Entusiasmo com Black Friday diminuiu 43% no Brasil em três anos, mostra pesquisa da plataforma de e-commerce Picodi

Levantamento da plataforma de e-commerce Picodi ainda mostra que o valor no carrinho brasileiro fica em torno de R$ 626, com descontos de, em média, 31%.No mundo, a porcentagem da queda do entusiasmo é a mesma registrada no Brasil, de 43%.
Com base em dados de busca do Google Trends, o levantamento mostra que o Brasil está entre os principais países cujo interesse por descontos na data comercial diminuiu significativamente desde 2019. A maior queda foi registrada na Turquia, com 81%, seguida por Nigéria (67%), Colômbia (63%), Rússia (58%) e Polônia (54%).

“Isto está muito provavelmente relacionado não somente à pandemia e à instabilidade financeira, mas também ao uso excessivo dos nomes ‘Black Friday’ e ‘Black Week’ para vendas que não as do final de novembro”, explica a pesquisa.

Há países, por outro lado, que registraram aumento de buscas por descontos da Black Friday, como Chile (33%), Japão (22%) e Finlândia (1%).

Padrão de consumo no Brasil
Embora o interesse tenha diminuído, a Black Friday continua sendo um dos períodos mais importantes para o comércio brasileiro. Na última sexta-feira do mês de novembro do ano passado, dia 26, o número de vendas foi 385% maior em comparação a um dia normal. No mundo, a cifra foi de 320%.

Quando a data comercial bate à porta, as categorias de produtos mais populares entre os brasileiros são móveis, eletrônicos e eletrodomésticos, vestuário e cosméticos, nesta ordem.

A pesquisa ainda mostra que o valor no carrinho brasileiro fica em torno de R$ 626, com descontos de, em média, 31%. Em geral, o potencial de economia é de R$ 283.

Comércio eletrônico brasileiro perde mais de R$ 1 bilhão por problemas com pagamentos

Quase a metade dos consumidores online (47%) no Brasil relataram desistir de uma compra online durante o primeiro semestre deste ano devido a problemas com o processo de pagamento do comércio eletrônico, de acordo com uma nova pesquisa publicada pela fintech Zimpler.

A pesquisa da Zimpler mostrou que 78% das compras abandonadas devido a problemas de pagamento eram de valores menores, abaixo de R$ 300. As compras acima de R$ 1.000 representaram apenas cerca de 5% do total da amostra, mas foram responsáveis por mais de 20% das perdas totais.

“Nosso estudo mostra que o custo de transações online frustradas foi de pelo menos R$ 1,3 bilhão – e potencialmente muito mais alto”, diz Johan Strand, CEO da Zimpler.

Segundo dados da Nielsen IBit, a receita total do comércio eletrônico no Brasil atingiu R$118 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, o que significa que as transações online abandonadas representaram 1,1% das vendas totais. No entanto, o custo real para os varejistas provavelmente será maior, já que os consumidores têm menos probabilidades de voltar aos sites de comércio eletrônico após uma má experiência.

“Qualquer fricção nos sistemas de pagamentos online não só aumenta os custos dos varejistas de comércio eletrônico, mas também reduz as receitas”, acrescentou Strand.

Os dados da Nielsen IBit mostram que 6,2 milhões de brasileiros fizeram compras online nos primeiros seis meses de 2022.
O valor total das compras online continua aumentando, passando de R$ 76,2 bilhões no primeiro semestre de 2021, porém, na realidade, o número de brasileiros que compraram produtos ou serviços on-line caiu no primeiro semestre deste ano, abaixo dos 7,3 milhões de consumidores on-line no primeiro semestre de 2021.

“A contração na base de consumidores do comércio eletrônico, à medida que a pandemia diminui, sublinha a necessidade de que os varejistas se concentrem na experiência do usuário – qualquer transação fracassada não apenas representa a perda de receita daquele incidente individual, mas também põe em risco a capacidade da empresa de desenvolver relações comerciais duradouras com seus clientes online”, diz Raoul Mehta, general manager da Zimpler na América Latina.

Covid derruba gastos do consumidor chinês

O distrito mais populoso de Pequim pediu aos moradores que ficassem em casa, diante da alta de casos de covid-19.

Os gastos do consumidor chinês entraram em colapso com duas campanhas recentes no país: uma contra o aumento dos preços dos imóveis e outra para conter os surtos de covid-19. A queda disparou um alarme para empresas em todo o mundo, que concentraram suas esperanças em um consumidor chinês gastando mais.

As vendas do varejo caíram no mês passado, contrariando as expectativas, e deverão continuar em queda, num momento em que as autoridades chinesas lançam lockdowns a fim de conter surtos mais recentes de covid-19 e diante das medidas de afrouxamento, que têm tido pouco efeito em reverter a crise do mercado imobiliário.
A Alibaba, gigante do comércio on-line, divulgou na semana passada um prejuízo líquido inesperado, poucos dias após contrariar precedentes ao não divulgar números das vendas para a grande temporada de compras de 11 de novembro, o Dia dos Solteiros.
O conglomerado francês de produtos de luxo LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton disse que sua subsidiária chinesa permaneceu estagnada no último trimestre, apesar de ter registrado um crescimento de 19% nas vendas globais.

O distrito mais populoso de Pequim pediu aos moradores que ficassem em casa hoje, diante da alta de casos de covid-19. Nacionalmente, o número de novos casos se manteve estável no domingo, enquanto a China enfrenta surtos em cidades como Zhengzhou, Guangzhou e Chongqing.
A capital chinesa registrou 621 novas infecções no sábado, acima das 515 do dia anterior. Na tarde de ontem havia registrado outras 516 novos casos.

Até 2026, empresas asiáticas representarão 28% das importações feitas pela América Latina via comércio eletrônico

As conexões entre o mercado da Ásia-Pacífico (APAC) e América Latina possibilitam a ampliação de negócios em diversos setores da economia por meio do comércio eletrônico e as novas tendências em meios de pagamento. Neste cenário, até 2026, empresas asiáticas representarão 28% das importações feitas pela América Latina via comércio eletrônico, acima dos 16% em 2022. É o que aponta o relatório “Insights e Oportunidades para Expansão Regional de Sucesso – Interconectando Ásia-Pacífico e América Latina”, primeiro estudo do tipo encomendado pela Nuvei, plataforma global de pagamentos, à empresa de pesquisas Americas Market Intelligence (AMI).

“A América Latina é um mercado muito relevante para os comerciantes internacionais. O Brasil e o México, em particular, são atraentes por seu tamanho, dinamismo e padrões culturais que refletem os mercados asiáticos. Este estudo é o primeiro de uma série de relatórios que a Nuvei produzirá, explorando potenciais de crescimento em diversas regiões. Acreditamos que dar destaque a esses mercados em rápida ascensão ajuda as empresas a tomarem melhores decisões ao procurarem oportunidades de expansão”, avalia Yuval Ziv, presidente da Nuvei.

Potencial de crescimento do e-commerce
Entre as principais tendências, o relatório projeta que o comércio eletrônico no Brasil crescerá a uma taxa anual de 20% entre 2022 e 2026, saltando de US$ 211 bilhões em 2022, para US$ 432 bilhões em 2026. Já o México terá uma taxa anual de aumento de 32% no mesmo período. “A América Latina tem a oportunidade de fortalecer o B2B por meio de relacionamentos com a Ásia”, comenta Javier Guerrero, Country Manager da Nuvei no México.

Ou seja, um vasto potencial de crescimento que, de acordo com o relatório da Nuvei, foi acelerado pela pandemia e a adoção das compras online que impulsionaram os consumidores a experimentarem novas formas de pagamento. “Cada vez mais as empresas buscam expandir a atuação para além da região de origem, e a América Latina está no topo da lista de preferência, devido ao êxito alcançado pelas várias empresas que já optaram por esse caminho”, diz Rafael Lavezzo, vice-presidente comercial da Nuvei América Latina.

Sinergia entre os mercados Ásia-Pacífico e América Latina
A região Ásia-Pacífico com cerca de dois bilhões de habitantes e mais de 40 países traz semelhanças com a América Latina e sua população de 660 milhões de pessoas. Além dos mercados desenvolvidos como Japão, Cingapura e Hong Kong, a maior parte da APAC é formada por países em desenvolvimento. O que significa dizer que a adoção de internet, celulares e outras tecnologias ocorreu de forma gradual e desigual no decorrer dos últimos anos.

Os países da APAC têm mais de 40 jurisdições. Apenas na Indonésia são mais de 20 métodos de pagamento utilizados. Os métodos de pagamento locais adotados nos mais de 30 mercados da América Latina incluem iniciativas dos bancos centrais como Pix no Brasil e SPEI no México, incluindo boleto bancário e Oxxo Pay, e uma infinidade de carteiras digitais. As regulamentações também são variadas com leis tributárias, estruturas bancárias e padrões culturais diversos.

A alta adoção de celulares e do mobile-first na América Latina é uma realidade nos diversos países da região, com muitos consumidores migrando suas compras e entretenimento diretamente para esse dispositivo. Dessa forma, sites e aplicativos ágeis e responsivos que funcionam em telefones celulares com pouca memória e conectividade instável têm sido fatores-chave para o sucesso nesses mercados.

Diante desse cenário, para as empresas, é importante a disponibilidade de uma tecnologia que permita a venda online para consumidores na América Latina, sem a necessidade de abrir uma operação local, conhecido como modelo merchant of record (MoR), o que é proporcionado pelas empresas de tecnologia de pagamentos, que permite o aceite de pagamentos na moeda local, com diferentes opções. O que beneficia grandes marcas e pequenos e médios negócios em todas as verticais do e-commerce.

“Em essência, na Nuvei, ajudamos nossos clientes a se conectarem com os deles. Somos hoje líderes em cobertura global de pagamentos, com mais de 570 métodos de pagamentos alternativos e adquirência local em cerca de 50 mercados. Também desenvolvemos nossa solução proprietária, que permite aos comerciantes e clientes se conectarem conosco e assim tenham a disposição métodos de pagamentos local”, diz Yuval Ziv, presidente da Nuvei.

Expansão do e-commerce
Nas últimas três décadas o Brasil avançou. Desde o Plano Real em 1994, que buscou estabilizar a economia em meio a uma inflação de mais de 4.000%, a melhora econômica e social impactou a relação da população com o dinheiro e na forma de transacionar os valores. Os reguladores trabalharam para digitalizar dinheiro e pagamentos, disseminar redes de aceitação de cartões de crédito e débito e promover o e-commerce. O incentivo ao banco digital e a criação do sistema de transferência interoperável, o Pix, revolucionou a forma como os brasileiros fazem pagamentos. Tanto que hoje o Pix é utilizado por 72% da população e o cartão de crédito por 37%.

Em agosto de 2022, foram feitas quase 2,2 bilhões de transações por meio do Pix no Brasil. A ascensão meteórica dos usuários do Pix, cerca de 124 milhões de brasileiros, demonstra a prontidão do mercado para um método de pagamento instantâneo, o que fez bancos e comerciantes se adaptarem. O Pix já é aceito por 78% dos lojistas de e-commerce, superando a aceitação de cartão de débito e carteira digital. A tendência é que o Pix aumente sua participação nas compras à medida que o Banco Central lançar novos recursos, como o Pix Garantido que permitirá pagamentos parcelados e permitir também pagamentos internacionais via Pix.

“O Pix revolucionou os negócios no Brasil e subiu vertiginosamente, a ponto de representar 30% ou 40% da receita total dos comerciantes. Também está atraindo novos varejistas para o Brasil, principalmente, da Ásia que procuram uma maneira simples, fácil e de baixo risco no aceite dos pagamentos”, afirma Juan Franco, o vice-presidente sênior da Nuvei Latam e Membro do Conselho de Administração da Câmara de Comércio Singapura-México.

Atualmente, 96% dos adultos relacionam-se com instituições financeiras ou fintechs no Brasil. E as vendas online representam mais de 40% do volume total na América Latina, o que faz do País um dos 10 principais mercados globais para empresas que buscam expansão internacional, como a Shein, AliExpress (que já estabeleceram operações locais no Brasil), Zalora, Shopee, Garena e Rakuten, que se tornaram conhecidas entre os consumidores nos últimos cinco anos. Somente o Shopee registrou um crescimento de 270% ano a ano no segundo trimestre de 2022, de acordo com seu relatório de relações com investidores.

Verticais do e-commerce com alta tendência de crescimento
Apesar do e-commerce transfronteiriço no Brasil ter sido afetado em 2020 pela desvalorização do real e as interrupções nas cadeias de suprimentos, o crescimento já foi retomado e, no geral, é esperado que entre 2022 e 2026, o e-commerce cresça 20% ao ano. Entre as verticais de e-commerce no Brasil, o Varejo é a mais representativa, com 44% (US$ 93 bilhões) e deve continuar a crescer 20% entre 2022 e 2026. Por outro lado, Educação que detêm 2% (US$ 4 bilhões) deve crescer 49% até 2026, percentual igual ao de Jogos Azar. Já o segmento de Viagens com 15% (US$ 32 bilhões) crescerá 23% até 2026.

Em 2021, a América Latina teve um crescimento na indústria de jogos, com Brasil, Argentina e México na liderança. Dos 146 milhões de pagantes por jogos na América Latina, Brasil e México juntos representam 68% do mercado na região. Os brasileiros gastam mais de US$ 1,6 bilhão em jogos por ano e o celular é o mais utilizado para os jogos, o que deve aumentar com a chegada do 5G. Hoje, já são 234 milhões de celulares para cerca de 214 milhões de habitantes no Brasil.

Expectativa de vendas

A Black Friday desse ano promete movimentar o comércio de um jeito bem diferente. Ela vai acontecer durante a Copa do Mundo. Esse encontro de eventos tem sido visto pelos especialistas como um momento único para conquistar boas vendas!

De acordo com uma pesquisa do Instituto Ipsos, 71% dos entrevistados pretendem aproveitar a data para comprar e gastar um pouco mais durante a Bkack Friday 2022. Já pesquisa da Neotrust mostra que o número de pedidos no e-commerce brasileiro cresceu 4,3% no segundo trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021. O faturamento nos primeiros cinco meses do ano foi 785% maior do que antes da pandemia.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, a expectativa é que o e-commerce possa movimentar R$6 bilhões de reais em vendas na Black Friday. Os números apontam ainda um possível crescimento de 3,5% nas vendas quando comparados com o ano anterior.

E, para corroborar com expectativa de aumento de vendas na Black Friday 2022, o Centro de Estudos Econômicos da Acirp elaborou pesquisa com empresários da cidade de Rio Preto e identificou que boa parte dos comerciantes entrevistados (71,11%) tem expectativa otimista em relação as vendas. A expectativa de 73% dos entrevistados é que haja um aumento de até 10% na comparação com o mesmo período do ano passado. O ticket médio esperado pelos comerciantes para a data é de R$ 265,50.

A pesquisa possibilitou entrevistas juntos aos MEI, microempresas, empresas de pequeno porte e grandes empresas. Os microempreendedores individuais e as microempresas são as mais otimistas com relação a data. Contudo, as empresas de pequeno porte possuem a maior expectativa em relação ao tíquete médio esperado (R$ 419,23).

Ou seja, esse momento promete mexer com a vida dos brasileiros, tanto os que compram quanto os que vendem! Vale lembrar, também, que o fim de ano marca o pagamento do 13º salário, o que coloca dinheiro no bolso e estimula o consumo.

E com relação a movimentação de recursos do 13º salário na economia do município, o Centro de Estudos Econômicos da Acirp também elaborou estudos mostrando injetar na economia o montante de 380,2 milhões de reais, levando em consideração os recebíveis referentes aos trabalhadores formais.

Porém, para aproveitar todos esses benefícios, é necessário se preparar. Quem faz um bom planejamento sai na frente e deixa tudo em ordem para colher os resultados. É nesse planejamento que a Acirp, cumpre, mais uma vez, seu papel indispensável como agente fomentador no aumento das vendas dos empresários, consolidando sua missão de representar a “Voz de quem produz”.

Na ‘Black’ da Copa, crescimento de 3% a 9%

Venda de TV já sobe 59%, mas desempenho desigual em categorias e redes puxa para baixo expansão geral.

A Black Friday de 2022 entra na sua semana decisiva com ritmo de crescimento um pouco acima do ano passado, porém com resultados desiguais entre produtos e entre os próprios grupos de varejo – grandes plataformas on-line que já vinham se descolando da média crescem mais. Ações comerciais mais agressivas, previstas para os próximos dias, foram antecipadas para acelerar mais a demanda.

Será a primeira vez na história do setor com Black Friday, Copa e Natal num espaço de menos de 40 dias, tornando o cenário mais intenso em campanhas e lançamentos daqui para frente. A Via (dona de Casas Bahia e Ponto) já se movimentou nessa direção. “Antecipamos algumas ações da semana da Black para o fim da semana [passado] para fazer a venda e a entrega da TV, por exemplo, até o jogo do Brasil. E também porque vimos que há um ritmo de venda mais forte nos últimos dias, e queremos aproveitar essa curva de crescimento”, diz Abel Ornelas, vice-presidente comercial da Via.

Para Roberto Wajnsztok, CEO da Origin Consultoria e ex-Walmart.com, fatores como o ambiente de deterioração macro e de incerteza política vêm afetando o nível de confiança do consumidor neste fim de ano. “Era esperado que esse clima ainda tenso no país se reduzisse após as eleições, mas isso não diminuiu tanto. Minha orientação a meus clientes é venderem o que puder agora, pelos riscos desse cenário incerto, e porque ainda há o impacto do desempenho do país na Copa”, diz.

Taxa de juros em alta fez varejistas adotarem mais cautela na hora de formar estoques para esta edição do evento

“Mas não acontecerão loucuras nas lojas, mesmo que a venda seja tímida, na faixa de um dígito de alta. É bom o consumidor não esperar grandes vantagens porque os estoque caíram muito nos últimos meses, após a alta no custo do capital neste ano”, acrescenta.

No mercado, as projeções para a Black Friday, em sua maioria, variam de aumento de 3% a 9% nas vendas, em valor (sem descontar a inflação), considerando as análises de empresas e entidades ouvidas, entre elas, Confederação Nacional do Comércio e Turismo (estimativa de 7,6%), empresa de pesquisas GfK Brasil (entre 8% e 9%) e a ABComm (3,5%), associação do comércio on-line. Na edição de 2021 do evento, a expansão foi de 8%, segundo dados do IBGE.

A data promocional ocorre sempre na última sexta-feira de novembro – este ano cai no dia 25 -, mas o varejo costuma oferecer descontos e fazer campanhas de marketing durante todo mês. Este ano, segundo a GfK, as vendas totais de bens duráveis subiram 7% em valor (4,5% em volume) na semana de 7 a 13 de novembro versus a mesma semana de 2021. O ritmo supera o de um ano atrás, quando as vendas subiam um dígito baixo, na faixa de 3%, segundo pesquisas da época.

O avanço nas vendas foi mais expressivo de 7 a 13 de novembro este no para TVs, com alta de 59%; fritadeiras sem óleo, com aumento de 46%; e máquinas de café (24%). Sons portáteis (que podem ser conectados às TVs) crescem 40%. Smartphones têm recuo de 10%, um provável reflexo da busca maior pelas TVs, impulsionada pela Copa, mas há expectativa de melhora nas vendas entre a terceira e quarta semanas de novembro.

“Tudo indica que será uma Black Friday mais forte que a de 2021, quando a data ficou abaixo do previsto, então trata-se de uma base fraca. É a Black dos televisores, alvo central das ofertas, algumas delas bem agressivas, e dos portáteis para casa”, diz Felipe Mendes, diretor geral da GfK Brasil, que recebe dados de forma contínua das redes.

Na visão de Paulina Dias, da área de inteligência da Neotrust, é esperada alta nominal abaixo da inflação acumulada (em torno de 6%, pelo IPCA). “É algo positivo se lembrarmos que há queda [3,6% até setembro] no faturamento no comércio on-line no país ”, diz ela.

Mendes ressalta porém, que há sinais claros de aumento dos “gaps”, com diferenças de performance entre as empresas. “Um dos maiores marketplaces do país têm ido muito bem, está muito acima dos restantes, explodindo em vendas, e uma cadeia mais tradicional aparece em seguida, com números menos expressivos, mas positivos. Uma terceira cadeia tem os números piores”.

A GFK não divulga desempenho por marca, e entre as operações que acompanha estão Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza e Casas Bahia.
O Valor apurou que uma marca líder de eletrônicos e celulares ajudou a financiar o varejo na Black deste ano, ampliando mais prazo de pagamento das lojas, mas grandes varejistas não têm sido tão agressivas nas ações ao consumidor, gerando uma saia-justa com a marca. “Isso não pegou muito bem, então a expectativa é que nesta semana o barulho na mídia e a dose de ofertas suba um pouco”, diz uma fonte a par do assunto.

Em termos de descontos, tema polêmico na Black Friday, até o começo de novembro não havia um avanço expressivo sobre 2021. A depender da estratégia das redes, isso pode ser ajustado nos próximos dias.
Segundo dados da GfK, as reduções de preços acima de 10% responderam, no começo de novembro, por 26,3% do volume vendido de eletrônicos, frente a 27,5% um ano atrás. Em TVs, representaram 18,6% do volume vendido no ano em 2021, e 24,1% neste ano. Mendes lembra que há um novo complicador hoje, relativo à quantidade de variáveis nas promoções.

“Há desconto com PIX, desconto com cartão da loja, sem cartão da loja, desconto com cashback, e em compra feita por conta digital, e assim por diante. Ficou tudo mais confuso na visão do consumidor, o que gera ruído e pode frustar o cliente, que muitas vezes não entende se fez boa compra ou não”, diz. Há anos, a visão de “Black Fraude” acabou colando na imagem da data, em parte pela percepção de ofertas sem ganhos reais.

Levantamento do Valor mostra variações pequenas, e até queda, nos estoque das redes de capital aberto de junho para setembro. No fim do terceiro trimestre, as cadeias já teriam que armazenar mais produtos, de olho nos eventos. “A gestão dos estoques hoje passa pelo aumento no custo do dinheiro, após a escalada da taxa Selic, que encarece o estoque parado. Em 2021, as cadeias erraram no estoque porque a venda veio fraca. E errar de novo, com Selic a 14%, pode sair caríssimo. Por isso há muita cautela nessa conta nessa Black”, diz a diretora da empresa Virtual Gate, Heloísa Cranchi.

No Magalu, o estoque (em valor) entre segundo e terceiro trimestres subiu 6,4%, na Via caiu 3,3% e na Americanas, teve queda de 8%. “Reduzimos estoque neste ano porque o risco de desabastecimento caiu. E reforçamos a compra após outubro, como normalmente ocorre. Tenho 80 dias de estoque em novembro. Está abaixo de um ano atrás porque antes estava mais alto que o normal. Não vai faltar produto”, diz Ornelas, da Via. “Estamos crescendo na Black acima dessa taxa inicial [7%] de novembro”, reportada pela GFK.
“O cliente quer comprar a TV acima de 60 polegadas que pode ser parcelada em até 30 vezes [nos cartões da rede]. Isso faz caber no bolso. Negociamos bem o estoque próprio, que é onde somos fortes, e vamos complementar com o marketplace de lojistas. E vamos ver mais ‘barulho’, mais campanhas, nesta semana que entra”.

Consultores têm destacado que o consumidor ainda não “acordou” para a Black e a Copa, por isso se espera mais ações a partir desta segunda-feira. Nas lojas, ainda há estimativa de tráfego maior. “Pelos levantamentos diários de circulação em lojas em novembro, coletados por equipamentos que medem fluxo, projetamos alta de 26% na circulação sobre 2021, mas ainda com queda em relação a 2019. Não normalizamos o fluxo ainda e calculamos que isso levará até cinco anos”, diz Cranchi, da Virtual Gate, referindo-se ao movimento verificado antes da pandemia.

Apesar da alta, varejo ainda não recuperou prejuízo

Dos 5.932.149 estabelecimentos do setor existentes em 2021, mais de 573 mil fecharam suas portas.

O varejo brasileiro deve movimentar, até o final de 2022, cerca de R$ 371,8 bilhões, o que representa uma vantagem de 10,6% em relação ao ano passado, quando esse número foi de R$ 336,3 bilhões. É o que aponta a Pesquisa IPC Maps.

Segundo o levantamento, embora o cenário seja de otimismo, o estudo mostra que o setor não conseguirá ainda recuperar as perdas obtidas com a pandemia. Em 2019, por exemplo, o potencial de consumo em varejo foi superior a R$ 420 bilhões.

São levadas em conta despesas com artigos de limpeza; mobiliários e artigos do lar; eletroeletrônicos; vestuário confeccionado; calçados; e joias, bijuterias e armarinhos.

Na contramão desse consumo em recuperação, destaca-se a queda na quantidade de comércios varejistas e atacadistas no país. Segundo o IPC Maps, dos 5.932.149 estabelecimentos do segmento existentes em 2021, mais de 573 mil fecharam suas portas, totalizando atualmente 5.358.525 unidades instaladas no Brasil.

De acordo com análise do Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc (MUFG), “no quarto trimestre vemos espaço para um crescimento modesto de alguns segmentos do varejo estimulados por algumas datas-chave: o Dia das Crianças no dia 12 de outubro, a Black Friday em novembro, a Copa do Mundo e as vendas de Natal em dezembro. Os segmentos que podem se beneficiar mais desses eventos são supermercados, livraria & papelaria, bens pessoais, roupas e calçados.”

Segundo os analistas, “bens mais duráveis e caros, como eletrônicos, eletrodomésticos e veículos, são limitados pelas condições de crédito mais apertadas e pelo alto endividamento das famílias. Tal impacto pode superar o incentivo proporcionado pelas férias e eventos de fim de ano, o que significa que as vendas no varejo ampliado podem se contrair um pouco durante o quarto trimestre, estando em linha com a atividade econômica como um todo. Nossa previsão do PIB é de -0,3% para o quarto trimestre e 2,7% para o ano inteiro.”

Por outro lado, de acordo com estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), setor supermercadista fechou o ano de 2021 um saldo positivo de 54 mil lojas, chegando a um total de 145 mil estabelecimentos em todo o país.

Amazon terá Black Friday 2022 de 48 horas com até 90% de desconto

A Amazon anunciou sua programação da Black Friday com uma semana de descontos e 48 horas de ofertas especiais. Os dois dias de Black Friday da empresa começam a partir da meia-noite de 24 de novembro, indo até às 23h59 do dia 25, com descontos que vão até 90%.

Já a semana Black Friday da Amazon começou na última sexta-feira (18), com os descontos indo até o dia 28 de novembro. Durante o período estendido de promoções, os clientes poderão aproveitar o “Cupom do dia”, para ser utilizado em produtos selecionados no aplicativo da Amazon, além de até 70% de desconto em algumas categorias na loja.

Já nos dois dias de descontos, as ofertas prometem ser ainda maiores. Durante a Black Friday dobrada da Amazon, os livros e ebooks estarão com 90% de desconto, enquanto produtos automotivos e vinis saem até 70% mais baratos. Os descontos em moda e games ficam em 50% e 30%, respectivamente.

Promoções da Black Friday 2022 da Amazon
Para auxiliar os consumidores no período de promoções da Black Friday 2022, a Amazon fez uma lista com todas as categorias com promoções, bem como os descontos que estarão disponíveis em cada data. Confira abaixo:

*Dispositivos Amazon com até 43% de desconto em Dispositivos Amazon, como Echo Dot 4ª Geração; Echo Dot 3ª Geração; Echo Show 5 (2ª Geração); Echo Dot com relógio 4ª Geração; Fire TV Stick com controles de TV e Alexa e Fire TV Stick Lite com Alexa.
*Eletrônicos com descontos de até 30% em produtos de marcas como Apple, JBL, Philips, Canon;
*Computadores e Informática com até R$ 500 de desconto para produtos Acer, Lenovo, Dell, AOC;
*Livros e eBooks com até 70% de desconto; promoção de 3 Livros por R$ 30; e cupom de 80% de desconto no seu 1º eBook; nos dias 24 e 25 de novembro, terão até 90% de desconto.
*Cozinha: Eletroportáteis, panelas, organização e utensílios de cozinha, louças e mesa com até 50% de desconto em marcas como Tramontina, Mallory e Hamilton Beach.
*Cuidados Pessoais e da Casa com até 30% de desconto em higiene bucal, limpeza da casa, fraldas e suplementos, em marcas como Pampers, Clear, Pompom e Comfort.
*Casa com até 50% de desconto em itens de ar e ventilação, decor, limpeza, organização, em marcas como Flash Limp, WAP, Oikos e Electrolux.
*Moda: Ofertas com até 40% de desconto até o dia 23 de novembro em moda íntima, bolsas femininas, mochilas óculos de sol, tênis casuais, calça jeans e relógios esportivos em marcas como Hanes, Colcci, HB, Rainha, e outras; até 50% de desconto nos dias 24 e 25 de novembro em chinelos, roupas íntimas, bolsas femininas e relógios das marcas Mash, Ipanema, Farm, Champion e mais; e até 40% de desconto a partir do dia 26 de novembro em tênis casuais, mochilas, calças jeans e relógios esportivos da Puma, Hering, Polo Wear, Wide e outras.
*Beleza: Até 40% de desconto em perfumes, produtos de skincare e cabelos e maquiagem em marcas como Lola Cosmetics, NIVEA, Bio-Oil e L’Oréal Paris.
*Alimentos e Bebidas com até 35% de desconto em lanches e doces, bebidas, molhos e condimentos e massas e grãos, das marcas Yo Pro, Red Bull, Heinz e Piraquê e descontos de até 30% em gin, whisky, cerveja e vinhos, dos rótulos Tanqueray, Johnnie Walker e Colorado.
*Video games com ofertas nas marcas Nintendo, XBOX e PlayStation.
*Casa Inteligente: Lâmpadas inteligentes, fechaduras inteligentes, tomadas inteligentes e interruptores inteligentes com até 40% de desconto, em marcas como Intelbras, Positivo e Elgin.
*Ferramentas e Construção com descontos de até 35% em Ferramentas elétricas e manuais, chuveiros, itens para elétrica e iluminação, ventiladores de teto de marcas como Docol, Intelbras, Bosch e Sparta.
*Brinquedos e Jogos com até 20% de desconto em marcas como Mattel, Hasbro, LEGO e Galápagos, e até 30% de desconto nos dias 24 e 25.
*Bebê: Até 25% de desconto em itens para bebês, incluindo brinquedos, higiene, segurança e passeio, de algumas marcas como Maxi-Cosi, Fisher-Price e Cosco.
*Esportes e Aventura: Descontos de até 25% de desconto nas marcas Dream Fitness, Stanley e Acte.
*Papelaria e Escritório: Até 40% de desconto em marcas como Faber-Catell, Tilibra, Stabilo, BIC.
*Pet Shop: Alimentos, brinquedos, itens de higiene e saúde com até 30% de desconto, em marcas como Nestlé Purina.
*Jardim e Piscina: Até 45% de desconto em Jardinagem (lavadoras, pulverizadores, vasos), piscinas e produtos para o verão e itens para churrasco, de marcas como Mor, Tramontina, Vonder e Palisad.
*Automotivo: Capacetes, baú para motos, cuidados com o carro e eletrônicos para carros com até 70% de desconto em marcas como Pro Auto, Bosch, Pro Tork e Thule.
*Instrumentos Musicais: Até 35% de desconto em produtos de marcas como Audio-Technica, Raveo, Giannini.
Vinis com até 70% de desconto.

Análise do comércio eletrônico brasileiro em Outubro/2022- Relatório Conversion

Tráfego do e-commerce brasileiro cai 5% em outubro em relação ao melhor desempenho do ano.
Expectativa das plataformas online está em aquecimento da demanda por conta da Black Friday e das festas de fim de ano.

Em outubro, o e-commerce brasileiro registrou 2,20 bilhões de visitas, de acordo com o Relatório Setores E-Commerce, elaborado pela Conversion. O número representa estabilidade (-0,4%) na comparação ao mês anterior.
Vale lembrar, porém, que em setembro houve queda mais robusta, de 4,4%, logo após uma retração de 1% entre julho e agosto.
Em relação a julho, aliás, mês com o melhor resultado do ano, a retração agora é de 5,1%. A retração também foi sentida pelas marcas. A chinesa Shopee teve o pior desempenho, encolhendo 3,8% na comparação a setembro. O líder Mercado Livre perdeu 1% de sua base de tráfego, enquanto a Amazon Brasil caiu 1,7%.
Na contramão, a Magalu subiu 2,2% e a Americanas, que fecha os cinco primeiros, se manteve no patamar dos 93 milhões de acessos.
O resultado do mês também se observa no principal segmento do e-commerce brasileiro: o de varejo (marketplaces), que caiu 2,5% em outubro. Foi o quarto mês seguido em curva descendente.

Dia das Crianças impulsiona e-commerce do setor infantil
Para alguns segmentos do e-commerce, no entanto, outubro foi um mês animador. É o caso, principalmente, das plataformas de produtos infantis: confirmando a relevância da sazonalidade do calendário brasileiro, elas tiveram um incremento expressivo de 28% por conta do Dia das Crianças, alcançando o segundo melhor desempenho de 2022, com 11,2 milhões de visitas.
Na esteira da data, o tráfego do segmento pet também subiu (16%). Com 19 milhões de acessos, registrou, de longe, o melhor resultado do ano, levando consigo tanto o desempenho das marcas do mercado quanto as visitas via apps.
Outra novidade do relatório de outubro é que, pela primeira vez, a Amazon Brasil perdeu a liderança isolada do Share of Search. Até o mês passado, a empresa norte-americana reunia, sozinha, mais da metade (52%) de todas as citações no Google dentro do seu segmento de Importados.
Agora, a posição é compartilhada com a Stanley, marca de copos térmicos que ficaram famosos em 2020. Ambos somam 48% de Share of Search em seus próprios segmentos (a Stanley pertence ao de Presentes e Flores).
Acesse o Relatório Setores E-commerce no Brasil Conversion- Novembro /Referente a Outubro 2022, completo em https://lp.conversion.com.br/relatorio-setores-ecommerce

Brasil e Reino Unido assinam memorando de entendimento na OMC

Ajustes garantirão que o Brexit não prejudique fluxos comerciais do Brasil com a União Europeia e Reino Unido.

O Brasil e o Reino Unido concluíram as negociações referentes à repartição do volume das quotas tarifárias de importação (TRQs) da União Europeia (UE) entre o bloco europeu e o Reino Unido, em decorrência da saída do Reino Unido do bloco (Brexit). Memorando de Entendimento nesse sentido foi assinado na quinta-feira, 17, na Organização Mundial do Comércio (OMC), informam em Nota Conjunta os Ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Agricultura.

Conforme comunicado do Ministério da Agricultura, após mais de quatro anos de negociações, o acordo proporcionará ajustes com relação à repartição aplicada provisoriamente por UE e Reino Unido desde 2021.

Esses ajustes garantirão que o Brexit não prejudicará os fluxos comerciais regulares do Brasil com a UE e com o Reino Unido, de produtos agrícolas e não agrícolas. Os volumes negociados levaram em consideração as exportações de períodos anteriores do Brasil para os países europeus.

O Brasil já havia concluído as negociações com a UE no último dia 14 de setembro. Após a conclusão dos trâmites de formalização do acordo no âmbito interno dos dois parceiros e no âmbito da OMC, o resultado será incorporado às listas de compromissos da UE e do Reino Unido na OMC, disse o ministério na nota.

Conforme as regras da OMC, os detalhes do acordo ainda têm caráter reservado. O Brasil confia que as novas condições acordadas serão implementadas pelos parceiros com a maior brevidade possível, para que os exportadores brasileiros possam delas se beneficiar já no início do segundo semestre de 2023, quando se iniciam os “anos-quota” regulares para a maioria das TRQs.