segmento fashion, com mais de 1.500 marcas parceiras e 17 milhões de clientes cadastrados. A empresa coloca o consumidor no centro de suas operações e vem diversificando o seu portfólio e oferecendo produtos de outras verticais, como beleza, kids, casa & decoração, entre outras.

A Privalia credita o sucesso da plataforma aos grandes e constantes investimentos em tecnologias que beneficiam diretamente o consumidor e contribuem para uma experiência de compra positiva.

Mercado Pago firma parceria com Salesforce visando novidades no e-commerce

Nesta semana, Mercado Pago e Salesforce oficializaram um acordo para integração de novos processos de pagamentos de e-commerce. O objetivo é melhorar a experiência de compra e aumentar a conversão de vendas com soluções como Meios de Pagamento, Gateway, Multi-Aquisição e Antifraude. A parceria inclui atuação em seis países da América Latina, sendo Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru e México.

Por meio do Checkout Transparente e do Checkout Pro, os varejistas podem manter os compradores na mesma página, sem precisar direcioná-los para outro ambiente de pagamento. É possível até mesmo replicar o sistema utilizado pelo Mercado Pago para cobrança pelo produto ou serviço oferecido.

No Brasil, em ambas as situações, a integração nativa entre as instituições permite que os clientes concluam a compra com diversas opções de métodos de pagamento, incluindo o Pix. Eles também poderão oferecer pagamentos via Open Finance.

A solução Mercado Pago oferecida em colaboração com a Salesforce Commerce Cloud visa também combinar praticidade de uso, além de melhorar o fluxo do processo e simplificar processos com a mesma segurança para a realização de transações.

A solução Checkout Transparente já está disponível na América Latina via Salesforce AppExchange.

O desempenho das pequenas e médias empresas na Black Friday

Índice mostra que promoções do varejo em novembro impactaram resultados das lojas.

As pequenas e médias empresas tiveram resultados positivos na Black Friday deste ano. No acumulado de novembro, até a data exata do evento, o crescimento real do comércio varejista foi de 7%, quando comparado com o mês anterior. A informação é do Índice Omie de Desempenho Econômico das Pequenas e Médias Empresas (IODE-PMEs), que funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, em 637 atividades econômicas.

Entre os segmentos com melhor performance, 10 são afetados de forma considerável por promoções relacionadas à data. Destaque para o varejo de brinquedos e artigos recreativos, alta de 81,9% no acumulado de novembro/22 x outubro/22, além do setor de artigos médicos e ortopédicos (+40,3%) e de tapeçaria, cortinas e persianas (+34%). Comércios de calçados (+20%), cosméticos, perfumaria e higiene pessoal (+9,4%) também tiveram boas vendas relacionadas com a Black Friday.

Ao comparar com novembro/21, as PMEs do varejo registraram um avanço de 4% na movimentação financeira média diária neste ano.

– O crescimento tem como pano de fundo o encolhimento da inflação nos últimos meses e a melhora no mercado de trabalho. Há um aumento da renda disponível da população para o consumo de itens não essenciais, favorecendo os resultados de diversos segmentos durante a Black Friday – explica Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem.

Veja os principais dados logísticos da Black Friday de 2022

Alguns comportamentos dos lojistas e consumidores são vistos como tendências, principalmente para o comércio eletrônico.

A Black Friday já chegou ao fim, entretanto, os números da data, que é vista como uma das mais importantes para o varejo, ainda estão dando o que falar entre os especialistas do setor. Isso porque alguns comportamentos dos lojistas e consumidores são vistos como tendências, principalmente para o comércio eletrônico.

Éder Medeiros, fundador e CEO da plataforma de intermediação de fretes Melhor Envio, explica que é essencial que as marcas digitais estudem como foi a data: “Com o fim da pandemia e a reabertura das lojas físicas, o comércio eletrônico estava bastante ansioso para descobrir as novas necessidades dos consumidores. Isso porque o mercado vem oferecendo cada vez mais novidades tanto em serviços e ferramentas como nos produtos em si. Como a Black Friday atrai diversos tipos de compradores, como aqueles que não compram frequentemente na internet, ela acaba ditando algumas preferências que devem ser observadas pelas empresas do setor”

De olho nessas novidades, o Melhor Envio produziu um levantamento com os principais dados logísticos da Black Friday de 2022 e que merecem a atenção dos especialistas do setor. Confira:

Pix representou mais de 60% dos pagamentos de fretes
Não há como negar que o Pix vem revolucionando a forma como a sociedade paga suas contas. A Black Friday também ilustrou essa tendência, sendo que a maior parte dos pagamentos dos fretes foi feita via Pix, que apareceu em mais de 60% das compras de etiquetas de frete. Considerando que, em 2021, o serviço teve 10% de participação nos pagamentos de fretes na mesma data, nota-se que a facilidade e a agilidade são vistas como prioridade no setor em 2022.

52% dos lojistas optaram pelo frete expresso para enviarem suas mercadorias
Com a pandemia, as pessoas se acostumaram a comprar na internet, o que também as deixou mais exigentes. Na Black Friday deste ano, a maioria dos lojistas priorizaram o prazo em relação ao valor da entrega, optando pelo chamado frete expresso. Os consumidores não querem fazer uma compra e receber após um mês ou mesmo em duas semanas. Muitas pessoas precisam do item em uma data específica e não se importam em pagar um pouco mais para receber o produto em poucos dias. Por isso, é essencial dar possibilidades aos clientes.

Mais de 30% dos envios do período partiram da região metropolitana de São Paulo, com 22% deles saindo da capital paulista
Onde estão localizados os espaços físicos das lojas digitais? Como era de se esperar, a região metropolitana de São Paulo foi responsável por quase um terço dos envios de mercadorias nacionais do período da Black Friday 2022. Esse dado aponta, sobretudo, o potencial de vendas da região paulista.

Um a cada três envios foi feito por lojistas que dizem ter sua rede social como principal meio de vendas
As redes sociais estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas e estão movimentando as compras na internet. Além do Instagram e WhatsApp, o TikTok também é outra marca que prevê novidades e vem investindo no futuro do e-commerce.

Todos os dados utilizados para o levantamento foram fornecidos pela própria base de clientes do Melhor Envio e em conformidade com os Termos de Uso da Plataforma e a Lei Geral de Proteção de Dados.

O Melhor Envio é uma plataforma de intermediação de fretes para quem vende online, onde é possível cotar, gerar etiquetas de frete e realizar o rastreamento de pedidos.

Em 2022, black friday obteve crescimento em receita e queda nas fraudes

O número de pedidos no comércio eletrônico na Black Friday de 2022 foi 25% menor do que em 2021. No entanto, a receita no período foi 60% superior à do ano passado, segundo um levantamento realizado pela Konduto, vertical antifraude da empresa de inteligência analítica Boa Vista.

Os dados apontam que os consumidores optaram por adquirir menos produtos, mas de maior valor. A análise contempla as vendas feitas entre a sexta-feira e o domingo da semana do evento de promoções do comércio.

Acompanhando a redução do número de pedidos de compra online, as tentativas de fraudes desta Black Friday também caíram (-26%), em comparação com a edição passada. Mesmo assim, o sistema da Konduto barrou um total de R$ 71,5 milhões em tentativas de fraude durante o período do estudo.

Mobiles são a plataforma preferida

Ano após ano, os estudos da Konduto mostram que as compras por dispositivos móveis têm crescido gradativamente. Em 2020, foi a primeira vez que as compras via mobile passaram de 50% do número total de compras online — em menos de três anos, esse número chegou a 74%. E as fraudes acompanharam isso. Na Black Friday de 2022, 72% das tentativas foram originadas desses dispositivos.

Madrugada sem movimento

As madrugadas têm sido menos movimentadas na Black Friday. Em 2021, o período de 0h às 05h era responsável por 11% das vendas e 10% das fraudes.

Em 2022, os números caíram para 6% e 8%, respectivamente. Tanto os consumidores, quanto os fraudadores preferem o horário comercial — 60% das vendas e 57% das fraudes aconteceram entre às 6h e 17h.

Sudeste abocanha grande parte das vendas

Na análise por região, o Sudeste se destacou, registrando 62% das vendas e 59% das tentativas de fraude de todo o Brasil. No Nordeste, a Bahia foi o estado com a maior taxa de vendas (5,16%) e também de tentativas de fraudes (3,79%).

Na região Norte, o Pará registrou a maior representatividade em vendas (0,87%) e em fraudes (1,08%), em contraste com Roraima, que foi responsável por apenas 0,06% das vendas e 0,38% das tentativas de fraude